O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Google e censura no Brasil: uma retificação importante

Agradeço ao leitor e comentarista Fernando Marés de Souza, responsável por um excelente blog chamado Roteiro de Cinema News, pela retificação importante e qualificação necessária, que fez em relação a este meu post:

Google: minha solidariedade, meu protesto contra a censura (16/02/2011)

Abaixo, seu post que desmente as informações alarmistas, e recomendo sua leitura na fonte, por inteiro, com gráficos, tabelas e quadros reproduzindo as principais matérias a respeito.

Só posso chegar a uma conclusão evidente: não podemos mais confiar sequer nos grandes jornais para uma informação correta sobre questões importantes.
Ceticismo sadio, portanto.
Paulo Roberto de Almeida

A VERDADE SOBRE O GOOGLE E A SUPOSTA CENSURA DE NOTÍCIAS NO BRASIL
Roteiro de Cinema News - Fernando Marés de Souza
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O Estado de São Paulo, a Veja, incluindo o blog do Reinaldo Azevedo, e a Exame noticiaram hoje que o Brasil “é recordista de notícias censuradas no Google”, que o "Google foi obrigado por autoridades brasileiras a tirar do ar 398 textos jornalísticos". Os veículos apresentam como fato que "398 matérias" foram deletadas dos servidores Google por ordem das “autoridades”. Seria um fato escandaloso se fosse verdade, mas não é.

Por motivos que não compreendo, os grandes veículos de imprensa online não “linkam” suas fontes, não permitem que o leitor vá direto ao dado original para checar por si mesmo e para que possa interpretá-lo e inclusive levar adiante novas abordagens, como é o costume entre blogueiros independentes. Porém, fazendo uma pesquisa rápida, um "fact-check" de rotina, facilmente se descobre que o “fato” noticiado pelos três veículos - e por mais de cinqüenta outros veículos que foram na onda dos três - não é verdadeiro.

UPDATE: Depois de ler as informações publicadas aqui, o jornalista Gabriel Manzano corrigiu parcialmente a informação equivocada do Estadão sobre Google e suposta Censura de Notícias no Brasil. Veja, Reinaldo e Exame ainda não. Mesmo corrigindo a matéria, creio que não tenha sido eficiente. Notas ao final.

UPDATE 2: O jornalismo brazuca online, do "gillette press", do "ctrl C + ctrl V", das "matérias kibadas", foi todo na onda do Manzano e os veículos publicando desinformação e fatos não verdadeiros sobre "notícias censuradas no google" já se pode contar às dezenas, no mínimo 59, incluindo G1, UOL, Zero Hora, Portal Imprensa - clientes da Agência Estado - Coletiva Net, Folha de Ibitinga, Rio News, Comunique-se, entre outras, procure no Google News "censura + google".

UPDATE 3: Veja não reconhece publicamente que disseminou informação não verdadeira mas altera texto para versão mais próxima ao texto revisado do Estadão. Considero falta de ética da Editora Abril não publicar nota de esclarecimento sobre as informações equivocadas que publicou no site durante horas e lançou no Twitter, mensagem que foi retuitada por centenas de pessoas, como documentado nesta matéria.

O dado reportado é supostamente baseado em relatório elaborado pelo argentino Carlos Lauria, do Committee to Protect Journalists - que não fala em 398 "matérias jornalísticas", e sim "content" - informação que por sua vez é baseada em relatório do próprio Google, que pode ser facilmente acessada e “linkada” pela URL: http://www.google.com/transparencyreport/governmentrequests/?p=2010-06&r=BR&t=DETAIL

Pois bem, abaixo está o screenshot do relatório. Segundo os dados publicados pelo Google nenhuma “notícia” ou "matéria" foi censurada ou retirada do site (Google News = 0), o número expressivo de 398 pedidos de remoção de conteúdo dos servidores Google é formado por páginas do Orkut (99 pedidos de remoção por ordens judiciais e 220 extra judiciais, num total de 319), vídeos do Youtube (47 pedidos no total), fotos do Picasa (1 pedido), etc. As remoções são baseadas na legislação brasileira de direito de propriedade intelectual, de privacidade e/ou de personalidade. Nada tem a ver com censura, como bradam os jornalistas desinformados.

(ler a integra neste link)

Politica externa: mudancas na continuidade... Entrevista Manuel Sanches

Entrevista:
Manuel Sanchez: Política externa brasileira
Global 21, 16/02/2011

Manuel Sanchez: O entrevistado tem uma leitura de rara objetividade acerca da política externa brasileira, na qual aponta os prováveis caminhos que o Brasil irá trilhar na gestão Dilma Rousseff.

Global 21- Em recente notícia veiculada pelo Jornal do Brasil a afirmação de que "Discurso do Itamaraty é dos anos 60" é atribuída ao senhor. Em que sentido? Isto se refere aos atores da cúpula do MRE?

Manuel Sanches - Na verdade, o que eu disse foi que o Itamaraty, desde o final da Segunda Grande Guerra, tenta transformar o Brasil em uma potência regional, fato que vem conseguindo, diga-se de passagem. O Brasil foi o único país da América do Sul a enviar tropas para lutar na Europa, o que já era um indício de que tinha condições militares para ser uma potência regional. A entrada do Brasil na guerra ao lado dos aliados foi o resultado de muita negociação e o Itamaraty teve um papel importante na decisão final.

No corpo da notícia isto ficou claro, mas o título passou a impressão de que havia uma crítica genérica quanto a política atual do Itamaraty. A minha crítica não foi genérica, mas específica ao fato da posição dominante durante o governo Lula ter sido pouco prática e de resistência a maiores e melhores relações com a ALCA.

G21 - A ideologização da política de relações exteriores do governo Lula se perpetuará fazendo com que a ALCA permaneça em banho-maria?

MS - Com esta sua pergunta voltamos ao ponto básico. A política externa durante o governo Lula foi demasiadamente ideologizada, mas tudo indica que no governo Dilma a posição será mais técnica. Com isso, pode-se esperar que a questão da ALCA reapareça tanto no cenário diplomático como no cenário do comércio exterior, particularmente no comércio de produtos agrícolas.

G21- No seu entender as relações comerciais e políticas do Itamaraty permanecerão focadas nas relações sul - sul ou os atuais dirigentes terão a flexibilidade necessária para retomarem as relações norte-sul?

MS - Acredito que as perspectivas são de mudança. A própria escolha do Ministro Patriota já foi um sinal do novo governo de que o Itamaraty voltaria a ter uma posição mais técnica, tanto do ponto de vista político como do ponto de vista comercial, onde, neste último caso, o Itamaraty dever ter um papel coadjuvante em relação aos ministérios do setor produtivo.

Sempre existe uma relação entre a diplomacia e o comércio. Dizer-se que o comércio deve determinar a diplomacia ou ao contrario que a diplomacia deve determinar o comércio é uma visão estreita. As relações entre nações são sempre mais complexas e envolvem, além dos dois setores citados, a cultura, a língua, a história e a tecnologia.

As relações sul-norte não são apenas reflexos de uma dependência política, mas são também resultado de uma história que não pode ser apagada. Estas relações se manterão fortes nas próximas décadas, ainda que as relações sul-sul também possam e devam crescer. A crise iniciada em 2008 prejudicou um pouco as relações comerciais com os Estados Unidos e com a Europa mais isto deveu-se a uma menor capacidade de compra por parte de nossos parceiros.

G21 - Qual a leitura que o senhor faz acerca da vinda do presidente Obama e de seus principais assessores econômicos e políticos ao Brasil?

MS - Os americanos podem voltar a falar sobre a Alca, e certamente procurarão retomar um comércio mais intenso com o Brasil. O nosso país, por outro lado, não pode imaginar substituir o mercado americano ou europeu, pelo chinês, ou pelo cone sul. Primeiro porque o mercado americano é muito amplo e quando o consumo voltar a se aquecer será impossível conter as nossas exportações. Segundo porque, em relação à China, a América está mais próxima e os custos de transportes vão pesar favoravelmente para o comércio com os EUA.

O mesmo se pode dizer com relação à Europa. Quanto ao Cone Sul, especialmente a Argentina, este é o mercado próximo. Mas o mercado americano, quando aquecido, é mais forte. E também porque as relações comerciais com os EUA são históricas, os empresários se sentem mais seguros, não temem nenhuma reviravolta política ou econômica. Nos países do Cone Sul nunca se sabe. A morte de um líder, uma crise econômica, tudo pode resultar em um protecionismo prejudicial às relações comerciais internacionais.

O interesse de uma maior relação entre Brasil e Estados Unidos existe dos dois lados. Por isto, é claro que o Presidente Obama vai expressar os interesses dos empresários americanos em ampliar nossas relações comerciais, interesse que, como em toda a relação comercial, também existe do nosso lado.

G21 - A política comercial brasileira deverá permanecer capitaneada pelo Ministério de Relações Exteriores?
MS - Não acredito. O Ministério de Relações Exteriores tem uma missão mais nobre, digamos assim, uma missão de médio e longo prazo. E o corpo diplomático do Itamaraty sabe disso. Eles não querem ser comerciantes e sabem que a ação do Ministério, no caso comercial, é mais como coadjuvante e de definição de linhas de longo prazo.

Esta presença forte do Itamaraty na atividade comercial durante o governo Lula diminuiu de alguma maneira a missão da diplomacia. Devido à ideologização que ocorreu, é possível que os diplomatas tenham sofrido baixas que não sofreriam se atuassem dentro de suas linhas clássicas. Por exemplo, o desejo brasileiro de participar do Conselho de Segurança da ONU, trabalho que o Itamaraty desenvolve há décadas sofreu com o apoio dado ao Iran. E não acredito que tenhamos tido nenhum benefício comercial com os países árabes pelo fato de termos apoiado o Iran.

Também não acho que os ministérios da área de produção devam supor que podem direcionar a diplomacia brasileira. Seria muita presunção e os diplomatas são muito ciosos de suas funções. Agora, como parece que o Itamaraty volta àquilo que sempre fez e quis, os produtores e exportadores brasileiros vão poder aproveitar para também cumprir o seu papel de buscar mercados, seja no Norte ou no Sul.

G21 - Na administração Dilma Roussef as políticas de relações exteriores tendem a ser mais pragmáticas do que ideológicas?

MS - Seguindo a mesma linha de raciocínio anterior, acho que a política de relações exteriores será mais pragmática, para ficarmos nesta oposição entre pragmatismo e ideologia.
Dito isto, devemos ressaltar que o pragmatismo também é uma ideologia. Por outro lado, quando se supera o pragmatismo e se olha a longo prazo, é possível ver melhores parceiros no futuro. Acho que esta é a postura quanto ao futuro é aquela que tanto Itamaraty como exportadores devem ter com relação aos mercados americanos e europeus, mercados que superarão a crise atual e voltarão a ser interessantes para os brasileiros.

