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sábado, 28 de abril de 2012

Universidades de SP descartam uso de cotas raciais

Sem comentários, por enquanto..., ou apenas um: a ONG Educafro, que deveria supostamente educar apenas afrodescendentes, está educando todos os brasileiros sobre a construção do fascismo no Brasil, ou seja: não basta que algo, ainda que inconstitucional, seja declarado não incompatível com a Constituição, por um bando de juízes politizados, mas é preciso obrigar todos os brasileiros, todas as instituições a adotar o Apartheid racial e o racismo patrocinado pelo Estado compulsoriamente.
Fascismo é exatamente isso: cessa o domínio da liberdade, entra o regime ditatorial das obrigações compulsórias.
Paulo Roberto de Almeida 

Universidades de SP descartam cotas

USP tem programas de inclusão de alunos de escola pública e não pretende adotar sistema

Paulo Saldana - O Estado de S.Paulo
Mesmo após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir pela legalidade das cotas raciais, a USP não pretende adotar o sistema. Em 2009, quando assumiu a reitoria da USP, João Grandino Rodas afirmou que as cotas seriam "discutidas" no Conselho Universitário, mas o assunto só foi falado de forma marginal durante debate para reforma do programa de inclusão de alunos de escolas públicas na instituição.
As universidades estaduais Paulista (Unesp) e de Campinas (Unicamp) também informaram que não vão adotar cotas. USP, Unesp e Unicamp defendem a prevalência do mérito na seleção, embora tenham ações de inclusão - sem, no entanto, reservar vagas.
A ONG Educafro afirmou que vai entrar com uma ação na Justiça contra as três instituições para que o sistema seja adotado. O processo deverá ser protocolado até o dia 11 de maio.
"Após a decisão do STF e da orientação expressa dos ministros, vamos entrar com ação de Obrigação de Fazer", afirma o presidente da Educafro, frei David dos Santos. "Único programa que provou eficiência na inclusão de negros é a cota. Se a USP provar que incluiu a mesma porcentagem de negros que a UERJ e UnB, eu mudo de opinião", afirmou.
Quando Rodas foi escolhido reitor da USP, a Educafro comemorou. Rodas havia defendido as cotas em conversas com a ONG. Em entrevista ao Estado, no dia em que foi anunciado reitor, disse: "Realmente é necessário que a USP discuta cotas e outras coisas. Por essa razão, vamos levar essa problemática ao Conselho Universitário".
A USP não informou a quantidade de negros matriculados. A universidade mantém o Programa de Inclusão Social (Inclusp), que dá bônus no vestibular a estudantes da rede pública. Neste ano, 28% dos novos alunos vieram de escolas públicas.
Apesar de não adotar reserva de vagas, a Unicamp é a única que tem benefício específico para pretos, pardos e indígenas. Eles chegam a receber 7% de bônus na nota, cerca de 2 pontos porcentuais a mais que alunos de escola pública - também beneficiados. "Não existe nenhum indicador novo que nos leve a repensar nosso modelo", afirma o coordenador do vestibular da Unicamp, Mauricio Kleinke. No último vestibular, 8,9% dos matriculados na Unicamp vieram do grupo de pretos, pardos e indígenas - índice recorde.
A Unesp também não soube informar a participação de negros entre os matriculados. A instituição foi a que mais incluiu alunos de escola pública: 41%. 

Acre, 100 anos depois: o conflito se renova com a Bolivia?

De um blog desconhecido, até ser despertado por um alerta do Google:
Paulo Roberto de Almeida

