sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

E agora, a miseria politica brasileira - Reinaldo Azevedo

Já disse várias vezes e repito aqui: o Brasil não é tão atrasado materialmente, quanto o é mentalmente. Claro, não o Brasil brasileiro, pois ele é o que é, com suas virtudes e deficiências que todos conhecemos. Eu me refiro à suposta elite do país, seus políticos, seus acadêmicos, até seus capitalistas. O que vejo me desola: só constato mediocridades, infelizmente. 
Queremos ver o Brasil avançar?
Sinto muito, mas vai demorar um bocado...
Paulo Roberto de Almeida 

Direita já!

Reinaldo Azevedo
Folha de S.Paulo, 06/12/2013 
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Atentemos para o país que está à volta da Papuda, ou acabaremos reféns daquele Nosferatu, o morto-vivo que insiste em roubar nosso vigor, nosso tempo e o espaço do colunista. Por mim, ele trabalharia é no "Hotel Califórnia", o da lendária música dos Eagles, onde se pode entrar, mas não sair. Mas nada de certos aromas densos... Quem não conhece a canção tem agora a chance. Essa é do baú. Coisa de velho, meninos! Adiante.

O autor destas mal traçadas ficará feliz se estiver errado. Avalia que a presidente Dilma Rousseff vai se reeleger no ano que vem. Como não vê vantagem em confundir seu gosto pessoal (não votará nela de jeito nenhum!) com os fatos, escreve o que acha. A razão de seu realismo, nunca de seu desencanto, é que não acredita em candidatura de oposição sem valores de oposição.

Segundo pesquisa Datafolha, publicada por esta Folha no domingo, no cenário mais provável, se a disputa fosse hoje, Dilma seria reeleita no primeiro turno, com 47% dos votos. Aécio Neves ficaria em segundo, com 19%. Em terceiro, viria Eduardo Campos, com 11%. Há, como sempre, tempo o bastante para o inesperado, mas ele é insuficiente para plasmar uma nova esperança.

Que nova esperança? Em todo o mundo democrático, pobre ou rico, partidos da direita democrática, mais conservadores ou menos, disputam o poder e são bem-sucedidos. Depois de algum tempo, perdem para os "progressistas", que serão apeados mais adiante. A democracia não é finalista. Seu fim é uma economia dos meios. É modorrenta e fria. Política quente resulta em guilhotina, linchamento, suicídio, paredão ou condenação ao atraso eterno. A democracia é o regime dos homens aborrecidos. Também é coisa de velho. Por que nós a queremos? Para mantê-la.

O Brasil insiste em ser a exceção. A elite intelectual e a imprensa não sabem ou fingem não saber --pouco importa se é burrice ou má-fé-- a diferença entre direita democrática e extrema direita. Sufocam o debate com sua ignorância bem-intencionada, com sua má-fé ignorante e, às vezes, até com seu humor iletrado.

Extrema-esquerda e esquerda divergem nos métodos, não na ambição de subordinar a sociedade a um ente de razão que, num primeiro momento, a domine e, depois, a substitua, pouco importando se pensam num partido ou num conselho de sábios. Já a extrema direita é o avesso da direita democrática; a diferença é de essência, não de grau, como já demonstrou Olavo de Carvalho. Isso é história, não opinião. Procurem os respectivos manifestos dos vários fascismos do século passado. Seu verdadeiro inimigo é o liberalismo, não o comunismo, no qual os fascistas sempre reconheceram o queixo de papai... "Direita", no entanto, virou palavrão no Brasil. Na academia, o liberalismo é tratado como sinônimo de exclusão social.

Ocorre que a maioria da população, já evidenciou o Datafolha, se identifica mais com valores ditos de "direita" do que de "esquerda". Mas inexistem por aqui os republicanos, os conservadores ou os democratas-cristãos. As referências de progresso social e político de alguns dos nossos intelectuais não são os EUA, a Grã-Bretanha ou a Alemanha, mas a Venezuela, o Equador e Cuba.

Há muito tempo a oposição é prisioneira dessa falácia e não só evita o confronto de valores como aceita que o PT seja o seu juiz ideológico. Ao disputar o poder, perde-se num administrativismo etéreo. Alguns cronistas, achando que a rendição é insuficiente, recomendam-lhe que vá ainda mais para a esquerda e tente tomar do PT a bandeira do distributivismo da pobreza. Seria seu último suspiro.