* Manuel Sanches é Professor Adjunto de Ciência Política, Universidade Federal do Rio de Janeiro, tendo cursado o Mestrado em Administração Pública na John Kennedy School, em Harvard e o Curso de Doutorado em Planejamento em Cornell.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Google: minha solidariedade, meu protesto contra a censura

A Google não precisa da minha solidariedade, claro, mas eu gostaria que existisse um instrumento constitucional que viabilizasse que essa companhia pudesse processar um juiz, e puni-lo pecuniariamente, frente a um Conselho de Justiça credível, por exemplo (não essa associação entre amigos que existe atualmente), cada vez que um desses censores togados violasse a Constituição proibindo a divulgação de notícias verdadeiras (não boatos).
Paulo Roberto de Almeida

Brasil bate recorde de censura ao Google
Gabriel Manzano
Estado de S.Paulo, 16/02/2011

Só na primeira metade do ano passado, o Google foi obrigado por autoridades brasileiras a tirar do ar 398 textos jornalísticos. Foi recorde mundial do período. O dobro do segundo da lista, a Líbia. O dado está no relatório do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), divulgado ontem em São Paulo.

Além disso, nos dias finais da corrida eleitoral brasileira os juízes do País emitiram 21 ordens de censura, revela uma pesquisa do Centro Knight para o Jornalismo, do Texas (EUA). Muitas agências de notícias foram também multadas ou tiveram de remover conteúdos. “Esse quadro mostra que a censura e a autocensura, que vem junto, estão atingindo níveis muito sérios no Brasil”, resumiu Carlos Lauria, coordenador do CPJ, que veio ao Brasil apresentar o levantamento Ataques à Imprensa em 2010. Ele distribuiu ainda outro texto menor sobre a situação na América Latina, em encontro promovido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). “Nossos levantamentos apontam 44 jornalistas mortos em serviço e 145 presos, em todo o mundo, no ano passado”, resumiu.

A censura ao Estado, hoje em seu 565.º dia, é o destaque de abertura do levantamento sobre o continente. “É espantoso que, num país como o Brasil, um dos maiores jornais seja proibido de noticiar um grande escândalo, que envolve figuras políticas conhecidas. Não consigo imaginar o The Washington Post sendo proibido de publicar algo sobre um ex-presidente americano”, disse ele. Lauria vai a Brasília amanhã, onde se reunirá com autoridades do Planalto, da Secretaria das Comunicações e dos Direitos Humanos. A agenda inclui uma visita ao Supremo Tribunal Federal.

Artifício. Os levantamentos do comitê, nos cinco continentes, apontam um novo artifício dos governos para impedir o trabalho da imprensa: eles enquadram os jornalistas em crimes de outra ordem, como subversão ou atos contra o interesse nacional, nos quais as leis sobre imprensa não se aplicam. Isso tem ocorrido no Oriente Médio, no Casaquistão, na África.

Stanley Ho: so os muito ricos tem o privilegio de ter bandidos na propria familia...

Pois é, ainda bem que você, eu e a maior parte dos que nos lêem, não temos tanto dinheiro assim. Tem suas vantagens, claro, mas também pode ser perigoso...

Ho family feud takes new twist
Shanghai Daily, February 17, 2011

ASIAN casino magnate Stanley Ho has filed a new lawsuit in an attempt to get back a US$1.45 billion stake in his Macau gambling empire that he says was seized by members of his own family.

It's yet another twist in a family feud that erupted in late January over who will control Ho's interests in the world's biggest gambling market.

The 89-year-old Ho, who was hospitalized for seven months after reportedly undergoing brain surgery in August 2009, has 16 surviving children by four women he calls his wives. The ongoing drama highlights a power struggle among different branches of the family for control of his gambling business.

Ho's law firm said yesterday it had filed legal proceedings for a second time in Hong Kong's High Court. The first suit was withdrawn after Ho's relatives promised to try to negotiate an agreement.

The firm's senior partner, Gordon Oldham, told reporters that it went back to the courts again because no deal had been reached.

"Dr Ho is very annoyed, very disappointed that in spite of two weeks of discussion between the four families, no resolution has been brought to him," he said.

The firm said that Pansy and Daisy Ho, two of Ho's daughters by his second wife, have broken their promise to return the stake.

The two are named as defendants in a writ filed with the court, along with two companies controlled by the families of Ho's second and third wives, and Lanceford, a company that held Ho's stake in Hong Kong-listed casino operator Sociedade de Jogos de Macau, or SJM.

Controversy erupted when SJM said most of Ho's shares in Lanceford were being transferred to the companies controlled by the families of the second and third wives.

Ho says he wants to divide his assets equally among his four families.

Oldham reiterated that Ho was misled into signing over the shares.

"Dr Ho was not aware of what he was being asked to sign, he was not aware of the nature of the documents and we have to draw our own conclusions as to the influence of Pansy and Daisy or others," he said.

The law firm said the legal action would continue until Ho's shares are returned and other family members may be added "unless their full cooperation is forthcoming."

The high-stakes drama has fascinated Hong Kong residents with its glimpse into the private life of one of the city's wealthiest men. Forbes earlier this year estimated Ho's fortune at US$3.1 billion.

Macau's economy has boomed since it broke up its gambling monopoly eight years ago. Ho's casinos are still the market leaders, accounting for about 30 percent of the city's gambling revenue, which surged to a record US$23.5 billion last year.

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Argentina: retrocendo no protecionismo, desmantelando o Mercosul

Sem comentários...

Argentina decide aumentar barreiras contra importações
Da Redação - DCI, 17/02/2011

O governo da Argentina decidiu aumentar as barreiras contra importações, conforme medida publicada no Diário Oficial de ontem. O Ministério de Indústria anunciou a ampliação da lista de produtos atingidos pelo sistema de Licenças Não Automáticas (LNA), de 400 para 600 itens.

Este sistema exige a aprovação prévia do governo para a entrada dos produtos no mercado doméstico. A nova lista inclui produtos metalúrgicos, siderúrgicos, eletrônicos, linhas, tecidos, automóveis de luxo, vidros, bicicletas, motos, entre outros.

Os automóveis atingidos são os que possuem motores acima de 3.000 centímetros cúbicos, no caso dos que são movidos a gasolina, e os superiores a 2.500 centímetros cúbicos para os movidos a diesel. Na realidade, a importação de automóveis de luxo pela Argentina está paralisada desde o início de fevereiro.

Assessores da ministra de Produção, Débora Giorgi, explicaram que "a medida não afeta os automóveis provenientes do Brasil e México". Porém, segundo levantamento realizado pela consultoria Investigações Econômicas Setoriais (IES), as importações de autopeças cresceram 61,7% em 2010 frente a 2009.

Com as restrições, o governo pretende pressionar os empresários para que realizem investimentos no país e produzam mais autopeças nacionais. Em nota oficial, Giorgi explicou que a medida tem o objetivo de "preservar os produtos nacionais no mercado interno" e o "processo de reindustrialização". Ela diz que as novas licenças serão aplicadas em setores nos quais a Argentina tem uma produção nacional capaz de satisfazer a demanda.

"A estratégia de comércio administrado para resguardar os postos de trabalho deu resultados satisfatórios à nossa indústria, que conseguiu substituir importações no valor de US$ 9,2 bilhões, no último ano", afirmou a ministra. Ela detalhou, ainda, que "os setores cujas importações têm licenças não automáticas são os que mais aportaram para a substituição de produtos importados, como o automobilístico, eletrônicos, linha branca, calçados e têxteis". Débora Giorgi ressaltou que a medida "não significa que não se possa importar."

Passaportes diplomaticos: voce tambem quer um?

Parece que a festa, ou a farra, segundo alguns, foi farta...

Em 5 anos, Itamaraty deu 328 passaportes especiais
Por Matheus Leitão
Folha de S.Paulo, 16/02/11

O Itamaraty concedeu 328 passaportes diplomáticos em caráter excepcional e por “interesse do país” de 2006 a 2010, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os beneficiados estão ex-vice-presidentes, ex-governadores, vice-governadores, 11 prefeitos de “grandes capitais”, presidentes de partidos, ministros aposentados de tribunais superiores e do Tribunal de Contas da União, líderes religiosos, diretores e secretários-gerais do Congresso Nacional. O detalhamento consta da resposta assinada pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e enviada ao Ministério Público Federal no Distrito Federal.

No dia 6 de janeiro, a Folha revelou que os filhos de Lula Marcos Cláudio, 39, e Luís Cláudio, 25, receberam o superpassaporte em caráter excepcional. O pedido foi feito pelo então presidente, com a justificativa de ser “interesse do país”. Outros três filhos e três netos de Lula também receberam o benefício dado pelo ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim.

MINISTÉRIO PÚBLICO
Depois da reportagem publicada, o Ministério Público pediu a anulação dos passaportes diplomáticos concedidos para pessoas não contempladas pelo decreto 5978/ 2006 e o controle da emissão do documento por “interesse do país”. O decreto previa que o documento fosse dado a presidentes, vice-presidentes, ministros, parlamentares, chefes de missões diplomáticas, funcionários da carreira diplomática, ministros dos tribunais superiores, procurador-geral da República, subprocuradores-gerais, ex-presidentes e seus dependentes (filhos até 21 anos -e até 24 anos, no caso de estudantes).

Patriota admite em sua resposta que os familiares de Lula receberam o documento em condição excepcional. Ele afirma ainda que o ex-presidente é uma “personalidade que continua a ter grande prestígio nacional e internacional”. Na resposta ao Ministério Público, o Itamaraty lista outras pessoas que também têm o superpassaporte.
São eles: diretores executivos do Banco do Brasil, do Banco Mundial, do Banco Interamericano de Desenvolvimento, da Organização Internacional do Café, da Organização Internacional de Madeiras Tropicais, da Interpol, do FMI (Fundo Monetário Internacional) e até da Fifa. Dos 328 casos excepcionais, 148 são funcionários da Presidência da República.

CARDEAIS
Para justificar os 22 líderes religiosos na lista de beneficiários, Patriota diz que é para manter a simetria aos “cardeais” da CNBB, que recebem o benefício do Vaticano. A Folha mostrou que o bispo Romualdo Panceiro, segundo na hierarquia da Igreja Universal do Reino de Deus, recebeu o documento.

Livros: renda-se ao primeiro impulso, mas no Kindle...

Continuando a minha novela da compra de uma tradução pavorosa deste livro, por 89 reais, eu poderia ter comprado esta versão, imediatamente:

Worlds at War: The 2,500-Year Struggle Between East and West - Kindle Edition - Kindle eBook (Mar. 25, 2008) by Anthony Pagden
Buy: $11.90
Auto-delivered wirelessly

Ou seja, poderia, até deveria, ter comprado essa versao: custaria menos de 20 reais, com entrega imediata e eu poderia até ler no escurinho do cinema...

Pode-se até baixar uma versão demonstração, antes de comprar, e ler o essencial...

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Livros: compre originais na Abebooks, varias vezes mais barato que edicoes brasileiras

Recebi vários comentários e algumas demandas paralelas, por isso retomo o assunto que já foi objeto de alguns posts abaixo: as péssimas, horrorosas, pavorosas (com poucas exceções) traduções brasileiras de livros estrangeiros, sobretudo especializados.
Se fosse só a qualidade da tradução, seria parte do problema, ainda que o principal. Mas o custo é igualmente extorsivo (em grande medida por culpa do governo).