Brasil desloca militares após Bolívia expulsar brasileiros na fronteira

Altino Machado
Blog da Amazonia, 27/04/2012
O Ministério da Defesa deslocou uma tropa para o município de Capixaba (AC), a 70 quilômetros de Rio Branco, após o Exército da Bolívia ter retomado o processo de expulsão de brasileiros que vivem em seu território.
Na semana passada, antes de expulsarem um colono brasileiro, os militares bolivianos circularam por Capixaba portando pistolas e armas de grosso calibre, fizeram compras no comércio local e até abasteceram seus veículos num posto da cidade.
A tropa do Exército Brasileiro, que conta com apoio da Polícia Federal, tem a missão de guardar a fronteira e impedir novas entradas não autorizadas de militares bolivianos em território nacional.
Leia mais:
O Ministério da Defesa movimentou o Exército e a Polícia Federal após o governador do Acre, Tião Viana (PT), ter informado ao Gabinete de Segurança Institucional que colonos brasileiros estão sendo expulsos de suas casas e suas terras estão sendo ocupadas por soldados bolivianos.
Existem mais de 500 colonos brasileiros na região do Alto Acre, que abrange os municípios de Capixaba, Acrelândia, Plácido de Castro, Epicilância, Brasiléia e Assis Brasil. Além dos colonos, existem 50 produtores rurais com pequenas fazendas, que variam de 100 a 300 hectares de pastagens.
O colono José Carlos Caldas, expulso pelos bolivianos, perdeu a plantação e a pequena criação de gado, além de outros bens. Parte do gado teria sido abatida pelos militares para alimentar a tropa boliviana.
O colono registrou o caso na delegacia da Polícia Federal de Epitaciolândia e pediu ajuda do governo brasileiro. A propriedade que ele ocupava na Bolívia pertencia ao pai dele há mais de 40 anos.
- O grave é que a Bolívia não parece empenhada em manter boas relações diplomáticas. Qualquer ação militar que envolva os exércitos dos dois países na fronteira deve ser comunicada, mas  nem o Exército Brasileiro, nem o Itamaraty e nem o Governo do Acre foram informados da operação. A situação exige por parte da diplomacia brasileira um protesto forte junto aos diplomatas bolivianos – disse ao Blog da Amazônia o secretário Nilson Mourão, de Justiça e Direitos Humanos do Acre, após participar de uma reunião em Capixaba com a presença do ministro Eduardo Paes Sabóia, da Embaixada do Brasil na Bolívia.
Mourão adiantou que ele e o ministro estão elaborando um relatório em que sugerem que a Bolívia seja tolerante com a presença dos colonos brasileiros até o final do ano. Até lá, o os colonos serão assentados pelo Incra em território brasileiro.
- No povoado boliviano de Vila Bella, com cerca de 60 casas, não existe energia elétrica. Estamos dispostos, como sinal de boa vontade, a oferecer energia do Luz para Todos que passa no lado brasileiro da rua que divide os dois países. Estamos sugerindo, ainda, que haja um entendimento envolvendo a diplomacia dos dois países em relação aos 50 proprietários que possuem fazendas de 100 a 300 hectares na Bolívia, na região do município de Capixaba – acrescentou Mourão.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Honoribus causarum: faz sentido, pela contribuicao a ciencia e ao conhecimento...

Sem outros comentários que o trocadilho do título, uma matéria que combina inteiramente com o espírito que anda no Brasil atual, e futuro, e joga futuro nisso.
Não só no Brasil, aliás: o mundo é um jardim...



Lula receberá mais cinco Honoris Causa no Rio de Janeiro

Estadão.com.br
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva receberá na próxima sexta-feira, 4, mais cinco títulos de Honoris Causa de universidades do Rio de Janeiro.
Na cerimônia a ser realizada no Teatro João Caetano, Lula receberá os títulos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) em cerimônia no , às 10h, na Praça Tiradentes.
Desde que deixou a presidência, ele recebeu o Honoris Causa de 07  instituições. O primeiro deles, em janeiro de 2011, foi da Universidade de Viçosa (MG). Depois da Universidade Federal da Bahia, de três universidades de Pernambuco, da Universidade de Coimbra, em Portugal, e, por último, do Instituto de Estudos Políticos de Paris, a Sciences Po.
Com os cinco que receberá, Lula acumulará 12 títulos. O ex-presidente tem aprovados 80 Honoris Causa no Brasil e no exterior. Honoris Causa é uma expressão latina que significa por distinção honorífica, por motivo ou a título de honra.

Estudantes instigantes: ou, a funcao social do diplomata...

Será que diplomata tem alguma função social?
Quero dizer, além de beber, comer e estimular a demanda por festas e recepções...
Bem, este foi o sentido, mais acima, não o da segunda linha, de uma pergunta feita por um curioso, desses que de vez em quando aparecem por aqui.
Vejamos o que ele me escreveu, ou me pediu, seguido logo abaixo de minha resposta.
Paulo Roberto de Almeida 
PS: Na verdade, já escrevi sobre isso, mais de uma vez. Mas assim como o estudante tem preguiça de pesquisar, estou com preguiça para procurar.
Hoje em dia tem cada uma... 


PERGUNTA INSTIGANTE:

Gostaria de saber qual seria a função social do diplomata? Como este profissional pode ajudar na mudança de valores em uma sociedade? Como se dá a atuação do diplomata brasileiro no exterior, até que ponto tal profissional pode influenciar na mudança daquele determinado país?
Att,
C. C. N.
Paulo R. de Almeida disse...
C. C.,
Pois não, você gostaria de saber qual é a função social de um diplomata, à parte participar de coqueteis, recepções e essa vida boa de luxos e prazeres?
Enfim, estou brincando, claro, mas suponho que todas essas perguntas que você me faz só podem ter dois motivos: uma imensa curiosidade intelectual, ou algum trabalho universitário.
Pois você sabe que, antes de qualquer outra questão formal, ou substantiva, o estudante universitário, os normais, quero dizer, começa a vida aprendendo a pesquisar.
Acho que você vai colocar todas essas perguntas no Google e esperar para ver o que aparece.
Com sorte, deve ter até trabalhos meus no meio.
Ou você pode pesquisar diretamente no meu site e blogs.
Divirta-se.
Paulo Roberto de Almeida
PS.: Depois me mande copia do trabalho, por favor.