"Você reclama do quê? O modelo funciona!" Quem dera! Teríamos ao menos uma escola melhor do que a do Cazaquistão. Mas ela é pior.
Direita já! Em nome do futuro.

twitter.com/reinaldoazevedo

reinaldo azevedo

Reinaldo Azevedo, jornalista, é colunista da Folha e autor de um blog na revista "Veja". Escreveu, entre outros livros, "Contra o Consenso" (ed. Barracuda), "O País dos Petralhas" (ed. Record) e "Máximas de um País Mínimo" (ed. Record). Escreve às sextas-feiras.

Pisa-Ocde: a miseria educacional brasileira, maior do que se imaginava...



Ciência é a pior área entre alunos brasileiros


País não avançou em três anos no Pisa


Ciências é a matéria em que os alunos brasileiros estão mais defasados em relação aos outros países, aponta o Pisa, exame internacional de estudantes.

Essa é a disciplina em que o país tem seu pior desempenho (59º entre 65 países). E ainda não obteve avanço nos últimos três anos (2009-2012). Em matemática, o Brasil foi o 58º; em leitura, 55º.

Os alunos avaliados, das redes pública e privada, têm entre 15 e 16 anos (ensino médio). Os dados foram divulgados anteontem pela OCDE, organização de países desenvolvidos que aplica a prova. Entre os seis níveis em que os alunos são distribuídos, o Brasil teve apenas 0,3% nos dois mais elevados em ciências. A média dos países desenvolvidos foi de 8,4%.

A maioria dos estudantes brasileiros ficou nos dois patamares mais baixos. Não souberam, por exemplo, explicar por que crianças e idosos são públicos prioritários na vacinação contra a gripe (a resposta é porque eles têm menos resistência ao vírus).

Para a diretora-executiva da ONG Todos pela Educação, Priscila Cruz, um dos motivos que podem explicar o baixo desempenho em ciências é a falta de ênfase no problema dessa disciplina. Em matemática, diz ela, as dificuldades foram notadas há mais tempo e, por isso, as médias têm aumentado.

A carência de laboratórios, o ensino muito teórico e a baixa atratividade da carreira docente são os fatores apontados pelo físico Luiz Davidovich, da diretoria da Academia Brasileira de Ciências.

"Há exceções, mas, de forma geral, não há estímulo à curiosidade, à criatividade."

(Folha de S.Paulo)

Dois em três alunos no Brasil não sabem frações e porcentagens


Resultado do Pisa 2012 mostrou que estudantes brasileiros de 15 anos também demonstram dificuldade em entender gráficos simples


Dois em cada três estudantes de 15 anos no Brasil não sabem trabalhar operações matemáticas simples como frações, porcentagem e relações proporcionais. Esse é um dos resultados do Pisa 2012, divulgado nesta terça-feira (04) pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE). Apesar de ser um dos países que mais apresentou avanços na matéria na última década, o Brasil ainda ocupa a 57ª posição dentre 65 nações avaliadas, com 391 pontos. No topo da tabela, a província chinesa de Xangai, aos 613 pontos.

Para comparar o desempenho de diversos sistemas de ensino pelo mundo, a OCDE determinou critérios comuns a serem avaliados, porém balanceados segundo a formação sócio-econômica dos participantes. A parte de Matemática, que foi o foco da prova do Pisa 2012, quis medir a capacidade dos estudantes para formular, empregar e interpretar a matemática em uma variedade de contextos do dia a dia, na resolução de problemas. Por isso, para os avaliadores, não basta que um aluno saiba somar e dividir, por exemplo, mas sim colocá-los em prática.

A partir da pontuação na prova, a OCDE estabeleceu seis níveis de rendimento, onde o seis é o nível máximo de conhecimento. No Brasil, mais de dois terços dos quase 20 mil estudantes que fizeram a prova ficaram na faixa que vai até o nível dois, ou seja, bem abaixo na tabela. Nesse nível, eles conseguem interpretar e reconhecer situações em contextos que exigem apenas a inferência direta, além de fazerem interpretação literal dos resultados. Mas para por aí. Mais de 65% dos estudantes brasileiros não conseguem analisar um gráfico ou uma situação do cotidiano e traduzir o problema para modelos matemáticos.

Como exemplo para explicar sua metodologia, a OCDE mostrou uma questão da prova de Matemática onde o aluno se depara um gráfico em plano cartesiano contendo quatro grupos de rock, segundo a quantidade de CDs vendidos por mês. A partir daí, foi pedido para que o aluno identificasse em qual mês uma determinada banda vendeu mais discos do que outra, tarefa considerada complexa para muitos dos brasileiros.

