quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Corrupção custa US$ 6 trilhões por ano aos países em desenvolvimento

Ops! Metade deve ser da China e 1/6 do Brasil...
Honny soit qui mal y pense...
Paulo Roberto de Almeida 

Corrupção custa US$ 6 trilhões por ano aos países 

em desenvolvimento

A China foi campeã em “dinheiro sujo” transferidos para paraísos fiscais e bancos ocidentais em 2010
A criminalidade, a corrupção e a sonegação fiscal custaram quase US$ 6 trilhões aos países em desenvolvimento na última década, e a quantia continua crescendo, principalmente na China, disse uma entidade fiscalizadora em um novo relatório divulgado na segunda-feira. A China foi a origem de quase metade dos US$ 858,8 bilhões em “dinheiro sujo” transferidos para paraísos fiscais e bancos ocidentais em 2010, o que representa mais de oito vezes mais do que os segundos colocados, Malásia e México. O fluxo total de valores ilícitos cresceu 11% em relação ao ano anterior, segundo a ONG Integridade Financeira Global (GFI), com sede em Washington.
– Somas astronômicas de dinheiro sujo continuam fluindo do mundo em desenvolvimento para paraísos fiscais ‘offshore’ e bancos de países desenvolvidos. Os países em desenvolvimento sofrem uma hemorragia de cada vez mais dinheiro, num momento em que nações ricas e pobres tentam igualmente estimular o crescimento econômico. Este relatório deve ser um toque de alerta para aos líderes mundiais para que se faça mais para resolver essas saídas nocivas – disse Raymond Baker, diretor da ONG.
Índia, Nigéria e Filipinas entraram neste ano para o “top 10″ da fuga de capitais ilícitos. Todos os países nesse grupo enfrentam graves problemas de corrupção, e na maioria deles há também vastas desigualdades sociais e problemas de segurança interna. Os líderes do G20 (grupo das 20 maiores economias mundiais) cada vez mais discutem formas de reprimir a lavagem de dinheiro, o sigilo bancário e brechas tributárias, a fim de evitar que a corrupção e outros crimes esvaziem os cofres dos países em desenvolvimento.
Para que se tenha uma ideia do volume envolvido, a cada dólar de ajuda internacional direta, dez dólares saem dos países em desenvolvimento. A China perdeu US$ 420,4 bilhões em 2010, e o total em uma década chega a US$ 2,74 trilhões. Ciente do impacto desestabilizador da corrupção, os líderes chineses decidiram agir. O presidente Hu Jintao recentemente alertou que a corrupção poderá destruir o Estado chinês e seu regime comunista.
– Nosso relatório continua demonstrando que a economia chinesa é uma bomba-relógio. A ordem social, política e econômica naquele país não é sustentável em longo prazo, dada a enorme fuga de quantias ilícitas – disse Dev Kar, economista-chefe da GFI, que compilou o relatório.
Lavanderia
A maior parte do dinheiro proveniente da corrupção precisa ser “lavado” para voltar ao mercado com uma origem lícita. Para o sociólogo Jean Ziegler, a Suíça é o endereço preferido por nove entre 10 corruptos no mundo, para resolver esse problema. Durante cerca de trinta anos, Jean Ziegler foi considerado pelos suíços como o seu pior inimigo, ironizado pelos jornais e considerado palhaço pelos cartunistas suíços, tudo por ter escrito um livro “best seller”, em 1976 – A Suíça Acima de Qualquer Suspeita, no qual denunciava o segredo bancário suíço.
Funcionário da ONU na África, na época da independência do Congo e do assassinato do líder Lumumba, Ziegler tinha sido amigo de Che Guevara. Em sua autobiografia, Ziegler conta ter sido o Che quem, na sua juventude, lhe pediu para ficar na Suíça e lutar contra os banqueiros suíços. Durante duas décadas, como deputado estadual e federal por Genebra, manteve atuação marcante na política suíça, sem deixar seu posto de professor de sociologia em Genebra e na Sorbonne, em Paris. Foi seu livro A Suíça Lava Mais Branco, que lhe trouxe os maiores problemas e provocou o fim de sua carreira política. Seus colegas do Parlamento, ao contrário do hábito, votaram a retirada de suas imunidades parlamentares, para forçá-lo a responder os processos movidos pelos banqueiros.
O próprio Partido Socialista lhe negou a candidatura para um terceiro mandato por Genebra. Mesmo assim, em plena tormenta econômica, quando precisou mesmo vender seu carro para pagar advogados, conseguiu um novo sucesso com o livro A Suíça, o Ouro e os Mortos, no qual contou o roubo das economias dos judeus mortos no Holocausto pelos bancos suíços e onde expôs a teoria de que, sem a Suíça para lavar o ouro roubado pelos nazistas, a Segunda Guerra teria terminado em 1942.
A seguir, por proposta de Cuba, apoiada pelos países africanos, Ziegler foi designado relator especial da ONU para a Alimentação. Na ONU, ao todo, Ziegler completou 13 anos. Seu mandato à frente da área de Alimentação dificilmente seria renovado, vista a séria oposição dos EUA e Israel, por isso, Ziegler seguiu para o Conselho dos Direitos Humanos da ONU, desta vez com o apoio oficial da Suíça, que o reabilitou e o indicou numa brochura distribuída a todos os países como seu candidato oficial.
A brochura, que louva as qualidades de Ziegler, foi distribuída a todas as embaixadas e governos, inclusive ao Brasil. Embora Ziegler tenha provocado, na época, uma briga com o ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso, num relatório sobre a fome no Brasil, nunca escondeu sua admiração por Luiz Inácio Lula da Silva, que manteve até agora o seu apoio às ações de Ziegler na ONU.
Ziegler e sua trajetória foram transformados em livro, lançado nesta terça-feira em Berna. A vida de um rebelde, publicado pela editora Favre, pinta um retrato sobre Jean Ziegler, nas tintas do autor desta biografia, o jornalista Jürg Wegelin. Jean Ziegler sempre se recusou a escrever suas memórias, mas não está satisfeito com a primeira biografia, consagrada por Wegelin. Nem deveria, pois o escritor tentou ser objetivo, apesar das inúmeras controvérsias em torno do sociólogo.
– Jean Ziegler não tentou me influenciar e eu compilei uma personagem bastante completa. Eu acho que Jean Ziegler era um visionário e tem feito a diferença. Abriu os olhos de muitos estudantes no Sul e também tem desempenhado um papel importante como um relator da ONU sobre o direito à poder – disse Weglin ao Genebra Press Club.




terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Crise energetica: demagogia e incompetencia do governo - Jose Goldemberg

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A crise de energia e suas causas

17 de dezembro de 2012 | 2h 06
JOSÉ GOLDEMBERG
O sistema energético brasileiro foi montado ao longo dos últimos cem anos e funcionou relativamente bem até recentemente: o País gera quase toda a sua eletricidade em usinas hidrelétricas, uma fonte limpa e renovável de energia, e se tornou também quase autossuficiente na produção de petróleo.
A eletricidade foi introduzida no Brasil por empresas estrangeiras (e uns poucos empreendedores nacionais) no fim do século 19 e só começou a dar problemas quando, em meados do século 20, o governo federal impediu reajustes das tarifas que compensassem os investimentos. Investir em eletricidade deixou, então, de ser atraente para o setor privado.
A solução foi a criação da Eletrobrás e empresas estatais nos Estados, verdadeiras agências de desenvolvimento regional que - com recursos públicos - construíram usinas hidrelétricas. As empresas estatais do setor elétrico revelaram, no início, grande dinamismo, mas se tornaram burocráticas e pesadas. A tentativa do governo Fernando Henrique Cardoso de privatizá-las só funcionou parcialmente em razão de interesses das corporações que se formaram dentro e em torno delas. As distribuidoras, como a Light, foram privatizadas, mas a transmissão e a geração, de modo geral, permaneceram em empresas estatais.
No caso do petróleo, o País era totalmente dependente de importações até meados do século 20, mas a Petrobrás conseguiu nos levar quase à autossuficiência, o que foi um grande avanço. Contudo a euforia nacionalista criada pela descoberta de petróleo a grandes profundidades e no pré-sal levou a empresa a um programa gigantesco de obras que não era capaz de realizar sozinha, o que nos levou de volta à importação de combustíveis, a obras atrasadas e a uma queda do valor das ações da Petrobrás. Como o governo se recusa a reajustar os preços dos combustíveis desde 2007, a situação atual é que a empresa importa gasolina a preços internacionais - que subiram muito nos últimos anos - e vende essa mesma gasolina a preços congelados no nível de 2007, perdendo dinheiro e pondo-a no vermelho.
Uma consequência imediata dessa situação é a asfixia e morte lenta do Programa Brasileiro de Álcool, produzido a partir da cana-de-açúcar. Esse é o melhor programa de energia renovável que surgiu no mundo nos últimos 20 anos. Sucede que, como o petróleo e derivados subiram de preço internacionalmente, os insumos utilizados na produção de álcool - como fertilizantes - subiram também. Hoje é mais caro produzir um litro de etanol do que cinco anos atrás. Impedir o reajuste do preço do álcool, de forma que ele possa competir favoravelmente com a gasolina, torna inviável a sua produção, que já caiu de 27 bilhões de litros por ano para 22 bilhões em 2012. Com a atual política de preços dos derivados de petróleo sofre a Petrobrás, com prejuízos crescentes, e sofrem os produtores de etanol, pondo em risco mais de 1 milhão de empregos que essa atividade agroindustrial privada criou.
Os três pilares da política energética do País - eletricidade, petróleo e etanol - estão, portanto, em crise, causada por políticas equivocadas do governo da União adotadas nos últimos anos.
Como pôde isso acontecer depois de um século de relativo sucesso?
A resposta é relativamente simples: uma mistura de política e incompetência.