Dia do Apartheid racial no Brasil: 26 de Abril

Bem, agora os proponentes do racismo oficial e do Apartheid racial já têm um dia para comemorar: 26 de Abril.
Foi o dia em que dez juízes dessa corte que outrora se chamava suprema, e era tida por defender a constitucionalidade no país, se renderam aos ares do tempo e ratificaram medidas claramente inconstitucionais, já em vigor em universidades e até mesmo em legislações estaduais há cerca de dez anos.
Com isso, fica consagrado o racismo, a discriminação, o fim da igualdade no Brasil, e tudo isso com a concordância daqueles que deveriam defender, não modismos ideológicos, mas a letra da lei.
A lei? Ora, a lei..., como diria alguém.
Foram dez, mas de fato foram onze juízes, pois um, depois de ser advogado dos companheiros, trabalhou para o governo deles, e defendeu a mesma medida quando era advogado geral dos companheiros, não da União.
A União há muito foi para o brejo: ficaram apenas as minorias militantes, algumas até vociferantes.
Elas vêm impondo a "lei" no Brasil, até com a concordância de juízes incompetentes, como vimos por este caso (mas antes já tínhamos visto outros casos também, igualmente absurdos). Os magistrado sequer leram a letra da lei, mas trataram de coisas que eles julgam superiores: a justiça social, a reparação de "dívidas históricas", a correção de desigualdades, e outras invenções do gênero.


O dia 26 de abril de 2012 vai ficar na história do Brasil como o dia em que o STF esqueceu a Constituição e aplicou sentimentos do momento, segundo o que se chama "pressão das ruas" (na verdade da militância organizada dos novos racistas).
Assim como ocorreu com o famoso julgamento da Suprema Corte americana de 1892, os juízes brasileiros acabam de decretar que os brasileiros também são "iguais, mas separados".
De um lado existem os afrodescendentes, do outro todo o resto. E o resto que se dane para questões como mérito, igualdade, esforço, direito.
Não, a partir de agora, e isso vai durar anos, talvez décadas, vale o sentimento popular, que é mais forte que a lei, a palavra da Constituição.


Dia negro para o país, se me permitem o trocadilho racista.
Ou deveria dizer "dia afrodescendente"?
Também vale...
Paulo Roberto de Almeida 

Os novos amores Brasil-EUA: figuracao ou realidade? -

O artigo é um pouco ingênuo, mas ainda assim toca em questões reais. Mas o autor parte de suposições que nem sempre são verdadeiras...
Paulo Roberto de Almeida


Cooperación Brasil-EEUU: peor para Chavez, peor para la diplomacia iraní
Marcos Alan Ferreira
InfoBae.com, 25 Abril 2012


La visita del secretario de Defensa de los Estados Unidos, Leon Panetta, al Brasil  esta semana ha sido poco debatida en la prensa brasileña, aunque la seguridad y la defensa sean temas de gran importáncia para un país que se postula como una potencia emergente. Sin embargo, la visita de Panetta he traído puntos importantes que involucran no solamente a Brasil sino también a sus vecinos.

Mas allá de la proximidad declarada para la cooperación en términos de transferencia de tecnología, durante la visita se habló sobre el lobby para la compra de cazas supersónicos estadounidenses. Después de la cancelación de la compra de aviones de la empresa brasileña Embraer por parte de los Estados Unidos, fue necesario contener el malestar diplomático que esa medida he creado. No obstante, el tema está lejos de tener un punto final, ya que existe una declarada preferencia del Poder Ejecutivo brasileño por la tecnología francesa. Por otra parte, el incremento de la inversión brasileña en la industria de defensa es un tema no muy bien recibido por sus vecinos por razones obvias.

La visita de Panetta ha generado un debate también sobre el rol de Brasil en temas de seguridad en las Américas. En la agenda discutida con el ministro de Defensa,Celso Amorim, se encontraba la cuestión del apoyo brasileño en operaciones de paz, contra el tráfico de drogas y la estratégia del ejército brasileño en la lucha contradesastres naturales. Por parte de Brasil, hubo el interés de la contención al terrorismo, ya que existen temores respecto a lo que pueda pasar en la Copa del Mundo 2014 y en los Juegos Olímpicos de 2016. En relación al terrorismo, hay un creciente interés en el tema no solamente en el Poder Ejecutivo, sino también en el Legislativo. Con mucha discreción y pocas notas en la prensa, la Comisión Jurídica del Senado de Brasil aprobó en la última semana una primera versión de una ley que incluye la figura de terrorismo dentro de la Ley Penal.

