segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Protectionism, US style - Steven Malanga (The City Journal)


Storm of Protectionism
Steven Malanga
The City Journal, January 20. 2013


It’s time to repeal the Jones Act.
New York–area residents facing gasoline shortages in Hurricane Sandy’s aftermath must have wondered about the federal government’s announcement that it would suspend the Jones Act to ease long lines at the pump. Most of them had probably never heard of one of the most onerous pieces of protectionist legislation of the twentieth century. Still in force nearly 100 years after its passage, it exacts a significant toll on the economy.
Officially known as the Merchant Marine Act of 1920, the Jones Act requires that all goods and people moving by water from one American port to another travel on American-built, American-owned, American-manned ships. The act’s original proponents argued that it was essential to national security, since it helped preserve a maritime fleet that could support the country’s armed forces and supply the nation during wars. Over time, American shipping interests and powerful maritime unions also became fierce defenders of the act, believing that it protected American jobs. Their defense has largely succeeded. Only in emergencies like Hurricanes Katrina and Sandy does the federal government occasionally suspend the Jones Act to get goods flowing more quickly and cheaply. Those brief pauses reveal how much better the market would work without the act.
Like most protectionist legislation, the act costs more than it generates in economic activity. In a 1996 article in the Canadian Journal of Economics, four researchers (including two economists at the U.S. International Trade Commission) wrote that the act allowed “domestic shippers to charge rates substantially above comparable world prices,” reducing shipping by water in the United States and increasing the annual cost of goods by about $6 billion (in today’s dollars). Older studies, they recalled, estimated the cost as high as $10 billion (again, in today’s dollars). The act might save 15,000 jobs in the American shipping industry, but at a price that reduced national income by hundreds of thousands of dollars per job saved. The only trade restrictions worse for the American economy, the authors concluded, were limitations on textile and garment imports. Those “multi-fiber agreements,” in effect at the time of the economists’ study, have since expired.
The Jones Act has also long outlived its national-security rationale. In a 1991 article in Regulation, Rob Quartel, a commissioner at the Federal Maritime Commission, described how U.S. armed forces in the Gulf War moved massive amounts of matériel and personnel using their own ships and those controlled by NATO allies. Only six of the 59 ships that the military employed were Jones Act–subsidized vessels. As Quartel noted, the country’s merchant-marine fleet has continued to shrink, largely because the Jones Act has made American shippers globally uncompetitive. With a monopoly at home, why get better?
Growing evidence of the act’s cost and ineffectiveness has led to calls to rescind it. In 2003, Hawaii congressman Ed Case introduced legislation to free his state from the Jones Act, saying that it so limited competition among shippers serving the state that it had produced a “crippling drag on an already-challenged economy and the very quality of life in Hawaii.” The protectionist legislation, Case argued, “is just an anachronism: most of the world’s shipping is by way of an international merchant marine functioning in an open, competitive market. And those few U.S. flag cargo lines that remain have maneuvered the Jones Act to develop virtual monopolies over domestic cargo shipping.” Similarly, in 2010, Arizona senator John McCain introduced legislation to repeal the act, observing that it “hinders free trade and favors labor unions over consumers.”
These efforts have failed, mostly because of the power of maritime unions and shipping interests, which would rather preserve their hold on a narrow but uncompetitive slice of the marketplace than compete more forcefully around the world. Over the years, both Democratic and Republican presidential administrations have pledged their allegiance to the act in return for the support of the shipping cartel that benefits from it. The losers are American consumers and businesses. It shouldn’t take acts of God like Sandy to show us that the Jones Act should go.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Ministro do TST diz que sociedade brasileira e' racista

A propria trajetoria do Ministro desmente os seus dizeres.
Paulo Roberto de Almeida

Política
Sociedade brasileira é 'racista', afirma futuro presidente negro do TST
Para Carlos Alberto Reis de Paula, discriminação é 'uma questão cultural'. Ministro assumirá em 5 de março o comando da Justiça Trabalhista.
20/01/2013 12h43 - Atualizado em 20/01/2013 12h43