Para o diretor-adjunto do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), Cláudio Landim, o Brasil tem o que comemorar, sobretudo na parte mais baixa da tabela, os 10% piores, que melhoraram 100 pontos de 2003 a 2012. No entanto, Landim reconheceu que o país vive ainda uma situação "precária":

- Não saber usar frações ou porcentagens é cada vez mais grave, pois vivemos num mundo tecnológico, onde dominar essa operações é cada vez mais imperativo - argumenta o diretor do Impa.

Cláudio Landim também ressaltou que grande parte da dificuldade dos alunos em entender gráficos simples ou tabelas vem da deficiência em Leitura, outra área analisada pelo Pisa:

- Quando participamos da Olimpíada Brasileira de Matemática, percebemos que a dificuldade do aluno é compreender o que está sendo perguntado. É compreensão do texto, puramente isso. Uma grande parcela não consegue responder porque não entende o que está lendo. A compreensão textual tem impacto significativo na Matemática.

Com 391 pontos em Matemática, o Brasil ficou abaixo de vizinhos como o Chile, e de outros emergentes como a Turquia, 44ª no ranking, aos 448 pontos. Como para a OCDE, 41 pontos na tabela equivaleria a um ano de estudo formal, os alunos brasileiros teriam que estudar um ano a mais para alcançar o nível de seus colegas turcos, ou quase três anos para se aproximarem do nível do Vietnã, que ficou em 17º lugar, com 511 pontos. Já se a comparação for com os estudantes de Xangai, líderes na prova, o Brasil deveria recuperar cinco anos de atraso.

Preocupação na indústria
O desempenho do Brasil foi considerado preocupante pelo gerente-executivo de Estudo e Prospectiva da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Luiz Caruso. Segundo ele, as baixas na educação desses jovens podem impactar sobre o desenvolvimento da indústria no país.
- Quando estiverem no mercado de trabalho, eles terão mais dificuldade para absorver e trabalhar com novas tecnologias, o que impacta diretamente a produtividade e a competitividade do país. Sem uma educação básica de boa qualidade, a gente não tem cidadão e nem um bom trabalhador - avalia Caruso.

De acordo com Caruso, a realidade também merece atenção, se levado em consideração as oportunidades em educação profissionalizante, que vêm recebendo investimentos do governo:

- É difícil trabalhar com esses jovens, pois a educação profissional requer maior grau de complexidade. E como os jovens apresentam defasagem em disciplinas básicas como matemática e português, acaba sendo necessário sanar essas dificuldades durante o ensino médio, ocupando uma parte da carga horária que poderia ser destinada a fins mais específicos - afirma.

(Leonardo Vieira/O Globo)

As reações ao Pisa


Editorial do Estado de S.Paulo sobre o resultado do programa


Tão importante quanto os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), que mostraram como Xangai, Hong Kong, Cingapura e Coreia do Sul estão colhendo dividendos de seus investimentos na área da educação, por considerá-la decisiva para o desenvolvimento econômico da região, foram as reações dos demais países avaliados. Em alguns, como o Chile, que ficou em 51.º lugar em matemática e em 46.º em ciências, as autoridades educacionais pediram desculpas aos estudantes.

Em países como a Finlândia e a Alemanha, que ocuparam as primeiras posições nas edições anteriores do Pisa, a perda da liderança para os países asiáticos deflagrou acirradas polêmicas. Como o desempenho da economia finlandesa e da alemã é condicionado por sua capacidade de inovação tecnológica, as autoridades econômicas não esconderam o temor de que os resultados negativos do Pisa de 2012 afetem o desenvolvimento futuro dos dois países. O mesmo ocorreu nos Estados Unidos, cujos estudantes ficaram abaixo da média alcançada pelos países da OCDE. A maior economia do planeta não conseguiu ficar nem mesmo entre os 20 primeiros lugares no ranking de matemática e ciência. Pedagogos americanos lembraram que os estudantes dos países orientais se destacaram não só em matemática e ciências, mas, igualmente, em leitura. E também conseguiram exceder as informações aprendidas em sala de aula, usando o conhecimento com criatividade para lidar com problemas cotidianos.

Jornais americanos lembraram que essa habilidade era, até agora, associada ao modelo de ensino do Ocidente. Mostraram que os países asiáticos estabeleceram metas altas para sua rede escolar e indicaram os melhores professores para as salas de aula mais desafiadoras e os diretores mais competentes para as escolas mais problemáticas. Em editorial, o Wall Street Journal advertiu que os Estados Unidos estão correndo o risco de perder a liderança mundial no campo científico.

