terça-feira, 1 de julho de 2014

Brasil, contas externas: deterioracao da balanca comercial - Banco Itau

A despeito da relativa melhoria no mês de junho, a tendência é preocupante.
Mais uma herança maldita?
Paulo Roberto de Almeida 

BRASIL - Balança comercial apresenta superávit em junho

O mês de junho teve superávit comercial de US$ 2,4 bilhões, abaixo das nossas expectativas e do consenso do mercado (US$ 2,9 bi e US$ 2,75 bi, respectivamente). As exportações somaram US$ 20,5 bi apresentando um crescimento de 1,2% frente a maio (após ajuste sazonal) e as importações somaram US$ 18,1 bi, mostrando um recuo de 2,6% frente a maio.
Em relação ao mesmo período do ano passado, controlando pelo número de dias úteis, houve recuo nas exportações (-3,2%) e nas importações (-3,8%). No primeiro semestre de 2014, a balança comercial acumula déficit de US$ 2,5 bilhões, ligeiramente inferior ao déficit de US$ 3,1 bilhões observado nos primeiros seis meses de 2013.
Nas exportações, o destaque positivo ficou por conta dos básicos que reverteram a tendência recente de queda e apresentaram crescimento de 9,5% na média diária em comparação com junho de 2013. Essa melhoria foi puxada pelas vendas de petróleo bruto, carne suína e bovina, soja (farelo e grão) e café. Os manufaturados, por sua vez, recuaram 19,3% em relação ao ano passado, com o destaque negativo sendo novamente nas vendas de automóveis de passageiros e autopeças cujo principal mercado é a Argentina. Os semimanufaturados também registraram novamente retração (-1,9%).
As importações ex-combustíveis recuaram 2,8% em relação a maio (com ajuste sazonal), revertendo a alta que havia sido observada no mês anterior, em um movimento consistente com a moderação da atividade econômica esperada no segundo trimestre desse ano. Após o ajuste sazonal, observou-se redução mensal das importações em quatro das cinco categorias de uso. As compras de bens de capital, bens intermediários, bens de consumo não duráveis e duráveis, recuaram 1,1%, 7,8%, 0,2% e 4%, respectivamente.
As importações de combustíveis e lubrificantes, por sua vez, somaram US$ 3,3 bilhões em junho, um aumento de 43,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Ainda assim, parte do aumento das compras de combustíveis e derivados foi compensada pelo aumento das exportações de petróleo bruto. No mês o saldo comercial de petróleo bruto foi ligeiramente superavitário em US$ 59 milhões.
Em relação ao comércio com os principais parceiros, continua destacando-se a redução das exportações para a Argentina que no primeiro semestre já recuaram 20% em relação ao mesmo período de 2013. As exportações para os Estados Unidos e para a China, por outro lado, vem compensando parte dessas perdas e avançaram no ano 10,5% e 4%, respectivamente.
Em suma, o saldo comercial de junho, apesar de um pouco abaixo das expectativas, mostrou melhora em relação aos meses anteriores. As exportações continuam em queda em comparação com 2013, mas a redução das importações compensou parte dessa retração. Esperamos resultado ligeiramente superavitário na balança comercial em 2014.

