segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

1909) FSM: triste balanco?

Quem faz a constatação não sou eu, mas um jornalista de um dos jornais mais simpáticos a essas causas "alternativas" (estou sendo irônico, claro).
Eu teria muito mais a acrescentar para condenar a vergonha que é ver jovens idealistas aclamando velhacos do socialismo que louvam Fidel Castro e Hugo Chávez. Creio, pessoalmente, que isso representa uma espécie de degradação moral, ver jovens defensores da liberdade se alinhando com desonestos intelectuais aproveitadores das benesses de governos autoritários. Triste, de fato...

Que esquerda é essa?
Fernando de Barros e Silva
Folha de S. Paulo - 01/02/2010

Como retrato da esquerda, o Fórum Social Mundial nos oferece uma imagem melancólica. De um lado, o evento, encerrado ontem, se presta a ser um palco de aclamação do lulismo; de outro, reitera sem mais dogmas anticapitalistas, fazendo tabula rasa do legado ruinoso dos experimentos coletivistas do século 20.
Em sua 10ª edição, o fórum agrega uma esquerda que transita entre o novo pragmatismo e a utopia de antigamente, sem que se detenha na crítica de nenhum dos polos. Adesista e fundamentalista ao mesmo tempo, essa esquerda age como quem quer usufruir todos os benefícios possíveis deste mundo (lulista), sem prejuízo de manter intacto o clichê do "outro mundo possível".
Entre o radicalismo vazio e o apego ao poder, haveria uma trilha menos cômoda. Algo como o compromisso com a redução das desigualdades, com o combate à corrupção em todas as suas formas e a defesa da democracia e do pluralismo -tudo combinado numa perspectiva reformista, que se paute pelo realismo sem abrir mão de princípios.
Não é isso, como se sabe, o que seduz os funcionários da utopia. Mas que esquerda é essa que vira as costas aos estudantes venezuelanos e não se manifesta contra a escalada autoritária de Chávez? Que esquerda é essa, para quem o mensalão não existiu ou acha que "a vida é assim mesmo"? Que esquerda é essa, capaz de defender a barba de Fidel Castro e o bigode de José Sarney?
Não há dúvida de que existe uma maioria bem intencionada entre os participantes do fórum. Mas o evento se tornou coisa de profissionais. Com raríssimas exceções, os intelectuais que contam não perdem mais tempo por lá. Restou um lúmpen "pensante" que fez do fórum o seu negócio. Gente, aliás, que cansou de esperar Godot e hoje enche as burras à custa do lulismo. São parasitas do Estado que adoram ressuscitar o fantasma neoliberal diante de plateias embasbacadas para manter viva a sua boquinha. Será possível ainda ser de esquerda sem parecer idiota ou espertalhão?

1908) A inteligencia nacional regride...

Ou "regressa", alguns poderiam dizer, talvez...
Não sei realmente o que anda pior no Brasil: se a educação ou a política.
Talvez ambos, a se reforçarem mútua e reciprocamente, caminhando de mãos dadas direto para o brejo...
Eu fico cada vez mais surpreendido em constatar que, quando a gente acha que já viu tudo de ruim, sempre surge algo pior para nos assustar ainda mais.
O autor abaixo é bastante conhecido por suas posições radicais.
Os problemas que ele levanta não deixam de ser menos reais e preocupantes, qualquer que seja o grau de concordância que possamos ter, ou não, com ele.
Deve-se focar nas questões concretas que ele levanta, não no personagem.
Por isso mesmo espero não receber comentários que atirem no mensageiro, como certo estudante anti-Veja que passou o tempo todo condenando a revista, em lugar de tocar na matéria em si.
Estão avisados...
Paulo Roberto de Almeida (1.02.2010)

Caindo sem parar
Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 1 de fevereiro de 2010

Em editorial do dia 25 último, a Folha de S. Paulo faz as mais prodigiosas acrobacias estatísticas para induzir o leitor a acreditar que a queda do Brasil do 76° para o 88° lugar em educação básica, na escala da Unesco, representa na verdade um progresso formidável. Não vou nem entrar na discussão. Entre a Unesco, o Ministério da Educação e o jornal do sr. Frias, não sei em quem confio menos. Mas confio nos testes internacionais em que os nossos alunos do curso médio tiram invariavelmente os últimos lugares entre concorrentes de três dezenas de países. Numa dessas ocasiões o então ministro da Educação buscou até consolar-se mediante a alegação sublime de que "poderia ter sido pior". Claro: se ele próprio fizesse o teste, a banca teria de criar ad hoc um lugar abaixo do último. Seríamos hors concours no sentido descendente do termo.