Por isso recomendo a todos que comprem livros da maior rede de sebos do mundo:

Abebooks.com

Tem também na França (Abebooks.fr), na Grâ-Bretanha (.uk), na Alemanha (.de) etc., etc., etc.
Podem conferir: para qualquer título corrente que vocês imaginarem, tem pelo menos 50 ofertas, de 4 a 40 dólares, enfim, todos os preços. Tem livros praticamente novos sendo vendidos por menos de 10 dólares.
Mesmo agregando um frete para o Brasil que pode ficar entre 10 e 15 dólares, dependendo do peso do livro, ainda assim fica pelo menos a metade do preço do equivalente brasileiro, se houver, quando não três vezes menos.

Não se deixem mais roubar, pelo preço e pela tradução, por edições brasileiras.

Investimentos diretos: no e do Brasil, Asia no circuito

Coreanos iniciam segunda onda de investimentos
Cleide Silva
O Estado de S.Paulo, 15/02/2011

Depois da Hyundai, que constrói fábrica de carros em São Paulo, empresas de vários segmentos negociam instalações no País

O anúncio, na sexta-feira, da instalação em São Paulo da primeira fábrica do conglomerado Doosan, que vai aplicar R$ 100 milhões na produção de máquinas escavadeiras é mais uma indicação da nova onda de investimentos coreanos no Brasil, a mais forte desde os anos 90, quando chegaram as fabricantes de eletroeletrônicos LG e Samsung.

No ano passado, o País recebeu US$ 1 bilhão em investimentos produtivos de empresas da Coreia, um aumento de 688% em relação a 2009, quando somou R$ 132 milhões. A Kotra, divisão comercial do Consulado da Coreia em São Paulo calcula que o País abriga 70 empresas coreanas, muitas delas inauguradas no ano passado, e que mais 100 estudam ou já negociam instalações locais.

O professor de relações internacionais da Universidade Hankuk, de Seul, Hee Moon Jo, diz que "a estabilidade política e o desempenho econômico crescente do Brasil, além de seu grande mercado interno" tem atraído empresas da Coreia a instalarem bases de produção para abastecer também a América do Sul.

Uma característica dos grandes empreendimentos é atrair os fornecedores mais próximos. No rastro da Doosan, a também coreana Dabo Precision confirmou fábrica em Americana, ao lado da cliente, para fornecer maquinário de injeção plástica.

A Hyundai, maior montadora de veículos na Coreia e quinta no mundo, já garantiu ao seu redor sete empresas coreanas de autopeças no terreno em Piracicaba (SP) onde constrói fábrica para produzir inicialmente 150 mil automóveis por ano, projeto de US$ 600 milhões com previsão de gerar 1.500 empregos.

A Myoung Shin (carrocerias), a Hwashim (para-choques, peças para porta e barra de direção), a Hanil (sistemas interiores), a Doowon (ar condicionado), a THN (chicotes e outros itens), a Mobis (partes interiores) e a Dymos (bancos) vão investir, juntas, cerca de US$ 250 milhões e abrir 1.100 vagas.

Soma-se ao grupo que ficará ao redor da fábrica a francesa Faurecia, que já tem fábrica em Limeira, mas instalará linha de montagem de sistemas de escapamento em Piracicaba. Na vizinha Rio das Pedras está em obras a unidade da Samsong que fará cintos de segurança.

O diretor da empresa, Myoungjoong Lee, diz que também fornecerá componentes para a General Motors, assim como a Mando, outra coreana que se instalará em Limeira para produzir freios ABS. A empresa de logística Glovis, que dará suporte à Hyundai, ainda negocia local para instalação.

"A imagem do Brasil mudou muito lá fora e o País tem sido visto como importante player (jogador) mundial, por isso tem despertado o interesse dos coreanos", avalia Shin Jae Kim, sócia responsável pela região da Ásia do Tozzini Freire Advogados. Foi ela quem assessorou a vinda da Hyundai e da Doosan, entre outras empresas da região.

Celebração em coreano. Além das empresas, a chegada da Hyundai a Piracicaba, com início de produção experimental prevista para o fim do primeiro semestre de 2012, está movimentando outras áreas na cidade de 365 mil habitantes. No início do ano, dois restaurantes de comida típica da Coreia foram abertos e um terceiro está em fase de inauguração.

Um deles é de propriedade de Luiz Lee, coreano que está no Brasil há vários anos. Ele atua em São Paulo na área de importação e exportação de eletrônicos e viu uma nova oportunidade de negócio. O outro restaurante, batizado de Lago Asul (sic), também pertence a famílias coreanas que já viviam no Brasil.

Para atender as famílias coreanas que estão se mudando para a cidade, principalmente de executivos que comandam as instalações das fábricas, um pastor da igreja presbiteriana veio da Coreia e todas as manhãs de domingo faz celebrações no idioma natal.

Imóveis de alto padrão antes alugados a R$ 3 mil passaram para R$ 6 mil. Empresas do ramo tiveram de se adaptar às demandas dos novos moradores. "A maioria quer casa ou apartamento já mobiliado e isso não é comum na cidade", afirma Angelo Frias Neto, dono da maior imobiliária local, a Frias Neto. "Tivemos de convencer proprietários a alugarem imóveis já com mobília", diz ele, justificando em parte o aumento de preços. Frias Neto também preside a Associação Comercial e Industrial de Piracicaba (Acipi).

O prefeito de Piracicaba, Barjas Negri, confirma o efeito em cadeia que a montadora está provocando, mas nega que o município vá abrigar o que alguns chamam de "cidade Hyundai", um conglomerado com infraestrutura própria para anteder os empreendedores coreanos. "Isso é lenda", diz. Ele afirma que vários cursos profissionalizantes em parceria com o Senai e a Fatec estão sendo abertos para preparar mão de obra.

O terreno onde a Hyundai e alguns fornecedores estão se instalando foi adquirido pela Prefeitura em 2007 e doado à Hyundai, que também ganhou infraestrutura e isenção de IPTU, entre outros incentivos.

"O terreno abrigava um canavial e, como área rural, não recolhia IPTU", diz Negri. Ele calcula que a Hyundai vai gerar cerca de R$ 60 milhões ao ano em impostos para o Estado e que 25% do montante ficará com os municípios.

Outro empreendimento inaugurado na cidade no início do mês é o escritório do Demarest & Almeida Advogados, que assessora várias das fabricantes de autopeças. "A proximidade vai facilitar o atendimento", afirma o diretor Mario Roberto Villanova Nogueira.

Os coreanos também querem aproximação maior com os piracicabanos. Um grupo de 60 estudantes esteve na cidade no mês passado e participou de programas sociais. Também no fim de janeiro, a Hyundai levou ao município o time de futebol patrocinado por ela, o Jeonbuk, para partida com o XV de Piracicaba. O jogo terminou em empate, 2 x 2.

Nova investida. Além dos novos negócios, empresas já consolidadas no País estão ampliando atuação. Na semana passada, em anúncio feito na Coreia, a LG Eletronics disse que construirá no Brasil sua primeira fábrica global de módulos de televisão.

O módulo é um importante componente para TVs com tela de cristal líquido (LCD, na sigla em inglês) e hoje a LG o adquire de terceiros. Depois do Brasil, o grupo também produzirá o item no México e na Polônia.

Segundo a LG, o objetivo é reduzir custos e tirar proveito de isenções tributárias locais. A empresa não divulgou investimentos e nem o local da produção. O grupo tem fábrica na Zona Franca de Manaus, que recebe benefícios fiscais e vai construir uma unidade em Paulínia (SP), em terreno doado pela Prefeitura. A LG promete abrir 4 mil vagas.

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Coreia já investe mais que a China no Brasil
Cleide Silva e Melina Costa - O Estado de S.Paulo

A participação da Coreia no ingresso de investimentos estrangeiros diretos no Brasil aumentou de 0,4% para 2% no ano passado, do total de US$ 52,6 bilhões recebidos pelo País, segundo dados do Banco Central. A China, outro país asiático que está de olho no mercado brasileiro teve participação de 0,7%, ante 0,3% em 2009.

O presidente da Sociedade Brasileira de Estudos das Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), Luiz Afonso Lima, lembra que a Coreia passa por amplo processo de internacionalização e certamente o País vai receber ainda mais aportes, principalmente no segmento de bens de consumo.

"Com a rápida internacionalização da Coreia, os investimentos já estão transbordando da Ásia para a América Latina", afirma Lima.

Em sua opinião, em termos qualitativos os investimentos coreanos são mais interessantes que os chineses pois "possibilitam maior transmissão de tecnologia". Os coreanos estão mais focados em produtos como veículos, Eletronics e maquinários. Os chineses apostam mais na extração mineral e atividades ligadas ao petróleo.

Doo Young Kim, diretor-geral da Kotra, a divisão comercial do Consulado da Coreia em São Paulo, confirma que tem "estado muito ocupado" nos últimos meses no atendimento de missões e empresários independentes interessados em se estabelecer no Brasil.

Ele lista investimentos recentemente confirmados, como o da LS Cable, que produzirá cabos especiais no Rio de Janeiro. "O pré-sal representa uma grande oportunidade para as empresas coreanas da indústria de construção naval, que é um destaque na Coreia", justifica.

Kim também cita a Samsung Heavy Industry - que tornou-se sócia do estaleiro Atlântico Sul -, a Dongkuk, que fez parceria com a Vale na área de aços especiais e a CJ Corp, que já tem uma fábrica de produtos para ração animal em Piracicaba e quer ampliar atuação em outros ramos.

"Os brasileiros também precisam olhar mais para a Coreia, que tem grande interesse no carro verde e no etanol", sugere o diretor geral da Kotra.

Ele ressalta que a pergunta que mais ouve de empresas coreanas é: "Como consigo financiamento?". Em sua visão, "esse é o maior desafio para os investidores, pois as taxas de juros dos bancos no Brasil são bem mais altas que na Coreia.

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De Jaraguá do Sul para Hosur, na Índia
Raquel Landim - O Estado de S.Paulo

Depois de uma aposta frustrada na China, WEG inaugura nova fábrica na Ásia

O trânsito em Bangalore, norte da Índia, é tão caótico que alguns brasileiros expatriados pela WEG simplesmente não conseguem dirigir. A empresa alugou carros e contratou motoristas para deixar à disposição dos funcionários. Também conseguiu uma nutricionista para orientar os cozinheiros indianos a não colocar tanta pimenta na comida dos brasileiros.

São pequenos transtornos do dia a dia que ilustram as grandes barreiras culturais que a maior fabricante de motores elétricos da América Latina enfrenta para instalar uma fábrica na Índia. A unidade, que será inaugurada no próximo sábado, um dia considerado "auspicioso" pelos indianos, está localizada em Hosur, a 38 quilômetros de Bangalore.

Embora não seja um investimento tão grande (US$ 60 milhões), a chegada na Índia é um passo crucial na trajetória da empresa sediada em Jaraguá do Sul (SC). Depois de uma aposta até agora frustrada na China, a WEG parte para a conquista da Ásia. Segundo Décio da Silva, presidente do conselho de administração, a empresa entrou na terceira fase da sua "vida" com dois focos estratégicos: crescer no mercado asiático e vencer no segmento de energia renovável.

"A Ásia é um mundo novo. Foi necessário um aprendizado maior do que em outras regiões. Mas agora vai começar a aparecer o resultado do que aprendemos", acredita Harry Schmelzer Jr., presidente-executivo da WEG. Ele conta que, mesmo sem uma unidade local, já vende na Índia, por meio de exportações, mais do que na China.