Julia Gottlieb
Economista

Argentina, muy amiga? - Senadora Katia Abreu

Muy amiga

ESCREVI NESTA coluna, ainda em fevereiro, sobre as dificuldades econômicas e políticas enfrentadas pela Argentina. Defendi que é interesse do Brasil apoiar, de alguma forma, o país vizinho. Mas isso não significa que a interdependência das duas economias venha a determinar as escolhas do Brasil na condução de sua política de comércio exterior.
Não por acaso, o conceito de amizade consagrado pela filosofia grega fala em “igualdade harmônica”. Em se tratando de comércio internacional, nada mais atual. É o que o Brasil deve buscar em sua relação comercial com as nações amigas.
Desde 2000, temos um entendimento com os sócios do Mercosul de negociar, em conjunto, acordos comerciais internacionais. Isso fazia sentido no contexto da criação de uma união aduaneira. Passados 23 anos, porém, o comércio intrabloco não está totalmente livre e a tarifa externa comum está repleta de exceções às regras do Mercosul.
Enfim, nossa caminhada rumo ao mercadocomum não ultrapassou sequer as primeiras fases de livre-comércio e união aduaneira.
É nesse contexto que, desde o ano passado, a Argentina impede que os sócios do Mercosul negociem em separado, com a União Europeia (UE), suas listas de produtos livres de impostos no comércio bilateral. Insiste numa oferta conjunta com o Brasil, o Paraguai e o Uruguai que nunca chegou aos critérios mínimos acertados entre as partes.
As negociações teriam muito mais chance de avançar se cada um apresentasse a sua lista, em separado. O próprio Mercosul já usou essa tática em negociações com países andinos.
Agora, porém, a insistência argentina em uma oferta comum fez adiar para o próximo ano um acordo com a UE.
As eleições europeias alteraram o cenário atual favorável à parceria com o Mercosul. O acordo com o Canadá e as negociações com Ucrânia, Japão e EUA vão reduzir o poder de barganha do Brasil, principalmente nos temas agropecuários.
Estamos abrindo mão da oportunidade única de conquistar um mercado grande como o da UE para os produtos brasileiros.
São 506 milhões de consumidores com alto poder aquisitivo que importaram, em 2013, cerca de US$ 2,3 trilhões em produtos estrangeiros. Só em bens agropecuários, foram quase US$ 140 bilhões. Os próprios europeus estimam que um acordo com a UE pode render ao Mercosul aumento de 40% nas exportações.
Sem preferências tarifárias, nosso comércio com a UE está caindo. Em 2013, exportamos US$ 47,7 bilhões, resultado 3,6% menor do que no ano anterior. Mesmo assim, as trocas comerciais com a UE totalizaram US$ 99 bilhões, o dobro do contabilizado no Mercosul.
A indústria tem sido fator determinante na prioridade conferida ao Mercosul. Os números demonstram, porém, que os nossos vizinhos não são os únicos clientes da indústria brasileira.
Nesta última década, exportamos, em produtos industrializados, o mesmo valor para o Mercosul e para a UE: cerca de US$ 20 bilhões anuais, em média. E isso contando com a Venezuela, que só entrou no bloco em 2012.
Desde 2011, os argentinos adotam restrições cambiais e barreiras burocráticas e alfandegárias que reduzem as exportações brasileiras em bilhões de dólares. Só nos primeiros cinco meses do ano, nossas vendas para a Argentina caíram 18,6%. Para o Mercosul, a queda também foi expressiva: 10,2%.
Economistas estimam que, para cada 10% de redução das exportações brasileiras para a Argentina neste ano, o impacto será de 0,2 ponto percentual a menos no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.
No agronegócio, os prejuízos superam a questão financeira. Os hermanos argentinos alegam, sem fundamento, questões sanitárias para barrar as importações da nossa carne bovina e tentam negociar cotas de importação de carne suína e de outros produtos agropecuários. Um prejuízo à imagem do agro.
Com isso, a busca de novos mercados torna-se mais urgente. A prevalecerem os interesses só da Argentina nas decisões do Mercosul, o princípio da harmonia que sustenta o equilíbrio entre nações amigas não será nada além de utopia.
kátia abreu
Kátia Abreu é senadora (PMDB-TO) e a principal líder da bancada ruralista no Congresso. Formada em psicologia, preside a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). Escreve aos sábados

Espionagem americana (NSA): o Brasil nao esta sozinho, mas com outros 192 paises

Enfim, já é um consolo saber disso...
Paulo Roberto de Almeida

The N.S.A. Can Spy on These 193 Foreign Governments

CIA World Factbook
The Washington Post has published a 2010 government document indicating that the National Security Agency was authorized, by the Foreign Intelligence Surveillance Court, to intercept information “concerning” 193 foreign governments. According to The Post, the N.S.A. can “intercept through U.S. companies not just the communications of its overseas targets but any communications about its targets as well.”
That’s every single country except Britain, Canada, Australia and New Zealand. They’re listed below.

