O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Alexandra David-Neel: uma orientalista - Carmen Licia Palazzo

Dica de leitura:

Carmen Lícia PALAZZO:
Alexandra David-Néel: itinerários de uma orientalista
São Paulo: Annablume, 2010

Em Alexandra David-Néel: itinerários de uma orientalista Carmen Lícia Palazzo apresenta a vida e a obra de uma francesa que durante muitos anos viajou através da Ásia e foi a primeira mulher ocidental a entrar em Lhassa. Em seus livros, Alexandra analisou com grande perspicácia uma fase de muitas transformações na índia, na China e no Tibete e entrevistou grandes personalidades como Gandhi, o 13º Dalai Lama, o Panchen Lama, entre muitas outras.

"Numa época na qual o encontro entre as culturas era ainda muito marcado por distorções herdadas do colonialismo, Alexandra David-Néel aventurou-se num insólito périplo, desvinculada de amarras oficiais, munida de coragem, de ousadia e de uma enorme vontade de tudo ver e de tudo conhecer (...) é possível considerá-la também um elemento-chave na construção do imaginário ocidental sobre o Oriente." (p.98)

www.carmenlicia.org

Investimento direto estrangeiro e remessas de lucros: paridade

Contas externas: Crise intensifica envio de recursos às matrizes, que desde 2008 já chegam a US$ 70 bilhões
Remessa de lucros cresce 38% e pode superar IED no ano
Fernando Travaglini, de Brasília
Valor Econômico, 14/07/2010
Mesmo com o mercado interno brasileiro crescendo a taxas chinesas, os investidores estrangeiros não estão reinvestindo o rendimento do capital conseguido no país. As multinacionais ampliaram fortemente as remessas de lucros e dividendos para as matrizes nos últimos anos e, em 2010, esse movimento se intensificou. Até maio, já foram enviados US$ 10,8 bilhões, volume 38% superior ao mesmo período do ano passado.

Os países europeus, que agora sofrem com os efeitos da crise, foram os que mais ampliaram a repatriação. Os países baixos (Holanda) estão no topo da lista do BC, seguidos por Espanha, Estados Unidos, França e Reino Unido. Entre os setores que lideram as remessas estão telecomunicações, bancos e seguradoras, em serviços; e montadoras, metalurgia, químico e bebidas na indústria.

Já os investimentos estrangeiros diretos (IED), necessários tanto para ampliar a capacidade produtiva quanto para fechar as contas brasileiras em moeda estrangeira, somaram pouco mais de US$ 11 bilhões no ano, sem avanço em relação ao patamar atingido entre janeiro e maio de 2009. Mantido esse ritmo, há chances de que as remessas de lucros e dividendos superem o total de recursos diretamente aplicados nas companhias por estrangeiros, algo que não ocorre desde 1994.

No ano passado, os volumes já foram bastante próximos, na casa dos US$ 25 bilhões e a expectativa é que o desempenho seja semelhante em 2010.

O Banco Central estima que os ganhos remetidos cheguem a US$ 32 bilhões neste ano, crescimento de 27% em 12 meses e inferior apenas ao recorde de 2008, auge da crise, quando foi a US$ 33,8 bilhões. Já os economistas e analistas que respondem semanalmente ao boletim Focus vêm reduzindo as projeções para a entrada de recursos via IED. No início do ano, a previsão estava em US$ 38 bilhões. Nesta semana, caiu para US$ 34,65 bilhões, no acumulado de 2010.

A repatriação dos ganhos é consequência direta do grande fluxo de recursos para o país nos últimos quinze anos, desde o início da estabilização financeira. Entre 1995 e 2002, o IED somou mais de US$ 160 bilhões. Essas aplicações, muitas delas já maturadas, precisam dar retorno.

De acordo com dados do BC, a aceleração das remessas teve início em 2004, quando pularam de uma média anual de US$ 5 bilhões para US$ 7,3 bilhões, subindo no ano seguinte para US$ 12,7 bilhões. "Era de se esperar que com o bom desempenho da economia os investimentos fossem pagos", afirma Tatiana Pinheiro, economista do Banco Santander. "A tendência é de aumento."

A situação, portanto, não é sazonal, sendo resultado de uma política de atração de recursos. A crise, no entanto, contribuiu fortemente para uma aceleração nos últimos dois anos. Desde 2008, quando as turbulências internacionais se agravaram, as empresas já enviaram US$ 70 bilhões para o exterior, ritmo quase três vezes superior à média dos últimos anos. "Há um diferencial de crescimento entre o Brasil e outros países e é normal que haja mais remessas", afirma Luis Otavio de Souza Leal, economista-chefe do Banco ABC Brasil.

Para o economista Edgard Pereira, antigo responsável pela área econômica do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), esse é um indício de que as empresas não estão reinvestindo seus lucros no país e pode apontar que o interesse das multinacionais seja menos produtivo e mais financeiro. "É uma indicação de que os investidores estrangeiros não têm o país como foco de investimento direto nesse período recente e a crise só agravou essa situação", afirma Pereira.

Segundo ele, os países em desenvolvimento deveriam receber mais do que mandam de volta na forma de rendimento, já que o mercado de capitais ainda não tem uma tradição que permita à busca de recursos de forma sustentável e em volumes significativos. "A acumulação interna dos recursos das empresas estrangeiras é necessária, mas ainda não vemos comprometimento de longo prazo à medida que crescem as remessas", diz.

A dependência do financiamento externo decorre da baixa capacidade de poupança do país e da necessidade de um crescimento econômico baseado em investimento para reduzir pressões inflacionárias. "Com a poupança das famílias estável e dado que não tem ajuste na poupança do governo, a tendência é de piora", diz Souza Leal.

Essa é apenas uma das causas do aumento do déficit em transações correntes, que acumula saldo negativo de US$ 18,75 bilhões até maio (2,35% do PIB). Contribuem para o rombo os maiores gastos com fretes e aluguéis de máquinas e equipamentos, além das viagens internacionais. A maior contribuição, no entanto, continua sendo a queda de vigor das exportações e o aumento das importações, aponta a economista do Santander, Tatiana Pinheiro.

Petrobras: politizacao da companhia prejudica negocios

A politizacao da gestão da Petrobras é claramente prejudicial ao seu desempenho como companhia de petróleo (ou de energia, se quiserem). Em todo caso, a ingerência do governo nas operações da empresa são o que de pior pode acontecer para uma empresa que trabalha num setor sensível, que envolve decisões de bilhões de dólares e reações a comportamentos do mercado, que são necessariamente mutáveis.
Para satisfazer não se sabe quais objetivos políticos -- ou se sabe, mas é melhor não dizer -- o governo interfere deliberada e diretamente no funcionamento do que deveria ser, simplesmente, uma companhia de energia...


Desempenho da Petrobras é o segundo pior do setor no ano
Peter Millard, do Rio
Valor Econômico, 14/07/2010

Petróleo: Comportamento da ação da estatal brasileira só é melhor que o dos papéis da BP, que enfrenta o pior vazamento de óleo da história americana.

A Petrobras teve o segundo pior desempenho no mundo neste ano entre as companhias de petróleo, atrás apenas da BP , por conta do receio de que o governo vai forçar a empresa a pagar mais do que os investidores esperavam originalmente pelas reservas de petróleo do pré-sal.

O valor dos 5 bilhões de barris de reservas, que o governo pretende trocar por novas ações, irá determinar o tamanho da oferta de ações da estatal planejada para este ano e pode sinalizar o quanto a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende aumentar do controle. Um preço mais elevado pode forçar Petrobras a vender mais ações para pagar o petróleo, diluindo os acionistas minoritários, disse Max Bueno, analista da Spinelli Corretora.

"O governo quer anunciar para a população que tem um valor justo para as reservas", afirmou Ted Harper, que ajuda a gerir US$ 6,8 bilhões na Frost Investment Advisors, de Houston, EUA, em entrevista por telefone. O adiamento da venda de ações, que ficou mais perto das eleições presidenciais de outubro, "deixa as águas completamente turvas e aumenta a politização da oferta".

A Petrobras caiu 27% no primeiro semestre, seu pior início de ano desde 1995. Isso se compara a uma queda de 47% da BP, que enfrenta dezenas de bilhões de dólares em prejuízos por causa do desastre que levou ao maior derramamento de óleo na história americana. A Exxon Mobil , o maior produtor de petróleo dos EUA, e o maior da Europa, a Royal Dutch Shell, perderam 16% e 10%, respectivamente.

A Petrobras pode precisar pagar ao governo até US$ 8 por barril das reservas, ou até US $ 40 bilhões, disseram os analistas do Credit Suisse liderados por Emerson Leite em relatório a investidores em 30 de junho. No início deste ano, o banco previu que a Petrobras pagaria de US $ 5 a US$ 6 dólares por barril, ou US$ 30 bilhões em novas ações.

Procurada, a Petrobras não quis fazer comentários sobre a venda de ações ou sobre o desempenho do papel.

Em assembleia no mês passado, os acionistas autorizaram um aumento de capital total de R$ 150 bilhões (US$ 85 bilhões), incluindo ações a serem emitidas em troca de reservas. A Petrobras disse que espera levantar até US$ 25 bilhões dos acionistas minoritários.

Em 22 de junho, a estatal adiou a oferta para setembro, o que significou também o adiamento do dinheiro necessário para bancar o plano de investimento de US$ 224 bilhões para desenvolver a maior reserva de petróleo encontrada em três décadas. A empresa afirmou que precisa aguardar a avaliação das reservas pelo governo antes da oferta pública.

"O que está assombrando as ações por semanas é esse elevado nível de intervenção política. E agora ela perdeu credibilidade entre os acionistas", após o adiamento, afirmou Christopher Palmer, que supervisiona US$ 5 bilhões como chefe de mercados emergentes na Gartmore Investment Management , em uma entrevista em Londres.

"Quantos bilhões de dólares de valor para o acionista foi destruído devido a falta de credibilidade e de comunicação?", disse.

As eleições presidenciais de outubro poderão levar o governo a colocar um preço elevado nas reservas para evitar uma "reação política", disse Leite.

O ministro das Minas e Energia, Márcio Zimmermann, disse por meio de sua assessoria de imprensa em Brasília que o governo não irá interferir no preço das reservas. O processo não vai "sofrer influência eleitoral", disse ele.

Lula e Dilma Rousseff, candidata do PT, "terão dificuldades para justificar" um valor abaixo de US$ 30 bilhões, disseram os analistas da Eurasia Group liderados por Christopher Garman, em relatório de 23 de junho. A oposição pode argumentar durante a campanha que é um "negócio de pai para filho" para a Petrobras e os investidores estrangeiros, disse.

Se o governo acrescentar um dólar "ou dois" ao preço do barril terá um efeito de "bilhões de dólares" sobre o tamanho da oferta de ações e sobre o lucro por ação, disse Eric Conrads, gerente do fundo hedge Armada Capital na Cidade do México, em uma entrevista em 25 de junho.

A Petrobras subiu 7 centavos ontem, ou 0,3%, a R$ 27,30, em São Paulo. A perda da Petrobras neste ano é a segundo pior entre as 35 maiores companhias de petróleo por valor de mercado, segundo dados compilados pela Bloomberg.

A BP teve a maior alta em 20 meses em Londres anteontem por conta da especulação de que a empresa pode ter sucesso em deter o derramamento de óleo. A BP estendeu seus ganhos ontem, subindo 2,9%, para 410,35 pence.