A WEG desembarcou na China no fim de 2004, quando adquiriu do grupo Weifu uma fábrica na cidade de Nantong, a 250 quilômetros de Xangai. Com essa tacada, a multinacional brasileira entrou no maior mercado do mundo. As metas eram ambiciosas, mas os planos não saíram exatamente como o previsto.

Em cinco anos, a diretoria da filial chinesa foi trocada três vezes. O faturamento não decolou e parte da produção está sendo exportada para outros países, porque é difícil entrar no protegido mercado local. O choque cultural também foi grande. A empresa adquirida tinha uma administração quase estatal e valorizava excessivamente o "guanxi" - palavra em mandarim para rede de relacionamentos.

A China continua sendo um foco importante da estratégia da WEG, mas, na Índia, tudo está sendo feito diferente. Em vez de partir para uma aquisição, a empresa preferiu construir uma fábrica do zero. Desde o início das operações comerciais, em 2005, o diretor-geral é o mesmo: Satyajit Chattopadhyay. O nome impronunciável lhe rendeu o carinhoso apelido de "Chato".

Os produtos também são diferentes. Na China, são fabricados motores de baixa tensão, de menor valor agregado, usados em eletrodomésticos. Na Índia, a empresa vai produzir geradores e turbinas de média e alta tensão, usados em pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e nas obras de transposição de rios. A Índia tem um problema gravíssimo de escassez de água.

Cinquentona. A WEG chega ao mercado indiano cinquentona. Fundada em 1961, surgiu num galpão alugado por um eletricista (Werner Voigt), um administrador (Eggon João da Silva) e um mecânico (Geraldo Werninghaus). Cada um investiu 1,2 milhão de cruzeiros, o suficiente na época para comprar um Fusca novo. WEG são suas iniciais.

Eles comandaram a empresa por 30 anos, ganhando posições no mercado doméstico e desenvolvendo tecnologia própria. Em 1970, iniciaram as exportações. O filho de Eggon, Décio da Silva, assumiu a presidência em 1989 e, durante os 18 anos de sua administração, a WEG multiplicou por seis o seu tamanho.

A empresa fatura hoje R$ 5 bilhões e emprega 22 mil pessoas. A cada ano, fabrica 10 milhões de motores e consome 185 mil toneladas de chapa de aço. Silva iniciou ainda um agressivo processo de internacionalização. Além das nove unidades no Brasil, a WEG possui fábricas em cinco países, incluindo Índia.

No início de 2008, Silva deixou a presidência, pegando de surpresa o mercado e até os próprios colaboradores. Nem mesmo os nomes cotados para o cargo sabiam da mudança, que foi feita por headhunters. Ele passou o bastão para Harry Schmelzer Jr. Na WEG desde 1980, é o primeiro presidente que não é acionista. Mas os laços familiares não foram totalmente rompidos. Ele é filho de um primo de Voigt, um dos fundadores.

Crise. Vencer na Ásia não é apenas uma estratégia inteligente da WEG. Dependendo do desenrolar da crise global, pode ser uma questão de sobrevivência. Hoje, os países asiáticos absorvem apenas 7% das vendas da empresa. " Levar sua internacionalização para os mercados mais dinâmicos da Ásia é muito positivo. A WEG possui uma exposição relativa importante na Europa, que ainda patina por causa da crise", disse Artur Delorme, analista do setor de bens de capital da Ativa Corretora.

A crise global foi um golpe duro para a WEG. A empresa, que não demitia por corte de custos desde 1982, dispensou funcionários. Depois de duas décadas crescendo mais de 20% ao ano, amargou queda de 6,6% na receita em 2009. Os resultados de 2010 ainda não foram divulgados, mas a previsão é de estabilidade ou leve queda.

A expectativa da diretoria é que 2011 seja o ano da recuperação. No futuro, a empresa quer voltar a crescer num ritmo de dois dígitos. Mas, para isso, precisa seguir com a internacionalização. "A WEG vai exportar menos e fabricar mais lá fora", conta Schmelzer. O real forte é um dos motivos: prejudica a rentabilidade das exportações, torna mais baratos os ativos no exterior e aumenta a concorrência no mercado local. Se continuar nesse ritmo, a conquista do mercado asiático está apenas no início

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Melhora global ofusca brilho do Brasil
Leandro Modé, de O Estado de S.Paulo

Cenário favorável de países ricos começa a tirar investidores do País, um dos mercados preferidos por financistas mundiais atualmente

SÃO PAULO - Queridinho dos investidores internacionais nos últimos tempos, o Brasil tem seu posto ameaçado por países desenvolvidos - aqueles que sofreram muito mais com a crise. Desde o início do ano, mercados emergentes como o brasileiro perdem dinheiro para os chamados mercados maduros. Motivo: a melhora das perspectivas de crescimento para países como Estados Unidos e Alemanha, e a provável alta dos juros na zona do Euro e na Inglaterra ainda em 2011.

Mas não é só isso. O risco de superaquecimento em economias como a brasileira e a chinesa, as altas dos juros para conter a inflação nessas e em outras nações em desenvolvimento, a crise no Egito e incertezas em relação ao novo governo brasileiro deixaram investidores com o pé atrás. "As virtudes brasileiras foram exageradamente elogiadas nos últimos anos e as limitações do País foram pouco enxergadas", afirma Paulo Bilyk, sócio da Rio Bravo Investimentos.

Nem todos os analistas são tão ácidos. "O que está havendo é um rebalanceamento (dos investimentos) no mundo, mas nada trágico", pondera o diretor do banco de investimentos do Credit Suisse no Brasil, José Olympio Pereira. Um dos principais executivos do País na área de abertura de capital (IPOs, na sigla em inglês), ele lembra que, apesar do cenário mais nublado, janeiro teve o maior volume de IPOs para o mês desde 2007.

"Pode ser que, no curto prazo, a tendência de migração para desenvolvidos seja dominante. Mas, considerando que os fundamentos de médio e longo prazo dos emergentes são melhores, a situação pode se inverter", completa o diretor de Estratégia para América Latina do Deutsche Bank, Frederick Searby.

Desempenho ruim. Do início do ano até quinta-feira, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) apresentava um dos piores desempenhos do mundo. Em dólares, perdia pouco mais de 7%, à frente apenas dos mercados das Filipinas, da Tailândia, da Índia e do Chile. Na ponta oposta, encontravam-se indicadores de países desenvolvidos. O índice S&P 500, da Bolsa de Nova York, avançava pouco mais de 5%, porcentual semelhante ao da bolsa eletrônica americana Nasdaq.

Nos nove primeiros dias de fevereiro, o saldo de investimento estrangeiro na Bovespa estava negativo em R$ 1,4 bilhão. No ano, as saídas superavam as entradas em R$ 976 milhões.

Nas últimas quatro semanas, US$ 11,5 bilhões deixaram fundos de investimentos de países emergentes - do Brasil, saíram US$ 390 milhões e da China, US$ 1,4 bilhão. A maior parte da sangria ocorreu nos chamados fundos globais de emergentes, que mesclam ativos de todos os países inseridos nesse conceito.

No mesmo período, os países desenvolvidos acumularam entrada líquida de US$ 21,4 bilhões - os EUA lideram o movimento, com aportes US$ 14,3 bilhões superiores aos saques.

Os direitos dos brasileiros no exterior - Alexandre Barros

Os direitos dos brasileiros no exterior
Alexandre Barros
O Estado de S.Paulo, 15 de fevereiro de 2011

Recentemente a presidente Dilma Rousseff determinou ao ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, a revisão da política de direitos humanos do governo brasileiro. A providência veio em boa hora. O governo passado escorregou no apoio aos direitos humanos pelo mundo. Seja em Cuba, por um antiamericanismo atávico herdado dos tempos da ditadura militar, seja no Irã, por um cálculo que só a História provará se estava certo ou errado. Ele considerou que era importante defender as pretensões nucleares iranianas como um habeas corpus preventivo em relação à postura brasileira vis-à-vis o poder nuclear.

Explico. Apesar da retórica oficial, o Brasil vem desenvolvendo um programa nuclear que, quase seguramente, nos próximos 10 a 20 anos, colocará o Brasil numa situação internacional semelhante à do Irã hoje: enfrentando oposição das potências nucleares em relação às suas ambições.

Não foi acidente que o aliado brasileiro neste caso foi a Turquia, distante e pouco conhecida do Brasil, mas que tem no cenário internacional uma posição semelhante à brasileira: tem ambições nucleares.

No fundo, Brasil e Turquia quiseram garantir, com a oferta de mediação entre o Irã e os Estados Unidos, um aliado potencial para enfrentar no futuro a oposição que deve ocorrer às políticas nucleares de ambos os países.

Outra área em que a diplomacia brasileira se vem destacando é a comercial. Nesta tem agido com mais velocidade e mais energia em defesa dos investimentos brasileiros no exterior, sejam comerciais, financeiros ou industriais. Pelo andar da carruagem, tudo indica que a expansão financeira, econômica e comercial do Brasil se acelerará, e a diplomacia brasileira vem-se adaptando a esse novo ritmo.

Falta, entretanto, uma área ainda mais fraca - como todas as que congregam consumidores difusos, e não grandes empresas capazes de se organizar e contratar profissionais para defender seus interesses: os cidadãos brasileiros no exterior.

Graças ao progresso de transportes e comunicações no mundo, pessoas viajam mais. Além disso, o crescimento econômico brasileiro, especialmente nos últimos 16 anos, aumentou a capacidade financeira dos brasileiros de viajar para o exterior (melhor distribuição de renda e maior valorização do real), bem como os desejos e as necessidades de viagem de brasileiros, seja por curiosidade turística, por necessidade de estudo, trabalho, aperfeiçoamento ou crenças religiosas.

Nessa área os brasileiros infelizmente ainda estão num estado próximo da orfandade. Já que não fomos parte de um grande ex-império recente, como no caso da França e da Inglaterra, os brasileiros não gozam de algumas proteções que aqueles países estendem a cidadãos de suas ex-colônias. Esse é o lado externo.

Do lado interno, como os brasileiros não viajavam tanto, os consulados brasileiros no exterior levavam uma vida mais tranquila. Não tinham muito o que fazer, em razão mesmo da inexistência de uma grande clientela brasileira para atender no exterior.

Isso está mudando rapidamente. Os disparadores recentes foram a detenção e o repatriamento de uma brasileira, professora da Universidade de Brasília, impedida de entrar na Espanha na última semana de janeiro. Detida, interrogada e repatriada sem nem sequer entrar formalmente em território espanhol. Estamos diante de uma atitude desagradável, mas, até certo ponto, legal, de agentes fronteiriços espanhóis que optaram por exercer suas funções de maneira inflexível. Problema das relações Brasil-Espanha. Pode ser encaminhado pelo governo brasileiro com uma negociação tranquila ou com um aumento do tom na discussão diplomática. O episódio não é novo, tem-se repetido ciclicamente.

Do lado de cá, segundo o depoimento da professora, entretanto, a situação tem nuances envolvendo o governo brasileiro: ela contatou o consulado brasileiro em Madri por telefone e foi informada de que o consulado não poderia fazer muito. No máximo, poderia mandar um fax.