Confio também na proporção matemática entre o número de profissionais da ciência em cada país e o de seus trabalhos científicos citados em outros trabalhos, tal como aparece no banco de dados da Scimago (v. o site do prof. Marcelo Hermes, http://cienciabrasil.blogspot.com/2010/01/citacoes-por-paper-numero-minimo-de.html). Aí vê-se que, em número de citações -- medida da sua importância para a ciência mundial --, os cientistas brasileiros vêm caindo de posto com a mesma velocidade com que, forçada pelo CNPq e pela Capes, aumenta de ano para ano a sua produção de trabalhos escritos. Ou seja: quanto mais escrevem, menos utilidade o que escrevem tem para o progresso da ciência. Em medicina, passamos do 24° lugar, em 1997, para o 36° em 2008. Em bioquímica e genética, no mesmo período, do 19° para o 36°. Em biologia e agricultura, do 18° para o 32°. Em química, do 15° para o 28°. Em física e astronomia, do 18° para o 29°. Em matemática, do 13° para o 28°. Não houve um só setor em que os nossos cientistas não escrevessem cada vez mais coisas com cada vez menos conteúdo aproveitável para os outros cientistas. Em doses crescentes, o que se entende por ciência no Brasil vai-se tornando puro fingimento burocrático, pago com dinheiro público em doses também crescentes. Segundo o prof. Hermes, a coisa começou em 2003, mas piorou muito (ele grafa "muito" com letras maiúsculas) entre 2005 e 2008.

No entanto, de 1999 a 2009 "houve um aumento de 133 por cento no número de artigos científicos publicados em revistas especializadas. O investimento do ministério da Ciência e Tecnologia neste setor duplicou de 2000 a 2007. O investimento privado também aumentou nesse período" (v. http://labjor09.blogspot.com/2009/03/desafios-serem-enfrentados-neste-novo.html).

Obviamente, portanto, o que está faltando não é dinheiro. É o CNPq, a Capes e o governo em geral admitirem que há uma diferença substantiva entre fazer ciência e mostrar serviço para impressionar o eleitorado.

Se essa diferença parece obscura ou inexistente para os atuais senhores das verbas científicas no Brasil (bem como para a mídia que os bajula), fenômeno similar ocorre na educação primária e média, onde o governo dá cada vez menos educação a um número cada vez maior de alunos, democratizando a ignorância como jamais se viu neste mundo.

Mas, esperem aí, coisa parecida também não acontece no ramo editorial, onde a produção crescente de livros para o público de nível universitário acompanha pari passu o decréscimo de QI dos autores que os escrevem? Confio, quanto a esse ponto, na minha própria memória de leitor. Vejam bem. Entre as décadas de 50 e 70 ainda tínhamos, vivos e em plena efusão criativa, alguns dos mais notáveis escritores e pensadores do mundo. Tínhamos Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Murilo Mendes, Jorge de Lima, Cecília Meirelles, José Geraldo Vieira, Graciliano Ramos, Herberto Sales, Josué Montello, Antonio Olinto, João Guimarães Rosa, Jorge Andrade, Nélson Rodrigues, Vicente Ferreira da Silva, Mário Ferreira dos Santos, Miguel Reale, José Honório Rodrigues, Gilberto Freyre, José Guilherme Merquior, além dos importados Otto Maria Carpeaux, Vilém Flusser, Anatol Rosenfeld e tutti quanti. Que me perdoem as omissões, muitas e volumosas. O Brasil era um país luminoso, capaz, consciente de si, empenhado em compreender-se e compreender o mundo. Agora temos o quê? Fora os sobreviventes nonagenários e centenários, dos quais não se pode exigir que repitam as glórias do passado, é tudo uma miséria só, uma fraqueza, a obscuridade turva do pensamento, a paralisia covarde da imaginação e a impotência da linguagem. "Cultura", hoje, é rap, funk e camisinhas, "educação" é treinar as crianças para shows de drag queens ou -- caso faltem aos pimpolhos as requeridas aptidões gays -- para a invasão de fazendas, "pensamento" é xingar os EUA no Fórum Social Mundial, e "debate nacional" é a mídia competindo com a máquina estatal de propaganda para ver quem pinta a imagem mais linda do sr. presidente da República. Nesse ambiente, em que poderia consistir a "ciência" senão em imprimir cada vez mais irrelevâncias subsidiadas?