En esta coyuntura, la visita de Panetta ha significado mucho más que la simple proximidad entre Brasil y EEUU en temas de seguridad y defensa. La actitud del secretario de Defensa de visitar al Brasil, conocer la dinámica del ejército en temas como desastres naturales y la busqueda de cooperación tecnológica, ha demostrado que para los estadounidenses la nación Sudamericana es definitivamente un aliado importante en relación con amenazas transnacionales y la industria de defensa. 

Por parte de Brasil, la recepción de Panetta sirvió para borrar definitivamente la posición ideologicamente de izquierda adoptada por parte del staff del antecesor en la presidencia, Luis Inácio Lula da SilvaDilma Rousseff y Celso Amorim simbólicamente han demostrado, al recibir a Panetta e incrementar la cooperación con EEUU, que la política de seguridad y defensa brasileña dejó de ser guiada por nombres como Marco Aurélio Garcia, y pasó a ser más pragmática. Ahora los aliados ya no son más los alineados ideologicamente, sino quienes pueden servir a los intereses brasileños en distintos temas. Peor para Chavez, peor para la diplomacia iraní.

Marcos Alan Ferreira es profesor de Relaciones Internacionales de la Universidad Federal da Paraíba (UFPB, Brasil) e investigador asociado en el Instituto de Estudos Econômicos Internacionais (IEEI) de la Universidade Estadual Paulista (Brasil)

Divan, Iran, coracao, etc...: dos acentos nos titulos

Varios leitores, alguns bem intencionados, outros com foco mais neste autor do que no conteúdo do post, se apressam em corrigir meus títulos, apontando supostos erros de grafia, de redação, enfim, burrice soberana deste blogueiro ao esquecer, ou errar, a correção formal da expressão.
Seja por pressa, seja mesmo pela intenção de criticar, eles não percebem que NENHUM TITULO DE POST LEVA ACENTO, ou sinais diacríticos, em geral.
Geralmente, a mesma expressão que vem "errada" no título, recebe, no corpo do texto, sua grafia correta.
Assim, Iran e divan, no título, mas Irã e divã no post.
Eles não repararam que os títulos de posts, assim como muitas linhas de assunto em determinados servidores de email, são invariavelmente danificados por roteadores que trabalham unicamente com códigos ASCII, forçosamente mais limitados, e reduzidos ao essencial dos caracteres em inglês, que não comporta acentos de qualquer espécie (salvo em livros editados, para transcrever palavras em outras línguas).
Eu sigo esta regra, para evitar que meus títulos virem sopa de letras, e por vezes ainda recebo algumas mensagens com caracteres trocados, dificultando a leitura.


Se eu escrever completamente sem acentos, sem sequer cuidar da correcao formal das expressoes aqui reproduzidas, aposto que ningem vai se incomodar com as diferencas sutis, imperceptiveis e totalmente dispensaveis, como acabo justamente de fazer, sem qualquer problema de compreensao, de leitura ou de duvidas quanto ao significado das palavras, como acabo justamente de fazer. Sera que alguem teve algum problema em entender?


Pois é, tem gente que ainda se preocupa com a forma, e descuida do conteúdo.
Tem outros, que ficam vigiando este autor, para criticá-lo em tudo.
Vou continuar errando, para dar um secreto prazer a estes últimos, e lhes dar um trabalho perfeitamente inútil (bem, acho que depois dessa, eles vão parar de se preocupar com ridicularias...).
Paulo Roberto de Almeida 

Argentina: caes farejadores de dolares e inconsciencia do desastre...

Que as autoridades econômicas, policiais, e sobretudo fiscais, precisem treinar cachorros farejadores de dólares nas fronteiras do país, para evitar fuga de capitais, é um sinal significativamente poderoso para indicar o estado da confiança da população na política econômico do governo, e o desespero para escapar da moeda nacional.
Quando falta confiança na própria moeda, é sinal de que o futuro não é brilhante para o pais em questão.
Talvez as autoridades brasileiras venham um dia requisitar, no quadro dos acordos de cooperação bilateral ou no âmbito do Mercosul, esses tais cães farejadores de dólares, mas o problema agora é o excesso de dólares, não sua escassez. Por isso mesmo o governo está controlando a entrada, não a saída de dólares.
Ironias do destino econômico na América Latina...
Paulo Roberto de Almeida