Petrobras planeja emitir ações suficientes na operação para permitir que o governo e os investidores minoritários mantenham as suas participações. A agência reguladora do petróleo do Brasil, a ANP, contratou a Gaffney, Cline & Associates para avaliar o quanto as reservas realmente valem.

A oferta pública e a permuta fazem parte dos planos para financiar o desenvolvimento de campos, incluindo o de Tupi, a "maior descoberta de petróleo nas Américas desde Cantarell do México em 1976". A Petrobras pode ter de gastar mais de US$ 224 bilhões depois que o derramamento de BP no Golfo do México aumentou os prêmios de seguro e os custos de perfuração em águas profundas, Bueno Spinelli disse em uma entrevista por telefone de São Paulo em 8 de julho.

A preocupação de que os custos de perfuração de águas profundas cresçam está aumentando o custo da proteção contra um descumprimento de contrato por parte da Petrobras, o maior produtor de petróleo em águas abaixo de mil pés, em relação à Petróleos Mexicanos, que não tem produção em águas profundas.

(Colaboraram Tal Barak Harif , de Nova York, Andres R. Martinez, da Cidade do México, e Maria Luiza Rabello, de Brasília)

Crescimento da idiotice nacional: a revisão do estatuto da crianca

O que é que poderia impedir um país de mergulhar na estupidez, de descer ao abismo mais ridículo da burrice institucionalizada?
Não tenho a receita, mas acredito que bastaria bom senso.
O que vai abaixo é uma das coisas mais estúpidas e mais autoritárias, a que já assisti neste país, como nunca antes desde Cabral...
Paulo Roberto de Almeida

Governo modifica Estatuto da Criança e Adolescente
Thomaz Pires
Congresso em Foco, 14/07/2010 - 16h20

O governo enviou nesta quarta-feira (14) ao Congresso o projeto de lei (veja a íntegra) que pretende acabar com as punições físicas de pais e educadores contra crianças e adolescentes. O texto faz alterações no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que completa hoje 20 anos de criação, e passa a definir como "ação de natureza disciplinar ou punitiva” o uso da força física contra criança ou adolescentes.

Pela proposta, os infratores que infringirem o ECA com uso da violência física estarão sujeitos a encaminhamento para tratamento psicológico ou psiquiátrico, ao programa oficial ou comunitário de proteção à família, e encaminhamento a cursos ou programas de orientação. Será necessário o testemunho de terceiros - vizinhos, parentes, assistentes sociais - que atestem o castigo corporal e queiram delatar o infrator para o Conselho Tutelar.

Atualmente, o estatuto proíbe maus-tratos, mas não define quais são os casos. Dessa forma, o texto enviado pelo governo alega que a legislação é genérica e precisa ser mais específica no que diz respeito aos castigos. Com isso, a palavra “palmada” foi inserida na redação. Sobre a definição, criticadas pelo ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, que avalia que a mudança pode enfraquecer a Lei e monopolizar apenas esse tema, Lula usou do humor para justificar a proposta: “Beliscão dói pra cacete”, disse o presidente na cerimônia de comemoração dos 20 anos do ECA.

O presidente Lula partiu em defesa da iniciativa durante a cerimônia e ressaltou o otimismo no aprimoramento da Lei atual. “Tenho consciência de que o Congresso irá aperfeiçoar e conseguir fazer melhor do que nós mandamos. Temos consciência de que alguns conservadores irão fazer disputa conosco. Mas esse é o debate bom. E temos que mostrar que nós estaremos atentos para garantir que as crianças sejam crianças”.

A proposta ainda precisa passar pelo setor de protocolo da Câmara para ser numerada e encaminhada para a comissão permanente responsável. Ainda não há prazo para a definição de qual parlamentar deverá relatar o proposta.

Crescimento da idiotice nacional: a mafia dos jornalistas se mobiliza

Se o Supremo já declarou que a exigência de diploma é inconstitucional, o que estão fazendo todos esses "legisladores" do inconstitucional?
Perdendo tempo e o nosso dinheiro?
Sou contra regulamentações, como já escrevi no post anterior.
Mas sou contra também idiotices oficiais.
Não sei se poderia existir uma lei geral contra a burrice, que impedisse a apresentação de projetos de lei manifestamente estúpidos ou inconstitucionais (as duas hipóteses se aplicam ao dispositivo em questão).
Paulo Roberto de Almeida

Comissão aprova a volta do diploma de jornalista
Renata Camargo
Congresso em Foco, 14/07/2010 - 16h43

A comissão especial da Câmara que discute a exigência do diploma de jornalista para o exercício da profissão aprovou nesta quarta-feira (14) o substitutivo que restabelece a obrigatoriedade do diploma, derrubada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em julho de 2009. Em reunião esvaziada e sem muito debate, os parlamentares aprovaram a PEC 386/09, proposta pelo deputado Hugo Leal (PSC-RJ).

A matéria vai agora para o plenário da Câmara, onde será votada em dois turnos, antes de seguir para o Senado. De acordo com o texto aprovado, passa a constar, de maneira explícita, na Constituição Federal que “a exigência de graduação em jornalismo e de registro do respectivo diploma nos órgãos competentes para o exercício da atividade profissional não constitui restrição às liberdades de pensamento e de informação jornalística”.

A exigência do diploma de jornalista derrubada pelo STF tem sido alvo de forte polêmica. No Congresso, as reações à decisão do Supremo levou a apresentação de diversas propostas de emenda à Constituição para retomar a exigência do curso superior na área de jornalismo. Em novembro do ano passado, a primeira PEC nesse sentido foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

Contra todos os corporativismos, sobretudo os dos jornalistas

Todos os que me lêem, ou que me conhecem, sabem que eu sou virulentamente -- quase escrevo violentamente, o que não é um caso, pois sou um cidadão pacífico, só perdendo a paciência com a burrice e a desonestidade intelectual, que infelizmente são muito frequentes por aqui -- contra todos os espíritos de guilda, todas as corporações de ofício, todas as máfias sindicais e sobretudo contra TODAS as regulamentações desnecessárias, inúteis, custosas, dispensáveis.
Sou também contra todos os diplomas, inclusive diplomas de qualquer tipo mesmo para diplomata, inclusive diploma de alfabetizado ou de curso primário. Se dependesse de mim, o Instituto Rio Branco organizaria concursos para selecionar diplomatas sem qualquer exigência prévia, sequer de nacionalidade brasileira (mas aí alguém ainda vai me acusar de traidor da pátria). Se o candidato em questão sabe escrever, sabe línguas, se desempenha bem em "n" matérias consideradas requisitos essenciais para ser um bom diplomata (e aí vocês podem escolher a que quiserem, economia, literatura, culinária, whatever...), então ele pode ser um diplomata, mas eu também o submeteria a uma banca dotada de poderes para barrar malucos em geral, autistas em perticular, psicóticos em especial (acho que é o mínimo que se pode exigir de um diplomata que ele não seja um desequilibrado, desses capazes de decorar um lista telefônica, ou todo o programa do concurso, para passar "brilhantemente" por provas impessoais...).
Sou ESPECIALMENTE CONTRA diplomas e até faculdades de jornalismo, a coisa mais idiota que posso imaginar para alguém que pretenda trabalhar em jornal. Acredito que elas possam existir, pois sou pela liberdade de mercados, e existem técnicas que podem ser aprendidas, entre outras, nessas escolinhas de comunicações.
O que eu sou contra mesmo é essa exigência de diploma de jornalismo como requisito obrigatório para exercer a profissão. TODOS, inclusive um agricultor, podem ser jornalistas, sabendo escrever e tendo aptidão para aprender as tecnicalidades, o que via de regra exige apenas duas ou três semanas de redação. O resto é experiência...
Por isso me permito repetir aqui o post de um conhecido jornalista que é contra os diplomas e as reservas de mercado para jornalistas...
Paulo Roberto de Almeida

JORNALISMO REQUER APTIDÃO, TALENTO E ALGUMA TÉCNICA, QUE SE APRENDE EM DOIS MESES; EXIGÊNCIA DE DIPLOMA FERE O ARTIGO 5º DA CONSTITUIÇÃO, O MAIS IMPORTANTE DELES
Reinaldo Azevedo, 14.07.2010

Ah, o odor nauseabundo que emana do corporativismo bocó, mas muito eficaz em manter os próprios aparelhos e privilégios. No post abaixo, vocês lêem que uma comissão especial da Câmara aprovou a obrigatoriedade do diploma para jornalista. A proposta é inconstitucional. Já chego lá. Antes, algumas considerações.

O presidente da Federação Nacional dos Jornalistas, Sérgio Murilo, afirma que algumas pessoas que pediram registro de jornalista nunca pisaram numa redação. É mesmo? Se for assim, então elas já podem disputar a direção da Fenaj. Afinal, a maioria dos dirigentes sindicais não saberia a diferença entre um lead e uma touceira, não é mesmo?

À diferença do que sustentam alguns energúmenos, sou jornalista “depromado”. Até hoje, não há uma miserável coisa que eu tenha feito na minha profissão — e não posso reclamar da minha escolha — que me tenha sido dada ou ensinada pelo curso de jornalismo: NADA! ZERO! Já o curso de Letras, penso eu, foi essencial para mim — como é o de medicina, arquitetura, direito, culinária etc para outros jornalistas. Sempre destacando que há os que não cursaram coisa nenhuma e fazem um trabalho brilhante.

Jornalismo requer duas coisas, além de formação intelectual — que os cursos de jornalismo não fornecem porque passam boa parte do tempo ocupados em “desconstruir” os grandes veículos onde a meninada vai trabalhar depois… Jornalismo requer talento para a narrativa — mesmo a narrativa jornalística tem de ter noção de enredo — e um conjunto de procedimentos técnicos, alguns deles ligados à ética da profissão. É precisa de algo parecido com intuição, mas que é só questão de inteligência: saber onde está a notícia. Vale dizer: cedo ou tarde, um jornalista tem de ler A Cartuxa de Parma, de Stendhal — ou vai acabar tratando um evento histórico como buraco de rua. Quem ensina isso? A faculdade de jornalismo???

Talento, lamento!, não se ensina. No máximo, ele pode ser lapidado. Nem todo mundo tem aptidão para a pintura, a música ou a dança. Com o texto, é a mesma coisa. Há gente que não nasceu para viver da escrita — e um jornalista tem de saber escrever, o que a faculdade não ensina. A lapidação se dá no exercício. O que as faculdades têm feito, aí sim, é distorcer a profissão. As faculdades de jornalismo, com raras exceções, se transformaram em extensões do “partido”. Professores se dedicam mais a falar do “outro mundo possível” do que a ensinar como se faz um lead neste nosso muindinho imperfeito mesmo.

Qual, afinal, é o objeto de um curso de jornalismo? Economia? Política? Sociologia? Semiótica? O quê? Resposta: um pouco de tudo isso e nada disso, mas com muitas virgulas entre sujeito e predicado… Se a exigência do diploma já era, do ponto de vista democrático, estúpida, agora se tornou incompatível também com as modernas tecnologias a serviço da informação. Quem poderá impedir, sem violentar a Constituição, um veículo jornalístico de abrigar, por exemplo, um blogueiro que tenha o que dizer, seja ele jornalista “depromado” ou não? Vão plantar batatas para colher Imposto Sindical!!!