Será possível que todas essas quedas, paralelas no tempo e iguais em velocidade, tenham sido fenômenos autônomos, separados, casuais, sem conexão uns com os outros? Ou, ao contrário, compõem solidariamente, como efeitos de um mesmo processo causal geral, o quadro unitário da autodestruição da inteligência nacional?

E será mera coincidência que toda essa corrupção mental sem paralelo no mundo tenha sobrevindo ao Brasil justamente nas décadas em que a intromissão do governo na educação e na cultura veio crescendo até ao ponto de poder, hoje, assumir abertamente suas intenções dirigistas e controladoras sem que isto cause escândalo e revolta proporcionais ao tamanho do mal?

A resposta a essas duas perguntas é: Não, obviamente não. A História não se compõe de curiosas coincidências. A debacle da vida intelectual no Brasil é um processo geral, unitário, coerente e contínuo há várias décadas, e o fator que unifica as suas manifestações nos diversos campos chama-se: intromissão estatal, governo invasivo, controle oficial e transformação da cultura e da educação em instrumentos de propaganda, manipulação e corrupção.

A cultura, a arte, a educação e a ciência no Brasil só se levantarão do seu presente estado de abjeção quando a máquina governamental que as domina for totalmente destruída, quando toda presunção de autoridade dos políticos nessas áreas for abertamente condenada como um tipo de estelionato.

A Segunda Conferência Nacional de Cultura e o Plano Nacional de Direitos Humanos não passam de conspirações criminosas destinadas a agravar consideravelmente esses males que já deveriam ter sido extirpados há muito tempo.

1907) FSM, 10 anos: um balanco maaaaagro...

Não tive tempo ainda de analisar o catatau de banalidades conceituais e outras lacunas mentais da reunião do Forum Social Mundial em Porto Alegre, na qual os organizadores esperavam diversos chefes de Estado e só um, o da casa, compareceu. Vou ainda selecionar as "pérolas" do FSM, um pouco como esses professores desocupados fazem com as "pérolas" do vestibular, do ENEM, whatever. Não que eu seja desocupado, justamente não sou e por isso ainda não tive tempo e antecipo a chatice que vai ser ler toda aquela maçaroca de ideias vazias.
Segundo confessou o próprio organizador-mór, Cândido Grzybovski, "a tendência é de que o FSM se torne 'menos anti e mais pró', substituindo o discurso de desconstrução por propostas para se chegar ao outro mundo possível."
Bem, parece que eles ainda não sabem bem onde está, como é, como deveria ser, qual o perfil, o que ele conteria de diferente, esse "outro mundo possível". Tudo fica numa vaguidão do espírito e num vazio de ideias que só as mentes pouco iluminadas que frequentam aquele piquenique conseguem se entusiasmar com o nada.
Esse organizador de reuniões vazias acha que "a edição de Porto Alegre foi mais 'enraizada'," seja lá o que isso queira dizer. "Enraizada" no quê, cara-pálida? Favor dizer, do contrário pode se começar a chamar esse pessoal de "tubérculos", enraizados por um certo tempo, mas basta puxar que sai tudo...
Enfim, a acreditar nesse divagador de conceitos abstratos, "O fórum é um espaço de construção de inteligencia coletiva, de uma nova visão, um novo imaginário, novos conceitos, e isso a partir de agora vai ser a grande tarefa."
Tudo isso não quer dizer rigorosamente nada, e eu deixo vocês com a síntese oficial do encontro.
Quem encontrar alguma ideia concreta, favor me avisar.
Paulo Roberto de Almeida (1.02.2010)

Encontro reuniu 35 mil pessoas em Porto Alegre
Agência Brasil, 1.02.2010

O Fórum Social Mundial (FSM) de Porto Alegre chegou ao fim na última nesta sexta-feira, após uma semana de debates que avaliaram os dez anos do processo que nasceu para pensar “um outro mundo possível”. Com 35 mil participantes, a edição de Porto Alegre foi mais “enraizada”, segundo um dos idealizadores do FSM, Cândido Grzybovski.

“A participação local foi muito forte, o que é um aspecto muito positivo. Tivemos aqui o melhor debate que se fez até hoje na série de fóruns, com avaliação estratégica e pensando os próximos desafios”, afirmou.