Afghanistan; Albania; Algeria; Andorra; Angola; Antigua and Barbuda; Argentina; Armenia; Austria; Azerbaijan; Bahamas; Bahrain; Bangladesh; Barbados; Belarus; Belgium; Belize; Benin; Bhutan; Bolivia; Bosnia and Herzegovina; Botswana; Brazil; Brunei; Bulgaria; Burkina Faso; Burma (Myanmar); Burundi; Cambodia; Cameroon; Cape Verde; Central African Republic; Chad; Chile; China; Colombia; Comoros; Congo, Democratic Republic; Congo, Republic; Costa Rica; Cote d’Ivoire; Croatia; Cuba; Cyprus; Czech Republic; Denmark; Djibouti; Dominica; Dominican Republic; East Timor (Timor-Leste); Ecuador; Egypt; E1 Salvador; Equatorial Guinea; Eritrea; Estonia; Ethiopia; Fiji; Finland; France; Gabon; Gambia; Georgia; Germany; Ghana; Greece; Grenada; Guatemala; Guinea; Guinea-Bissau; Guyana; Haiti; Honduras; Hungary; Iceland; India; Indonesia; Iran; Iraq; Ireland; Israel; Italy; Jamaica; Japan; Jordan; Kazakhstan; Kenya; Kiribati; Korea, Democratic Peoples Republic of (DPRK); Korea, Republic of (ROK); Kosovo; Kuwait; Kyrgyzstan; Laos; Latvia; Lebanon; Lesotho; Liberia; Libya; Liechtenstein; Lithuania; Luxembourg; Macedonia; Madagascar; Malawi; Malaysia; Maldives; Mall; Malta; Marshall Islands; Mauritania; Mauritius; Mexico; Micronesia; Moldova; Monaco; Mongolia; Montenegro; Morocco; Mozambique; Namibia; Nauru; Nepal; Netherlands; Nicaragua; Niger; Nigeria; Norway; Oman; Pakistan; Palau; Panama; Papua New Guinea; Paraguay; Peru; Philippines; Poland; Portugal; Qatar; Romania; Russia; Rwanda; Saint Kitts and Nevis; Saint Lucia; Saint Vincent and the Grenadines; Samoa; San Marino; Sao Tome and Principe; Saudi Arabia; Senegal; Serbia; Seychelles; Siena Leone; Singapore; Slovakia; Slovenia; Solomon Islands; Somalia; South Africa; Spain; Sri Lanka; Sudan; Suriname; Swaziland; Sweden; Switzerland; Syria; Taiwan; Tajikistan; Tanzania; Thailand; Togo; Tonga; Trinidad and Tobago; Tunisia; Turkey; Turkmenistan; Tuvalu; Uganda; Ukraine; United Arab Emirates; Uruguay; Uzbekistan; Vanuatu; Vatican City (Holy See); Venezuela; Vietnam; Western Sahara; Yemen; Zambia; Zimbabwe.

Senador Ricardo Ferraco: "Vivemos um apagao na politica externa" - Entrevista Paginas Amarelas (Veja)

Abaixo, o link da entrevista do Senador Ricardo Ferraço nas páginas amarelas de Veja desta semana.


Tian An-Mein em Hong Kong? O pequeno David democrata contra o gigante tirano Golias?

Os jovens de Hong Kong, muitas das vezes filhos daqueles chineses do continente que fugiram anos atrás, décadas antes, da ditadura e da miséria comunista, não se sentem chineses. Eles querem ser, querem preservar o que são: livres, democratas, autônomos, capitalistas de verdade.
Será que a pequena ilha é que vai transformar o imenso e democraticamente atrasado continente que fica atrás?
Não sabemos ainda. A História dá muitas voltas e nunca se repete.
Mas, certas coisas são imutáveis: a sede pela liberdade do ser humano, por exemplo.
Em todo caso, esses jovens começam bem...
Paulo Roberto de Almeida

Huge Crowds Turn Out for Hong Kong Pro-Democracy March
FacebookShare on Google PlusTwitterHootsuiteLinkedInHootsuiteBufferCustom Sharing Tool
EvernoteOneNote
+TAG
A huge throng of people, mostly young, took to Hong Kong’s streets Tuesday, defying Beijing’s dwindling tolerance for challenges to its control.

HONG KONG — Hundreds of thousands of people held one of the largest marches in Hong Kong’s history on Tuesday to demand greater democracy, defying intermittent tropical downpours and Beijing’s dwindling tolerance for challenges to its control.
A nearly solid river of protesters — most of them young — poured out of Victoria Park through the afternoon and into the evening, heading for the heart of the city. The sea of protesters showed their determination by waiting unflinchingly and with barely a complaint for hours under a succession of deluges just for their chance to walk through the skyscraper-lined canyons of downtown Hong Kong, carrying banners calling for the introduction of full democracy and “Say No to Communist China.”


Enquanto isso, do outro lado da cerca, mas na mesma pequena ilha:

By MICHAEL FORSYTHE

Two people who turned out for a pro-Beijing rally in Hong Kong said they were paid to attend the event.