Que a Fenaj defenda essa excrescência, eis uma coisa que faz sentido. A entidade lutou arduamente pela criação do Conselho Federal de Jornalismo, que era um verdadeiro órgão de censura. Poderia até, imaginem!, cassar a licença de um jornalista. E se apresentou, espertos os caras!, para compor a primeira diretoria do órgão… O amor dessa gente pela profissão me comove. Contenho aqui uma furtiva lágrima…

Inconstitucional
Só para lembrar: o STF derrubou a exigência do diploma porque ele foi considerado incompatível com o princípio da liberdade de expressão assegurado pela Carta. No caso, tratava-se de uma lei que afrontava o dispositivo constitucional; agora, é uma emenda.

E a proposta não deixa de ser inconstitucional porque emenda — afinal, o Artigo 5º da Carta continua lá, a saber:
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(…)
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
(…)
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;

Com alguma ironia, observo que, freqüentemente, tenho dúvidas se o jornalismo é mesmo uma “atividade intelectual”, mas tenho a certeza de que é uma “atividade de comunicação”. E não depende de “censura ou LICENÇA”.

Fim de papo.

*PS - Se a Constituição, agora, vai abrigar regulamentação de profissão, por que só jornalismo? E as outras? O Ministério do Trabalho tem um código específico até para a prostituição, destacando os, digamos, requisitos para tal atividade. Imagino a questão tratada naquele que deve ser o nosso documento com sentido de permanência, naquela linguagem decorosa do legalismo: “O exercício das atividades intrafemurais obedece aos princípios do… Sei lá: “do contratante da mão-de-obra”? A boçalidade brasileira é ainda mais extensa do que suas praias…

Submarinos nucleares: sao realmente necessarios?

Uma opinião cética de um observador político no New York Times de hoje (abaixo)
Não me surpreende que militares em geral, marinheiros em particular, defendam a idéia. Para militares, deter toda a panóplia possível de armas ofensivas e de dissuasão está na lógica do seu trabalho: se é para atacar, ou para se defender, melhor dispor de TODA E QUALQUER ARMA IMAGINÁVEL.
O que me surpreende é que líderes civis entreguem a esses profissionais tudo o que eles desejam, mesmo brinquedos de 8 bilhões de dólares.
É um pouco como pais irresponsáveis dando todos os presentes que uma criança visivelmente e declaradamente deseja ao entrar num palácio de brinquedos, essas superlojas de jogos e brinquedos que são a alegria dos petizes (como se dizia antigamente) e o terror dos pais.
Militares são como crianças, precisam ser controlados.
Acredito que pais responsáveis tenham melhor utilização para o seu dinheiro do que comprar todos os brinquedos na shopping list dos filhos.
Governantes responsáveis compram apenas os brinquedos "necessários" et encore...
Um país não deve se armar para todas as hipóteses possíveis, pois o cenário é infinito. Um país só deve se armar para assegurar um mínimo de defesa, tendo em conta que sua diplomacia está ali para construir um ambiente de paz.
Megalomaníacos, e pais idiotas, se deixam arrastar pelos desejos de crianças abusadas, mesmo aquelas crianças de farda e galardões.
Ainda vou escrever sobre isso...
Paulo Roberto de Almeida

Run Silent. Run Deep. Run Obsolete.
By Timothy Egan
The New York Times, July 14, 2010

QUILCENE, Wash. — We’re digging clams and picking oysters on one of the longest days of the year. It’s a huge bounty, this frutti di mare, bringing to mind what the natives always said about Puget Sound: when the tide is out, the table is set.

And then the waters roil and there appears off the horizon a vessel that could destroy much of the world in an eyeblink.

It’s one thing to see an orca breach, a nine-ton black-and-white flash of Indian art come to life, or a great blue heron swoop for prey, its thin legs unfolding like the collapsible frame of an umbrella. All seems right in the world.

But when a 560-foot-long Trident submarine breaks the surface, carrying a nuclear payload that could wipe out any number of cities, you have to check the time and place. Is this 2010, or 1964?

Just as the Russian spies, with their Facebook poses and quaint plans to get Secret Informations about the Google, made us realize the cold war maintains a peculiar grip, catching a glimpse of a nuclear submarine prompts a similar reaction. The doomsday architecture of Mutual Assured Destruction is still very much in place. The sub was bound for Naval Base Kitsap, home to what the Seattle Times in 2006 called the largest nuclear weapons storehouse in the United States.

These vessels have helped to keep the peace for decades; the service of the men and women who run silent and deep and nearly undetectable is laudable. But what about the policy behind MAD? Is it as outdated as those spies?

As the sea leg of the triad of nuclear deterrence, the Trident submarines provide “the nation’s most survivable and enduring nuclear strike capability,” as stated by the Navy. Their mission is to launch a massive and final lethal blow in the event that the worst has happened: “nuclear combat toe-to-toe with the Ruskies,” in the memorable drawl of Major T. J. “King” Kong, the Slim Pickens character in “Dr. Strangelove.”

MAD makes sense in a rational world: the Russians or Chinese would never try to wipe us out, because we would then wipe them out. They want to live well and prosper, as do we.

But MAD makes less sense at a time when the enemies of civilization are cave-dwelling religious fanatics who target cartoonists and kill innocent children at soccer telecasts and think, if they die in nuclear Armageddon, a sexual reward awaits them in heaven.

American policy, as stated in the Nuclear Posture Review updated by the Obama administration in April, rightfully targets nuclear proliferation by rogue nations — North Korea and Iran — and nuclear terror by free-agent zealots as the top priority. But then it also continues the cold war triad of nuclear deterrence — MAD.

Yes, the report notes that the United States and Russia have reduced strategic nuclear weapons by about 75 percent since the end of the cold war. And the new Strategic Arms Limitation Treaty backed by Obama and facing a round of hearings in Congress would scale those weapons back even more.

“It is in the United States’ interest and that of nearly all other nations that the nearly 65-year-record of nuclear non-use be extended forever.” Such is the goal, as stated in the review.
And despite Mitt Romney’s uninformed posturing against the treaty, Republicans with the most knowledge of American defense strategy, led by Senator Richard Lugar of Indiana, say the new pact would continue the works of Presidents Reagan and Bush the elder to deescalate cold war tensions while upgrading overall deterrent strategy.

But why not kill the cold war altogether? Deconstruct MAD, or take a couple hundred cities off the hit list? Even if this treaty goes into effect, the United States will retain 240 ballistic missiles just on the submarines alone, according to information presented to Congress.

Why not a much larger reset? The deterrence would still be there, even with a pair of submarines, let alone the dozen-plus out there now, not to mention the new class of extraordinarily costly submarines under construction.

These new submarines may cost about $8.2 billion each to build, the Congressional Budget Office reported a few months ago. The first one, always the most pricey, may run up to $13 billion, which would make it the most expensive Navy vessel ever built. In May, Defense Secretary Robert Gates questioned whether the cost of all these new ships was worth it in the big view of getting the most safety for the most buck.

His legitimate query was greeted by a collective ho-hum. MAD and all its budget-busting infrastructure is just so much a part of the scenery now.

What we will get for those billions are sleek new nuclear-armed behemoths to replace the sleek old nuclear-armed behemoths, all in service to a dinosaur policy. Once the subs are in use, they will likely perform the same tired mission, ready to fire the last shot in a world going down. Meanwhile, above the surface of the ocean, crazed religious leaders in tents and Flintstone huts plot murder against innocents using Radio Shack rejects.

The purpose of these subs, like MAD itself, is rarely questioned. As so they glide in and out of Puget Sound, as the seasons roll by and the decades pass, powered by the inertia of a policy dating to black-and-white television, spies in ill-fitting suits, and a fear of Doomsday just a few ticks of the clock away.

============

Addendum:
Uma leitora, Lara Wasser, ao ler meus comentários iniciais, escreveu-me o que segue:

Acredito que o que menos importa no projeto do submarino nuclear é a questão estratégica operacional militar. O que mais importa é que o Brasil construirá um reator nuclear e terá todo o domínio do ciclo do combustível nuclear.

Os desafios para se produzir um reator pequeno, para ser alocado em um submarino são significativos. O submarino será o pano de fundo de um grande salto tecnológico.

A usina que transformará o yellow-cake (urânio enriquecido) no gás hexafluoreto de urânio, em seguida em dióxido de urânio (pastilhas) já está operando em testes em Rezende. Para realizar esse processo o Brasil precisava contratar o serviço ao Canadá e a França em duas etapas, agora será feito aqui com tecnologia nacional.

O Brasil construirá 5 usinas nucleares a médio prazo. Se o projeto do submarino prosperar, como esperado, as usinas poderão usar reatores nacionais. O custo do Kwh nuclear cairá significativamente.

Era preciso ir a Lua? Quanto a sociedade americana se beneficia dos desenvolvimentos tecnológicos que foram necessários para o feito? Incalculável, eu diria.


----------------

Novo Addendum, por Mário Machado, sobre a postagem "Submarinos nucleares: sao realmente necessarios?":

Me pergunto se para ter o domínio de todo esse ciclo-nuclear que a leitora descreveu é preciso o submarino, não seria mais proveitoso e barato fazer logo o programa para gerar energia e combustível nuclear aqui sem o desvio de energia e foco de construir um submarino que é muito mais que um reator, necessita do casco, das instalações onde construir esse submarino, bases de operação, centenas, se não milhares de marinheiros ligados a manutenção, operação e vigilância dos portos onde este submarino se encontra.

Identificando aliados e inimigos: isso pode mudar a sua vida

Graças ao Vanguarda Popular, o inteligente e bem informado site de transparência na vida pública que já colaborou com o programa "Meu Dossiê, Sua Vida", do governo federal (ver post anterior), já dispomos de um mapa completo dos amigos e inimigos do povo, de maneira que podemos nos defender daqueles perversos sabujos do imperialismo, e sabemos perfeitamente com quem podemos contar na luta contra esses personagens detestáveis.
Apresentou primeiro os inimigos a combater, depois os amigos e aliados confiáveis...

Arquiinimigos do Povo
Capitalismo
Burguesia
Propriedade Privada
Central Intelligence Agency
Reinaldo Azevedo
Rede Globo
Revista Veja
Olavo de Carvalho
Ludwing von Mises
Tio Patinhas
World Net Daily
Movimento Endireitar
Mídia Sem Máscara

Mídia Pró-povo
Granma.Cu
Pravda.Ru
Marxists Internet Archive
Resistir.info
Carta Capital
Portal Vermelho
Luís Nassif
New York Times
Folha de São Paulo
Congresso Em Foco
Centro de Mídia Independente
TV Brasil, a sua TV pública
Agência Bolivariana de Notícias

Camaradas Amigos do Povo
Karl Marx
Lênin
Josef Stalin
Fidel Castro
Pol Pot
Ernesto Che Guevara
Mao Zedong
Michael Moore
Richard Dawkins
Paulo Freire
Antonio Gramsci
Carlos Mariguela
Hugo Chávez

Movimentos Democráticos

MST
Portal do Ateísmo
Portal oficial da ONU
UNESCO Brasil
Fórum Social Mundial
Rede Desarma Brasil
Comissão Pastoral da Terra
Faculdade de Filosofia - USP
Planned Parenthood
Foro de São Paulo
Central Única dos Trabalhadores
Via Campesina
Refundação do Comunismo

Copyright Vanguarda Popular

Transparencia governamental: mais uma iniciativa brilhante...