O sociólogo disse que a valorização de eventos locais é importante para fortalecer o fórum e garantir a participação. “Não somos banqueiros, donos de empresa, como os que vão a Davos [na Suíça, para participar do Fórum Econômico Mundial], somos movimentos sociais, alguns se financiam com os próprios salários”, disse.

Em uma semana, a reunião de Porto Alegre teve 915 atividades na capital e em cinco cidades da região metropolitana. A organização registrou a participação de inscritos de 39 países, de empresários a desempregados. Dos inscritos, 59,3% eram mulheres e 40,7% homens.

Na conta dos dez anos do Fórum Social, os idealizadores incluem o enfraquecimento do modelo neoliberal – que deu sinais de colapso com a crise financeira internacional – e a criação de uma sociedade civil global, que se mobiliza mundialmente.

Segundo Grzybovski, dez anos depois, a tendência é de que o FSM se torne “menos anti e mais pró”, substituindo o discurso de desconstrução por propostas para se chegar ao outro mundo possível. “O fórum é um espaço de construção de inteligencia coletiva, de uma nova visão, um novo imaginário, novos conceitos, e isso a partir de agora vai ser a grande tarefa”, apontou.

A reunião na região metropolitana da capital gaúcha foi um dos 27 eventos programados para o FSM este ano em todo o mundo. Em Salvador, por exemplo, começa nesta sexta o Fórum Social Temático da Bahia, com caráter mais governamental do que a reunião original.

Em 2011, o FSM volta a ter uma reunião centralizada, dessa vez fora de Porto Alegre. Dakar, no Senegal, será a anfitriã da reunião no próximo ano.

As informações são da Agência Brasil

1906) O diplomata e o desenvolvimento do país

Um estudioso dos temas internacionais colocou-me, três meses atrás, uma pergunta complexa, mas cativante, que não tive tempo ainda de responder adequadamente, mas que permanece no meu "pipeline" de trabalhos a fazer, uma imensa pasta de working files, que tem do bom, do mau e do feio, com alguma divisão entre os timings desses trabalhos, algo como: "urgente", "urgentíssimo", "to rework", "to do" e outras loucuras do gênero. Mas, prometo que um dia vou responder. Por enquanto limito-me a transcrever o exchange, como sinal de alerta para terminar rapidamente esse trabalho sobre

O Papel do Diplomata no Desenvolvimento do Brasil

3.11.2009
Daniel disse...
Exmº. Dr.Paulo Roberto de Almeida,
Primeiramente gostaria de prestar congratulações e respeito por vossa biografia, de fato inspiradora, acredito que para todos nós aspirantes à carreira diplomática.
Tenho 31 anos, sou odontólogo, professor auxiliar de uma Universidade pública no Rio de Janeiro e dou início, no atual momento, ao doutorado em minha área.
Entretanto, a carreira diplomática sempre me foi no mínimo instigante e exatamente pela curiosidade e pela compulsão literária, sinto-me impelido a enveredar-me por este caminho de evolução intelectual, profissional e humano. Acerca deste
último campo, me chamou muito à atenção o lado humanista da profissão, o de servir aos brasileiros, não somente ao Estado.
Tendo-se em vista as desigualdades sociais de nosso país, como a carreira diplomática pode ajudar a aliviar as claras deficiências de desenvolvimento humano em nosso país? Pelo que devemos primar em nossas carreiras para transformar crescimento do Estado, muitas vezes fomentado pela atividade diplomática, em consequente desenvolvimento humano?
Cordialmente,
Daniel G. M.

Terça-feira, Novembro 03, 2009 2:48:00 AM

Ao que eu respondi logo em seguida:
Paulo R. de Almeida disse...
Excelentes perguntas, Daniel, que eu mesmo gostaria de responder agora, se tivesse tempo e capacidade (acho que tenho alguma).
Respondendo rapidamente de forma sintética, eu diria que o papel do diplomata no desenvolvimento brasileiro é claramente acessório, pois nenhum, REPITO NENHUM, dos grandes problemas brasileiros tem a ver com o cenário internacional, ou muito superficialmente.
Todos os nossos problemas -- falta de educação de qualidade, corrupção, políticas públicas inadequadas, baixo investimento em C&T, instituições governamentais deficientes, déficit previdenciário, baixo investimento em infraestrutura, baixa poupança, pequena abertura a comércio internacional e investimentos diretos estrangeiros -- todas essas deficiências são "made in Brazil", nossos próprios pecados, e tem de ser resolvidos aqui mesmo. Mas acredito que isso vai demorar um pouco.
O diplomata, como cidadão, pode ajudar um pouco, expondo o que fizeram de certo (e de errado) outros países, e porque alguns deram certo e outros deram errado.
Nós fizemos meio certo em muitas coisas, e muito errado em outras, como em educação, por exemplo.
Mas, isso não é algo que o diplomata possa resolver, não é mesmo?
Paulo Roberto de Almeida
PS.: Vou me dedicar a responder a esse seu questionamento em algum trabalho futuro.
Obrigado por formular a questão.