O ministro Carlos Alberto Reis de Paula, durante entrevista ao G1 em seu gabinete no TST (Foto: Fabiano Costa / G1)
Por Fabiano Costa
Do G1, em Brasília
Primeiro negro eleito para presidir o Tribunal Superior do Trabalho (TST), o ministro Carlos Alberto Reis de Paula qualifica a sociedade brasileira como "racista e discriminatória".
"É racista, discriminatória e usa de discriminação por um motivo muito simples: uma questão cultural", disse em entrevista ao G1 .
Reis de Paula assumirá o comando da Justiça trabalhista no próximo dia 5 de março, em um momento em que, também pela primeira vez, outro negro, Joaquim Barbosa , chefia a mais alta corte do país, o Supremo Tribunal Federal (STF).
Aos 68 anos – ele completa 69 anos em 26 de fevereiro –, o magistrado eleito por unanimidade para a presidência do TST revela que já foi alvo de racismo ao longo da vida, mas nunca foi discriminado no Judiciário. "Isso acontece, isso é o Brasil", disse.
O ministro se diz um defensor das políticas de cotas para o ingresso de negros nas universidades federais. Ele, no entanto, ressalta que é contra a implantação do sistema para o acesso ao serviço público. "O problema de cota não pode ser uma esmola. Cota é uma questão de justiça social", avalia.
Natural de Pedro Leopoldo (MG), município da regi ão metropolitana de Belo Horizonte, Reis de Paula foi o primeiro negro a ser indicado para um tribunal superior do país (o TST), em 1998. Mestre e doutor em direito constitucional pela Universidade Federal deMinas Gerais (UFMG), ele ingressou na magistratura, em 1979, como juiz do trabalho da 3ª Região (MG).

Casado pela segunda vez, Reis de Paula tem três filhas e cinco netos e é torcedor fanático do América mineiro. Atualmente, concilia as atribuições no tribunal trabalhista com o mandato de conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O ministro, porém, diz que deixará a vaga no CNJ assim que assumir a presidência do TST.
Leia abaixo os principais trechos da entrevista.
G1 – Há um simbolismo no fato de um negro assumir pela primeira vez o comando do Tribunal Superior do Trabalho no mesmo momento em que o Supremo Tribunal Federal também é presidido por um magistrado negro?
Carlos Alberto Reis de Paula – É uma coincidência da história, mas é lógico que é um fato simbólico. Só se as pessoas não quiserem ler os fatos. Posso fazer várias leituras. Primeiro, posso olhar para os negros e dizer: é possível chegar lá à custa de trabalho individual, muito empenho e dedicação. Sempre que vou a algum lugar elegante, fico pensando: o negro é exceção. Quantos empresários negros existem no Brasil? Quantos homens de dinheiro e poder existem no país?
G1 – O sr. acredita que os negros estão conseguindo conquistar mais espaço?
Reis de Paula – O Brasil ainda não teve um presidente da República negro. Tenho quase certeza de que vão cobrar muito mais do Joaquim [Barbosa, presidente do Supremo] e de mim do que dos outros. Terão muito menos benevolência nas críticas conosco. Não me assusto com isso. Vou viver minha vida com normalidade. Não quero fazer nada de extraordinário. Quero apenas fazer as coisas ordinárias de forma extraordinária.

G1 – O sr. já foi alvo de racismo?
Reis de Paula – Na minha carreira, não, mas na minha vida, sim. Isso acontece, isso é o Brasil. Mas aí você ascende ao cargo de ministro e ninguém mais o discrimina. Mas eu já fui sujeito de racismo.

G1 – Apesar da ascensão de negros a cargos importantes na estrutura da República, a sociedade brasileira ainda é racista?
Reis de Paula – É racista, discriminatória e usa de discriminação por um motivo muito simples: uma questão cultural. E o pior é que a sociedade não toma consciência porque isso está no seu subconsciente. A sociedade é racista. O fundamental é as pessoas tomarem consciência de que são racistas porque os fatos mostram isso. Espero que a minha gestão e a do Joaquim [Barbosa] mostrem que somos iguais aos demais e temos nossos valores.

G1 – Mesmo defensor das cotas raciais para acesso ao ensino superior, o sr. é contra as cotas para ingresso no serviço público. Por quê?
Reis de Paula – Sustento que devemos habilitar todos, sobretudo os negros, para que possam entrar na universidade, se qualificar e concorrer em igualdade com os outros. Mas essa visão não é apenas para negros, e sim para todos os que são discriminados. Pode ser também para índios e portadores de deficiências físicas. A partir do momento em que eu busco isso, não preciso mais reservar cotas. Não posso admitir cota para magistrado, por exemplo. A meu ver, essa é uma visão simplista. O problema de cota não pode ser uma esmola. Cota é uma questão de justiça social, é uma forma de reparar, mas não fazendo doações.
G1 – Empresários reclamam do suposto excesso de benefícios dos trabalhadores brasileiros. Segundo eles, esses direitos encarecem a mão de obra e, consequentemente, os produtos fabricados no país. Na sua avaliação, há exageros nas leis trabalhistas no Brasil?
Reis de Paula – Há um exagero na leitura dos fatos. Em cima do salário dos empregados, há várias incidências de tributos postas pelo governo. O empregado é que sai caro ou o governo é que faz o empregado sair caro? A primeira pergunta que temos de responder é essa. Um empregado brasileiro não é mais caro do que um empregado estrangeiro. O estrangeiro custa muito mais caro em poder de compra. Eu não trabalho com valores nominais. Quero saber é o que ele [empregado] compra com um salário mínimo de R$ 678. Esse é o raciocínio.