A influência política revela-se de duas formas:
Um nacionalismo exacerbado na exploração do petróleo, afastando parcerias com empresas internacionais com competência na área de pesquisa e produção em águas profundas;
e uma obsessão pela ideia da "modicidade tarifária" no custo da eletricidade, que tenta baixar as tarifas quando esses custos são crescentes e diferenciados. Os leilões para contratação de energia elétrica são sempre realizados pelo menor preço, independentemente de onde e da forma como ela é produzida, o que é um contrassenso, da mesma forma que seria exigir que qualquer tipo de carne (filé mignon ou costela) tivesse o mesmo preço no mercado.
As demandas por modicidade tarifária originam-se nos setores industriais eletrointensivos, como o de alumínio, que desejam tarifas mais baixas, e em setores populistas do governo, que tentam tratar a energia elétrica como se fosse uma "Bolsa-Família".
Essa política levou o governo a baixar uma medida provisória fixando exigências para a prorrogação por mais 30 anos das concessões de exploração das usinas hidrelétricas como um meio de baixar as tarifas. Tal medida se propunha a eliminar o custo exagerado - na visão do governo - da geração, uma vez que os investimentos feitos pelas concessionárias já foram pagos. Todas as questões relativas a acertos de contas e compensações pela extinção das atuais concessões parecem ter sido levadas a efeito por técnicos alheios aos problemas reais do setor, como se pode ver, por exemplo, quando a Eletrobrás reivindica compensações de cerca de R$ 30 bilhões e o governo estima que ela só tem direito a R$ 13 bilhões.
Ao que tudo indica, enfrentamos no setor de energia uma situação parecida com a que levou o presidente da França Georges Benjamin Clemenceau, durante a 1.ª Guerra Mundial, a declarar que a guerra "é uma coisa demasiadamente grave para se deixar nas mãos dos militares" - no caso presente, dos tecnocratas do setor energético.
Seria preciso que setores mais amplos da sociedade fossem ouvidos a respeito dessas questões, um dos quais é o Conselho Superior de Política Energética - praticamente desativado nos últimos dez anos e que se tornou, na prática, um órgão de homologação de decisões do governo.
PROFESSOR EMÉRITO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP), FOI PRESIDENTE DA COMPANHIA ENERGÉTICA DE SÃO PAULO (CESP) E MEMBRO DO CONSELHO SUPERIOR DE POLÍTICA ENERGÉTICA (CSPE) 

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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Diplomacia e academia - Funag e Unifor em Fortaleza, Ceara'


Unifor debate temas da política externa
Diário do Nordeste, 01.12.2012

Encontro foi o primeiro realizado pela Funag em uma universidade fora do eixo Brasília - Rio de Janeiro

As Perspectivas de Multipolaridade, Meio Ambiente e Caminhos da Cooperação Academia-Diplomacia foram os temas discutidos, ontem, no segundo e último dia da Conferência sobre Relações Exteriores (Core), realizada na Universidade de Fortaleza (Unifor). O evento, que reuniu diplomatas, representantes governamentais e acadêmicos teve como objetivo debater os principais temas da política externa brasileira em 2012.

Entre os assuntos em discussão estiveram os megaeventos esportivos, a situação econômica internacional, os desafios da paz e segurança internacional, reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Na ocasião, foi apresentado o painel sobre os caminhos da cooperação da academia e diplomacia.