Terça-feira, Novembro 03, 2009 2:54:00 AM

Bem, continuo devendo uma resposta mais elaborada, que não sei exatamente quando vou poder dar. Mas, como disse, está no meu pipeline, e agora, deixando em aberto para cobranças outras, mais ainda...
Paulo Roberto de Almeida
(1.02.2010)

domingo, 31 de janeiro de 2010

1905) Um empreendedor do conhecimento: Khan Academy

The Khan Academy is a not-for-profit organization with the mission of providing a high quality education to anyone, anywhere.

We have 1000+ videos on YouTube covering everything from basic arithmetic and algebra to differential equations, physics, chemistry, biology and finance which have been recorded by Salman Khan.

Uma pequena amostra:

Current Economics
Economics of a Cupcake Factory
Cupcake Economics 2
Cupcake Economics 3
Inflation, Deflation & Capacity Utilization
Inflation, Deflation & Capacity Utilization 2
Inflation & Deflation 3: Obama Stimulus Plan
Unemployment
CPI Index
Simple Analysis of Cost per Job Saved from Stimulus
Unemployment Rate Primer

Banking and Money
Banking 1
Banking 2: A bank's income statement
Banking 3: Fractional Reserve Banking
Banking 4: Multiplier effect and the money supply
Banking 5: Introduction to Bank Notes
Banking 6: Bank Notes and Checks
Banking 7: Giving out loans without giving out gold
Banking 8: Reserve Ratios
Banking 9: More on Reserve Ratios (Bad sound)
Banking 10: Introduction to leverage (bad sound)
Banking 11: A reserve bank
Banking 12: Treasuries (government debt)
Banking 13: Open Market Operations
Banking 14: Fed Funds Rate
Banking 15: More on the Fed Funds Rate
Banking 16: Why target rates vs. money supply
Banking 17: What happened to the gold?
Banking 18: Big Picture Discussion
The Discount Rate
Repurchase Agreements (Repo transactions)
Federal Reserve Balance Sheet
Fractional Reserve Banking Commentary 1
FRB Commentary 2: Deposit Insurance
FRB Commentary 3: Big Picture

Venture Capital and Capital Markets
Raising money for a startup
Getting a seed round from a VC
Going back to the till: Series B
An IPO
More on IPOs
Equity vs. Debt
Bonds vs. Stocks
Chapter 7:Bankruptcy Liquidation
Chapter 11: Bankruptcy Restructuring

Finance
Introduction to interest
Interest (part 2)
Introduction to Present Value
Present Value 2
Present Value 3
Present Value 4 (and discounted cash flow)
Introduction to Balance Sheets
More on balance sheets and equity
Home equity loans
Renting vs. Buying a home
Renting vs. buying a home (part 2)
Renting vs. Buying (detailed analysis)
The housing price conundrum
Housing price conundrum (part 2)
Housing Price Conundrum (part 3)
Housing Conundrum (part 4)
Raising money for a startup
Getting a seed round from a VC
Going back to the till: Series B
An IPO
More on IPOs
Bonds vs. Stocks
Chapter 7:Bankruptcy Liquidation
Chapter 11: Bankruptcy Restructuring
Return on capital
Mortgage-Backed Securities I
Mortgage-backed securities II
Mortgage-backed securities III
Collateralized Debt Obligation (CDO)
Introduction to the yield curve
Introduction to compound interest and e
Compound Interest and e (part 2)
Compound Interest and e (part 3)
Compound Interest and e (part 4)
Bailout 1: Liquidity vs. Solvency
Bailout 2: Book Value
Bailout 3: Book value vs. market value
Bailout 4: Mark-to-model vs. mark-to-market
Bailout 5: Paying off the debt
Bailout 6: Getting an equity infusion
Bailout 7: Bank goes into bankruptcy
Bailout 8: Systemic Risk
Bailout 9: Paulson's Plan
Bailout 10: Moral Hazard
Credit Default Swaps
Credit Default Swaps 2
Investment vs. Consumption 1
Investment vs. Comsumption 2
Bailout 11: Why these CDOs could be worth nothing
Bailout 12: Lone Star Transaction
Bailout 13: Does the bailout have a chance of working?
Wealth Destruction 1
Wealth Destruction 2
Bailout 14: Possible Solution
Bailout 15: More on the solution
Banking 4: Multiplier effect and the money supply
Banking 3: Fractional Reserve Banking
Banking 2: A bank's income statement
Banking 1
Banking 2: A bank's income statement
Banking 3: Fractional Reserve Banking
Banking 4: Multiplier effect and the money supply