Ex-presidente detido por trafico de influencia e corrupcao

Calma pessoal: infelizmente não é no Brasil, nem poderia ser, obviamente, por muitas razões, todas elas más...
Paulo Roberto de Almeida 

Nicolas Sarkozy detained in a probe of a political scandal
Nicolas Sarkozy is being held as part of a probe into influence peddling, Agence France-Presse reported, making it the first time a former French president has been detained.
Repeated calls to French prosecutors’ offices and to Sarkozy’s spokeswoman went unanswered. Sarkozy’s lawyer Thierry Herzog was detained yesterday as part of the same probe.
The probe is centered on whether some judges were keeping Sarkozy and Herzog informed about the state of play of investigations into the former president’s campaign financing, Le Monde reported yesterday. Magistrates have up to 48 hours to decide whether to charge Sarkozy.
“Nicolas Sarkozy is a citizen like any other,” French government spokesman Stephane Le Foll said on i-Tele television. “He benefits from the presumption of innocence.” Le Foll denied that the current government has anything to do with the probes into Sarkozy.
Television footage showed Sarkozy arriving at 8 a.m. this morning in Nanterre to be questioned by a special anti-corruption team of magistrates.
Paris judges are working on three cases involving the former president, Le Monde said. They’re probing whether his campaign got illegal political funding from Libya’s former leader Muammar Qaddafi; the circumstances surrounding money Sarkozy is alleged to have received from L’Oreal SA heiress Liliane Bettencourt; and his role in former-Finance Minister Christine Lagarde’s decision on an arbitration settlement with French businessman Bernard Tapie.
It was the telephone tapping used as part of the Qaddafi probe that led to the influence-peddling investigation, Le Monde said.
After initially saying he’d quit politics following his loss to Francois Hollande in the presidential election of May 2012, Sarkozy has made trips across France since the start of this year, and even had a meeting with German Chancellor Angela Merkel, hinting at his intention to run for office in 2017.
To contact the reporter on this story: Gregory Viscusi in Paris atgviscusi@bloomberg.net
To contact the editors responsible for this story: Alan Crawford atacrawford6@bloomberg.net Vidya Root, Heather Smith

Stanley E. Hilton: um grande historiador, uma bela homenagem (Fort Polk, LA)

Homenagem a um amigo:

LSU professors receive Commander’s Award

Fort Polk, 5.09.2014

LSU professors receive Commander's Award
From left to right: Louisiana State University Drs. Stanley E. Hilton, Karl Roider and William A. Clark receive the Commander's Award for Public Service May 9 at Fort Polk. The professors received the award for their commitment and dedication to the Master of Arts in liberal arts program at Fort Polk

FORT POLK, La. - Three Louisiana State University professors, who have long supported Fort Polk and the Joint Readiness Training Center, were awarded the Commander’s Award for Public Service during a ceremony May 9 at Fort Polk.
Drs. Karl Roider, William A. Clark and Stanley E. Hilton received the award from Col. Timothy J. McAteer, commander of Operations Group at the JRTC.
The three professors were recognized for their commitment to continued education for service and family members stationed at Fort Polk. Collectively the professors have been making the three-hour drive from Baton Rouge to Fort Polk since 1993.
“It was just a really wonderful program. It never would have happened if it were not for these gentlemen and what they did. They would drive here on Friday night … they would drive all the way up here, teach the class, drive back on Sunday night and then go teach,” said McAteer. 
The LSU program offered a graduate degree of Master of Arts in liberal arts and has graduated 217 students during its tenure. Notable alumni from the program went on to achieve high ranking within the U.S. military to include a U.S. Army general and numerous U.S. Army colonels.
Roider has been teaching at for LSU for 46 years and was the creator of the LSU Master of Arts in liberal arts graduate program here at Fort Polk. The program ran for 21 years starting in 1993 and will graduate its last alumnus with one final student waiting to take his final exam. Accompanying Roider, was Hilton who became director of the program in 1998 and had been with the university for 38 years. Hilton retired from the university last year.
True to their dedication to teaching, the professors gave a leader professional development class to the leaders of operations group prior to the awards ceremony. The purpose of the class was to discuss Eastern and Western European history, culture and their impact to current international politics. The class was coordinated by the Operations Group as several members of the unit are alumni of this program. 
The LPD was conducted by Roider and Clark. Clark has been with the university for 23 years and has been teaching at the Fort Polk campus for the last 15 years. All three men expressed their pride in having been associated with the program at Fort Polk. 
The Commander's Award for Public Service is awarded to recognize service or achievements that contribute significantly to the accomplishment of the mission of an Army activity, command or staff agency.

Read more: http://www.dvidshub.net/news/130089/lsu-professors-receive-commanders-award#.U7IxnI1dXyJ#ixzz36BaX7HdO

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...