Segundo ela, em algum momento apareceram um homem que se identificou como advogado (não se sabe se mandado pelo consulado ou não) e uma intérprete. Após uma conversa breve e algumas horas de detenção no Aeroporto de Madri, ela foi recolocada sob escolta num avião e mandada de volta para o Brasil.

A afirmação do funcionário do consulado que atendeu o telefonema lembra um desastrado episódio vivido por José Serra na campanha presidencial de 2002, quando, abordado por uma eleitora numa favela de São Paulo, mal ouviu o que ela tinha a dizer e sugeriu que ela lhe mandasse um fax.

Ou seja, mudou o status do Brasil no mundo, está mudando o mundo e os brasileiros têm necessidades diferentes e maiores em suas viagens ao exterior, cada vez mais constantes.

Chegou a hora de estender o recado da presidente Dilma ao ministro da Relações Exteriores para que o Brasil e nossas embaixadas revejam a postura do Estado brasileiro perante os direitos humanos e os consulados. Estes, que são subordinados às embaixadas brasileiras (de facto), também precisam rever rápida e seriamente sua postura em relação à defesa dos brasileiros no exterior.

Brasileiros viajam mais, ganham mais dinheiro, pagam impostos altos e são quem sustenta toda a caríssima estrutura estatal, no Brasil e no exterior.

Não se trata apenas de providenciar que as enchentes não parem as metrópoles brasileiras ou que pessoas não apodreçam nas cadeias nacionais por descuido burocrático, mas também de dar todo o apoio aos cidadãos brasileiros que estão no exterior, passeando, trabalhando, estudando ou cultuando. Todos são direitos civis que temos e são sustentados por impostos que pagamos.

CIENTISTA POLÍTICO, É DIRETOR GERENTE DA EARLY WARNING: RISCO POLÍTICO E POLÍTICA PÚBLICA (BRASÍLIA)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Livros: nunca se renda ao primeiro impulso

Estou lendo este livro:

Worlds at War, The 2,500 Struggle Between East and West, de Anthony Pagden

Ou melhor: eu poderia estar lendo Worlds at War (2008), de Anthony Pagden, mas, infelizmente, estou lendo (ou pelo menos tentando) este aqui:

Mundos Em Guerra: A Luta de mais de 2.500 anos entre o Oriente e o Ocidente
o autor é, tudo leva a crer, o mesmo: Anthony Pagden.
Mas, aqui terminam as semelhanças e começam os problemas: a tradução é de Sally Tilelli (assim mesmo, meio americano, ou inglês, meio italiano, sei lá).
A Editora é a Novo Século Editora, de São Paulo, e o livro foi publicado em 2010.

Eu já tinha ouvido falar desse livro e desse autor, um historiador de Oxford. Mas nunca tinha comprado o livro, por falta de oportunidade.
Sábado, antes de entrar no cinema para assistir à ópera do Metropolitan, Nixon in China, entrei rapidamente na livraria e, vendo o livro, comprei na hora.

Para quê???!!!
Me senti logrado. Não tanto pelo preço, mas pela tradução.
O livro (em sua edição original) é primoroso.
Sua tradução é simplesmente pavorosa, horrorosa, um atentado, um crime, uma barbaridade.
Percebi isso logo na primeira página, que abri ainda antes de começar a ópera filmada e televisionada, ao ler isto, numa luz já quase se apagando:

"O estado de nação no qual a maioria dos povos do mundo ocidental tem vivido desde o século XVII..."

Conclui que era Nation-State, ou Estado-nação... (e anotei o conceito em inglês à margem do texto, pensando tratar-se de um simples erro de revisão).
OK, no intervalo do primeiro para o segundo ato, retomei a leitura: fiquei estarrecido.
Não havia página, parágrafo, que não tivesse um erro de tradução, de Português, de digitação, de estilo, de concordância, de gramática, de qualquer coisa.
Pensei até em devolver o livro à livraria, mas já tinha assinalado à margem aquele primeiro erro de "revisão". Continuei anotando mais alguns, depois desisti.
Me senti lesado.
A tradutora fez um trabalho porco, como se diz, e não conhece Inglês, desconhece o Português, e a editora é calhorda, ao colocar esse crime na praça.

Fui bobo: paguei 89 reais e uns quebrados pelo livro, ou seja, o equivalente a algo como 53 dólares. Por esse preço, eu poderia ter comprado dez livros originais, em inglês, na Abebooks.com, meu sebo predileto. OK, sem o frete, mas ainda que eu acrescentasse 10 dólares de frete, ou 15 que fosse, eu teria o livro por menos de 25 reais.
Sou um estúpido, e jamais vou comprar um livro estrangeiro no Brasil, ou melhor, traduzido e publicado no Brasil.

Só para constatar a minha burrice, acessei agora a Abebooks.com, e coloquei o livro.
Veio isto.

You searched for: Author: Anthony PAgden, Title: Worlds at War
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1. Worlds at War: The 2,500-Year Struggle Between East and West (ISBN: 9781400060672)
Anthony Pagden
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2. Worlds at War: The 2,500-Year Struggle Between East and West (ISBN: 0812968905/0-8129-6890-5)
Pagden, Anthony
Bookseller: Book Outpost
(Pittsburgh, PA, U.S.A.)
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Book Description: Random House Trade Paperbacks 3/10/2009, 2009. Paperback. Book Condition: Fine. Reprint. 0812968905 Never used! Overstock from publisher with light wear to edges from shelving. Bookseller Inventory # 112610MISCWS026
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3. Worlds at War: The 2,500-Year Struggle Between East and West (ISBN: 1400060672/1-4000-6067-2)
Pagden, Anthony
Bookseller: book enterprises
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OK, OK, paro por aqui, não quero torturar mais ninguém, nem a mim mesmo.
Não é tanto pelo roubo declarado no preço (mas o governo é sócio no assalto), e sim pela pavorosa tradução, correção ortográfica inexistente, atentados linguísticos do mais baixo calibre, gramática pornográfica, um crime contra meus direitos de leitor...

Nunca mais, ou never more...

Alô, Abebooks, aqui me tens de regresso, o boêmio voltou...
(Meio idiota, mas voltou...)

Pausa para... continuando: a voz da sabedoria...

Lula: 'A história não acabou e o Consenso de Washington fracassou'
Carta Maior, 10/02/2011

Lula no Fórum Social Mundial e Dakar:
“Aqueles que pregavam o “fim da história” assistem hoje o movimento irresistível dessa história que acreditavam morta...

No discurso proferido no Fórum Social Mundial 2011, em Dakar, o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva destacou que, nos últimos dez anos, muitos dogmas foram quebrados.

Aqueles que pregavam o “fim da história” assistem hoje o movimento irresistível dessa história que acreditavam morta. É o que se vê na América do Sul, na África, mas sobretudo nas ruas de Túnis e do Cairo e de tantas outras cidades africanas onde renasce a esperança de um mundo novo”. No mundo todo, acrescentou Lula, é cada vez mais forte a consciência de que fracassou o chamado “Consenso de Washington”.

Curvamo-nos à sapiência infinita...

Political Economy of St. Valentine's Day - a economia romantica...

Procurando uma equação de equilíbrio para o dia dos namorados?
Quer o ótimo paretiano para o amor?
Precisando encontrar a demanda para a sua oferta de romantismo?
Não procure mais. Aqui está...

A Romantic Boom and Bust
by Tho Bishop
Mises Daily, February 14, 2011

As a single, 21-year-old guy living in north Florida, I have found it hard to pick up girls by talking about economics. Perhaps it was an overdose of supply-and-demand charts in high school, but any mention of the E-word typically brings with it glassy eyes and the need to answer a phone that never rang. This is unfortunate. Everyone uses economics on a daily basis, and not just at the store or when you write a check. Our understanding of economics influences every aspect of our lives, whether we realize it or not. Valentine's Day gives me an excuse to demonstrate this truth in regard to romance.

When asked to define economics, I say it is the application of philosophy to the social issue of finite resources. One resource that is both finite and common to all people is time. Any action we take equates to a personal investment of the capital of time. Though time is often overlooked in economic calculation, it has always been a point of emphasis for economists of the Austrian School. It is not surprising that the economics of romance lends itself to Austrian interpretation. In fact an "Austrian romance cycle" would be very similar to the Austrian business cycle.

Romance starts with a first move. Just as Austrians understand that it is the role of the entrepreneur to shoulder the risk of capital investment in order to potentially achieve profit, we can understand that it is the role of an instigator to take the risk in the hope of finding romantic success. Without an entrepreneur, economic growth is unobtainable; without someone making a first move, romantic growth is unobtainable.

So lets take a guy, Adam, who walks into a party looking to find the girl of his dreams. Adam finds a girl, Betty, and instigates a conversation. If Adam has invested enough time in pursuing Betty that she is already interested in him, like an investor who has the money up front to start a business, Adam needs no credit to close the deal. But what if Adam hardly knows Betty? Like an investor using his business plan to earn a bank loan, Adam must now convince Betty that he is worth the risk of everything involved in matters of the heart.

If Adam behaves according to the philosophy of liberalism, if he represents himself honestly and allows his success or failure with Betty to come organically, then he may or may not connect with her, but his romantic life will be (relatively) drama-free; and when he does find a girl interested in him, the interest will be genuine.

But Adam has become frustrated by romantic failure. Fed up with his lack of success in romance, Adam begins to tell every girl who will listen that he saved orphans from the rampaging cannibals of Rojinda, climbed Mount Everest, and once out debated Ron Paul on the House floor. Adam has decided to manipulate his "interest rate."

All of a sudden Adam finds himself as the center of attention. Betty and Chelsea are fighting to get with him; Eve even starts trying to stake her claim when she hears that Adam grew up next to Justin Bieber! Adam finds himself in a romantic boom. As long as Adam can keep spitting out lies, and as long as people believe them, Adam's romantic success will continue.

At some point, however, Adam is going to have to pay the piper. Justin Bieber doesn't accept his Facebook request. No one can find the C-SPAN clip of him and Ron Paul. Wikipedia shows no island of Rojinda. Chelsea's brother was at church camp with Adam the summer he was suppose to be climbing Mount Everest. Adam's bubble has burst.

Betty slaps Adam. Chelsea tells all the girls at school, ruining his chances with all of them. Perhaps worst of all is that Eve, for whom Adam has since developed real feelings, and with whom he actually has a lot in common, never talks to him again. Adam's short-term gain has created long-term consequences far greater than he would have ever encountered by being honest in the first place.

Beyond simply demonstrating the natural fallacies of arbitrary manipulation of interest, economics also allows us to best manage our romantic life. I see firsthand the number of relationships that are based less on love and more on comfort — people staying together not because of how they feel about each other but because they dislike the feeling of being alone. This is once again an issue of long-term consequences for short-term gain. It is also an economic issue.

Time is finite. So every day spent in a relationship of comfort is another day lost that could have been spent in a relationship of love — there are opportunity costs here. In NBC's sit-com The Office, Pam spends the first two seasons engaged to her long-time and incompatible fiancé, Roy, rather than accepting the advances of her best work friend, Jim. Pam's refusal to risk the comfort of her passionless relationship with Roy doesn't change the fact that the two aren't meant for each other. A willingness to settle isn't the same as love. Pam eventually breaks up with Roy and later marries Jim in season six. While Pam and Jim may spend the rest of their fictional lives happily ever after, that happy life lost four years in the process.