Valuation and Investing
Price and Market Capitalization
Introduction to the Income Statement
Earnings and EPS
Introduction to the Price-to-Earnings Ratio
P/E Discussion
ROA Discussion 1
ROA Discussion 2
Depreciation
Amortization
P/E Conundrum
Enterprise Value
EBITDA

Credit Crisis
The housing price conundrum
Housing price conundrum (part 2)
Housing Price Conundrum (part 3)
Housing Conundrum (part 4)
Mortgage-Backed Securities I
Mortgage-backed securities II
Mortgage-backed securities III
Collateralized Debt Obligation (CDO)
Bailout 13: Does the bailout have a chance of working?
Credit Default Swaps
Credit Default Swaps 2
Wealth Destruction 1
Wealth Destruction 2

Geithner Plan
Geithner Plan I
Geithner Plan II
Geithner Plan 2.5
Geithner Plan III
Geithner Plan IV
Geithner 5: A better solution

Paulson Bailout
Bailout 1: Liquidity vs. Solvency
Bailout 2: Book Value
Bailout 3: Book value vs. market value
Bailout 4: Mark-to-model vs. mark-to-market
Bailout 5: Paying off the debt
Bailout 6: Getting an equity infusion
Bailout 7: Bank goes into bankruptcy
Bailout 8: Systemic Risk
Bailout 9: Paulson's Plan
Bailout 10: Moral Hazard
Bailout 11: Why these CDOs could be worth nothing
Bailout 12: Lone Star Transaction
Bailout 14: Possible Solution
Bailout 15: More on the solution

Salman Khan (Sal) founded the Khan Academy with the goal of using technology to educate the world
Sal received his MBA from Harvard Business School. He also holds a Masters in electrical engineering and computer science, a BS in electrical engineering and computer science, and a BS in mathematics from the Massachusetts Institute of Technology

1904) "Fear the Boom and Bust" a Hayek vs. Keynes Rap Anthem

Para quem gosta do ritmo de gasgsta rap, pode ser genial. Eu, que não aprecio particularmente esse tipo de musica, achei interessante a recuperação das frases mais conhecidas dos dois maiores "gurus" da economia do século 20.
De fato,sempre se pode aprender um pouco de economia com esse rap "confrontacionista" entre :

"Fear the Boom and Bust": a Hayek vs. Keynes Rap Anthem

In Fear the Boom and Bust, John Maynard Keynes and F. A. Hayek, two of the great economists of the 20th century, come back to life to attend an economics conference on the economic crisis. Before the conference begins, and at the insistence of Lord Keynes, they go out for a night on the town and sing about why there's a "boom and bust" cycle in modern economies and good reason to fear it.

Get the full lyrics, story and free download of the song in high quality MP3 and AAC files at: http://www.econstories.tv

Vejam alguns comentários
:

As usual gangsta rap succeeds where thousands of economics books have failed.
ersdot

i love hayek's disapproving looks throughout.
Terrorera

this is the freaking bomb.
iamvoodoo

@patbarkley
The dollar is a floating reference. It loses value when the quantity of them exceeds produced value. Gold cannot be printed at will. The fact of price changes in gold says more about the value of the dollar than the value of gold. Not suggesting there is an absolute reference.
mouser98k

the president that deserves the most blame is Woodrow Wilson
HaloFanKnowsChuckFu

"gold and oil are moving from the lower left to the upper right together... " You noticed that oil and gold are more expensive than 100 years ago? Wow!
That still doesn't prove that gold is somehow magically stable, dude...

1903) Um outro kibutz é possivel, ate mesmo necessario

A realidade sempre se encarrega de desmentir os sonhos socialistas dos idelaistas mais engajados na construçnao do outro mundo possível.
Parece que ainda não inventaram um outro modo de produção tão eficiente quanto o capitalismo. Não quer dizer que não possa surgir, no futuro, mas na presente fase da vida humana na Terra, ainda não se conseguiu inventar algo melhor...