G1 – Durante seu mandato, a presidente Dilma Rousseff implementou políticas pontuais de desoneração da folha de pagamentos, que beneficiaram cerca de 40 segmentos da economia. Na sua avaliação, o governo federal deveria promover uma desoneração mais ampla nos encargos trabalhistas para estimular a economia?
Reis de Paula – Não sou eu que vou pensar sobre administração macroeconômica. Todas essas alterações tiveram uma conotação econômica, não foi trabalhista. Acho que as questões trabalhistas teriam de ser analisadas em primeiro lugar pelos governos. Essas questões pontuais resolvem conjuntura, não resolvem estrutura.
G1 – Justiça do Trabalho, Ministério Público e governo federal deveriam trabalhar articulados para tentar erradicar os trabalhos escravo e infantil?
Reis de Paula – Esse é um dos vexames do país. O índice [de trabalho escravo e infantil] reduziu por causa da influência da OIT [Organização Internacional do Trabalho], mas o patamar ainda é alto. Não sou eu quem fala. Consulte o Ministério do Trabalho. A OIT trabalha com um termo que eu considero muito digno, que é o de "trabalho decente". Esse termo envolve não só a segurança no trabalho, mas também o trabalho valorizado, devidamente remunerado, e em condições dignas e humanas, o que afasta o trabalho escravo e infantil. Devemos despertar a nossa consciência.

O ministro Carlos Alberto Reis de Paula, em seu gabinete no TST
G1 – O sr. é a favor da redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais sem diminuição de salário, bandeira histórica do movimento sindical?
Reis de Paula – Os sindicatos fazem muito charme com isso [a redução da jornada de trabalho], mas acho difícil passar no Congresso. Pergunto: 44 horas semanais é uma jornada de trabalho pesada? São discursos, temas de passeata de rua. Não está nesse ponto a solução das questões trabalhistas, isso eu lhe garanto categoricamente. Acho razoável a jornada de 44 horas semanais. Eu, por exemplo, trabalho muito mais do que isso.
G1 – O sr. pretende tomar alguma medida para acelerar a tramitação dos processos na Justiça trabalhista?
Reis de Paula – No Poder Judiciário, trabalhamos em cima de leis que não foram feitas por nós. Não sou legislador, não posso fazer nada contra a lei. Posso interpretá-la, de forma criativa, mas respeitando-a. Aí você me pergunta: demora? Demora. E por que demora? Porque a lei permite que demore. Eu sempre questiono: a quem interessa uma Justiça rápida no Brasil? Aos que não têm voz, costumo responder.
G1 – O sr. defende a regulamentação do direito de greve no serviço público?
Reis de Paula – A Constituição é de 5 de outubro de 1988. Ela já tem 24 anos. Direito de greve, para mim, decorre do trabalho. Vira e mexe, dizem: vamos regulamentar. Mas não passam de mobilizações. A vantagem de um direito sem regulamentação é que você faz o que quer. O problema é esse. A forma de descumprir a Constituição é se omitir.
G1 – Há carreiras públicas que estão extrapolando o direito de greve?
Reis de Paula – Os professores, por exemplo, têm direito de fazer greve, mas depois têm de compensar as aulas que não foram dadas. Por outro lado, o servidor público entra em greve e não compensa. Me conte um dia no Brasil que o Executivo tenha cortado o ponto de algum grevista ou servidor público.