Governo Federal lança o Programa “Meu Dossiê, SUA VIDA”
Blog Vanguarda Popular
Escrito por Emmanuel Goldstein
Qua, 14 de Julho de 2010 17:00

BANÂNIA (VanguardaPopular ©) - Nesta quarta-feira (14) começam as inscrições para o programa “Meu Dossiê, SUA VIDA”, o ambicioso projeto do governo federal que visa incentivar e difundir a criação de “bancos de dados” para ameaçar adversários políticos.

“O programa Meu Dossiê, SUA VIDA vai contribuir para a democratização dos meios de intimidação, permitindo que o banco de dados seja preparado de forma mais rápida e sem deixar vestígios”, argumentou o Ministro da Insegurança da Informação.

A novidade do programa é que a criação do dossiê acontecerá através da InfoInseg, uma rede de Insegurança da Informação que concentra um conjunto de bases de dados distribuídas pelos estados da Federação e por órgãos do governo federal.

O grande problema é que a população ainda tem muitas dúvidas. Pensando nisso, o glorioso Comitê Central do Partido VanguardaPopular © elaborou um pequeno FAQ (perdão pelo estrangeirismo, camaradas) para esclarecer alguns questionamentos.

1) Como funciona o sistema de Insegurança da Informação (InfoInseg)?
Camarada, a rede InfoInseg está funcionando via Internet. Qualquer cidadão cadastrado no Programa “Meu Dossiê, SUA VIDA” poderá acessar a Rede, em qualquer parte do mundo. Mais informações sobre o InfoInseg você encontra aqui e aqui.

2) Através do programa “Meu Dossiê, SUA VIDA” poderei violar o sigilo bancário do meu caseiro Eremildo?
Sim, camarada! O sistema InfoInseg possui um módulo exclusivo para violação de sigilos bancários! Com apenas um clique você terá em mãos toda a movimentação financeira do seu caseiro!

3) Meu Partido decidiu comprar um dossiê aloprado contra nossos adversários, o programa “Meu Dossiê, SUA VIDA” é a melhor opção?
Sem dúvidas, camarada! Com o Programa “Meu Dossiê, SUA VIDA” você vai ficar sabendo tudo sobre a vida dos seus inimigos políticos e poderá, inclusive, violar o sigilo fiscal de algum líder da oposição!

4) Sou membro da Cooperativa de Assassinos 'Foi Bom te Conhecer' e estou iniciando minha carreira de seqüestrador profissional, posso utilizar o programa “Meu Dossiê, SUA VIDA” para coletar informações sobre minhas vítimas?
Sim, camarada bandido social! Toda informação que você precisa sobre sua vítima está disponível na base de dados do governo! Telefones, endereços, cartões de crédito, contas bancárias, resumindo, TODOS os dados pessoais estarão no seu dossiê em poucos segundos! Você não precisa mais perder seu precioso tempo levantando informações sobre o patrimônio da sua vítima, o governo federal já fez isso por você!

5) Sou Secretário Geral da ONU e candidato a ditador totalitário mundial, o programa “Meu Dossiê, SUA VIDA” pode me ajudar a identificar meus possíveis opositores?
Com certeza, camarada megalomaníaco! O sistema InfoInseg é o sonho de todo ditador líder psicopata progressista! Se Josef Stalin, Adolf Hitler e Mao Tse-tung tivessem um banco de dados como esse, com certeza teriam construído países socialistas muito mais prósperos e livres! Com esse sistema você poderá prender, plantar provas e acusar seus opositores muito mais facilmente, como o Hugo Chávez!

Chavez contra o Papa: uma briga de cachorros grandes...

Sinto pelos cachorros, que não deveriam estar envolvidos num conflito desse tipo, mas a comparação se alinha com um dito popular, que pelo menos num dos casos é totalmente pertinente...
Paulo Roberto de Almeida

CHÁVEZ PIDE REVISAR CONVENIO CON EL VATICANO
El Nuevo Herald
Managua 14 de julio 2010

El presidente Hugo Chávez pidió el miércoles "revisar" el convenio que tiene el gobierno venezolano con el Vaticano, que le da prioridad a la Iglesia católica sobre el resto de las iglesias, y afirmó que el Papa "no es ningún embajador de Cristo en la tierra".

En un nuevo capítulo de los roces que mantiene Chávez desde hace una semana con las autoridades de la Iglesia católica, el mandatario instó a su canciller Nicolás Maduro, en un acto en un hotel capitalino, a que "revise con un equipo de expertos...el convenio que tiene el Estado venezolano con el Vaticano"

"Vamos a estudiar cual es el convenio... con el Estado Vaticano lo cual le da a la Iglesia católica aquí un privilegio sobre otras iglesias. Resulta que ésto es un estado seglar...", agregó el gobernante.

Chávez sostuvo que luego de la revisión del convenio "habrá que dirigirse al Estado del Vaticano" porque "la sangre llegó al río" ante el comunicado que emitieron a inicios de semana los obispos venezolanos en el que expresaron preocupación por el establecimiento en el país de un "Estado socialista" de corte cubano.

"Bájense de esa nube, cavernícolas", dijo Chávez dirigiéndose a los obispos a los que señaló de tratar de abrogarse el "papel de Estado que no les corresponde" por denunciar que son violatorias de la Constitución las leyes que ha impulsado recientemente el gobierno y la Asamblea Nacional para establecer en el país modelo socialista.

"Se debe exhortar a los obispos a que se quiten la sotana, detrás de la cual se esconden cobardemente para tratar de manipular a un pueblo que ya no les cree para nada y salgan a la batalla", acotó.

El gobernante aseguró que los obispos están aliados con los opositores, y advirtió que "nosotros lo vamos a barrer el 26 de septiembre" en las elecciones de diputados.

Chávez también se refirió al Papa afirmando que lo reconocía como "jefe de Estado", pero dijo que "no es ningún embajador de Cristo en la tierra como ellos dicen, por el amor de Dios. Qué cosa es ésa: 'embajador de Cristo'. Cristo no necesita embajador, Cristo está en el pueblo y los que luchamos por la justicia y la liberación de los humildes".

El gobernante fustigó con dureza al cardenal Jorge Urosa Savino señalando que es "cien veces peor que aquél (el fallecido cardenal Ignacio Velasco). Este es de la extrema derecha fascista, del Opus Dei, y del opus no se qué, del opus seréis, es un oligarca".

Chávez acusó a Velasco, quien murió en el 2003, de apoyar el fallido golpe de abril del 2002.

La Conferencia Episcopal Venezolana (CEV) expresó el pasado lunes en un comunicado preocupación por el "clima de violencia y corrupción que reina en muchas esferas de la vida del país", e indicó que "la polarización ideológico-política de diversos actores no contribuye a la creación de un ambiente favorable" de cara a los comicios legislativos.

Los obispos afirmaron que "el pueblo desea vivir en democracia, en estado de derecho, con participación real de todos, en un clima de justicia social y libertad. Así lo decidió en el referendo del 2 de diciembre de 2007. Por eso es absolutamente inaceptable la imposición de un 'Estado socialista' que se inspira en el régimen comunista cubano y se ha venido concretando a través de leyes y hechos que desconocen la voluntad popular y la Constitución".

Las tensiones entre el gobierno y las autoridades eclesiásticas se agitaron a raíz de una declaración que emitió a finales del mes pasado Urosa Savino en la que manifestó inquietud porque el país estaba avanzando hacia un "Estado socialista" de corte "marxista-comunista".

Desde que asumió su cargo en 1999, Chávez ha mantenido tirantes relaciones con las autoridades locales de la Iglesia católica a las que ha acusado darle la espalda a los pobres y ponerse del lado de la "oligarquía", a la que considera empeñada en derrocarlo.

La CEV ha emitido en los últimos años duros mensajes contra Chávez al que le ha exigido el respeto a los valores democráticos, el combate a la corrupción, y la liberación de algunos opositores que son considerados "presos políticos".

De acuerdo a las principales encuestadoras locales, la cúpula eclesiástica tiene una alta credibilidad en el país, donde más de la mitad de sus 28 millones de habitantes profesa la religión católica.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Capitulos de livros: colaboracoes de Paulo R Almeida

Minha Faculdade, ou melhor, meu programa de Pós-Graduação, me pediu, com a máxima urgência, uma lista de publicação de capítulos de livros entre os anos de 2007 e 2009: título do capítulo, páginas, autores, título do livro, organizadores, editora, ano, ISBN, tiragem e local da edição.

Nao tenho certeza de minha lista, como abaixo, estar completa, nem tenho certeza de ter atualizado tudo no Lattes, mas mandei a relação como solicitado, com a única lacuna da tiragem (o que nao tenho a minima condicao de informar, nem creio que algumas editoras revelem esse dado).

Capítulos de Livros com colaborações de Paulo Roberto de Almeida: 2007 a 2009
Elaborado em 14.07.2010

1) “Brazil in the International Context” In: Joam Evans (org.), Brazilian Defence Policies: Current Trends and Regional Implications (London: Dunkling Books, 2009, 251 p.; ISBN: 978-0-9563478-0-0; p. 11-26).

2) “O Brasil e as relações internacionais no pós-Guerra Fria”; In: Nilzo Ivo Ladwig e Costa, Rogério Santos da (orgs.), Vinte anos após a queda do muro de Berlim: um debate interdisciplinar (Palhoça-SC: Editora da Unisul, 2009, p. 15-38; ISBN: 978-85-86870-910).

3) “O império em ascensão (por um de seus espectadores)” [Introdução ao livro de Manoel de Oliveira Lima: Nos Estados Unidos, Impressões políticas e sociais (1899)]. In: Manoel de Oliveira Lima, Nos Estados Unidos, Impressões políticas e sociais (Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2009; 424 p.; p. 9-39).

4) “Uma paz não-kantiana?: Sobre a paz e a guerra na era contemporânea”, In: Eduardo Svartman, Maria Celina d’Araujo e Samuel Alves Soares (orgs.), Defesa, Segurança Nacional e Forças Armadas: II Encontro da Abed (Campinas: Mercado de Letras, 2009, 376 p.; ISBN: 978-85-7591-112-9; p. 19-38).

5) “Bases conceituais de uma política externa nacional”, In: Estevão C. de Rezende Martins e Miriam G. Saraiva (orgs.) Brasil-União Europeia-América do Sul: Anos 2010-2020 (Rio de Janeiro: Fundação Konrad Adenauer, 2009, p. 267; ISBN: 978-85-7504-138-3; p. 228-243).

6) “O papel dos Bric na economia mundial”, In: Cebri-Icone-Embaixada Britânica Brasília; Comércio e Negociações Internacionais para Jornalistas (Rio de Janeiro, 2009, p. 57-65); “The Bric’s role in the Global Economy”. In: Cebri-Icone-British Embassy in Brasília, Trade and International Negotiations for Journalists (Rio de Janeiro, 2009, p. 146-154; ISBN: 978-85-89534-05-5).

7) “Brazil's Candidacy for Major Power Status”, with Miguel Diaz. In: Michael Schiffer and David Shorr (Eds.). Powers and Principles: International Leadership in a Shrinking World (Lanham, MD: Lexington Books, 2009, 328p.; Co-published with: The Stanley Foundation; ISBN Cloth: 978-0-7391-3543-3; ISBN Paper: 978-0-7391-3544-0; p. 225-251).