No Brasil, as reações foram diferentes. Preocupada com as dificuldades que os adolescentes terão para absorver tecnologia quando entrarem no mercado de trabalho, a Confederação Nacional da Indústria advertiu para o risco de perda de produtividade e competitividade do País por causa da má qualidade do ensino básico. Já o ministro da Educação, relevando o 58.º lugar ocupado pelo Brasil entre os 65 países, converteu o aumento da média dos estudantes brasileiros em matemática - de 356 pontos, no Pisa de 2003, para 391 pontos, em 2012 - em motivo de ufanismo. "Fomos o país em que os estudantes mais evoluíram, na década. Quando olhamos o filme, somos o primeiro da sala", disse Aloizio Mercadante.

Mas não há motivo para euforia. O avanço brasileiro partiu de um patamar muito baixo. "Como comemorar os pontos ganhos no Pisa de 2012, se o aumento na pontuação se deu com maior força entre os piores alunos, cuja nota média em 2003 equivalia a zero e hoje, dez anos depois, esse mesmo grupo ainda não é capaz de ler uma única informação em um gráfico de barras?", indaga Paula Louzano, da Faculdade de Educação da USP. É que apenas 0,8% dos estudantes brasileiros teve notas compatíveis com os níveis 5 e 6 da escala do Pisa, que identificam as competências para resolver questões mais complexas.

Por conveniência política, o ministro deixou de lado o fato de que 70% dos participantes brasileiros do Pisa de 2012 não ultrapassaram o nível 1 da escala de habilidade em matemática, que identifica a capacidade de resolver questões simples. Esses alunos não sabem, por exemplo, usar informações de uma tabela ou gráfico para calcular uma média ou tendência.

A prosperidade dos indivíduos, o sucesso das empresas e a riqueza das nações dependem dos investimentos em educação. A reação de muitos países desenvolvidos à sua queda no ranking do Pisa de 2012 mostra que eles sabem disso e que tomarão providências urgentes para voltar a disputar a liderança com os países orientais nas próximas edições do Pisa. Já no Brasil, onde a educação tem sido entregue a políticos profissionais, reações ufanistas dificilmente conseguirão levar essa área estratégica a dar um salto de qualidade.

(O Estado de S. Paulo)

OMC-Bali: nuestros hermanos e os aliados estrategicos, sabotando a conferencia

Índia consegue apoio da África do Sul e dos 'bolivarianos' na OMC
RAQUEL LANDIM
Folha de S. Paulo, 5/12/2013

Antes isolada nas negociações da Organização Mundial de Comércio (OMC), a Índia conquistou apoio de África do Sul, Namíbia, Zimbábue e dos países "bolivarianos": Venezuela, Cuba, Bolívia e Equador.

Em reunião realizada nesta quarta-feira (4) à tarde para tentar superar o impasse que ameaça de fracasso a conferência ministerial da OMC, esses países defenderam a demanda indiana de garantir o direito dos países pobres subsidiarem seus agricultores em programas de segurança alimentar.

A Argentina também demonstrou desconforto com o acordo de liberalização do comércio em discussão em Bali, mas por outro motivo. Os argentinos querem um compromisso concreto dos países em acabar com os subsídios à exportação de produtos agrícolas.

ACORDO DESBALANCEADO

No total, nove dos 55 países que participaram do encontro informal convocado pelo diretor geral da OMC, Roberto Azevêdo, afirmaram que o esboço do acordo costurado nas negociações prévias em Genebra está "desbalanceado".

Eles reclamaram que os países pobres serão obrigados a investir para desburocratizar suas aduanas e fronteiras, enquanto os ricos não estão fazendo o suficiente no outro braço da negociação, a agricultura.

Na OMC, as decisões são tomados por consenso, portanto, basta um país ser contra para acabar com o acordo. Desse grupo, apenas a Índia teria peso político para tomar essa decisão sozinha. No entanto, o apoio dos demais reforça a posição indiana.

Segundo apurou a Folha, Paquistão e Uruguai foram explicitamente contra a demanda indiana de uma "cláusula de paz" que permaneça até que seja encontrada uma solução para adequar os programas de segurança alimentar às regras multilaterais.

Para os uruguaios, a "trégua" precisa ter um prazo, porque senão se torna um "cheque em branco" para subsidiar. Os paquistaneses temem que o vizinho acabe exportando seus estoques de alimentos, deprimindo os preços pagos aos produtores agrícolas da região.

No encontro privado entre os ministros, os indianos mantiveram a mesma posição intransigente que demonstraram na reunião plenária de manhã. "A segurança alimentar não é negociável", disse Ahmad Sharma, ministro do Comércio da Índia.

Por enquanto, a Índia não colocou na mesa as "garantias" de que seus programas de segurança alimentar não vão distorcer o comércio mundial, conforme sinalizou na terça-feira (3) a brasileiros e sul-africanos. Eles podem se comprometer, por exemplo, a não exportar produtos destinados aos estoques de alimentos.