Let Them Know How You Feel
Every action we take represents an economic decision. The old phrase "time is money" takes on a new meaning when you start applying economics to all aspects of life. It is also only an Austrian perspective of economics that is consistent with these out-of-the-box applications. And it is this realization that has made me an evangelical Austrian.

Happy Valentine's Day. Use it efficiently.

Tho Bishop is a political consultant for Bishop & Associates in Panama City Beach, Florida. Send him mail See Tho Bishop's article archives

Pausa para... um pouco de besteirol (Forum Social Mundial)

Existe, por acaso, alguma pessoa inteligente, no mundo, que atribui importância ao que dizem, proclamam, prometem, anunciam, ameaçam os antiglobalizadores do Fórum Social Mundial?

Exemplos de platitudes e idiotices:

FSM termina afirmando importância geopolítica da África
Horas depois da queda do ditador egípcio, cerimônia de encerramento do Fórum é marcada por discursos em defesa das lutas em curso no continente africano como parte essencial do movimento anticapitalista e antiimperialista.

Encontros do G-8 e G-20 na França serão alvos de protestos
Movimentos sociais e ONGs que participam do Fórum Social Mundial 2011 definiram que as reuniões dos países do G-8 e G-20 terão importância central nas mobilizações deste ano. Protestos de rua, cursos de formação e atividades de lobby estão entre as ações previstas para 2011, definidas nas assembléias realizadas pelas organizações nessa quinta-feira (10), em Dacar.

Boaventura: “O mundo precisa de ações sincronizadas."

PRA: Ou seja, more of the same, com todos os atributos idiotas de todas as outras vezes...

Imperio Americano: a velha historia do declinio - Joseph Nye

Tem que gente que esfrega as mãos de contente, quando ouve falar do "declínio", ou da "decadência", do "império" americano, enquanto outros nem aceitam a ideia de império (por isso as aspas da dúvida). Eu não tenho dúvidas quanto ao império, embora tenha, também, quanto ao pretenso (suposto, diriam os jornalistas) declínio.
Seja como for, rumores a este respeito parecer ser altamente exagerados como diria Mark Twain, e como também acredita Joseph Nye.
Um bom artigo.
Paulo Roberto de Almeida

OPINION
The Misleading Metaphor of Decline
Joseph Nye
The Wall Street Journal, February 14, 2011

Rome remained dominant for more than three centuries after the apogee of Roman power.

Is the United States in decline? Many Americans think so, and they are not alone. A recent Pew poll showed that pluralities in 13 of 25 countriesbelieve that China will replace the U.S. as theworld's leading superpower. But describing thefuture of power as inevitable American decline isboth misleading and dangerous if it encourages China to engage in adventurous policies or the U.S. to overreact out of fear.
How would we know if the declinists are correct ornot? First, one must beware of misleading metaphors of organic decline. Nations are not like humans with predictable life spans.
After Britain lost its American colonies at theend of the 18th century, Horace Walpole lamented Britain's reduction to "as insignificant a countryas Denmark or Sardinia." He failed to foresee that the industrial revolution would give Britain a second century of even greater ascendancy. Rome remained dominant for more than three centuries after the apogee of Roman power.
It is also chastening to remember how wildly exaggerated were American estimates of Soviet power in the 1970s and of Japanese power in the 1980s. Today some confidently predict the 21st century will see China replace the U.S. as the world's leading state, while others equally confidently argue that the 21st century will be the American century. A fair assessment is difficult because there is always a range of possible futures.
On American power relative to China, much will depend on the often underestimated uncertainties of future political change in China. China's size and high rate of economic growth will almost certainly increase its relative strength vis-a-vis the U.S. This will bring it closer to the U.S. in power resources, but doesn't necessarily mean that it will surpass the U.S. as the most powerful country.
Even if China suffers no major domestic political setback, many current projections are based simply on GDP growth. They ignore U.S. military and soft-power advantages, as well as China's geopolitical disadvantages in Asia. America is more likely to enjoy favorable relations with its neighbors, allies like Europe and Japan, as well as India and others.
My best estimate is that, among the range of possible futures, the more likely is one described by Lee Kuan Yew as China giving the U.S. "a run for its money," but not passing it in overall power in the first half of this century.
Looking back at history, the British strategist Lawrence Freedman notes two features that distinguish the U.S. from the dominant great powers of the past: American power is based on alliances rather than colonies, and it is associated with an ideology that is flexible and to which America can return even after it has overextended itself. Looking to the future, Anne-Marie Slaughter of Princeton argues that America's culture of openness and innovation will keep it central in an information age when networks supplement, if not fully replace, hierarchical power.
On the question of absolute rather than relative American decline, the U.S. faces serious problems in areas like debt, secondary education and political gridlock. But solutions exist. Among the possible negative futures are ones in which the U.S. overreacts to terrorist attacks by closing inwards and thus cuts itself off from the strength that it obtains from openness.
But there are answers to major American problems that preoccupy us today, such as long-term debt (see the recommendations of recent deficit commissions) and political gridlock (for example, changes in redistricting procedures to reduce gerrymandering). Such solutions may remain forever out of reach, but it is important to distinguish situations where there are no solutions from those that could in principle be solved.
America is likely to remain more powerful than any single state in the coming decades. At the same time, we will certainly face a rise in the power resources of many others — both states and nonstate actors. We will also face an increasing number of issues to which solutions will require power with others as well as power over others. Our capacity to maintain alliances and create networks will bean important dimension of our hard and soft power.
Rather than succumb to self-fulfilling prophecies of inevitable decline, we need a vision that combines domestic reforms with smart strategies for the international deployment of our power in an information age.

Mr. Nye is a professor at Harvard and author of "The Future of Power" (Public Affairs, 2011).

Copyright 2011 Dow Jones & Company, Inc. All Rights Reserved

Diabetes: melhor prevenir do que remediar (Servico de utilidade publica)

Uma matéria interessante, e aparentemente fiável (ou seja, responsável) sobre uma enfermidade que pode atingir a todos e a cada um, sobretudo pessoas que se movimentam pouco (como eu), que têm tendência a comer demais (idem) e que se esquecem de medir seus teores ou fazer exames apropriados.
Vai postado como informação geral, de utilidade pública
Paulo Roberto de Almeida

SAÚDE
Prevenção é ainda a melhor arma contra o diabetes
Por Camilla Muniz
Opinião e Notícia, 6/02/2011

Avanços no tratamento permitem aos diabéticos levar uma vida normal, mas ainda não trouxeram cura para a doença.

Caracterizada pelo acúmulo de glicose no sangue, o diabetes é hoje uma doença que já atingiu o status de epidemia. Segundo estimativas da Federação Internacional de Diabetes, 285 milhões de pessoas em todo o mundo são diabéticas. Dentro de 20 anos, esse número deve aumentar para 438 milhões, já que mais de 7 milhões de novos casos da doença surgem a cada ano.

No Brasil, a tendência de avanço é a mesma, e embora não haja cura para o diabetes, o controle da doença, quando bem feito, permite que o diabético leve uma vida praticamente normal. A favor dos pacientes está a atualização constante dos tratamentos disponíveis, garante o endocrinologista Saulo Cavalcanti, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes e do Departamento de Diabetes da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

Segundo o médico, a introdução das gliptinas na terapêutica do diabetes tipo 2, há cerca de três anos, foi muito benéfica, contribuindo até para a redução dos riscos do paciente desenvolver hipoglicemia (baixo nível de glicose no sangue). Essa possibilidade existe porque as drogas que ajudam a controlar a quantidade de açúcar na corrente sanguínea do diabético atuam continuamente, mesmo quando não é necessário.

As gliptinas são uma classe de medicamentos orais que inibem a ação da enzima DPP-4, que destrói o hormônio incretina. Produzida pelo intestino, a incretina potencializa a produção de insulina pelo pâncreas. Dessa forma, as gliptinas melhoram a síntese e a liberação de insulina e ainda reduzem a produção de glicose pelo fígado.

Para os pacientes com diabetes do tipo 1, as insulinas de ação prolongada foram um ganho significativo. Surgidas há aproximadamente oito anos, elas são feitas através de técnicas de recombinação genética e podem diminuir a quantidade de aplicações diárias do hormônio. “Além disso, os aparelhos medidores de glicose ficaram mais modernos e as agulhas, mais finas, o que reduz a dor na hora da aplicação”, explica Cavalcanti.

Inovações são bem-vindas, mas é preciso cautela
Os médicos agora esperam o lançamento comercial de um medicamento que promete ajudar os diabéticos a excretarem glicose pela urina, facilitando a eliminação do excesso de açúcar da corrente sanguínea. Segundo Saulo Cavalcanti, a droga se mostrou eficaz em testes e deve estar disponível dentro de um ano. No entanto, é preciso ter cautela com essas novidades.

“Quando surge uma nova droga, é como se aparecesse uma nova luz no fim do túnel para o diabético. Mas é preciso ter calma, porque os medicamentos se revelam mais ou menos vantajosos aos poucos, à medida que vão sendo usados pelos próprios pacientes”, destaca o endocrinologista.

Já o transplante de células-beta (células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina) e as pesquisas com células-tronco, que ajudariam muito os diabéticos do tipo 1, ainda representam apenas uma esperança. Para Cavalcanti, iniciativas e estudos têm de ser estimulados; no entanto, não podem ser considerados como uma real opção neste momento.

O que já está sendo realizado, mas somente em casos especiais aprovados por comitês de ética e em caráter experimental, é a cirurgia metabólica. No procedimento, é feita a transposição de uma parte do intestino delgado chamada íleo, o que proporciona o aumento da produção das incretinas — substâncias reduzidas no organismo dos diabéticos — e, consequentemente, de insulina.

Evite o diabetes
Como não há cura para o diabetes, pelo menos por enquanto, a prevenção ainda é o melhor remédio, sobretudo porque o tipo 2 (quando o organismo apresenta resistência à insulina, o que impede as células de metabolizarem quantidades suficientes de glicose) é o mais comum e representa 90-92% dos casos.

Enquanto o tipo 2 pode e deve ser prevenido, o diabetes tipo 1 (doença auto-imune caracterizada pela destruição das células-beta) é desencadeado por fatores genéticos — não há prevenção, portanto — e atinge de 8% a 10% dos pacientes.

Segundo Saulo Cavalcanti, a melhor forma de prevenir o diabetes tipo 2 é seguir uma educação alimentar e esportiva, já que a doença tem origem, muitas vezes, na obesidade. O endocrinologista salienta que, hoje, é preocupante que 52% dos brasileiros estejam com excesso de peso.

Além disso, aqueles que pertencem ao grupo de risco — pessoas com hipertensão, colesterol alto, triglicérides elevado, obesidade ou algum caso de diabetes na família — devem fazer o teste de medição de glicemia frequentemente. “Cerca de 40% a 50% dos diabéticos do tipo 2 não sabem que tem a doença, que pode ficar até dez anos sem manifestar sintomas”, afirma Cavalcanti. “Por isso é tão importante ter o controle dos níveis de açúcar no sangue, porque, às vezes, o diabetes é descoberto em um estágio já muito avançado, o que contribui para o desenvolvimento de complicações como perda da visão, disfunção erétil e infarto.”