8) “Brazil”, with Denise Gregory. In: Growth and Responsibility: The positioning of emerging powers in the global governance system; Gerhard Wahlers, Paulo Roberto de Almeida, He Fan, Denise Gregory, Matthew Joseph, Leaza Kolkenbeck-Ruh, Rajiv Kumar (Berlin: Konrad Adenauer Stiftung, 2009, 126 p.; ISBN 978-3-940955-45-6; p. 11-30)

9) “Lula’s Foreign Policy: Regional and Global Strategies”. In: Joseph L. Love and Werner Baer (eds.), Brazil under Lula: Economy, Politics, and Society under the Worker-President (New York: Palgrave-Macmillan, 2009, 326 p.; ISBN: 970-0-230-60816-0; p. 167-183).

10) “Artigos 18 e 19”. In: Leonardo Nemer Caldeira Brant (org.) Comentário à Carta das Nações Unidas (Belo Horizonte: Cedin, 2008, 1340 p.; ISBN: 978-85-99499-02-3; p. 323-346).

11) “Brazil and the G8 Heiligendamm Process”, with Denise Gregory. In: Andrew F. Cooper and Agata Antkiewicz, Emerging Powers in Global Governance: Lessons from the Heiligendamm Process (Waterloo, Canada: Wilfrid Laurier University Press, Studies in International Governance Series, October 2008, ISBN: 978-1-55458–057-6, p. 137-161).

12) “A velha questão nuclear e alguns novos atores”, In: Wilhelm Hofmeister (ed.), Segurança Internacional: um diálogo Europa-América do Sul (Rio de Janeiro: Fundação Konrad-Adenauer, 2008, 184 p.; ISBN: 978-85-7504-126-0, p. 89-94). Publicado em versão em inglês, sob o título de “The Old Nuclear Question and some new players”, in Wilhelm Hofmeister (ed.), International Security: A European-South American Dialogue (Rio de Janeiro: Fundação Konrad-Adenauer, 2008, 184 p.; ISBN: 978-85-7504-125-3, p. 89-94).

13) “Limites do Mercosul no sistema internacional: passado recente e perspectivas futuras” In: Anais: VII Encontro Nacional de Estudos Estratégicos (06 a 08 de novembro de 2007). Brasília: Presidência da República, Gabinete de Segurança Institucional, 2008, vol. 2, ISBN: 978-85-85142-23-0, p. 65-72 e 78-81).

14) “Mercosul: uma avaliação retrospectiva e uma visão prospectiva”, in: Anais: VII Encontro Nacional de Estudos Estratégicos (06 a 08 de novembro de 2007). Brasília: Presidência da República, Gabinete de Segurança Institucional, 2008, vol. 2, ISBN: 978-85-85142-23-0, p. 495-515).

15) “Do alinhamento recalcitrante à colaboração relutante: o Itamaraty em tempos de AI-5” In: Oswaldo Munteal Filho, Adriano de Freixo e Jacqueline Ventapane Freitas (orgs.), “Tempo Negro, temperatura sufocante": Estado e Sociedade no Brasil do AI-5 (Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio, Contraponto, 2008; 396 p. ISBN 978-85-7866-002-4; p. 65-89).

16) “Monteiro Lobato e a emergência da política do petróleo no Brasil” In: Omar L. de Barros Filho e Sylvia Bojunga (orgs.), Potência Brasil: Gás natural, energia limpa para um futuro sustentável (Porto Alegre: Laser Press Comunicação, 2008, 144 p; ISBN: 978-82-61450-01-4; p. 12-33)

17) “A economia política do baixo crescimento econômico no Brasil: um Prometeu acorrentado pela sua própria Constituição”, In: Elizabeth Accioly (org.), O Direito no Século XXI: homenagem a Werter Faria (Curitiba: Editora Juruá, outubro 2007, 864 p.; ISBN: 978-85-362-2151-9; p. 615-632).

18) “Planejamento Econômico no Brasil: uma visão de longo prazo, 1934-2006”. In: João Paulo Peixoto (org.): Governando o Governo: modernização da administração pública no Brasil (São Paulo: Editora Atlas, 2008, 139 p.; ISBN: 978-85-224-5105-0; p. 71-106).

19) “Brasil e Argentina no contexto regional e mundial”, Prefácio ao livro de Eduardo Viola e Héctor Ricardo Leis: Sistema Internacional com Hegemonia das Democracias de Mercado: Desafios de Brasil e Argentina (Florianópolis: Editora Insular, 2007, 232 p.; ISBN: 978-85-7474-339-4, p. 15-24).

20) “A formação econômica brasileira a caminho da autonomia política: uma análise estrutural e conjuntural do período pré-independência”, In: Luis Valente de Oliveira e Rubens Ricupero (orgs.), A Abertura dos Portos (São Paulo: Senasc-SP, 2007; p. 256-283; p. 256-283; ISBN: 978-85-7359-651-9).

21) “Brazil as a regional player and as an emerging global power: Foreign policy strategies and the impact on the new international order”, Briefing Paper, series Dialogue on Globalization (Berlin: Friedrich Ebert Stiftung, July 2007).

22) “Mercosul: uma avaliação retrospectiva e uma visão prospectiva”, In: Rubens A. Barbosa (organizador): Mercosul revisitado (São Paulo: Fundação Memorial da América Latina, 2007, 80 p.; Coleção Cadernos da América Latina; p. 57-75).

Defusing population bomb: expanding survival of children

Acabo de assistir a mais uma das apresentações geniais do TED:

Hans Rosling on global population growth

About this talk
The world's population will grow to 9 billion over the next 50 years -- and only by raising the living standards of the poorest can we check population growth. This is the paradoxical answer that Hans Rosling unveils at TED@Cannes using colorful new data display technology (you'll see).

About Hans Rosling
As a doctor and researcher, Hans Rosling identified a new paralytic disease induced by hunger in rural Africa. Now he looks at the bigger picture of social and economic development with his… Full bio and more links

Open interactive transcript

Subtítulos disponíveis em várias línguas, inclusive Português do Brasil:
Translated into Portuguese (Brazil) by Luiz Alexandre Gruszynski
Reviewed by Belucio Haibara
More talks translated into Portuguese (Brazil) »

Vecinos muy descontentos... sin razon...

Ninguém, nunca antes na história deste continente, tratou o Paraguai tão bem, nem ninguém, nunca mais neste continente, o tratará tão bem...
Uma grande injustiça, essa afirmação do principal jornal paraguaio...
Paulo Roberto de Almeida

Lula no cesa de burlarse del Paraguay
Editorial ABC Color, 14 de Julio de 2010

El lamentable manejo dado por nuestras autoridades a las negociaciones con la República Federativa del Brasil en lo atinente a la reivindicación de la soberanía energética nacional es un ejemplo que pone de manifiesto el grave deterioro que afecta a la República en materia de relacionamiento internacional. Muy hábilmente, durante su campaña electoral, Fernando Lugo enarboló con fines proselitistas la emblemática bandera de la recuperación de nuestros largamente postergados legítimos derechos en Itaipú. Sin embargo, falto de una estrategia adecuada de negociación con Itamaraty, el Gobierno luguista desde el principio anduvo a los tumbos en lo referente a los mecanismos que debía activar para materializar su promesa electoral. Pronto Brasil supo aprovechar en su beneficio la improvisación paraguaya. Nuestros últimos cancilleres facilitaron el astuto trabajo de la Cancillería brasileña, la cual no hizo más que dar continuidad a la vieja práctica empleada durante los sucesivos gobiernos colorados, de repartir algunas migajas que mantuvieron con los bolsillos llenos a nuestros políticos en el Gobierno al tiempo que garantizaba la plena vigencia e intangibilidad de sus propios intereses.

La política exterior del actual gobierno –si es que tal política existe– se encuentra absolutamente a la deriva. Pocas veces en la historia de nuestro país, la diplomacia paraguaya ha dado tantas muestras de imprevisión, incapacidad y desvarío como en la administración del presidente Fernando Lugo y su canciller Héctor Lacognata. El lamentable manejo dado por las autoridades a las negociaciones con la República Federativa del Brasil en lo atinente a la reivindicación de la soberanía energética nacional es un ejemplo que pone de manifiesto el grave deterioro que afecta a la República en materia de relacionamiento internacional.

Muy hábilmente, durante su campaña política, el entonces candidato presidencial de la Alianza Patriótica para el Cambio (APC), Fernando Lugo, enarboló con fines meramente proselitistas la emblemática bandera de la recuperación de nuestros largamente postergados legítimos derechos en Itaipú. En aquel marco electoral, el ex obispo advirtió a nuestro principal y poderoso vecino que, en caso de conquistar el poder, exigiría la renegociación del leonino tratado suscrito en 1973, en el que se habían conculcado los intereses de la Nación de manera alevosa. Inclusive, llegó a amenazar a los brasileños con recurrir a los tribunales internacionales para reclamar lo que justamente nos pertenece.

Sin embargo, falto de una estrategia adecuada de negociación con Itamaraty, el Gobierno luguista anduvo desde el principio de su gestión a los tumbos en lo referente al delineamiento de los mecanismos que debía activar para materializar su promesa electoral. Pronto Brasil supo aprovechar en su beneficio la improvisación paraguaya. Dos cancilleres, Alejandro Hamed y Héctor Lacognata, absolutamente desconocedores del derecho y la práctica internacional, facilitaron el astuto trabajo de la Cancillería brasileña, la cual no hizo más que dar continuidad a la vieja práctica empleada durante los sucesivos gobiernos colorados, de repartir algunas migajas que mantuvieran con los bolsillos llenos a nuestros políticos en el gobierno al tiempo que garantizaba la plena vigencia e intangibilidad de sus propios intereses.

Creyendo ingenuamente que sus “coincidencias ideológicas” con el presidente Luiz Inácio Lula da Silva permitirían efectivizar la reivindicación de la soberanía energética paraguaya, Fernando Lugo se encaminó confiado a aguardar el cumplimiento de los acuerdos firmados por un gobierno conformado por una nucleación política “fraterna”, el Partido de los Trabajadores (PT), muy cercano a los afectos del actual director interino de Itaipú, Gustavo Codas. Olvidó el Mandatario que los imperios como el brasileño no se mueven a base de consideraciones de carácter emocional, sino a la consecución de concretos objetivos materiales que los beneficien.

Con la suscripción de la Declaración Presidencial del 25 de julio de 2009, Brasilia obtuvo su primera conquista: hacer que Fernando Lugo renunciara por voluntad propia a la exigencia de renegociación del inicuo Tratado de Itaipú. Con la promesa de que incrementaría el pago por la cesión de energía no consumida de 120 millones a 360 millones de dólares, y con el compromiso devenido en mentira de que alguien, no se sabe exactamente quién, cubriría el costo de la construcción de una línea de transmisión de 500 kV entre la hidroeléctrica y Villa Hayes, Lula sepultó las “pretensiones” paraguayas.

En su irresponsable candidez, todo el gobierno luguista celebró estruendosamente la “histórica” concesión de nuestros vecinos. Pero a un año de la suscripción de aquella declaración, Paraguay no solo no recibió nada de lo comprometido y firmado, sino que, encima, por esa misma NADA, el Gobierno decidió insólita y unilateralmente claudicar nada menos que a una justa reivindicación histórica de nuestro país.

Tan descarada ha sido la abdicación, que incluso hoy, un aliado liberal del Gobierno en funciones, el senador Blas Llano –en campaña política interna dentro de su partido– reflota con mezquinos intereses proselitistas, como si todo este lamentable proceso no hubiera existido y él no tuviera también alto grado de responsabilidad al respecto, la necesidad de “renegociar Itaipú y recuperar la soberanía energética”.