Já os Estados Unidos, que exigem um prazo de quatro anos para a "cláusula de paz", estão demonstrando mais flexibilidade. Eles reiteram que já cederam muito, mas abandonaram a postura de que "não mudariam uma linha" no acordo fechado em Genebra. Eles agora dizem que "não vão deixar de chegar a um acordo se houver algo razoável na mesa".

O Brasil assumiu o papel de mediador do acordo de Bali. Nesta quarta-feira (4), o chanceler Luiz Alberto Figueiredo esteve reunido com os ministros de Índia, África e com o diretor geral, Roberto Azevêdo. Um pouco antes, teve um encontro com o representante comercial dos Estados Unidos, Michael Froman. "Nós enfatizamos que estamos preparados para aceitar o pacote de Bali", disse Figueiredo.

NAS MÃOS DO DIRETOR GERAL

A medida que o tempo passa, aumenta a pressão dos países para que Azevêdo coloque na mesa de negociação um texto próprio para tentar alcançar o consenso. Mais de 30 países fizeram esse pedido ao diretor geral. "Chegou o momento do diretor geral apresentar um texto de aterrissagem. Conte conosco", disse o representante do Chile.

Pelo novo ritmo que imprimiu as negociações na OMC, Azevêdo tem bastante credibilidade para "colocar um papel na mesa", apesar do pouco tempo no cargo. Mas ele ainda não decidiu o que fazer. Todos os ex-diretores gerais que tomaram esse risco fracassaram, incluindo o francês, Pascal Lamy.


Em meio a sua mais grave crise, a OMC ganhou nesta quarta-feira um integrante. O Iêmen se tornou o 160º membro da entidade.

PISA-OCDE: a America Latina aprofunda sua miseria educacional, enquanto a Asia...

Bem, outro dia eu li uma carta de um leitor americano do New York Times, indignado com os resultados de Xangai, dizendo que os chineses estão trapaceando os resultados, já que se fizessem a média para toda a China, com os rurícolas menos afortunados nos estudos apresentando resultados muito baixos, o país também se situaria em patamares muito inferiores aos de Xangai, o primeiro lugar no PISA da OCDE.
Certamente.
Mas, pensei comigo mesmo: se cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, ou Buenos Aires fizessem avaliações separadas -- o que esses países têm o pleno direito de fazer -- aposto como os resultados seriam apenas um pouco superiores às médias nacionais respectivas, e ficariam muito abaixo de Xangai, que continuaria, portanto, em primeiro lugar da lista.
O fato é este: nossa educação não é só mediocre, ela é muito pior do que vocês podem imaginar, e vai continuar se deteriorando, graças às saúvas freireanas que dominam o MEC dinossauro e aos companheiros que controlam a educação brasileira. Estamos simplesmente retrocedendo, e vai continuar assim, em todos os níveis, do pré-primário ao pós-doc.
Nada poderá salvar a educação brasileira da mediocridade crescente, ao que se acrescenta a estupidez dos companheiros em matéria de padrões educacionais.
Paulo Roberto de Almeida

El informe PISA pone a América Latina de cara a la pared
Por Ana Mengotti
EFE, 5/12/2013

Bogotá - La última evaluación de la OCDE sobre el estado de la educación en el mundo pone de cara a la pared a los países latinoamericanos analizados y muestra que la bonanza económica no ha tenido su correlato educativo.

Aunque solo ocho países de la región están entre los evaluados en el informe PISA 2012, son lo suficientemente representativos como para generalizar sus preocupantes resultados, que muestran que a la educación no se le da en América Latina la relevancia que tiene.

La célebre frase "es la economía, estúpido", que se le atribuye a un asesor de Bill Clinton en la campaña electoral de 1992 para marcar lo verdaderamente importante, bien podría cambiarse en este caso por "es la educación, estúpidos".

A tenor de los resultados de PISA, los países de América Latina no han aprovechado el crecimiento económico ni la estabilidad política de los últimos años para dar un salto cualitativo en materia de educación, lo que sí han hecho los países asiáticos, que ocupan los primeros puestos de la tabla.

Argentina, Brasil, Colombia, Costa Rica, Chile, México, Perú y Uruguay están al final de la lista de los 65 países que participaron en este examen para evaluar los conocimientos en matemáticas, lenguaje y ciencias de los alumnos de 15 años.

El mejor situado de los ocho, en el puesto 51, es Chile, donde el tema educativo ha estado en el centro de la atención debido a las protestas estudiantiles en demanda de una educación gratuita y de calidad, y el peor, Perú, el último de la lista, en el puesto 65.