A ascensão do kibutz capitalista
Tobias Buck
Financial Times, 26 janeiro 2010

*As fazendas coletivas de Israel eram originalmente baseadas em ideais socialistas e igualitários. Hoje, muitas se transformaram em grandes empresas privadas*

Situado em meio às colinas na região central de Israel, o Kibutz Nachshon é um aglomerado de casas simples à sombra de pinheiros e cercadas por jardins e plantações. A calma da metade do dia é quebrada apenas ocasionalmente, quando um trator se dirige de forma barulhenta para um silo de grãos ou quando crianças passam a caminho da creche.

Para um visitante casual, Nachshon passou os últimos quatro anos em meio a uma revolução social e econômica que varreu grande parte dos ideais socialistas e práticas igualitárias que marcaram este experimento em vida comunal. Os prédios e campos ainda são os mesmos, as inclinações esquerdistas ainda estão ali, assim como um senso de solidariedade. Mas em termos práticos, as vidas de moradores do kibutz como Jane Ozeri mudaram até ficarem irreconhecíveis.

* *

*Aberto para mudanças*
Diferente de outros experimentos sociais, há surpreendentemente pouco dogma ou teoria por trás do kibutz israelense. Segundo alguns especialistas, este é o motivo chave para a relativa abertura das comunidades à mudança. Antes da onda de privatizações que teve início nos anos 90 e continua até hoje, os kibutzim já tinham sacrificado outros princípios queridos -incluindo a proibição a contratação de mão-de-obra de fora da comunidade e a ideia de que todas as crianças do kibutz tinham que dormir em uma casa separada da de seus pais. "Nunca houve um programa para o kibutz, ele foi criado por
pessoas vivas. Toda vez que encontravam um problema, elas simplesmente buscavam uma solução", diz Shlomo Getz, um especialista em kibutzim.

Ozeri, 55 anos, chegou do Reino Unido a Nachshon há 30 anos, atraída pela mistura única de socialismo e sionismo do movimento kibutz. "Eu me apaixonei por toda esta ideia de todos serem iguais, de todos cuidando uns dos outros", ela recorda.

Ao mesmo tempo, ela trabalhava sempre que o kibutz precisava dela: na cozinha comunal, nos campos, no galinheiro ou na escola. Moradores do kibutz como ela não recebiam salário, apenas um magro estipêndio mensal que era "mais como um trocado". Em troca, a comunidade fornecia moradia gratuita, alimento, educação, roupas, atendimento de saúde, transporte e até cigarros.
Se Ozeri quisesse visitar sua família no Reino Unido, a assembleia do kibutz discutia os méritos de seu caso e então votaria pelo pagamento ou não de sua passagem.

Hoje, Ozeri possui um cartão de visita que a identifica como "coordenadora global de vendas" da Aran Packaging, uma empresa que produz embalagens para líquidos para a indústria alimentícia. Localizada no kibutz e de propriedade de seus membros, a empresa conta com vendas de quase US$ 40 milhões por ano e envia seus produtos para 35 países ao redor do mundo. Ozeri recebe um salário do qual pode fazer uso livre, mas que também é consideravelmente mais alto do que aquele que é pago aos operários na linha de montagem e aos trabalhadores no campo. Ela diz que a divisão salarial na Aran é semelhante ao de outras empresas do setor privado.

A igualdade, antes no centro da ideologia do kibutz, também foi violada de outras formas. Tarefas que costumavam ser realizadas pelos moradores do kibutz independentemente de seu grau de escolaridade e formação -como lavar os pratos- são hoje realizadas por empregados contratados de fora da comunidade.

As posturas em relação aos negócios também mudaram radicalmente. Nos anos 80, os membros do Nachshon votaram contra um plano para abertura de um posto de gasolina na estrada próxima, porque forçaria os moradores orgulhosos do kibutz a "servirem" os motoristas.

Hoje, muitos dos moradores de kibutz não apenas possuem negócios prósperos -inclusive na indústria de turismo- que funcionam exatamente como outras empresas privadas, como também decidiram abraçar o mercado de capital: 22 empresas de kibutz estão atualmente listadas nas bolsas de valores de Tel Aviv, Nova York e Londres. Com vendas anuais no valor de US$ 10 bilhões de dólares (cerca de R$ 18,2 bilhões), as empresas de kibutz representam cerca de 10% da produção industrial de Israel.