Move on Oil Company Draws Praise in Argentina, Where Growth Continues




But for many Argentines, the nationalization does not go far enough.
“They should expropriate 100 percent, not just a part of it,” said Fernando Solanas, a congressman and filmmaker who belongs to an opposition party. “Oil is a public interest.”
In seizing control of YPF, Mrs. Kirchner has adroitly shifted attention away from her country’s soaring inflationcapital flight and her own falling approval ratings, focusing instead on a longstanding subject of resentment here: the market-oriented policies of the 1990s, which preceded a severe economic crisis at the start of the last decade.
The nationalization has been so warmly received here that Argentina’s Senate voted 63 to 3 early Thursday to take control of YPF, the country’s leading energy company, during a lengthy special session in which most senators used their allotted time to laud Mrs. Kirchner’s initiative. Some members of the political opposition from oil and gas-producing provinces came close to tears expressing gratitude for the measure. The expropriation bill will be taken up on May 3 by Argentina’s lower house of Congress, where it is also expected to pass by a large margin.
Even Carlos Menem, the former president who oversaw the start of YPF’s privatization in 1992, now supports the takeover. “The scenario has changed,” said Mr. Menem, now a senator.
To critics here and abroad, the nationalization — and the readiness of many Argentines to invite a clash with Spain, one of their nation’s largest trading partners — is the kind of step that has made Argentina seem like a “truant of economic management,” in the words of Walter Molano, an American financial expert.
Indeed, some here contend that Argentina has gone to the dogs, literally. So many nervous citizens have taken their money out of the country that Argentina’s tax agency now uses Labrador retrievers trained to detect the ink used to print dollar bills in an effort to stanch capital flight at the airports, ferry terminal and bus terminal in Buenos Aires.
“It’s a marvel to watch them,” Ariel Viola, a tax agent at the Buquebus terminal, where ferries travel to Uruguay, said of the dogs. “They’re incredibly effective. They’ve smelled out millions of dollars travelers were attempting to smuggle.”
Capital flight accelerated to $22 billion in 2011 as fears spread over soaring inflation. Unofficial measures suggest that annual inflation is between 20 percent and 25 percent. But the authorities have fined researchers for disseminating such figures, and the official estimate stands at 9.8 percent.
Dollar-sniffing dogs and fines for publishing statistics might point to an economy in crisis. But Argentina’s is growing robustly, albeit at a slower pace than in recent years. A decade-long recovery has given Mrs. Kirchner broad support to pursue nationalist policies that sometimes perplex — and enrage — foreign banks, companies and governments, not to mention some Argentines who view her moves as a return to the protectionism that long hobbled the economy.
Riding an export boom for commodities like soybeans, Argentina’s economy grew at an average rate of 7.7 percent from 2004 to 2010, almost twice the average annual growth of 4.3 percent in Chile, a country often cited as a model for economic policies, over the same period.
Some controversy also swirls over the way Argentina officially measures economic growth, which the government said reached 9.2 percent in 2011. But even the I.M.F. sees Argentina growing 4.2 percent this year, a rate outstripping the 3 percent growth foreseen for Brazil, the region’s economic powerhouse.
Argentina’s postcollapse boom underscores the shifting fortunes on both sides of the Atlantic.Thousands of young Spanish emigrants have recently made their way to Buenos Aires; in the hipster restaurants of the city’s Palermo district, Spanish accents are heard among the wait staff and bartenders.
After Mrs. Kirchner was elected in 2007, succeeding her husband, Néstor Kirchner, as president, she increased social spending on programs like the “universal allocation per child,” which provides poor families with monthly cash stipends.
These programs, along with other antipoverty initiatives, reduced inequality, helping Mrs. Kirchner cruise to re-election in 2011. At the same time, the buying power of Argentines soared as incomes climbed and the government maintained controls on energy prices.
Meanwhile, YPF and other oil companies, wary of investing in a country where low energy prices curb profitability, limited spending that could have lifted energy production. The result: Argentina went from being an energy exporter to importing fuel from countries as far away as Qatar.
This reliance on foreign energy sources grew acute in the past year. The authorities now struggle with a $3 billion energy deficit to meet domestic demand for oil and natural gas, according to Esteban Fernández Medrano, an independent economist.
In addition to giving the government more control over Argentina’s energy industry, seizing YPF from Repsol also allows Mrs. Kirchner to tap into lingering bitterness over the policies that allowed many state companies to be sold more than a decade ago to private investors.
This sentiment, described as “anti-noventista” (roughly “anti-1990s”), is symbolized by the rise of La Cámpora, a nationalist youth organization led by Mrs. Kirchner’s 34-year-old son, Máximo. Members of La Cámpora now hold supervisory or senior management positions in nationalized companies like YPF and the state airline.
But the nation is also sharply divided politically, as symbolized by Mrs. Kirchner’s clashes with two leading newspapers, Clarín and La Nación, and her strengthening of an array of pro-government media organizations. Some here question whether the nationalizations, which have already encompassed seven companies in the two Kirchner administrations, will stop at YPF.
One company in Mrs. Kirchner’s cross hairs is Papel Prensa, Argentina’s only newsprint manufacturer. A new law calling newsprint a “commodity of public interest” allows the government to increase its stake in Papel Prensa, potentially taking control of the company away from Clarín and La Nación.
“We’re extremely concerned by the government’s maneuvering on this issue,” said Eduardo Lomanto, La Nación’s director. “It fits within a systematic plan for the domination of the media.”
Broadly popular social policies, like keeping energy prices low, have pleased Mrs. Kirchner’s constituents. But they come with costs, as reflected in Argentina’s yawning energy imports and the nationalization of YPF.
Galloping inflation is yet another cost, and price increases are absorbed largely by people without the means to try slipping packages of dollars past the dogs at the ferry terminal.
Ramona González, 43, a maid who lives in Florencio Varela, a city on the southern outskirts of Buenos Aires, said she was well aware of the state takeover of YPF. “What is Argentine should be Argentine.”
But she has other concerns. “Inflation is what is worrying me the most, not YPF,” she said.
Charles Newbery and Emily Schmall contributed reporting.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Argentina: procurando um divan do tamanho do pais