G1 – O senhor vê restrições no meio jurídico aos magistrados da Justiça do Trabalho?
Reis de Paula – Quando eu estava na Faculdade de Direito da UFMG, dizia-se que a Justiça do Trabalho era uma justiça menor, de balcão de negócios. A verdade é que há maus olhares para a Justiça do Trabalho. O problema é que a Justiça do Trabalho não é conhecida. A sociedade não valoriza o trabalho. Se valorizasse, a Justiça do Trabalho seria extremamente valorizada no país. É um problema cultural.
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Terras: a velha paranoia brasileira contra estrangeiros

Os brasileiros são um povo paranoico, eu até diria ultraparanoico. Basta que estrangeiros comprem um pouco mais de terras e eles já começam a achar que os estrangeiros vão fugir com a terra embaixo do braço, em lugar de fazer como qualquer brasileiro: produzir para o mercado, e se preciso for, exportar 100% da produção...
Não há sentido em limitar a compra de terra por estrangeiros, sobretudo num país aberto e feito por imigrantes como o Brasil. Mas o nacionalismo atávico é mais forte...
Por pura estupidez...
Paulo Roberto de Almeida
Coluna Esplanada

Estrangeiros têm US$ 60 bilhões em terras no Brasil

Propriedades se concentram nas regiões Centro-Oeste e Norte e pertencem, em grande parte, a empresários da China e Oriente Médio

por Leandro Mazzini
fonte | A A A
Um relatório do Banco Central sobre investimentos no país, nas mãos da presidente Dilma, informa que estrangeiros já compraram US$ 60 bilhões em terras no Brasil. A maioria deles é de empresários da China e Oriente Médio. As propriedades adquiridas concentram-se nas regiões Centro-Oeste e Norte. A Agência Brasileira de Inteligência tem informes de que agora os chineses, para driblar eventual desconfiança sobre seus interesses, têm usado argentinos como ‘laranjas’.
Leandro Mazzini é escritor e jornalista
O Opinião e Notícia acrescenta: O Instituto Nacional de Colonização e de Reforma Agrária (Incra) constatou por meio de estudos que 0,6% dos imóveis rurais cadastrados no país estavam de posse de estrangeiros em 2007. O tamanho médio das propriedades estrangeiras é equivalente ao das nacionais.

Ciencia sem Fronteiras: para criar riquezas ou gerar deficit publico? - Editorial Estadao

Apesar do autor destas linhas pertencer a essa estranha tribo dos masturbadores sociais que são os sociólogos -- invoco em meu favor o fato de nunca ter registrado o título, e de jamais ter exercido a profissão, a não ser como professor, o que não credencia ninguém, pois como já disse um ex-presidente, quem sabe vai trabalhar, quem não sabe vai ensinar... -- eu jamais concordaria em dar bolsas fáceis para todos os adeptos das ditas humanidades, que carecem do mais humano sentimento da lógica elementar.
Os estudiosos e profissionais das chamadas hard sciences costumam produzir riquezas, sob a forma de patentes, inovações, processos e mecanismos produtivos. Os profissionais das humanidades costumam produzir déficit público.
Já o Ciência Sem Fronteiras me parece um programa de férias remuneradas, já que desvinculado de um processo de reaproveitamento dos bolsistas ao cabo de seu estágio no exterior, mas ainda assim pode-se considerar que os estudantes aprendem pelo menos a se expressar em outras línguas (pelo menos os 20% que não se dirige a países ibéricos e latino-americanos, que não possuem uma ciência superior à do Brasil), e até alguns rudimentos do que anda apontando na pesquisa de alguns países...
Mas e as ciências sociais, o que trariam de bom ao Brasil? Suspeito que muito pouca coisa, para não dizer nada...
Paulo Roberto de Almeida

O 'Ciência sem Fronteiras'