Entre uno y otro están México (53), Uruguay (55), Costa Rica (56), Brasil (58), Argentina (59) y Colombia (62), todos ellos con puntuaciones por debajo del promedio.

En la anterior prueba Pisa (Programa Internacional de Evaluación Estudiantil), dada a conocer en 2010, fueron evaluados los mismos países latinoamericanos salvo que en lugar de Costa Rica estuvo Panamá y los resultados fueron por el estilo a los de 2012.

La prueba promovida por la Organización para la Cooperación y el Desarrollo Económico (OCDE), formada por 34 países, solo dos de ellos latinoamericanos, Chile y México, tiene como objetivo determinar "qué saben los chicos de 15 años y qué son capaces de hacer con lo que saben".

En el informe la OCDE destaca la importancia de una buena formación en matemáticas de cara al futuro de los alumnos.

Precisamente las matemáticas son el "fuerte" de los países asiáticos. Los ocho mejor situados en la tabla de PISA sobre los conocimientos matemáticos son Shangai (China) con una puntuación de 613, Singapur (573), Hong Kong (561), Taipei (560), Corea del Sur (554), Macao (538) y Japón (536).

La puntuación de Shangai está 119 puntos por encima de la media de los países de la OCDE, que en conjunto invierten 230.000 millones de dólares al año en la enseñanza de esa ciencia en las escuelas, y 245 puntos por encima de la nota de Perú, el último de la fila y uno de los países latinoamericanos que ha desarrollado más lazos económicos y comerciales con la región de Asia Pacífico.

Perú y los otros miembros de la Alianza del Pacífico, que son México, Colombia y Chile, pretenden ser socios de Asia en una economía global y sin barreras.

Si así fuera, los chicos de 15 años de las dos regiones competirán entre ellos en el futuro y los chilenos, peruanos, mexicanos y colombianos estarán en inferioridad de condiciones respecto a los asiáticos.

"Una buena formación en matemáticas tiene un importante impacto en las oportunidades de un individuo en la vida. El informe muestra que tener unos conocimientos reducidos en matemáticas limita severamente el acceso de una persona a los puestos mejor pagados y más valiosos", dice la OCDE en el informe que acompaña la tabla.

Aunque el secretario general de la OCDE, el mexicano Ángel Gurría, señala que el informe PISA "no trata de dar lecciones a nadie", parece claro que los países asiáticos han dado una lección al resto.

El informe busca precisamente que los países tengan información acerca de las experiencias exitosas de otros países en materia educativa.

La selección y recompensa de los buenos profesores, la creación de un ambiente innovador en el colegio y emplear los recursos educativos de una manera equitativa entre las escuelas más y menos avanzadas son los elementos de los que se valen los países que están en primer lugar en la tabla.

Algunos de los Gobiernos de los países analizados han hecho autocrítica; otros han preferido callar o destacar algún aspecto positivo.


"No hicimos lo suficiente. Hay que hacer mucho más, el fenómeno es mucho más complejo", afirmó el presidente uruguayo, José Mujica. 

Las Falklands son... Britanicas - Joanisval Brito Goncalves (MercoPress)

Taking a positive Falklands message to Brazil
 MercoPress, 5/12/2013

“Unthinkable, unacceptable and unsupportable” was how Joanisval Brito Goncalves, Senior Legilslative Counselor for International Affairs and Defence Issues at the Brazilian Senate, described the Argentine government’s attitude to the Falkland/ Malvinas Islands in a press conference held in Stanley on Wednesday afternoon.

Mr Goncalves was part of a four-person delegation of Brazilian congressional advisors in the Falklands this week as guests of the Falkland Islands Government, along with Political Adviser for Senator Luiz Henrique da Silveira, Célia de Morais, Gustavo Bernard, advisor to Senator Ana Amelia, and Legislative Consultant in International Relations and National Defense of the Federal Senate, Clarita Maia Simon.

Speaking to representatives of local media, the Brazilian visitors exhibited a high degree of excitement about the possibility of cultural and commercial links developing between their country Brazil and the Falkland Islands, about which, as Célia de Morais admitted, almost nothing was known in her country.

Referring to the Falkland Islands as “a developing country” Clarita Maia Simon said that her country’s constitution included a positive duty to promote the self-determination of all the peoples of the geographical region to which Brazil and the Falkland Islands belong.

Referring to the Falkland Islands as “this pearl in the South Atlantic” which was clearly not Argentine, Mr Goncalves said that the delegation would be presenting an honest and un-biased report of their findings in the Falklands and would be hoping to bring “a different view” to their political masters back in Brazil.