A lo largo de estos 12 meses, y conociendo desde hace 40 años el taimado proceder de Itamaraty, ABC Color no ha cesado de advertir que el Gobierno paraguayo había caído otra vez víctima de una burda trampa del Brasil. La gente del Gobierno se rasgaba las vestiduras cuando denunciábamos y condenábamos el ardid. Pero he aquí que a un año del compromiso firmado, ninguna obligación brasileña se ha hecho efectiva, y nadie en el Gobierno nacional se hace responsable de tamaño fracaso.

Tras obligar a nuestras autoridades a someterse a una indigna actitud mendiga, a la que Lugo se prestó voluntariamente yendo al Mercosur a suplicar la aprobación del uso de unos fondos que el Paraguay pudo haber conseguido de manera decorosa por otras vías, ahora Lula anuncia la nueva fecha de una visita a nuestro país en la que los paraguayos otra vez más seremos forzados a atestiguar un colosal montaje de “fraternal” falsedad e hipocresía.

La situación no podía ser de mayor afrenta para la Nación. La clase política, y fundamentalmente el Parlamento, debieran exigir que los líderes del actual gobierno asuman su responsabilidad y rindan cuentas por el patético manejo que han dado a toda esta cuestión. La dignidad de los paraguayos no puede ser tan impunemente comprometida por autoridades que son omisas en el cumplimiento de sus obligaciones.

Ante este panorama, el principal responsable del manejo de nuestra política exterior, el ministro de Relaciones Exteriores, debe ser inmediatamente interpelado por el Congreso de la Nación.

Este poder del Estado, por otra parte, en estricta observancia de sus atribuciones constitucionales, debe asimismo negar el acuerdo para la designación del candidato del Poder Ejecutivo para ocupar la dirección paraguaya de la Itaipú Binacional. Se trata de dos necesarias medidas correctivas, tendientes a advertir al Presidente de la República que los altos intereses de la Nación no han de ser administrados con la misma negligencia o deshonestidad que han sido norma común durante la nefasta e interminable era de los gobiernos colorados.

Uma ditadura ordinaria e suas chantagens habituais...

Sei que tem gente que lê este blog e se morde de raiva quando eu trato de certos assuntos, ou de certas pessoas, ou de certos países, e uso as palavras certas para designar as coisas certas: ditaduras são ditaduras, patifes e fraudadores são patifes e fraudadores, idiotas, quaisquer que sejam suas intenções, são idiotas, e assim por diante.
Não adianta me ofender, fazer comentários irônicos a respeito de meus posts, sobretudo de meus comentários, me denunciar frente a não sei quais autoridades, que eu não me intimido: sempre chamarei as coisas pelo seu nome correto. O que aliás, está ao alcance de qualquer pessoa sensata fazer, sobretudo as bem informadas...
Acho que, pior que meus comentários, aos olhos e ouvidos de certas pessoas, são as demonstrações repetidas de má-fé, de jactância, de desonestidade intelectual, de fraude política, e de simples mentiras de certos personagens, quaisquer que sejam eles.
Engraçadinhos, abster-se...
Paulo Roberto de Almeida

A moeda de troca de Cuba
Editorial - O Estado de S.Paulo
14 de julho de 2010

Na quarta-feira passada, no mesmo dia em que o governo cubano anunciou a decisão de libertar 52 presos políticos ao longo dos próximos 4 meses, o ex-ditador Fidel Castro, que em 2008 transferiu o poder para o irmão Raúl, fez-se fotografar visitando o principal centro de pesquisas científicas de Havana. Foi a sua primeira aparição pública em 4 anos fora da residência onde costuma receber dignitários estrangeiros, como o bom amigo Lula da Silva.

Na última segunda-feira, no mesmo dia em que o primeiro grupo de libertos embarcou para a Espanha, a TV cubana levou ao ar uma entrevista gravada com Fidel -- a primeira em 4 anos, também. É improvável que se trate de coincidência, embora não estejam claros os nexos entre o súbito reaparecimento do "comandante" e a soltura dos prisioneiros. Nem na ida ao centro científico nem na entrevista, ele disse qualquer coisa relacionada com o acordo firmado entre o seu irmão, o cardeal Jaime Ortega, arcebispo de Havana, e o governo espanhol para a libertação das vítimas remanescentes da chamada "Primavera Negra" de 2003.

À época, a repressão castrista se abateu sobre 75 supostos "conspiradores aliados aos Estados Unidos". Em processos sumários e a portas fechadas, eles foram condenados a até 28 anos de cadeia. Naturalmente, não tiveram acesso a advogados ou às provas que os incriminariam. Com o passar do tempo e sob pressão dos apenas tolerados movimentos de defesa dos direitos humanos no país, a começar das Damas de Branco, que reúnem mães, mulheres e filhas dos encarcerados, uma vintena deles, muitos com graves problemas de saúde, foi solta.

Em fevereiro, o preso Orlando Zapata Tamayo morreu depois de 85 dias de greve de fome. O presidente Lula estava lá confraternizando com os seus algozes e cometeu a infâmia de culpá-lo pela tragédia. Seguiu-se outro protesto, dessa vez por um cubano em liberdade -- valha o que valer o termo sob o tacão do regime de partido único. O dissidente Guillermo Fariñas só voltou a se alimentar depois de 135 dias quando, aproveitando-se da visita do chanceler espanhol Miguel Ángel Moratinos, Raúl Castro comunicou a libertação dos 52 da "Primavera Negra". Segundo cálculos conservadores, continuam trancafiados, por motivos políticos, 115 cubanos.

Terá Fidel desejado fazer, com as suas aparições, uma advertência velada contra o que deve considerar concessões excessivas do irmão? Ou, com a sua mera presença pública, indicar que, apesar delas, nada mudará essencialmente na ilha? O fato de, na entrevista televisada, ele ter falado em "risco de guerra" no Oriente Médio, que culminaria com um ataque nuclear dos Estados Unidos e Israel ao Irã, pode ser interpretado como uma forma de sabotar qualquer nova iniciativa de reaproximação entre Washington e Havana, a partir da soltura dos presos.

Ninguém conhece melhor do que ele os perversos benefícios do bloqueio econômico americano para a sobrevivência da ditadura. O boicote, por sinal, não impede que os americanos vendam alimentos a Cuba, pagos à vista: só isso já faz dos EUA o quinto maior parceiro comercial do país. Para o castrismo, pior é o definhamento das transações com a União Europeia, em protesto contra a onda repressora da primavera de 2003 e como pressão para o fim dos encarceramentos políticos na ilha.

Essa a razão essencial da atual "magnanimidade" do regime. De há muito que em Cuba os chamados prisioneiros de consciência são usados como moeda de troca para manter respirando a agonizante economia local. Não há, por isso, motivos para acreditar que a abertura seletiva dos cárceres castristas prenuncia uma abertura política, com imprensa livre, Judiciário independente e direito de ir e vir.

A nota de rodapé no episódio foi a ridícula tentativa do assessor internacional de Lula, Marco Aurélio Garcia, de atribuir ao governo brasileiro a paternidade do acordo. Embora o próprio presidente tenha dito que não estava a par dos entendimentos, o seu assessor internacional disse que o chefe fez "gestões discretas" para a soltura dos presos. Com a sutileza de sempre, acusou os espanhóis de "pegar carona" nas conversações. "A bola caiu no pé deles e eles chutaram para dentro", inventou.

Pessoal, sinto muito: a empresa faliu, vamos fechar a barraca...

Pera aí: estamos falando de um país!!!
Será que dá para decretar a falência de um país, encerrar o empreendimento e mandar o pessoal procurar emprego em outra parte?
Acho que sim: o Haiti está tão devastado, que ele pode virar terreno de tiro para o exército americano, e acomodar os haitianos no Alaska (pagam um bom subsídio para quem quiser morar lá, talvez como proteção contra ursos selvagens, não que isso seja um problema para Sarah Palin...).
Bem, falando sério, acho que é preciso reconhecer que certos países não deram certo -- Somália, Haiti, Afeganistão -- e que talvez seja o caso de considerar outras hipóteses...


When do we pull the plug on a country?
David Rothkopf
Foreign Policy, 13.07.2010

What if the idea of Haiti as a country simply won't work?

They have been trying for two centuries. Even before the horrific tragedy of the earthquake six months ago, Haiti festered. The economy has averaged one percent growth per year for the past four decades. Haiti's per capita income places it 203rd among all nations. In purchasing power parity terms, it is $1,300 per year, putting it roughly on the same level as Uganda, Burkina Faso and Mali. In nominal terms, the per capita number is only $790, the lowest in the Western Hemisphere by far -- despite Haiti's proximity and ties to the richest economy on earth and aid flows and commitments nearing $10 billion since 1990.
This is not a new phenomenon. The Haitian experiment as a free republic that began with the successful slave rebellion of Toussaint L'Ouverture and Jean Jacques Dessalines in the first years of the 19th century has by many measures been a failure since the beginning. Today, Haiti's per capita GDP is less than a sixth that of the country with which it shares the island of Hispaniola and therefore many characteristics and circumstances, the Dominican Republic.
Haiti has had dictatorships and democracy, external rule and global assistance. Throughout its history, its governments have failed virtually all the most rudimentary tests of administrative or policy competence. It has seen almost three dozen coups, averaging one every six years or so. Haiti ranks 126th in the world on education expenditures. Roughly half the population is illiterate. Something like 8 out of 10 college graduates emigrate. The country has only the most rudimentary telecommunications, power generation or transport infrastructure outside of Port au Prince. The majority of people didn't have access to basic health care even before January's earthquake. The leadership has consistently been viewed as corrupt, and its elites have consistently been viewed as out of touch with its people. The top one percent of the population control almost 50 percent of the country's assets. It is almost alone amongst the nations of the Caribbean to be unable to take advantage of the potential for tourism. Deforestation and ill-considered agricultural practices have decimated agri-business on the island-with a few notable exceptions. Manufacturing has never taken in a meaningful way despite much vaunted efforts to manufacture baseballs or clothing.

The human tragedy of Haiti is unspeakable. The promise of its people remains great.

But what if the concept of Haiti is the problem? Haitians speak French and Creole as a vestige of a colonial era that began its decline over two centuries ago. That the island is divided between French and Spanish speaking halves is yet another consequence of European historical caprice. The country's people are descendants of slaves who were torn from Africa and subjected to inhumane treatment as a consequence of a despicable and fundamentally immoral economic model that was recognized as intolerable and unsustainable also decades before the country's founding.

In other words, the country has been shaped in many important ways by conditions that are virtually irrelevant to the modern world. Which raises the question: When does the statute of limitations run out on the idea behind a country's existence?

That's not to say that a people's right to self-determination ever expires. Rather it is to say that there may well be a time that it is in the interest of the people of a country like Haiti and its neighbors to determine that the experiment has failed. I realize this is an incrediblly inflammatory notion. It is certainly neither offered lightly nor without regard for the Haitian people, for whom I have the greatest respect, admiration and affection.