19 de janeiro de 2013 | 2h 03
Editorial O Estado de S.Paulo
 
Alegando que o governo tem o direito de estabelecer prioridades em matéria de financiamento ao ensino e à pesquisa, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 5.ª Região cassou a liminar concedida pela Justiça Federal do Ceará que determinava a inclusão de 20 cursos da área de ciências sociais no programa Ciência sem Fronteiras, beneficiando com isso estudantes de letras, sociologia, artes, publicidade e comunicação. Segundo o relator do processo no TRF, desembargador Manoel Erhardt, ao ampliar a abrangência desse programa - que concentra suas bolsas nas ciências exatas e biológicas, áreas nas quais o Brasil tem um grande déficit de profissionais qualificados -, a Justiça Federal cearense "comprometeu a filosofia" do Ciência sem Fronteiras".
A liminar suspensa pelo TRF da 5.ª Região havia sido concedida em dezembro a pedido do Ministério Público Federal, que acolheu uma reivindicação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Em sua 64.ª reunião, realizada em julho de 2012, a entidade reivindicou a concessão de bolsas para pesquisadores de ciências humanas, sob a justificativa de "aprimorar a área e fortalecer a política nacional de pós-graduação".
Em resposta, os ministros de Ciência e Tecnologia e de Educação alegaram que o déficit de engenheiros, médicos, biólogos, químicos e tecnólogos é um obstáculo para o desenvolvimento do País. "O problema não está na área de ciências sociais, mas, principalmente, nas de engenharias. Nas humanidades, o Brasil já tem uma expressão bastante grande", disse o ministro Aloizio Mercadante.
Embates judiciais e pressões corporativas têm sido um dos principais entraves para a modernização do sistema educacional e do sistema de fomento à pesquisa e qualificação do pessoal do ensino superior. Lançado há um ano, o Ciência sem Fronteiras prevê a concessão de 101 mil bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado no exterior.
As primeiras bolsas se destinaram a estudos nos Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, França e Itália, nas áreas de matemática, física, química e biologia. Os editais seguintes deram prioridade às engenharias e às ciências aplicadas, como nanotecnologia, biotecnologia, computação, tecnologia de comunicação, tecnologia mineral, petróleo, gás e carvão mineral.
O programa tem sido elogiado pela iniciativa privada, que há muito tempo reivindica mão de obra qualificada. O crescimento da economia, ainda que modesto no ano passado, agravou o problema do déficit de profissionais preparados no mercado de trabalho. Na área financeira, a escassez de engenheiros chegou a tal ponto que os bancos, as seguradoras e os fundos passaram a contratar profissionais recém-formados em matemática, física e ciências atuariais para trabalhar em atividades que normalmente são exercidas por especialistas em engenharia financeira, como análise de risco, modelagem, precificação e uso de plataformas de investimentos com base em algoritmos.
A comunidade acadêmica também recebeu bem o Ciência sem Fronteiras, apesar das reivindicações da área de ciências humanas e sociais para ser agraciada com bolsas de estudo no exterior. Por causa dessas pressões, as autoridades educacionais assumiram uma posição ambígua. Apesar de o TRF da 5.ª Região ter cassado a liminar que permitia a participação de universitários da área de ciências humanas e sociais no Ciência sem Fronteiras, as duas agências de fomento responsáveis pelo programa - a Capes e o CNPq - mantiveram as inscrições desses alunos. No entanto, não deixaram claro se, ao final do processo de avaliação dos currículos e dos projetos de pesquisa, eles receberão bolsas - o que pode levar a novos recursos nos tribunais.
O governo acertou ao lançar um programa que reduz a distância entre as universidades brasileiras e as estrangeiras mais conceituadas nas áreas de conhecimento estratégicas para o desenvolvimento do País. Contudo, pressões corporativas e a incerteza causada por decisões judiciais que alteram as regras do jogo podem comprometer o sucesso desse programa.

Ah, esses vis exploradores capitalistas, imperialistas, americanos arrogantes...

Um pouco como o funcionário público que deixa o paletó na cadeira para fingir que está trabalhando. Esse americano explorava a mão-de-obra chinesa em seu favor. Desse jeito os imperialistas ficam ricos: explorando os mais pobres e oprimidos...
Bem, mas se foram eles que inventaram tudo isso, como é que os chineses poderiam fazer, sem os perversos exploradores americanos? Qual mercado solicitaria suas competências?
Paulo Roberto de Almeida

Americano é flagrado terceirizando trabalho a chineses para passar o dia navegando na internet

  • Desenvolvedor de software deu a chineses acesso remoto ao seu computador na empresa em que trabalhava
  • Ele passava o dia assistindo a vídeos no Youtube e navegando em sites como Reddit, eBay e Facebook
  • O Globo, 18/01/2013 