Conforme o coordenador do Núcleo de Estudos Internacionais da Unifor, professor Walber Muniz, o evento foi realizado com a ideia de aproximar os diplomatas das universidades visando uma melhor relação para o pensamento mais dinâmico nas questões que envolvem interesse nacional no trato da política externa brasileira.

Parceria
De acordo com ele, o evento foi organizado com muita seriedade e competência pela Fundação Edson Queiroz e Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), sendo a primeira conferência de relações exteriores realizada pela Funag em uma universidade de fora do eixo Brasília - Rio de Janeiro. "A Universidade de Fortaleza é pioneira nesse sentido. É uma experiência para que outras universidades sigam o exemplo e contribuam com esse novo pensamento do MRE (Ministério das Relações Exteriores) no aprofundamento de discussões sobre a política externa do Brasil nos tempos atuais", destacou.

Perguntar nao ofende: sera' que vai cair no ENADE de 2013?

Já que os companheiros sempre escolhem trechos significativos de algum evento corrente para ilustrar casos concretos que devem ser comentados pelos estudantes do secundário e do terceiro ciclo, que tal colocar este aqui?:

“Este processo criminal revela a face sombria daqueles que, no controle do aparelho de Estado, transformaram a cultura da transgressão em prática ordinária e desonesta de poder, como se o exercício das instituições da República pudesse ser degradado a uma função de mera satisfação instrumental de interesses governamentais e de desígnios pessoais. Esse quadro de anomalia revela as gravíssimas consequências que derivam dessa aliança profana, desse gesto infiel e indigno de agentes corruptores, públicos e privados, e de parlamentares corruptos, em comportamentos criminosos, devidamente comprovados, que só fazem desqualificar e desautorizar, perante as leis criminais do País, a atuação desses marginais do poder”.

Advocacia-Geral (e Particular) do PT? - Editorial Estadao

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A omissão da AGU

17 de dezembro de 2012 | 2h 08
O Estado de S.Paulo
Apesar de o Supremo Tribunal Federal ter concluído que houve desvio de dinheiro público no caso do mensalão, em pelo menos duas oportunidades a Advocacia-Geral da União (AGU) deixou de pedir, durante a tramitação das ações civis e penais impetradas contra os mensaleiros, que eles fossem obrigados a ressarcir integralmente ao Tesouro Nacional todos os prejuízos que causaram.
Nos dois casos, o órgão era chefiado por Luís Inácio Lucena Adams - advogado gaúcho que, com a ascensão do Partido dos Trabalhadores (PT) ao poder, em 2003, foi secretário executivo adjunto do Ministério do Planejamento e chefiou a Procuradoria da Fazenda Nacional.
A denúncia foi feita pelo jornal O Globo. O primeiro caso envolve o ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha (PT-SP), que foi acusado pela Procuradoria-Geral da República - e condenado pelo Supremo - de assinar um contrato de serviços com a empresa SMP&B, do empresário Marcos Valério, para "maquiar" o desvio de verbas do Legislativo.
O segundo caso envolve o ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, o empresário Marcos Valério e diretores do Banco Rural. Todos foram acusados - e também condenados - pelos crimes de improbidade administrativa, enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro. Os valores por eles desviados - mencionados nas ações cíveis e penais do mensalão - totalizam R$ 41 milhões.
Assim que concluiu a etapa das condenações dos mensaleiros, há duas semanas, o Supremo - como era esperado - iniciou a discussão sobre a recuperação dos recursos por eles desviados dos cofres públicos. Até o momento, a mais alta Corte do País já decidiu pela perda de bens do empresário Marcos Valério, para ressarcir o Tesouro pelo crime de lavagem de dinheiro. A proposta do decano da Corte, ministro Celso de Mello, é estabelecer um valor mínimo a ser ressarcido pelos demais réus - inclusive Dirceu, Genoino e Delúbio Soares.
Ex-promotor de Justiça, Mello afirmou, em plenário, que a AGU - o órgão encarregado de prestar assessoria jurídica à União e de defendê-la nos tribunais - não podia ter deixado de ingressar com medidas judiciais, durante o julgamento das ações do mensalão, para recuperar o dinheiro público desviado pelos mensaleiros. A mesma observação já foi feita pelo Ministério Público Federal.
A ação por improbidade administrativa, com pedido de ressarcimento dos prejuízos causados pelos réus do mensalão, foi impetrada em 2007. Quatro anos depois, a Procuradoria-Geral da República defendeu o ingresso da União no processo como polo ativo. Contudo, a AGU não tomou essa iniciativa. "Não se mostra pertinente o ingresso da União, seja pela ausência de elementos próprios a reforçar o quadro probatório, seja porque o interesse público já se encontra devidamente resguardado pela atuação do Ministério Público", justificou o órgão, em setembro de 2011.
Além disso, a Advocacia-Geral da União omitiu-se quando, na ação de improbidade administrativa aberta contra João Paulo Cunha, a Justiça exigiu que a União se posicionasse sobre seu interesse em atuar ao lado do Ministério Público. O órgão simplesmente não respondeu à intimação judicial. Em reportagem publicada pelo Globo, em novembro de 2011, sobre as dificuldades enfrentadas pela União para reaver o dinheiro público desviado pelos mensaleiros, a Advocacia-Geral da União afirmou que a reparação pecuniária já era objeto de ações propostas por procuradores federais. O órgão também alegou que "o ingresso da União (nas ações do mensalão ) poderia atrasar a tramitação do processo, impondo a necessidade de sua intimação em todos os atos processuais". E ainda disse que, por não ter havido "investigação por parte de outros órgãos de controle (como a Corregedoria-Geral da União e o Tribunal de Contas da União)", a União não teria "legitimidade" para atuar no caso.
A flagrante omissão da Advocacia-Geral da União mostra o risco que o País corre quando órgãos de Estado são aparelhados politicamente e deixam de zelar pelos interesses maiores da Nação.