Such is the lack of information about the Falkland Islands in Brazil that Célia de Morais said that on arrival the delegation had no idea of what they were going to find, but asserted that the visit represented “a seed which could produce much fruit.”

While admitting the pressure that Argentina could bring to bear on Brazil with regard to any development which might go against that country’s negative policy towards the Islands, and accepting that any change in these attitudes might take a long time, Gustavo Bernard said that, at the same time, the importance of Argentina to Brazil should not be over-estimated.


In terms of importance to the Brazilian economy, China was at this moment far more important than Argentina, which fact had not prevented Brazil also having a successful working relationship with Taiwan, a territory subject to a sovereignty claim by China. Finally the delegates said they could not foresee any situation in which Brazil would be party to a maritime blockade of the Islands.

The Economist tambem critica o keynesianismo de botequim (talvez de pileque...)

Brazil’s economy: The deterioration
Slow growth, stubborn inflation and mounting deficits
 The Economist, December 5, 2013

A SINGLE economic figure can boost or batter a politician’s standing. That makes it tempting to offer sneak peeks of the most flattering ones, as Brazil’s president, Dilma Rousseff, did recently when she told El País, a Spanish newspaper, that a forthcoming statistical revision would raise economic growth in 2012 from 0.9% to a less weak 1.5%. Nemesis is rarely so swift: on December 3rd the national statistics institute said that it had indeed revised the 2012 figure up, but only to 1%. And it announced that GDP shrank by 0.5% in the third quarter compared with the previous three months.

Market analysts rushed to trim already anaemic forecasts for growth this year and next. The fourth quarter might also see a contraction, said Nomura, an investment bank, which would put Brazil in technical recession. Even if that is avoided, with a year to go the economic verdict on Ms Rousseff’s presidency already looks clear. Growth will have averaged around 2% and inflation 6%. Government finances will have deteriorated sharply. A swollen current-account deficit completes a dispiriting picture.

Ms Rousseff will almost certainly run for a second term at a presidential election next October. The needed adjustments to curb inflation and repair the public finances would hurt growth before they started to help, and so they are being put off. But the longer the government delays, the sharper the eventual correction will have to be—and the greater the risk that its attempt simultaneously to juggle inflation, public spending and the exchange rate will see it drop a ball.

Officials point out, rightly, that most emerging economies have slowed this year, and that Brazil grew at a healthy clip of 1.8% in the second quarter compared with the first. Even so, it is lagging behind others. JPMorgan, another bank, brackets Brazil with India, Indonesia, South Africa and Turkey as a country whose currency is vulnerable when America’s Federal Reserve finally “tapers” (ie, reduces money printing) in the coming months. Brazil’s current-account deficit stands at 3.7% of GDP, up from 2.4% in 2012. In the year to date it has run a trade deficit—its first since 2000—and seen the real, its currency, fall against the dollar by 14%.

Brazil is well-placed to withstand currency turmoil: international reserves stand at $375 billion and foreign direct investment remains strong. A weaker real would help reduce the current-account deficit, but it would feed inflation. Despite the weak economy, at 5.8% this is above the Central Bank’s target of 4.5% even though the government has tried to keep prices down by subsidising electricity and public transport, and by forcing Petrobras, Brazil’s state-controlled oil firm, to hold down the price of petrol. On November 30th the government allowed Petrobras to raise the petrol price, but only by 4%, a decision which knocked 9% off the company’s share price (though it later recovered a bit).

The stubbornness of inflation, combined with relatively loose fiscal policy, has forced the Central Bank to tighten monetary policy fast: having slashed its policy interest rate to a record low of 7.25% last year, it has raised it six times in seven months, to 10%. That is another blow for Ms Rousseff, who trumpeted single-figure rates as one of her government’s main achievements.

Disappearing growth, and several failed attempts to kick-start the economy with tax cuts, have hit government revenues. The result is that the primary fiscal surplus (ie, before debt payments) is dwindling. An initial target of 3.1% of GDP has been whittled down by accounting changes (including one that means the federal government no longer has to make up for overspending by states and municipalities). The de facto target of around 1.7% of GDP will not stop net public debt from rising. Even this will be met only with help from one-off items, including payments for oil concessions. Hefty financing costs mean that Brazil is now running an overall budget deficit of 3.5% of GDP.