RIO — Um desenvolvedor de software americano foi flagrado terceirizando seu trabalho diário para chineses só para passar o dia inteiro assistindo a vídeos de gatos no Youtube e caçando ofertas no eBay. O funcionário, identificado apenas como Bob, pagava um quinto do seu salário anual para uma empresa de Sheniang, na China, realizar suas tarefas.
A “malandragem” foi descoberta depois que a firma em que Bob trabalhava — uma grande empresa da área de infraestrutura cujo nome não foi revelado — notou atividade anômala em sua Rede Privada Virtual (VPN, na sigla em inglês) e encomendou uma investigação à operadora Verizon.
Redes VPN permitem que funcionários acessem de qualquer lugar suas estações de trabalho. Valendo-se dessa tecnologia, Bob deu acesso ao seu computador à companhia chinesa. Ele ainda enviou sua chave de segurança por FedEx ao país asiático para burlar a autenticação que sua empregadora utilizava.
Segundo a Verizon, Bob recebia centenas de milhares de dólares por ano no emprego, enquanto pagava apenas US$ 50 mil aos chineses.
Como publicou o site “The Next Web”, a investigação concluiu que o dia a dia de Bob obedecia ao seguinte cronograma: ele chegava às 9h e assistia a vídeos de felinos no Youtube e navegava no site de compartilhamento de links Reddit até as 11h30m, quando saia para almoçar. Às 13h era hora de procurar ofertas no eBay. Ao Facebook e ao LinkedIn ele dedicava duas horas e meia, entre 14h e 16h30m. Só então Bob fazia alguma coisa produtiva: enviava um relatório por e-mail ao seu chefe sobre as tarefas que “realizou”. Às 17h chegava ao fim seu duro dia de “trabalho”.
O serviço dos chineses era excelente, já que Bob era avaliado como um funcionário de ótimo desempenho e chegou a receber o título de melhor desenvolvedor da companhia, pois os códigos de computador que criava eram elegantes e eficientes.
O relatório da Verizon descreve Bob como um sujeito de família na casa dos 40 anos, quieto e inofensivo. Seu pecado mesmo era a preguiça, já que tinha todas as condições técnicas para realizar o seu trabalho, sendo versado em diversas linguagens de programação.
O caso foi descoberto em 2012 mas só veio a público esta semana. Bob já não trabalha mais na companhia.

Teologia da Prosperidade: os mais ricos baroes-ladroes da elite brasileira, os "pastores" evangelicos (espertos, claro...)

Melhor que encontrar petróleo, vender armas ou traficar drogas: tudo isso dá muito trabalho, requer muito investimento e sempre tem as chateações dos fenômenos naturais, dos governos, da fiscalização dos impostos e essas coisas aborrecidas.
Explorar os incautos, os idiotas e os ingênuos é muito melhor: basta um pouco de saliva, decorar vários versículos da Bíblia e o milagre está feito: o dinheiro corre como água direto da fonte para a sua conta bancária.
Os exploradores da ingenuidade alheia são, como diria Marx, o ópio do povo, os maiores traficantes das crendices dos mais simples, os aproveitadores dos sofrimentos dos desprovidos, os criminosos de gravata e Bíblia na mão.
Como diria Einstein, duas coisas são infinitas no mundo: o universo e a idiotice humana, e ele não estava seguro quanto à primeira. Ou como diria um bookmaker inglês: nunca, alguém perdeu dinheiro apostando na estupidez humana...
Os pastores estão aí para provar que tudo isso é verdade...
Paulo Roberto de Almeida
Forbes Magazine, 1/17/2013 @ 7:00PM |46,530 views