Rather it is to say, how much longer can the world write checks for billions, undertake initiatives doomed to failure, deal with governments gutted either by circumstance (the earthquake) or incompetence (virtually every other Haitian government)? There is a cost to the Haitian experiment and of course, it is not just measured in the outlays of international institutions or NGOs. Its more painful toll is measured in the costs to the Haitian people -- either during natural disasters (and hurricane season will soon come to a nation which currently has a million people homeless or housed in flimsy tent camps) or as a consequence of the year-in and year-out inability of the government to educate them, raise their standard of living, create new jobs, mine some sort of hope from the despair of the country's shanty-towns and villages that are dirt poor but filled with vibrant, energetic people.

Should nations that can't stand alone consolidate with neighbors? Should they break into different pieces? Should they develop different relationships with large countries with whom they share affinities? Should they be able to enter periods of protected restructuring like companies in bankruptcy? Should they, at the very least, start to question more seriously the underlying concepts that have, after decades or centuries, left them chronically poor, uncompetitive, unstable?

We treat the "right to nation" like it were a theological construct. But countries, like companies, like families, like churches, like all human organizations are just conceptual structures designed to produce a better life for the people within them. If all evidence suggests that the concept is flawed in some key way, we need to ask: When does it become time to reconsider, reinvent and explore new avenues that might better serve those who currently suffer without real hope of change? We can all think of other countries that might benefit themselves and the global community at large from such reconsideration.

Does this mean we should stop trying to help Haiti rebuild or to re-emerge from the current disastrous conditions? Of course not. Indeed, given the amount of dithering around helping Haiti that has occurred over the past six months, decency demands we redouble our efforts ... and then some. It is appalling that the oversight commission has only met once and has yet to appoint an executive director. It is appalling that the government of Haiti -- devastated as it has been -- has been so devoid of leadership. The country can emerge stronger if the world unites to help it as we must.

No, the reason I raise the issue is that after decades of watching Haiti (and many other countries) struggle with resource limitations, cultural obstacles, competitive disadvantages and chronic crises, I just think it is worth asking whether we need to be bolder in our approach to finding solutions and to truly ask ourselves what we would and could do if we sought to truly serve the people of these countries rather than the ideas of long dead founders, the consequences of long-forgotten geopolitical twists and turns or the objectives of elites who benefit from old ideas that no longer benefit anyone other than the few.

…………………………………………………

Biographical note on David Rothkopf:

David Rothkopf is the internationally acclaimed author of Superclass: The Global Power Elite and the World They are Making (Farrar, Straus and Giroux, March 2008), now available in over two dozen editions worldwide, and Running the World: The Inside Story of the National Security Council and the Architects of American Power (PublicAffairs, 2005), hailed by The New York Times as "the definitive history of the National Security Council." His next book, on the tug of war between public and private power worldwide and its consequences, is due out from Farrar Straus & Giroux late this year.

Rothkopf is President and CEO of Garten Rothkopf, an international advisory firm specializing in transformational trends especially those associated with energy choice and climate change, emerging markets and global risk. He is a visiting scholar at the Carnegie Endowment for International Peace where he chairs the Carnegie Economic Strategy Roundtable. He was formerly chief executive of Intellibridge Corporation, managing director of Kissinger Associates and U.S. Deputy Under Secretary of Commerce for International Trade Policy.

Rothkopf has also taught international affairs and national security studies at Columbia University's School of International and Public Affairs and Georgetown's School of Foreign Service, has lectured widely and is the author of over 150 articles for leading publications worldwide.

Que venham os inimigos, em barco, bote ou jangada...

Vejam esta frase de um militar responsável:
"Quando nós conseguirmos isso (submarino nuclear)... nenhum país do mundo terá coragem e condições de se aproximar de nossa costa", disse o subchefe de operações do Comando de Operações Navais da Marinha.
Uau! Estamos protegidos, então!
Mas, apenas uma dúvida: e se esse algum país do mundo vier também de submarino nuclear: vai ser um duelo ao por do sol? (ou no fundo do mar?)
Paulo Roberto de Almeida

Militares expandem simulação de ataque ao pré-sal
Por Eduardo Simões
Reuters Brasil, terça-feira, 13 de julho de 2010

SÃO PAULO - Ao mesmo tempo em que a prospecção de petróleo no pré-sal é ampliada para além da área das primeiras descobertas, Marinha, Exército e Aeronáutica começam na semana que vem um exercício militar de norte a sul da costa do país para mostrar capacidade de proteger as riquezas submarinas.

Ao contrário de sua primeira versão realizada em 2008 e que se concentrou somente na região Sudeste, a Operação Atlântico 2, com início marcado para 19 de julho, abrangerá também a região Nordeste e, além de simular ameaças à infraestrutura petrolífera, também exercitará o combate à pesca ilegal.
"Esse ano nós vamos realizar uma operação muito mais complexa, com maior grau de realismo", disse à Reuters o contra-almirante Paulo Ricardo Médici, subchefe de operações do Comando de Operações Navais da Marinha.

Ele acrescentou que os arquipélagos de Fernando de Noronha e de São Pedro e São Paulo, ambos na costa da região Nordeste, foram incluídos no teatro de operações das manobras deste ano.

"Essa inclusão de Fernando de Noronha se deve ao fato de (a ilha) ter um possível emprego estratégico por forças inimigas, caso não tenhamos militares realizando um perfeito controle territorial", disse Médici.
"(Fernando de Noronha) pode ser um importante apoio logístico para qualquer força que quiser atacar o nosso território", completou. Já a área de São Pedro e São Paulo, segundo o almirante, é alvo constante de embarcações que pescam ilegalmente na costa brasileira.

As manobras incluirão a simulação de ataques de submarinos e de ocupação por forças inimigas de uma plataforma de petróleo emprestada às Forças Armadas pela Petrobras.

A um custo estimado de 10 milhões de reais, de acordo com Médici, os jogos de guerra também envolverão a infraestrutura petrolífera das bacias de Santos e Campos e instalações energéticas, como as usinas nucleares em Angra dos Reis.

"É uma região que precisará ser protegida à medida que tivermos cada vez mais plataformas operando", disse Médici, acrescentando que o Brasil não sofre uma ameaça específica. "(Mas) precisamos estar preparados."

NOVOS MEIOS

A Operação Atlântico 2 mobilizará 10 mil militares das três forças. Navios de guerra, aviões de transporte e de ataque também participarão das manobras.

Médici reconheceu a necessidade de aquisição de novos equipamentos para garantir a proteção da costa brasileira, especialmente novos navios-patrulha e navios-escolta.

"Nós temos 8.500 quilômetros de costa. Se você pensar que nós precisamos proteger toda essa costa marítima, vai se verificar claramente a necessidade de mais meios", afirmou.

Ele disse, no entanto, que a chegada de um submarino a propulsão nuclear à esquadra brasileira, prevista para 2020, será essencial para essa tarefa.
"Quando nós conseguirmos isso (submarino nuclear)... nenhum país do mundo terá coragem e condições de se aproximar de nossa costa", disse.

Além do submarino a propulsão nuclear, resultado de um acordo com a França que prevê a transferência de tecnologia da parcela convencional do navio, o Brasil deve adquirir também novos caças de multiemprego para a Força Aérea.

Sapatos e soberania: um argumento idiota sempre repetido

Como alguém teve o mau-caratismo de invocar, pela enésima vez, a tal história dos sapatos, sempre contada com aquela baba de prazer indigno que acometem pessoas que não possuem argumentos melhores a esgrimir, permito-me republicar aqui um artigo já divulgado duas vezes no passado, mas que passou despercebido da maioria (geralmente porque só publico em pasquins desimportantes, como este próprio blog).
Gostaria, porém, de aduzir antes um novo comentário.
Quando algum fiscal aduaneiro, quando algum agente de segurança, em qualquer aeroporto, estação ferroviária, prédio público de qualquer parte do mundo, me submete a uma perquisição em regra, inclusive com escrutínio completo de meus pertences, e de meu corpo (com detectores manuais), eu me submeto voluntariamente, e JAMAIS retirei meu passaporte diplomático para alegar qualquer autoridade que aliás eu não possuo naquele recinto.
Naquele local, a autoridade máxima é o agente de segurança, e ele está ali cumprindo ordens, assegurando a segurança, justamente, de meu vôo, de meu trajeto de trem ou de ônibus, segurança do edifício público onde estou entrando.
Apenas idiotas pretendem se isentar desses procedimentos normais de segurança, invocando não se sabe qual dignidade nacional, apenas para parecerem diferentes e superiores.
Como qualquer idiota, ou melhor, terrorista, hoje, pode forjar um documento, e se apresentar como autoridade de um país qualquer, acho que mesmo os idiotas que pretendem se recusar aos controles viajam com maior segurança quando não existem exceções para os controles. Apenas idiotas preferem viajar sem segurança completa.
Dito isto, informo e reproduzo o que já publiquei a respeito.

2055. “De como os sapatos são importantes para a Soberania Nacional (ou não?)” Brasília, 23 outubro 2009, 5 p. Considerações exatamente sobre o que o título indica. Postado no blog Diplomatizzando (24.10.2009).
Publicado, sob o título “De sapatos e da soberania”, em Via Política (26.10.2009). Relação de Publicados n. 929.

De sapatos e da soberania
Paulo Roberto de Almeida (23.10.2009)

Nesta semana que passou, mais exatamente no dia 20 de outubro de 2009, eu ouvi, diretamente e pela enésima vez – depois de já tê-la ouvido, lido ou assistido, outras tantas vezes, por todos os meios de comunicação possíveis – uma frase fatídica, que todas as pessoas bem informadas já ouviram também, e que resume, de maneira perfeitamente clara, o conceito de soberania nacional que ostentam certas pessoas:
“Ministro de Estado não tira os sapatos!”
A invectiva, obviamente, não tem nada a ver comigo, pois não sou ministro, muito menos de Estado, nem corro o risco, absolutamente, de converter-me numa dessas respeitáveis figuras, any time soon. Mas, já tirei, sim, os sapatos, algumas vezes, inclusive em aeroportos brasileiros, sempre e quando fui assim instado a fazê-lo por alguma autoridade aeroportuária de segurança (entendo que o mais humilde guarda-fronteiras é uma autoridade com plenos poderes, em sua restrita competência local e setorial). Jamais fiz desse pequeno incômodo momentâneo algo maior, ou diferente, do que o seu estrito significado real: uma medida de segurança, tomada por autoridades que zelam pela segurança de todos os usuários dos transportes aéreos (mas também poderia ser em qualquer outro meio, circunstância ou contexto).
Aliás, mesmo se eu fosse ministro, não consideraria tal medida desabusada, desrespeitosa ou de qualquer forma dirigida contra mim, pois entendo que qualquer pessoa deve colaborar e acatar normas de segurança adotadas em caráter universal. Pretender invocar uma qualquer autoridade superior para eximir-se de cumprir uma norma geral de segurança significa, em primeiro lugar, considerar acima dos demais usuários de transportes coletivos, quando o que se está fazendo é exatamente isso: usando um meio de transporte coletivo que obedece a normas de segurança ditadas por alguma autoridade do setor. Acho que essa coisa de invocar o “sabe com quem está falando?” já passou de moda, ou só é invocada por quem não está seguro de sua própria autoridade.
Eu não me sentiria menos “ministro”, se fosse o caso, se decidisse cumprir esse tipo de requisito universal de “minhas” próprias autoridades, nem me sentiria ofendido em minha dignidade pessoal, ou funcional, se autoridades estrangeiras de segurança assim o exigissem de mim. Não creio que minha respeitabilidade pessoal, ou funcional, como figura pública, ou que a soberania nacional que eu por acaso simbolizasse, seriam gravemente afetadas, ou politicamente prejudicadas, naquilo que é relevante, se por acaso eu decidisse, em lugar de brandir uma qualquer autoridade de minha parte, acatar determinações nesse sentido de qualquer autoridade que fosse. Poderia, claro, invocar minha hipotética qualidade de “ministro” de qualquer coisa, para subtrair-me a esse tipo de incômodo menor, mas não creio que o cuidado de eximir-me de tal exigência valeria o esforço da explicação, da apresentação de credenciais, da devida identificação, do reconhecimento, do pedido de desculpas, das mesuras apropriadas, enfim, do ritual habitual a que se submetem todos aqueles que se sentem no dever, na obrigação ou que têm prazer em exibir sua autoridade (sim, existem aqueles que viajam com valetes e mordomos, que cumprem esses rituais).