Rating agencies have said that without a change of course the country risks being downgraded from its current position, a notch above the lowest investment grade. Marcelo Carvalho of BNP Paribas, a French bank, says the government seems to think that it has some breathing space, that a slipping credit rating would not be disastrous as long as it retains investment grade and that sensitive consumer prices can be held down until 2015. Inflation, though high, is not out of control. A long-delayed infrastructure programme is finally under way. Unemployment is close to historic lows. Real incomes are rising, if not as fast as before. And the president’s popularity, hit hard by protests in June, has recovered somewhat, with none of her challengers yet showing any sign of taking off. Ms Rousseff’s team may be right in their political judgment. But they have left themselves little room for manoeuvre.

Neomalthusianos idiotas do seculo XXI: os ecologistas anti-OGMs

Os ecologistas anti-científicos são os novos ludditas, os reacionários do nosso tempo, os idiotas que querem impedir o progresso científico e condenar a humanidade a viver uma vida bruta, famélica, estúpida.
Eles continuam sua obra nefasta.
No Brasil temos vários representantes dessa espécie de idiotas, entre eles os trogloditas do MST e até alguns estudantes de classe média que padecem de uma carência não de nutrientes e calorias, mas de uma séria deficiência de leitura, de estudos, de pesquisa.
Os wiki-ecologistas dos tempos modernos são os trogloditas universitários que estão fazendo o Brasil e o mundo recuar para o obscurantismo anticientífico de tempos obscuros do passado da humanidade.
Paulo Roberto de Almeida

Genetically modified crops: Fields of beaten gold
Greens say climate-change deniers are unscientific and dangerous. So are greens who oppose GM crops
The Economist, December 5, 2013

IN AUGUST environmentalists in the Philippines vandalised a field of Golden Rice, an experimental grain whose genes had been modified to carry beta-carotene, a chemical precursor of vitamin A. Golden Rice is not produced by a corporate behemoth but by the public sector. Its seeds will be handed out free to farmers. The aim is to improve the health of children in poor countries by reducing vitamin A deficiency, which contributes to hundreds of thousands of premature deaths and cases of blindness each year.

Environmentalists claim that these sorts of actions are justified because genetically modified (GM) crops pose health risks. Now the main ground for those claims has crumbled.

Last year a paper was published in a respected journal, Food and Chemical Toxicology. It found unusual rates of tumours and deaths in rats that had been fed upon a variety of maize resistant to a herbicide called Roundup, as a result of genetic modification by Monsanto, an American plant-science firm. Other studies found no such effects, but this one enabled campaigners to make a health-and-safety argument against GM crops—one persuasive enough to influence governments. After the study appeared, Russia suspended imports of the grain in question. Kenya banned all GM crops. And the French prime minister said that if the results were confirmed he would press for a Europe-wide ban on the GM maize.

But the methodology of the study, by Gilles-Eric Séralini of the University of Caen and colleagues, was widely criticised and, on November 28th, the journal retracted the paper (see article). There is now no serious scientific evidence that GM crops do any harm to the health of human beings.

There is plenty of evidence, though, that they benefit the health of the planet. One of the biggest challenges facing mankind is to feed the 9 billion-10 billion people who will be alive and (hopefully) richer in 2050. This will require doubling food production on roughly the same area of land, using less water and fewer chemicals. It will also mean making food crops more resistant to the droughts and floods that seem likely if climate change is a bad as scientists fear.

Organic farming—the kind beloved of greens—cannot meet this challenge. It uses far too much land. If the Green revolution had never happened, and yields had stayed at 1960 levels, the world could not produce its current food output even if it ploughed up every last acre of cultivable land.

In contrast, GM crops boost yields, protecting wild habitat from the plough. They are more resistant to the vagaries of climate change, and to diseases and pests, reducing the need for agrochemicals. Genetic research holds out the possibility of breakthroughs that could vastly increase the productivity of farming, such as grains that fix their own nitrogen. Vandalising GM field trials is a bit like the campaign of some religious leaders to prevent smallpox inoculations: it causes misery, even death, in the name of obscurantism and unscientific belief.

Follow your principles
America takes little notice of this nonsense. But green groups in Europe, with the support of influential figures such as Prince Charles, have succeeded in shaping policy. Governments have hedged genetic research around with so many restrictions that much of the business has fled a continent that could be doing more than most to feed the world. Some developing countries—Kenya, India and others—have turned their backs on technologies that could literally save their peoples’ lives. And European governments spend taxpayers’ money financing groups encouraging them to do so. The group in the Philippines that trashed the rice trials, MASIPAG, gets money from the Swedish government. On moral, economic and environmental grounds, this must stop.


In the field of climate change, environmentalists insist that the scientific consensus should frame policy. They should follow that principle with GM crops, and abandon a campaign that impoverishes people and the rest of the planet.

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