The Richest Pastors In Brazil

Português: Edir Macedo, durante a cerimônia de...
"Bishop" Edir Macedo, founder of the Universal Church of the Kingdom of God: Brazil's Richest pastor.
Religion has always been a profitable business. And if you happen to be a Brazilian evangelical preacher, chances of hitting a heavenly jackpot are actually pretty high these days. Even though Brazil remains the world’s largest Catholic country, with about 123.2 million of its population of approximately 191 million defining themselves as followers of the Vatican-based church, the latest census figures pointed to a strong decline among the ranks of Roman Catholics, who now account for 64.6% of the country’s population–down from 92% in 1970.
Meanwhile, the number of Protestant evangelicals has soared from 15.4% of Brazil’s population just a decade ago to 22.2%, or 42.3 million people. It’s likely that the downward trend for Catholicism will continue and it’s estimated that by 2030, Catholics will represent less than 50% of Brazilian churchgoers.
So why are evangelicals taking over Brazil’s religious scene?
One of the evangelicals’ most appealing qualities is their belief that material progress results from God’s favor. While Catholicism still preaches a very conservative look to an afterlife instead of earthly riches, evangelicals–especially the ‘neo-Pentecostal’ ones–are taught that it’s all right to be prosperous. This doctrine, known as ‘Prosperity Theology,’ is in the foundation of the most successful evangelical churches in Brazil.
IN PHOTOS: The World’s Billionaires
The value of material progress in Brazil’s evangelicalism is explicit and actively promoted. Aline Barros, a Grammy-award winning singer-turned-preacher who has over 900,000 followers on Twitter, puts it like this: “What have you done for the Kingdom of God? What have you produced for God? If you are alive, you’ve got the breath of life–produce!”
It seems to be working. As has been widely reported, Brazil has experienced a period of great economic growth over the past few years. The country’s economic success has not only lifted millions of Brazilians out of poverty, but it has also raised the expectations of a new lower-middle class–known as the ‘C Class.’ With the very rich and the very poor remaining staunchly Catholic, the majority of Protestant evangelicals in Brazil are in this category, and they have found in the religion a way of being thankful for their good fortune as well as an excuse to enjoy their new status in society without guilt.
In other words, they are eager to give back to the church, to perhaps bear some of the load. This has ended up turning some churches into highly lucrative businesses and making some leaders into multi-millionaires. It’s the so-called “Industry of Faith.”
Take “Bishop” Edir Macedo, for example. The founder and leader of the Universal Church of the Kingdom of God, which also has temples in the United States, Macedo is by far the richest pastor in Brazil, with a net worth estimated by several Brazilian business magazines* at $950 million (one government arm in Brazil estimates an even higher sum). He is continuously involved in scandals, mostly due to allegations that his organization had siphoned off billions of dollars of donations intended for charity. There have also been official charges of fraud and money laundering. Yet Macedo has managed to keep his flock of followers throughout the years.
One of the fathers of the modern Prosperity Theology, Macedo even spent eleven days in jail in 1992 due to charges of charlatanism. Macedo has denied all the accusations against him in Brazil, but he is still under prosecution by US authorities as well as Venezuelan authorities.
As an evangelical writer, he stands out with more than 10 million books sold, some of which are extremely critical of the Catholic Church and a number of Brazilian Afro-religions. His biggest move was in the late 1980s, when he acquired control of Rede Record, currently Brazil’s second largest broadcaster. His other assets include a newspaper, Folha Universal, which has a circulation of over 2.5 million in Brazil, a news channel, Record News, music label companies, state-of-the-art properties and a $45 million Bombardier Global Express XRS private jet. Macedo’s spokesperson said he would not comment on personal affairs.
IN PHOTOS: The World’s Richest Women
Following in Macedo’s footsteps is Valdemiro Santiago. A former preacher within the Universal Church of the Kingdom of God, he was reportedly expelled from the institution after some misunderstandings with its boss, of whom he was a protégé. That was enough for him to found his own church–the World Church of the Power of God, which has more than 900,000 followers and over 4,000 temples, many of which are adorned with images of him on billboards. He made headlines last year after reportedly dropping $45 million on a private jet identical to that of Macedo’s. Several Brazilian business magazines estimate his net worth at  $220 million. A call and email to Santiago’s church were not returned.
Then there’s Silas Malafaia, the leader of the Brazilian arm of the Assembly of God, Brazil’s biggest Pentecostal church. The most outspoken of his colleagues, Malafaia is constantly involved in controversies related to the gay community in Brazil, of which he proudly declares himself to be the biggest nemesis. The supporter of a law that could classify homosexualism as a disease in Brazil, Malafaia is also a prominent figure on Twitter, where he is followed by more than 440,000 users. In 2011, Malafaia–who’s worth an estimated $150 million according to several Brazilian business publications–launched a campaign called “The One Million Souls Club,” that aims to raise $500 million (R$ 1 billion) for his church in order to create a global television network that would be broadcast in 137 countries. Those interested in contributing to the campaign can donate sums starting at $500 (R$ 1,000), that can be paid in installments. In exchange, donors will receive a book.
Possibly the most active in multimedia among Brazilian preachers is the singer, composer and televangelist Romildo Ribeiro Soares, simply known as R.R. Soares. As the founder of the International Church of the Grace of God, Soares is one of the most regular faces on Brazilian TV. Another former member of the Universal Church of the Kingdom of God–he is the brother-in-law of Macedo–the self-entitled “missionary” Soares is said to be the humblest among his peers. His private jet–a King Air 350 — is worth a “modest” $5 million. Soares’ estimated net worth (also from several Brazilian business publications): $125 million.  Soares’ spokesperson did not return calls or emails.
The founders of the Reborn in Christ Church, “Apostle” Estevam Hernandes Filho and his wife, “Bishop” Sonia, oversee more than 1,000 churches in Brazil and abroad, including several in Florida. With a combined net worth estimated at $65 million by several Brazilian business magazines, the couple made international headlines in 2007 when they were arrested in Miami, accused of carrying more than $56,000 in undeclared cash. Some of the money had been stuffed between the pages of their Bibles, according to U.S. customs agents who detained the couple at the Miamiairport. They were returned to Brazil a year later. They are also still under prosecution in Brazil for a number of other crimes, including for the collapse of ceiling at one of their temples, which caused 9 deaths.
The arrest and allegations in Brazil of systematic embezzlement have resonated loudly. In December 2010, Brazilian soccer star Kaka, who was friends with the Hernandes couple and a member of their church, left the institution, reportedly because of their leadership mishandling of money. Kaka had reportedly donated more than $1 million (R$ 2 million) to the church during the time he was one of its most well known members. A spokesperson for the Hernandes couple did not respond to emails and phone calls.
Becoming an evangelical preacher in Brazil is the dream of many young people across the country. Contrary to more traditional protestant churches that require their pastors to have at least a masters degree, the neo-Pentecostal churches such as the Universal Church of the Kingdom of God offer intensive courses to “create” pastors for as much a little as $350 ( R$ 700) for a few days of classes. It’s not only about money (Malafaia pays up to $11,000 per month to the most talented members of his pastor’s crew, according to Veja SP magazine), but also about power.
Many Brazilian pastors have been given diplomatic passports in the past few years. Some, especially those who lead big churches, are courted by politicians at election time, not to mention that as in many countries around the globe, churches are exempt of taxes in Brazil, which can sometimes create a very convenient loophole.
As the Bible says, faith moves mountains. And money, too.