Sem dúvida um caso para psicanálise, ou para psiquiatria.
O problema vai ser como acomodar tanta gente no divã, pois são centenas de milhares que sofrem de um transtorno sério de dupla personalidade, uma com os substitutos atuais, outra com o fantasma da comédia em cartaz desde mais de meio século.
Acho que vai ser difícil resolver...
Paulo Roberto de Almeida 


Irrupción del neoperonismo
M. A. BASTENIER
 El País, 26 Abril 2012

En Argentina se libra una batalla entre espectros. El abracadabra del general Perón resiste difícilmente la irrupción de su sucesor, el kirchnerismo, emanación sacralizada de Néstor Kirchner, anterior presidente que murió hace dos años dejando viuda a la titular del cargo, Cristina Fernández. El kirchnerismo acuna y legitima, sin embargo, el crecimiento de un credo fuertemente populista e izquierdizante, atribuible en su totalidad a la presidenta. Por eso, lo propio sería hablar de cristi-kirchnerismo.

¿Cuáles son los elementos constituyentes de ese neoperonismo? El más visible es la juventud, representada de manera decisiva para la estatización de YPF-Repsol por dos poderosas fuerzas políticas, que colonizan los aparatos de poder argentinos. La Cámpora, que toma su nombre de Héctor J. Cámpora, el presidente de quita y pon que le guardó la silla caliente al general Perón en su regreso al poder en 1973; y el Movimiento Evita, del que no hace falta decir a qué santo se encomienda.

La Cámpora domina las comunicaciones institucionales a través de la agencia Télam, que aseguraba que el G-20 quería más a Argentina que a España, y Canal Siete, bajo los auspicios de la Autoridad Federal de Servicios de Comunicación Audiovisual, en cuyo consejo tiene dos representantes; ha puesto asimismo pie en Interior, donde ocupa la secretaría de Asuntos Municipales; se despliega en el ministerio de Planificación; y hace otro tanto en Justicia, donde el segundo del ministro es Julián Álvarez, connotado camporista. Pero es en Economía donde tiene su alma máter en la persona del viceministro y autor intelectual de la expropiación, Axel Kicillof, a los 41 años estrella emergente del poder crístico, de quien se cuenta que ha dicho: “a Cristina la tengo hipnotizada”. Y todos ellos, encabezados por su jefe, Máximo Kirchner, hijo de la pareja Kirchner-Fernández, forman la Guardia Pretoriana de la presidenta. El Movimiento Evita, en contraste con el entrismo de La Cámpora, es una fuerza de base obrera, que bajo la dirección de Emilio Pérsico dice contar con 70.000 militantes y gestiona numerosas cooperativas del programa Argentina Trabaja. Mientras los primeros quieren ser los cuadros del cristi-kirchnerismo, los segundos son correas de transmisión para el votante-pueblo de la fe neoperonista.

El segundo componente implica a los medios de comunicación privados, como consecuencia de la reciente aprobación de la ley que pone bajo control del Gobierno la importación de papel prensa, hasta ahora de libre adquisición. Las publicaciones periódicas gozan de plena libertad de crítica, pero, lógicamente, preocupa a empresas y profesionales la capacidad de amenaza y presión de que con ese instrumento se dota la presidencia.