Brasil e Brics: desafinidades eletivas?

Brasil não está aproveitando potencial do Brics para se projetar, afirma Rubens Barbosa

Ex-embaixador e presidente do Coscex da Fiesp, coordenou debates em seminário da Fiesp sobre influência brasileira no mundo
Alice Assunção, Agência Indusnet Fiesp
Há uma defasagem entre o que se espera do Brasil e o que o país está dando em contribuição, avaliou nesta terça-feira (10/12) o ex-embaixador e presidente do Conselho Superior do Comércio Exterior (Coscex) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Rubens Barbosa. Ele acredita que o país está perdendo oportunidade por não aproveitar o potencial para política externa do Brics – grupo de países emergentes formado por Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul.
Seminário Soft-Power. Rubens Barbosa. Foto: Everton Amaro
Rubens Barbosa: 'O setor privado pode participar desse esforço de projeção do Brasil no exterior'. Foto: Everton Amaro
“O Brasil é o país que mais tem a ganhar no Brics. Nós temos aspectos positivos, e aproveitar o grupo seria uma coisa muito importante como braço executivo da politica externa”, afirmou Barbosa, durante o seminário A Influência do Brasil no Sistema Internacional: Soft-Power, realizado em conjunto pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR) e a Fiesp, com o objetivo de avaliar a atuação do Brasil no cenário internacional.
“Há uma defasagem entre o que se espera do Brasil e o que país está dando em contribuição. Essa presença maior do Brasil exige uma visão de médio e longo prazo que, na minha percepção, nós não temos. E esse é um dos pontos importantes”, ressaltou o ex-embaixador.
Medidas
Barbosa recomendou algumas medidas que o Brasil pode tomar para fortalecer o seu soft-power, ou seja, sua capacidade de influenciar e persuadir por meio de seu poder de inspiração e atração, sem uso de força ou coação.
“A primeira questão que se coloca é a ampliação da coordenação entre o Itamaraty com o Ministério da Agricultura, com os ministérios da Fazenda, Ciências e Tecnologia, Educação, Cultura, para que ações setoriais sejam vistas como parte de uma politica coerente e consequente do governo brasileiro”, sugeriu.
Entre outras recomendações, Barbosa, que já foi embaixador do Brasil em Washington e Londres, alertou para a necessidade de criar um instituto brasileiro nas principais capitais do mundo para repercutir a marca do país.
Instituto Brasil
“Está chegando o momento de criar o Instituto Brasil, o qual faria um trabalho nos moldes do Instituto Cervantes, da Espanha, Confúcio, da China”, afirmou ele. “Baseados em algumas principais cidades, eles seriam caixa de repercussão da cultura brasileira. Nós temos arquitetura, artes, tem muita coisa que esses institutos poderiam desempenhar”, acrescentou.
Segundo Barbosa, o Brasil só vai conseguir melhorar sua presença na cena externa se houver o fortalecimento da Agência Brasileira de Cooperação, com recursos para colocar em prática decisões políticas, e do Departamento Cultura do Itamaraty.
O ex-embaixador defende ainda a criação de um departamento de diplomacia pública “para coordenação da política de divulgação do Brasil no exterior”, e uma abertura na atuação do setor privado na promoção do soft-power brasileiro.
“O setor privado pode participar desse esforço de projeção do Brasil no exterior. Há exemplos em países da África em que houve a participação do Senai. Poderíamos, junto com o governo, ampliar essa participação. É um fator importante porque representa também treinamento, assistência técnica para a indústria desses países”, concluiu.