A agricultura ainda é importante para a maioria dos moradores dos kibutzim, apesar de que menos do que durante seus primórdios. De fato, a mudança para a indústria que teve início nos anos 60 e 70 foi um fator importante que persuadiu os moradores dos kibutzim a mudarem de ideia: eles perceberam que uma fábrica, diferente de uma fazenda, é difícil de ser dirigida de modo igualitário. Resumindo, alguém tinha que dirigir e alguém tinha que permanecer na linha de montagem.

Mas a transformação do kibutz de bastião socialista em cooperativa capitalista é, acima de tudo, um reflexo de uma mudança muito mais ampla na sociedade israelense. À medida que o país começou a prosperar durante os anos 80, os israelenses começaram cada vez mais a abandonar o etos socialista frugal que dominou os primeiros anos do Estado.

Foi um desdobramento que não deixou os kibutzim intocados. "O kibutz nunca foi isolado da sociedade", diz Shlomo Getz, diretor do Instituto para Pesquisa do Kibutz, na Universidade de Haifa. "Ocorreu uma mudança de valores em Israel e uma mudança de padrão de vida. Muitos moradores de kibutz agora queriam as mesmas coisas que seus amigos de fora do kibutz."

Ozeri diz: "As pessoas queriam mais controle sobre suas próprias vidas e economias. Elas queriam tomar suas próprias decisões, ter seu próprio carro e seu próprio telefone. É muito difícil viver nesta forte vida comunal. É cansativo".

Enquanto essas tendências sociais ganhavam força, o movimento kibutz recebeu um golpe de nocaute de uma direção diferente. Buscando uma diversificação longe da agricultura, mais e mais moradores começaram a se interessar pela indústria, montando empresas que -frequentemente sobrecarregadas pela falta de experiência administrativa e de capital- davam enormes prejuízos.

O resultado foi uma crise de dívida, um resgate por parte do governo em 1985 e todo um reexame da filosofia econômica do kibutz.

"A sociedade israelense sempre viu os moradores de kibutz como uma elite. Mas agora eles eram considerados um mero grupo de interesse que dependia do dinheiro do Estado", diz Getz.

A resposta para o dilema -e para as dificuldades financeiras das comunidades- veio na forma da privatização -um processo que começou lentamente nos anos 90 e vem ganhando força desde então.

Nachshon, por exemplo, finalmente decidiu abandonar o coletivismo em 2006. Em um chamado "kibutz privatizado", os membros podem fazer uso livre de seus salários, mas em troca eles têm que pagar por todos os bens e serviços que o kibutz antes costumava fornecer gratuitamente.

Com frequência cada vez maior, os moradores descobriram que preferiam preparar sua própria comida, lavar sua própria roupa e ter seu próprio carro do que fazer uso das instalações comunais. Até mesmo o refeitório -antes o coração de cada comunidade, onde os membros costumavam se reunir, comer e conversar diariamente- se tornou vítima da privatização: em alguns kibutzim, a frequência caiu tanto que o refeitório foi totalmente abandonado.

Omer Moav, um ex-morador de kibutz que agora ensina economia na Royal Holloway University de Londres e presta consultoria ao ministro das Finanças de Israel, argumenta que o movimento kibutz estava destinado a fracassar. Ele funcionou, ele diz, apenas enquanto seus membros desfrutavam de um padrão de vida comparável, se não melhor, ao da média israelense. "As pessoas respondem a incentivos. Nós ficamos felizes em trabalhar arduamente para nossa própria qualidade de vida, nós gostamos de nossa independência", ele diz. "Tudo se trata da natureza humana -e um sistema socialista como o kibutz não se encaixa na natureza humana."

Mas nem todo o velho etos do kibutz desapareceu. Casas, terras e instalações de produção, por exemplo, ainda são mantidos coletivamente. Todos os kibutzim privatizados operam uma chamada "rede de proteção", que faz uso de contribuições individuais para assegurar que os membros tenham um padrão de vida mínimo -mas não mais igual. E apesar de seu número estar caindo rapidamente, dos 262 kibutzim existentes em Israel atualmente, cerca de 65 ainda funcionam do modo tradicional, enquanto 188 foram totalmente, e nove parcialmente, privatizados.

Mas poucos discordariam do resumo de Ozeri para a transformação. Em grande parte, ela diz, "nós agora somos iguais a todo mundo".

*Tradução: George El Khouri Andolfato*

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