*Estimates for net worths were based on numbers reported by Brazil’s Public Ministry of the Union and Federal Police, as well as estimates of the value of each pastor’s private holdings, as reported by Brazilian media, including magazines Veja, Exame, IstoÉ, IstoÉ Dinheiro and newspapers Folha de S. Paulo, O Globo and O Estado de S. Paulo.

O Banco Central rouba o seu dinheiro, caro leitor...

Só posso chegar a esta conclusão: o Copom, que estatutariamente deveria lutar pela inflação a mais baixa possível, está promovendo a inflação, e retirando o seu poder de compra, meu caro leitor.
Em qualquer país civilizado, um presidente de Banco Central que garantisse, como garantiu o atual presidente do BC, em setembro de 2011, entregar uma taxa de inflação dentro da meta, e que não o fizesse, seria demitido sumariamente pelo parlamento. Mas o nosso Congresso, na verdade, é cúmplice da inflação alta, pois os congressistas também acreditam que é melhor um pouco de inflação para se ter maior crescimento e menos desemprego. Pois acabam colhendo maior inflação e menor crescimento, sem que isso beneficie a população, quer empregada quer a desempregada.
Infelizmente, estamos entregues a um bando de amadores economistas que se acreditam desenvolvimentistas, e que só conseguem ser estagnacionistas...
Paulo Roberto de Almeida 
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O novo Copom opta pelo desenvolvimentismo

18 de janeiro de 2013
Editorial O Estado de S.Paulo
Se ainda existissem dúvidas a respeito de uma mudança de 180° nas opções do Comitê de Política Monetária (Copom), desaparecem com a leitura do comunicado da reunião que, anteontem, manteve a taxa Selic em 7,25%.
O texto merece ser reproduzido em parte: "Considerando o balanço de riscos para a inflação que apresenta piora no curto prazo, a recuperação da atividade doméstica menos intensa do que o esperado e a complexidade que ainda envolve o ambiente internacional, o Comitê entende que a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta". No passado, diante de uma piora do risco de inflação, o Copom anterior não recearia em elevar a taxa de juros básica. Hoje, em nome do desenvolvimento, opta por manter essa taxa para permitir um clima favorável à retomada do crescimento econômico.
Não faltarão economistas para ir buscar o exemplo dos EUA, ou da União Europeia, para justificar essa mudança da política monetária. Ocorre que, nessas duas regiões, é preciso aumentar a demanda doméstica para dar impulso à indústria, que está com capacidade de produção não utilizada. No Brasil, a situação é muito diferente: a demanda doméstica é "robusta", como gosta de assinalar o Banco Central, enquanto nossa indústria, sem a competitividade necessária, prefere importar os componentes dos produtos que oferece. Esse descasamento entre a demanda e a oferta foi sempre considerado, até agora, um foco de inflação, que exige conter o crescimento da demanda doméstica para, num primeiro tempo, modernizar a indústria e elevar sua competitividade, que lhe permitirá conquistar fatias do consumo doméstico em outros países.
O Copom atual comunga com uma visão totalmente diversa, menosprezando o fato de que a inflação sempre traz embutido um mecanismo que a autoalimenta e que é necessário contê-la o mais cedo possível, para evitar que sua disseminação comece a contagiar todos os preços da economia.
Na economia brasileira atual, só um fator pode realmente contribuir para reduzir os preços: os investimentos na infraestrutura. Eles adicionam valor à produção nacional, na medida em que o País disponha de um sistema de estradas rodoviárias capaz de reduzir o custo do transporte - custo que se torna ainda menor quando é possível utilizar ferrovias e vias fluviais que cheguem a portos marítimos bem equipados.

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