De acordo com um ranking divulgado pela Federação Internacional de Diabetes em 2004, o Brasil ocupava a oitava posição entre os países com maior número de pacientes diabéticos. Em 1988, o Censo Nacional de Diabetes revelou que 7,6% da população urbana entre 30 e 69 anos sofria da doença.

Teorias do desenvolvimento -- dissertacao de Danilo F. R. da Silva (FEA-USP)

Uma recomendação de trabalho objeto de minhas pesquisas nesta área do desenvolvimento econômico, obtida em uma lista de história do pensamento econômico.

Dissertação de Mestrado
Documento: Dissertação de Mestrado
Autor: Silva, Danilo Freitas Ramalho da
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
Área do Conhecimento: Economia das Instituições e do Desenvolvimento
Data de Defesa: 2005-12-16
Orientador: Santos, Raul Cristovao dos
Banca examinadora: Santos, Raul Cristovao dos (Presidente)
Lima, Gilberto Tadeu
Serrano, Franklin Leon Peres

Título em português: A construção do objeto teórico das teorias do desenvolvimento econômico

Resumo em português:
Este trabalho tem como tema as teorias do desenvolvimento econômico, área da economia que ficou conhecida pelo estudo dos países subdesenvolvidos no período compreendido entre a Segunda Guerra Mundial e o final da década de 1970. Sua finalidade é recuperar as principais idéias dessas teorias de forma a entender a construção de seu objeto teórico e, assim, interpretar a sua relevância para o estudo dos países subdesenvolvidos (em desenvolvimento) nos dias de hoje, como proposto por Krugman (1992). Para essa tarefa foram selecionados textos clássicos de quatro autores representativos das teorias do desenvolvimento econômico, com o intuito de abranger as idéias fundamentais dessas teorias; quais sejam eles: Paul Rosenstein-Rodan, Arthur Lewis, Albert Hirschman e Raúl Prebisch. Suas idéias serão analisadas e interpretadas com o auxílio de textos suplementares que têm como objetivo inseri-las no contexto na qual foram formuladas. Chegar-se-á à conclusão de que as teorias do desenvolvimento econômico constituem um corpo teórico à parte do núcleo da teoria econômica tradicional e que a construção de seu objeto teórico de investigação se dá através da rejeição do arcabouço da teoria econômica tradicional. Isso porque os países subdesenvolvidos apresentariam características sui generis que os legitimariam como objeto de estudo diferente dos países desenvolvidos e, conseqüentemente, tornariam a teoria econômica tradicional inaplicável para o entendimento do seu desenvolvimento. Esse resultado está de acordo com a interpretação das teorias do desenvolvimento econômico feita por Seers (1967) e Hirschman (1982) ao mesmo tempo em que apresenta pontos divergentes à interpretação de Myint (1967). O que se espera, entretanto, é que este trabalho tenha cumprido a sua tarefa de trazer, de volta, à tona algumas idéias presentes nas teorias do desenvolvimento econômico em sua forma original, para que elas façam parte do debate acerca do desenvolvimento dos países subdesenvolvidos, nos dias de hoje.

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domingo, 13 de fevereiro de 2011

Os 20 melhores artigos em 100 anos da American Economic Review

Excelente ideia, excelente oportunidade para conhecer e ler alguns dos artigos mais famosos da história econômica, ou melhor, do pensamento econômico.
Paulo Roberto de Almeida

100 Years of American Economic Review: The Top 20 Articles
American Economic Review 101 (February 2011): 1–8
http://www.aeaweb.org/articles.php?doi=10.1257/aer.101.1.1
http://pubs.aeaweb.org/doi/pdfplus/10.1257/aer.101.1.1

The Top 20 Committee, consisting of Kenneth J. Arrow, B. Douglas Bernheim, Martin S. Feldstein, Daniel L. McFadden, James M. Poterba, and Robert M. Solow, was appointed by Robert Moffitt with the task of selecting the “Top 20” articles published in the American Economic Review during its first hundred years. We decided against trying to define formally the criteria for inclusion: they surely comprise sheer intellectual quality, influence on the ideas and practices of economists, and general significance or breadth; but it would be fruitless to try to specify the marginal rates of substitution among these and other qualities. We were looking for 20 admirable
and important articles.
As a starting point we used citation counts and numbers of searches in JSTOR. This is obviously important and relevant information, but not decisive on its own. Citation counts are biased in favor of subfields of economics with the largest populations. There is also a bias in favor of moderately recent articles, if only because the number of potential readers and writers has been increasing in time; very recent articles suffer from the fact that citations build up over time. In any case we were expected to use our judgment about quality and significance. So we used the citation and JSTOR data only to give us a large group of eligibles. We worried especially about overlooking articles in the very early days of the AER, some by great names in the history of economics. But we found, just to take one striking example, that although Irving Fisher published several articles in the journal, they were all minor or ephemeral pieces.
In the event, our early ballots showed an encouraging unanimity or near-unanimity, especially about the leading candidates. We very quickly converged on the Top 15 articles. There were occasional differences of opinion, only to be expected from a group with diverse interests, as we filled in the remaining three to five places. Here is our final list, arranged alphabetically, along with a brief reminder about each. There are few, if any, surprises.

100 Years of the American Economic Review:
The Top 20 Articles

By Kenneth J. Arrow, B. Douglas Bernheim, Martin S. Feldstein, Daniel L. McFadden, James M. Poterba, and Robert M. Solow*

Alchian, Armen A., and Harold Demsetz. 1972. “Production, Information Costs, and Economic Organization.” American Economic Review, 62(5): 777–95.
What is the special role of the firm in organizing production? The authors argue that it is the ability to measure inputs and their productivity and to allocate hired resources in production involving the cooperation of many inputs. It is this phenomenon that explains why all ooperation of factors does not take place through market-determined contracts. The firm is made to be the residual claimant because that approach creates the appropriate incentives for management. Many implications of this hypothesis are developed.

Arrow, Kenneth J. 1963. “Uncertainty and the Welfare Economics of Medical Care.” American Economic Review, 53(5): 941–73.
This paper provided a framework for thinking about the economics of the market for medical care using the language and tools of modern microeconomics. It argued that the aforementioned market is beset by market failures because consumers are exposed to risks that are not fully insurable (in large part due to problems of moral hazard), and because they lack the information and expertise required to assess risks and treatments. It hypothesized that various salient features of the institutions governing the provision of medical care are best understood as social adaptations aimed at redressing the resulting inefficiencies. It also noted that in some cases those institutional adaptations undermine competition and perversely contribute to inefficiency. Though written well prior to the emergence of the formal literature on asymmetric information, the paper anticipated many of the central issues that continue to occupy health economists today.

Cobb, Charles W., and Paul H. Douglas. 1928. “A Theory of Production.” American Economic Review, 18(1): 139–65.
The cliché surely applies here: this paper needs no introduction. The convenience and success of the constant-elasticity Cobb-Douglas function has spread its use from representing production possibilities, which was of course its original use, to representing utility functions and to much else throughout empirical and theoretical economics. Cobb and Douglas explored the elementary properties and implications of the functional form, and pointed to the approximate constancy of the relative shares of labor and capital in total income as the validating empirical fact.

Deaton, Angus S., and John Muellbauer. 1980. “An Almost Ideal Demand System.” American Economic Review, 70(3): 312–26.
A vast industry in applied econometrics analyzes the demand for specific products, and the impact on consumers of public and private policies that alter market equilibrium. This paper, building on the traditions of Cobb-Douglas, Stone, and Gorman, introduces a practical system of demand equations that are consistent with preference maximization and have sufficient flexibility to support full welfare analysis of policies that have an impact on consumers. The Deaton-Muellbauer system is now the standard for empirical analysis of consumer demand.

Diamond, Peter A. 1965. “National Debt in a Neoclassical Growth Model.” American Economic Review, 55(5): 1126–50.
Building on Paul Samuelson’s seminal work concerning consumption loans between individuals of different generations, this paper pioneered the analysis of overlapping generations (OLG) models with durable capital goods. It illuminated the properties of such models through two fundamental contributions. First, it demonstrated that the competitive equilibria of infinite horizon OLG models can be inefficient, even in the absence of conventional market failures. Second, it identified the mechanisms through which both external and internal debt can potentially reduce the capital stock. In clarifying the general equilibrium effects of displacing physical capital with government debt in individuals’ portfolios, it resolved a long-standing debate concerning the feasibility of using internal debt to shift the burden of paying for public expenditures to future generations.

Diamond, Peter A., and James A. Mirrlees. 1971. “Optimal Taxation and Public Production I: Production Efficiency.” American Economic Review, 61(1): 8–27.
Diamond, Peter A., and James A. Mirrlees. 1971. “Optimal Taxation and Public Production II: Tax Rules.” American Economic Review, 61(3): 261–78.
This paper, in two parts, is the foundation of the theory of optimal taxation and public production in the presence of second-best limitations on redistribution and private production. Diamond and Mirrlees show how the tax system can be tuned to minimize distortions and disincentives, and eliminate production inefficiencies. By subjecting tax systems to rigorous microeconomic analysis, this paper opened research on tax mechanism design and minimization of the burden of taxes.

Dixit, Avinash K., and Joseph E. Stiglitz. 1977. “Monopolistic Competition and Optimum Product Diversity.” American Economic Review, 67(3): 297–308.
Under monopolistic competition with differentiated goods and increasing returns to scale in each good, is there too much or too little product differentiation? This paper uses classical tools of microeconomics to answer this question, and in doing so, provides the foundation for an entire literature in which products are endogenous in number and attributes, and general equilibrium welfare analysis can be used to examine the consequences of tastes for variety.

Friedman, Milton. 1968. “The Role of Monetary Policy.” American Economic Review, 58(1): 1–17.
This presidential address is the origin of the “vertical long-run Phillips curve,” along with a contemporary paper by Edmund S. Phelps. It introduced the idea of a “natural” rate of unemployment as the only rate compatible with the sustained coincidence of actual and expected rates of inflation. This is the basis of the conclusion that the Phillips curve is vertical in the long run, allowing only a temporary trade-off between unemployment and inflation. From this followed possible implications for the conduct of macro-policy, especially monetary policy. An enormous amount of research and discussion followed.

Grossman, Sanford J., and Joseph E. Stiglitz. 1980. “On the Impossibility of Informationally Efficient Markets.” American Economic Review, 70(3): 393–408.
As pointed out by a number of scholars, in a world of dispersed information, the equilibrium price will itself in general be a source of information to participants, since it incorporates whatever information other participants have. Grossman and Stiglitz examine the implication for the case where information can be acquired at a cost. If there is an equilibrium, some will choose to get informed and others not; the two courses of action must be indifferent. (Very special assumptions are made about the risk aversion characteristics of the population and about its heterogeneity.) In particular, if some individuals can acquire perfect information at a finite cost, then no equilibrium exists, since, if information is acquired by some, it will be reflected in the price and so can be acquired costlessly by others, while if no one acquires
information, it will pay any individual to acquire it.

Harris, John R., and Michael P. Todaro. 1970. “Migration, Unemployment and Development: A Two-Sector Analysis.” American Economic Review, 60(1): 126–42.
This widely cited paper starts with the puzzle that in poor developing countries one observes individuals migrating from agricultural areas to urban areas, even though they would have positive marginal product in agriculture but face a substantial probability of unemployment in the urban area. The first step in the explanation is to note that there are politically determined minimum wages in the urban areas that prevent wages from adjusting to achieve full employment for all those who come to the urban areas. The equilibrium distribution of potential workers between the rural and urban areas equates the marginal product of labor in agriculture to the expected wage in the urban area, i.e., the product of the wage and the probability of employment.