Bem, eu dizia, no começo, que esse assunto não é exatamente comigo e que eu não correria esse risco, e ratifico: não é nada comigo. Mas tem algo a ver comigo, ou com o meu modo de ser, como explico a seguir.
Pessoas importantes – não preciso dizer quem – vêm insistindo, a cada oportunidade, sobre o absurdo que constitui o ato de retirar os sapatos em aeroportos, como se isso constituísse um grave atentado à soberania do País, uma ofensa à dignidade pessoal, ou funcional e, quem sabe?, uma diminuição da respeitabilidade nacional. Posso dizer, de imediato, que considero uma indignidade esse tipo de exploração política de atos excepcionais – posto que adotados sem expressa intenção de cometer aqueles “delitos” supra-mencionados – para proclamar, retoricamente, um conceito absolutamente ridículo de soberania nacional, que se resume exatamente a isto: o fato de se vincular a soberania de um Estado ao ato de retirar (ou não) os sapatos, por exigência de um simples guarda-fronteiras, por mais obtuso que este fosse, ou por mais alheio que seja às regras do tratamento diplomático de costume.
Desculpem-me o comentário, mas considero esse tipo de atitude uma exploração vil de algo que não está na capacidade da “vítima”: mudar a atitude rotineira, absolutamente mecânica e burocrática, do agente atuante; trata-se de uma exploração indigna da parte de quem a faz, pois que vincula a soberania nacional – noção mais relevante do que isso e, ao mesmo tempo, muito difusa – à ação concreta, cometida em território estrangeiro, por um agente de segurança, geralmente de nível médio, sem o preparo adequado e sem consciência do que constituam ou representem os dispositivos da Convenção de Viena. Supor que tudo aquilo é feito para humilhar a autoridade estrangeira – no caso, o ministro em questão – seria abusar da inteligência de todos os envolvidos, tanto de quem formula, quanto de quem ouve tal tipo de peroração ‘patriótica’.
A frase fatídica, repetida ad nauseam em várias circunstâncias, tem exatamente esse objetivo: o de fazer crer que a dignidade nacional depende da preservação dos sapatos nos próprios pés, mantidos mesmo sob exortação contrária de um pobre guarda-fronteiras, que está ali apenas tentando cumprir ordens estritas recebidas de cima. Trata-se de um episódio absolutamente insignificante, que qualquer pessoa sensata consideraria corriqueiro e sem maior significado político, a menos que alguém pretenda se enrolar na bandeira nacional e passar a considerar que os seus sapatos também fazem parte do território pátrio e representam um pedaço da soberania estatal. Ridicule, n’est-ce pas?

Pois bem, vamos agora fazer um pequeno exercício de suposições, e inverter personagens, tempo e circunstâncias, colocando no lugar dos “submissos” aqueles mesmos que exploram politicamente e de forma vil – ouso repetir – esse episódio.
Vamos supor que um ministro qualquer, vindo de seu país de origem, desembarque no aeroporto de trânsito de uma cidade periférica do império – pois parece que se trata bem desse tipo de geografia, já que o aeroporto de um “parceiro estratégico” não serviria para o exercício de ‘exploração’ – em torno de 5 horas da madrugada, para fazer transbordo ao vôo de destino, justamente para a capital do império, onde ele vai se encontrar com responsáveis políticos locais naquela mesma manhã. Alerto que esta suposição se conforma exatamente ao cenário em causa.
No controle de trânsito, o ministro em questão se depara com a mais alta autoridade presente, um humilde guarda-fronteiras, cujas ordens estritas são as de inspecionar severamente todo e qualquer passante no seu setor, sobretudo quando se está a pouco mais de dois meses de um terrível atentado perpetrado por meio de transporte aéreo e justo depois que mais um terrorista energúmeno pretendia explodir uma outra aeronave dirigida ao mesmo país em pleno vôo, tentando acender o explosivo plástico que ele trazia escondido em seus sapatos (atenção, para quem não sabe: a história é real; felizmente, ele não conseguiu e foi dominado por passageiros e pela tripulação; os sapatos são a prova do atentado planejado...).
Voilà: o humilde guarda-fronteiras em questão, consciente de seu alto dever de resguardar a segurança de todos os usuários (inclusive estrangeiros) dos transportes aéreos dirigidos à capital do império, decide exigir de todos, sem exceção, que submetam os seus sapatos à inspeção de raios-x, no que é um procedimento inédito para a época, mas que depois se converteu em algo rotineiro. Ele não quer nem ver passaportes, credenciais, não quer discutir com ninguém, não pretende ouvir nenhuma reclamação: ele apenas quer que todos os sapatos passem pela inspeção, nem mais, nem menos. Velhos, jovens, saudáveis, aleijados, autoridades, simples turistas, todos devem submeter-se ao monitoramento; essas são as suas ordens, e ele se empenha em cumpri-las integralmente, as simple as that...
So what!? O que faz, então, o patriótico ministro de Estado? Claro, ele pode invocar a sua alta autoridade, em face da baixa autoridade do simples guarda-fronteiras, mas o fato é que o homenzinho ali postado não o deixará passar a menos que ele retire os seus sapatos, como todo mundo, e os coloque na esteira de controle. Nem adianta argumentar, pois o sujeito pode perder a paciência e simplesmente responder: “I don’t give a damn who you are: either you submit your shoes or you can’t pass this way”.
Não tem conversa. O patriótico ministro pode telefonar para a residência de seu representante na capital do império (que estará dormindo, nessa hora), acordá-lo, avisá-lo que está bloqueado na zona de trânsito daquele maldito aeroporto de periferia por causa de um ridículo par de sapatos, e pedir que o sujeito faça algo no mesmo momento. Bem, vejamos o que pode fazer o atônito funcionário da capital. Não há como acionar a chancelaria local, deserta, salvo algum sonolento agente de vigilância. Ele pode tentar saber qual seria o telefone do diplomata de plantão, para que este acione a autoridade correspondente do maldito aeroporto periférico, para que este acione os serviços de segurança, para que estes alcancem o guarda X do corredor Z, do terminal N, da ala B. Ele pode também tentar telefonar para o seu contato no cerimonial, que provavelmente estará dormindo, mas que procurará acionar o cerimonial, para que este acione a autoridade correspondente, etc., etc., etc...
Claro, tudo isso supondo que todo mundo atenda telefonemas de madrugada, que as pessoas saibam o que fazer e, sobretudo, que o façam em tempo hábil para que o patriótico ministro não perca a sua conexão que parte em pouco mais de uma hora de trânsito. Não pretendendo tirar os sapatos, sob risco de ofender gravemente a dignidade e a soberania nacionais, o ministro em questão os preservará em seus pés, com grande chance de perder o resto da viagem e os encontros daquela manhã na capital do império. Melhor que ele se acomode em alguma cadeira dura, enquanto espera o problema ser resolvido, e tire um cochilo no intervalo. Nesse caso, melhor tirar os sapatos para ficar mais confortável, inclusive acomodando os pés na cadeira ao lado. Difícil tirar uma sesta naquela espera angustiosa...
Sim, claro, mais tarde, bem mais tarde, ele terá de engajar um pouco mais de esforço para explicar ao agente da companhia de trânsito por que faltou à chamada de embarque, por que não avisou que deixaria de embarcar, além de providenciar novo vôo para a capital do império (esperando que o avião das 10h30 não esteja lotado) e tentar remarcar todos os compromissos perdidos daquela manhã. Mas isso é o de menos: o importante é que a soberania e a dignidade nacionais tenham sido preservadas.
Claro, ele também pode escolher viajar em jatinho comercial privado ou oficial de serviço, mas certamente vai sair bem mais caro para o orçamento nacional do que viajar em avião de linha; e, para escapar de todos esses chatíssimos controles de segurança, ele precisa sempre mobilizar todos os serviços de cerimonial, mandar avisar todos os responsáveis de aeroportos da periferia do império, se munir de serviçais solícitos e se precaver com todas as credenciais necessárias. Tudo isso, cela va sans dire, para preservar a soberania do Estado, que é, como se sabe, muito suscetível a um simples descalçar de sapatos, símbolos por excelência da dignidade nacional.

Bem, terminemos aqui nosso exercício de suposições, pois eu entendo que, ocorrendo a hipótese acima, o ministro patriótico em questão não teria coragem de explorar de forma tão vil a “submissão ao império” de seu colega ‘neoliberal’, caso ele mesmo tivesse sido submetido ao indigno tratamento imperialista aqui descrito.
Ao fim e ao cabo, cabe reconhecer que tudo não passou de um episódio absolutamente insignificante para os assuntos de Estado, cujo alto tratamento na capital do império não foi minimamente afetado pelo infeliz controle no aeroporto periférico, desde que o ministro em questão não questione, está claro, a autoridade do guarda-fronteiras no zelar pela segurança de todos (e que não considere que tal gesto diminua, de algum modo, sua dignidade de ministro de Estado).
Espero, sinceramente, não ter de ouvir mais uma vez essa explicação simplória e ridícula de que tirar os sapatos em aeroportos é submissão ao império. Realmente, não gosto que abusem de minha inteligência ou que distorçam minha compreensão do que seja soberania nacional.

P.S. 1: Eu sinceramente não pretenderia tratar de assunto tão medíocre se não me sentisse incomodado, como disse ao início, com a repetição enfadonha de uma alegação tão despropositada quanto maldosa, em sua intenção de denegrir deliberadamente a reputação de um outro ocupante do cargo. Um pouco mais de seriedade, na invocação da soberania nacional, seria desejável.
P.S. 2: Eu tenho esse péssimo hábito: costumo escrever o que penso, e divulgar o que escrevo, de forma totalmente gratuita, estrito e lato senso. Assumo responsabilidade pelo que assino, e não me incomoda o que os outros pensem. De toda forma, tenho pouquíssimos leitores...

P.S. 3 (in addendum e como aviso preventivo): É típico de personalidades autoritárias o ato de não suportar críticas, ou de exigir, de sequazes e dos mais ‘fiéis’ (até eventual mudança de situação), fidelidade e respeito absolutos a seus feitos e desfeitos, mesmo os mais mesquinhos e vingativos. Obviamente que isto não me concerne, e eu não temo retaliações nem sanções morais (ou imorais, neste tipo de situação). Cada um deve atuar de acordo com o seu caráter; o meu está claramente exposto em todos os meus escritos, de forma absolutamente transparente. Eu costumo assinar embaixo do que escrevo, o que nem sempre é o caso de um espaço público como este, no qual diversos “Anônimos” se manifestam livremente (alguns até de forma agressiva e raivosa, but I don’t give a damn...).

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 2055: 23.10.2009