Y el tercero es el antiimperialismo, de momento en versión blanda, porque meterse con Estados Unidos serían palabras mayores. Ese sentimiento tan dado a los eslóganes, se parece crecientemente al chavismo, que vocifera contra Washington, pero mucho se cuida de no violentar el negocio del crudo. La presidenta argentina difícilmente competirá con la locuacidad de Hugo Chávez, pero el léxico de ambos ya converge, como cuando recuerda a los españoles la época en la que el trigo argentino “les llenaba la pancita”. El cristi-kirchnerismo podría acabar siendo un nuevo chavismo del siglo XXI.

Un 62% de encuestados es favorable a la expropiación, cuota estimable pero no arrasadora, pese a que los golpes de pecho nacionalistas suelen ser siempre bien recibidos, pero el apoyo masivo que recibió Buenos Aires por la reivindicación de Malvinas no se ha repetido. El pueblo argentino parece ser menos populista que su Gobierno. Y en el exterior, predeciblemente a favor están Venezuela, Ecuador, y únicamente proforma, Bolivia, donde Evo Morales se lleva muy bien con Repsol. Al eje bolivariano hay que sumar, pero con enorme discreción, Brasil y Uruguay, el primero por mostrarse antiimperialista de oficio, y el segundo porque tiene demasiado que ver con Buenos Aires. Y enfrente forman Juan Manuel Santos de Colombia, que secamente dijo que en Bogotá no se nacionalizaba; Felipe Calderón de México; y Sebastián Piñera de Chile, países ambos con intereses en Repsol. La mayoría de los demás prefiere callar.

El ascenso de La Cámpora provoca el recelo del peronismo clásico que considera obra suya la victoria en primera vuelta de las presidenciales, y ha debido ver con satisfacción la caída en una trifulca con el vicepresidente Amado Boudou, del mayor de los camporistas históricos, el Procurador General Esteban Righi. Pero, como escribe Morales Solá en La Nación, Cristina Fernández está obsesionada con que se la vea como una “líder fundacional”. El de un nuevo peronismo.

Companhias de mais de um bilhao de clientes - Le Figaro

Bem, teríamos de considerar certos serviços religiosos, também, que podem ultrapassar mais de um bilhão por dia...
Cada padre, cada rabino, cada iman poderia anunciar, no meio do sermão (enfim, ao chamar para a prece no caso destes últimos), algo do gênero: "E agora, meus caros irmãos na fé, uma pausa para... (segundo o anunciante seria) uma bebida refrescante, uma consulta ao e-mail, uma postagem no mocroblog, e por aí vai...
Negócios são negócios, com uma devoção religiosa..,

Paulo Roberto de Almeida 

Ces sociétés qui comptent plus d’un milliard de clients
 Le Figaro, 26 Avril 2012

N’est pas Facebook qui veut. Les entreprises milliardaires en clients ou en utilisateurs ne sont pas si nombreuses. Et parmi elles, on compte quelques centenaires. L’Oréal estime ainsi avoir franchi le cap du milliard de clients dans le monde, tout comme son grand rival Procter & Gamble. Coca-cola Company se targue de servir 1,7 milliard de clients par jour dans le monde. Nestlé fait à peine moins bien, avec 1,2 milliard de produits. Pour parvenir à ce résultat, ces entreprises mobilisent des dizaines, voire des centaines de marques : 3500 boissons différentes pour la Coca-cola Company. Mcdonald’s fait figure de petit poucet avec ses 58 millions de clients quotidiens.

Aux géants de l’alimentation et de l’hygiène s’ajoutent « quelques grands conglomérats industriels ayant plus d’un milliard de clients ou d’utilisateurs », ajoute Bertrand Chovet, directeur général d’interbrand Paris, qui cite General Electrics et Philips. Entre les ampoules, le matériel médical dans les hôpitaux, l’électroménager, pour ne citer que ces activités, ces groupes disposent d’une très large exposition. Il en est de même pour Samsung, présent aussi bien dans la téléphonie mobile que la fabrication de climatiseurs. Nokia avec ses seuls téléphones mobiles dispose d’une base installée de 1,3 milliard de clients dans le monde. Pour cela, le Finlandais a commercialisé des centaines de modèles.

Doubler de taille
Pour franchir rapidement le cap du milliard de clients, mieux vaut s’attaquer aux services. Un peu plus d’un milliard de porteurs de cartes Visa sont recensés dans le monde. Le secteur informatique est encore plus porteur. Microsoft estime que 1,5 milliard de personnes utilisent Windows dans le monde. L’américain est aussi la première entreprise de moins de 40 ans (elle a été fondée en 1975) à entrer dans ce club très fermé. Il aura fallu moins de quinze ans à Google pour atteindre ce cap. En mars 2012, il y a eu un peu plus de 1,1 milliard de visiteurs uniques sur les sites de Google, selon comscore.