 

A cultura (obsessiva) das armas nos EUA: excepcional!!!???

What makes America’s gun culture totally unique in the world, in four charts


The deadly shooting at Sandy Hook Elementary is provoking another heated round of the same conversation that the U.S. has after every mass shooting: is there something particular or unusual to our gun culture? The answer, based on this comparative data from the international Small Arms Survey, is that yes, American gun ownership rates are positively unparalleled.
These three charts show America’s gun ownership as compared to the rest of the world. In every chart, the U.S. is colored red so that it’s easy to spot. It’s also, you’ll notice, by far the highest number on every chart. This first chart shows the rate of privately owned guns per capita in every nation in the world, ranked from least to most.
Click to enlarge. Data source: Small Arms Survey (Max Fisher/Washington Post)
Americans don’t just have more guns that anyone else – 270 million privately held firearms. They also have the highest gun ownership per capita rate in the world, with an average of about nine guns for every 10 Americans. The second highest gun ownership rate in the world is Yemen; yes, Americans have nearly twice as many guns per person as do Yemenis, who live in a conflict-torn Arab nation still dealing with poverty, political unrest, a separatist Shia insurgency, an al-Qaeda branch, and the aftereffects of a 1994 civil war.
This next chart just shows the gun ownership per capita rate for the “developed” countries, or the members of the Organization for Economic Cooperation and Development (OECD). That basically means the world’s rich countries. Some of them, such as Switzerland and Finland, are actually among the highest-ranking countries in the world by gun ownership rates. But the U.S. is still way, way ahead. Keep this chart in mind the next time someone compares U.S. gun ownership to Switzerland or to Israel.
Israel has only 7.3 privately owned guns for every 100 people, which means that the American rate is 12 times as large. For comparison’s sake, Israel’s gun ownership rate is about 12 times that of Japan. That means that the difference between America and Israel, in terms of gun ownership per capita, is about the same as the difference between Israel and Japan, which has perhaps the strictest gun control regime in the world.
Click to enlarge. Data source: Small Arms Survey (Max Fisher/Washington Post)
This chart next shows the 10 countries with the highest per capita gun ownership rates in the world. It’s a pretty motley bunch. Recent war zones such as Yemen, Serbia, and Iraq are on there, but so are relatively developed (and peaceful) Switzerland, Finland, and Sweden. The fact that Swiss gun murder rates are much lower than Iraq’s are a reminder that, yes, there is a lot more to determining a national rate of gun-related homicides than just firearm ownership. Still, as we saw in a previous post, Switzerland also has an unusually high rate of gun-related murders. It’s not as high as America’s, but then again neither is their gun ownership rate.
Click to enlarge. Data source: Small Arms Survey (Max Fisher/Washington Post)
This last chart, just for kicks, shows the total number of privately owned guns for every country in the world. It’s not a perfect comparison because the U.S. is, of course, the third most populous nation on Earth. But it is worth noting this one effect of America’s unusually liberal gun laws, which contribute to its sky-high private ownership rate: there are a lot of guns in America. There are 270 million guns owned by American citizens, according to the survey data. The second-ranking country, India, a country over three times our population, has 46 million. And, as you can see from the data, the vast majority of the world’s countries have fewer 10 million guns held by its citizens.
Click to enlarge. Data source: Small Arms Survey (Max Fisher/Washington Post)
America’s gun-related murder rate is the highest in the developed world, excluding Mexico, where the ongoing drug war pushes the murder stats way up. The question of what causes the U.S. firearm-related homicide rate is a complicated one involving many variables, but it certainly seems plausible, especially the day after a knife attack in China injured 22 children but killed none, that one of those variables would be access to firearms. And, in this regard, America is truly exceptional.

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...