Hayek, F. A. 1945. “The Use of Knowledge in Society.” American Economic Review, 35(4): 519–30.
The author addresses the fundamental question of the nature of the economic system and, in particular, its role in dealing with resource allocation when a fundamental knowledge base is distributed in small bits among a large population. The knowledge needed includes consumer valuations, production relations, and resource availabilities. In particular, general scientific principles, where expert opinion might be best, are only a small part of the knowledge base. The author argues for the importance of a price system in achieving coordination and efficiency in resource use without implying an impossible aggregation of information in a central place.

Jorgenson, Dale W. 1963. “Capital Theory and Investment Behavior.” American Economic Review, 53(2): 247–59.VOl. 101
This paper provided a theoretical framework for investment behavior based on a neoclassical theory of optimal capital accumulation. The paper introduced the user cost of capital as the key variable that combines the cost of finance (interest rates and equity yields) and tax rules (tax rates, depreciation schedules) and combined this user cost measure with the Cobb-Douglas production technology to obtain a desired stock of capital. Jorgenson then used the resulting implied optimal capital stock to derive an econometric equation for investment. Generalizations of the Jorgenson framework (e.g., to allow for more general production functions) made this the standard approach to the empirical study of the determinants of investment. The user cost of capital also became the key concept for the theoretical study of the effects of alternative tax rules.

Krueger, Anne O. 1974. “The Political Economy of the Rent-Seeking Society.” American Economic Review, 64(3): 291–303.
Many government policies, such as import licenses in developing nations, create rents for some market participants. While the presence of such rents and the distortions that they create have long been noted, this paper recognized the importance of “rent-seeking behavior” and explored its welfare implications. The paper’s central finding is that competitive rent-seeking increases the welfare costs of policies such as trade restrictions. In the context of import restrictions, this result strengthens the case for the use of tariffs rather than import quotas, since quotas create the possibility of rent-seeking behavior. By identifying the importance of rent-seeking activities and providing a framework for analyzing their welfare costs, this paper expanded the economic analysis of the government’s choice of policy instrument to achieve particular goals. It also helped to launch a voluminous literature on the role of corruption and governance in the process of economic development.

Krugman, Paul. 1980. “Scale Economies, Product Differentiation, and the Pattern of Trade.” American Economic Review, 70(5): 950–59.
The classical theory that foreign trade is determined by comparative advantage fails to explain some important observations, for example, that there is considerable trade in both directions within what is usually regarded as a single industry, and that countries tend to export goods for which the domestic demand is higher. Krugman investigates the determination of foreign trade under increasing returns; he assumes no difference in production conditions between countries.
Prices are determined by imperfect competition with costless product differentiation. Using Simple models, he formalizes foreign trade. When transport costs are introduced, he shows that each country will specialize, so no two will produce the same goods. The larger country will have terms of trade turned in its favor, and wages will be higher there. Some extensions of the model allow varieties within a single industry. It can then be shown that intra-industry trade can emerge and that countries will tend to export those commodities for which the domestic demand is highest.

Kuznets, Simon. 1955. “Economic Growth and Income Inequality.” American Economic Review, 45(1): 1–28.
Data from developing economies indicate that the earlier phases of economic development tend to be characterized by increasing income inequality, as those engaged in the small but growing modern sector of the economy pull away from those still left in agriculture and other Subsistence activities. The degree of inequality reaches a peak, however, and then diminishes with further development, as the modern sector comes to dominate the economy and perhaps more so if it creates room for redistributive activity. The resulting “Kuznets curve” has been the subject of much empirical research and discussion within development economics.

Lucas, Robert E., Jr. 1973. “Some International Evidence on Output-Inflation Tradeoffs.” American Economic Review, 63(3): 326–34.
This article introduces a tight but stylized model in which market participants must make decisions without knowing whether local changes in price signal changes in relative price or merely reflect changes in the general price level; they do, however, know the statistical properties of both processes. From this basis emerges a naturalrate model in which the ratio of real-output change to price-level change in response to exogenous shifts in aggregate expenditure depends on the relative variance of those processes. Time-series cross-section data for a number of countries provide some weak evidence consistent with the basic conclusion. The underlying assumption has gone out of favor, but the modeling technique has been very Influential.

Modigliani, Franco, and Merton H. Miller. 1958. “The Cost of Capital, Corporation Finance and the Theory of Investment.” American Economic Review, 48(3): 261–97.
A central question in corporate finance is how a firm’s financial choices, such as its use of debt rather than equity financing, affect its cost of capital and consequently its investment Behavior. This paper developed a new framework for addressing this question by asking how different debt-equity choices would affect the total market value of all of the cash flows that the firm provided to its investors, both bond-holders and stock-holders. The paper’s central result is that, in a setting with complete capital markets and in the absence of tax-induced distortions, a firm’s total market value is invariant to its borrowing behavior. This powerful result can be demonstrated constructively, by developing a straightforward set of borrowing or
lending transactions that an equity investor can undertake to offset the consequences of changes in corporate borrowing. The analytical approach in this paper is one of the key foundations for the modern field of financial economics.

Mundell, Robert A. 1961. “A Theory of Optimum Currency Areas.” American Economic Review, 51(4): 657–65.
This paper explains that selecting the optimal geographic area for a single currency involves balancing two considerations. Macroeconomic stability is enhanced if the currency area has a high degree of internal factor mobility relative to the cross-border factor mobility. Taken by itself, this could lead to an excessively large number of currency areas, in the sense that There would be substantial transaction costs and valuation costs involved in making cross-area purchases. The optimal size of a currency area involves balancing these two considerations. Mundell discussed the potential application of this to the European countries some 30 years before the euro was introduced.

Ross, Stephen A. 1973. “The Economic Theory of Agency: The Principal’s Problem.” American Economic Review, 63(2): 134–39.
This paper was the first to describe and analyze the canonical principal-agent problem with moral hazard, which has since become a cornerstone of microeconomic theory. It solved for the optimal compensation scheme using the first-order approach, and compared the solution to the first-best arrangement, noting that the two generally diverge due to the principal’s need to motivate the agent. It characterized the class of utility functions for which the principal’s solution is first-best optimal regardless of the payoff structure, as well as the class of payoff structures for which the solution is first-best optimal regardless of the utility functions. In only a handful of terse pages, it anticipated many of the central issues with which the subsequent literature was concerned.

Shiller, Robert J. 1981. “Do Stock Prices Move Too Much to Be Justified by Subsequent Changes in Dividends?” American Economic Review, 71(3): 421–36.
Standard models of asset market equilibrium imply that the value of a share of corporate stock equals the present discounted value of that stock’s expected future payouts. This paper applied an ingenious test of this present value relationship, which compared the variance of annual stock price movements with the variance in corporate dividend payouts, to the US equity market for the period 1870–1979. The results suggested that historical stock price volatility was much greater than the volatility of dividend payouts would appear to warrant. This empirical finding
stimulated a wide range of follow-on research exploring various aspects of the efficient markets hypothesis, testing for time-varying discount rates in capital markets, and investigating the econometric properties of stock market returns and corporate payouts.

REFERENCES
Alchian, Armen A., and Harold Demsetz. 1972. “Production, Information Costs, and Economic Organization.” American Economic Review, 62(5): 777–95.
Arrow, Kenneth J. 1963. “Uncertainty and the Welfare Economics of Medical Care.” American Economic Review, 53(5): 941–73.
Cobb, Charles W., and Paul H. Douglas. 1928. “A Theory of Production.” American Economic Review,
18(1): 139–65.
Deaton, Angus S., and John Muellbauer. 1980. “An Almost Ideal Demand System.” American Economic Review, 70(3): 312–26.
Diamond, Peter A. 1965. “National Debt in a Neoclassical Growth Model.” American Economic
Review, 55(5): 1126–50.
Diamond, Peter A., and James A. Mirrlees. 1971. “Optimal Taxation and Public Production I: Production Efficiency.” American Economic Review, 61(1): 8–27.
Diamond, Peter A., and James A. Mirrlees. 1971. “Optimal Taxation and Public Production II: Tax
Rules.” American Economic Review, 61(3): 261–78.
Dixit, Avinash K., and Joseph E. Stiglitz. 1977. “Monopolistic Competition and Optimum Product
Diversity.” American Economic Review, 67(3): 297–308.
Friedman, Milton. 1968. “The Role of Monetary Policy.” American Economic Review, 58(1): 1–17.
Grossman, Sanford J., and Joseph E. Stiglitz. 1980. “On the Impossibility of Informationally Efficient Markets.” American Economic Review, 70(3): 393–408.
Harris, John R., and Michael P. Todaro. 1970. “Migration, Unemployment and Development: A Two Sector Analysis.” American Economic Review, 60(1): 126–42.
Hayek, F. A. 1945. “The Use of Knowledge in Society.” American Economic Review, 35(4): 519–30.
Jorgenson, Dale W. 1963. “Capital Theory and Investment Behavior.” American Economic Review,
53(2): 247–59.
Krueger, Anne O. 1974. “The Political Economy of the Rent-Seeking Society.” American Economic
Review, 64(3): 291–303.
Krugman, Paul. 1980. “Scale Economies, Product Differentiation, and the Pattern of Trade.” American Economic Review, 70(5): 950–59.
Kuznets, Simon. 1955. “Economic Growth and Income Inequality.” American Economic Review,
45(1): 1–28.
Lucas, Robert E., Jr. 1973. “Some International Evidence on Output-Inflation Tradeoffs.” American Economic Review, 63(3): 326–34.
Modigliani, Franco, and Merton H. Miller. 1958. “The Cost of Capital, Corporation Finance and the Theory of Investment.” American Economic Review, 48(3): 261–97.
Mundell, Robert A. 1961. “A Theory of Optimum Currency Areas.” American Economic Review,
51(4): 657–65.
Ross, Stephen A. 1973. “The Economic Theory of Agency: The Principal’s Problem.” American Economic Review, 63(2): 134–39.
Shiller, Robert J. 1981. “Do Stock Prices Move Too Much to Be Justified by Subsequent Changes in
Dividends?” American Economic Review, 71(3): 421–36.

* Arrow: Stanford Institute for Economic Policy Research (SIEPR), Stanford, CA 94305; Bernheim: Stanford University Department of Economics, Economics Building, 247 Stanford, California 94305; Feldstein: National Bureau of Economic Research, 1050 Massachusetts Avenue, Cambridge, MA 02138; McFadden: University of California, Berkeley, Department of Economics, 508-1 Evans Hall, Berkeley, CA 94720; Poterba: MIT Department of Economics, 50 Memorial Drive, Building E52, Room 350, Cambridge MA 02142; Solow: MIT Department of Economics, 50 Memorial Drive, Building E52, Cambridge MA 02142. We thank Jeffrey Hovis and Andrew McLetchie of JSTOR for their assistance. The 20 articles featured in this paper are available in the online version at
http://www.aeaweb.org/articles.php?doi=10.1257/aer.101.1.1.2