C’est quasiment quatre fois plus que sur les sites Internet d’apple. La firme à la pomme estime, en revanche, que plus d’un milliard de clients se rendent chaque année dans ses magasins «en dur», souvent sans rien acheter.

Être chinois est aussi un excellent moyen d’accumuler rapidement des centaines de millions de clients. China Mobile dispose déjà de plus de 500 millions d’abonnés. Pour doubler de taille, il lui faudra sans doute s’internationaliser.

Une des obsessions de ces entreprises milliardaires en clients est d’ailleurs de doubler la taille de leur portefeuille. Nokia a fait «du prochain milliard » de clients connectés un de ses principaux axes stratégiques. L’oréal a aussi annoncé le mois dernier vouloir doubler de taille d’ici à dix ans. Un objectif que s’était aussi fixé l’année dernière Procter & Gamble, qui compte l’atteindre en 20142015. Le chemin pour y parvenir passe par la conquête de l’inde et de la Chine, mais aussi d’autres grands pays émergents comme le Brésil.

Cinquenta chibatadas, no minimo, para o iraniano pedofilo...

Bem, eu troco por serviço compulsório em asilo de aleijados da guerra contra o Iraque, durante pelo menos dois anos.
Esses pedófilos precisam aprender a se comportar...
Paulo Roberto de Almeida 



Iran recalls diplomat to be 'dealt with' over Brazil groping scandal
The Daily Telegraph, April 26, 2012

Foreign ministry spokesman Ramin Mehmanparast told reporters the accused diplomat had been recalled to Iran and would be "dealt with" according to the ministry's disciplinary rules. 
He also said the incident, which occurred mid-April, was being twisted by some Western and Arab media "for political gain" against Iran.
According to Brazilian media, the Iranian diplomat was accused of groping at least four Brazilian girls aged between nine and 15 while swimming in a chic Brasilia sports club, prompting them to cry and attracting the fury of their parents.
"People wanted to kill him. If the club had not deployed security personnel, today they would be looking for me to talk about homicide or lynching," the father of one of the girls, who asked not to be named, was quoted as saying by the G1 news website.
Brasilia police arrested the Iranian but quickly released him because of his diplomatic immunity.
Brazilian media identified the diplomat as Hekmatollah Ghorbani, 51, and said he was the third-ranking official in the Iranian embassy in Brasilia. They said he was married, with children, and had been in his post for two years.
The Iranian embassy defended the diplomat by issuing a statement saying the groping allegations were the result of a "cultural misunderstanding" and accusing the Brazilian media of bias.
But Brazil's foreign ministry said it was looking into the case and taking formal steps of notifying the Iranian mission.
On Tuesday, when asked to explain the "cultural misunderstanding", Mehmanparast replied: "On principle, we do not accept this person being at a mixed-sex swimming pool, and it is considered a disciplinary violation and therefore he was summoned home at once and we are reviewing his case."
He added that the diplomat "will be dealt with according to the foreign ministry's disciplinary rules."
In Iran, men and women of any age are not permitted to share swimming pools. Iran's officials and representatives are expected to follow Islamic rules while abroad.

Ate onde vai a tragedia educacional brasileira?: a perder de vista

Recebi um comentário de um leitor de um post meu sobre a (des)educação brasileira, entregue às mãos (e aos pés, mas nunca à cabeça) das saúvas freireanas que pululam como praga no MEC.
Eis o comentário: 



On 26/04/2012, at 16:51, Anônimo wrote:
Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Sobre a "pedagogia" de Paulo Freire (3): vai demor...": 

Assistimos boquiabertos a uma Involução, onde a demência é premiada com aprovação plena e irreversível, o assistencialismo substitui o aprendizado e qualquer opinião contrária é chamada de volta ao tradicional.Os assassinos do aprendizado e do conhecimento são ditos Teóricos da Educação que embora jamais tenham estado em uma sala de aula e nem tenham alfabetizado nenhum ser humano, são tratados como Divindades educacionais.É impossível ter uma diálogo curto com um pedagogo dessa era da demência sem ouvir o nome Piaget e companhia limitada. Trabalho na educação não mais por vocação, mas sim porque estou num caminho que já percorri mais da metade.

E eis o que respondi (PRA):


O mais tragico, de tudo, é o emburrecimento de várias gerações de professores primários e secundários (mas a formação equivocada parte de pedagogos do terceiro ciclo), ou seja, a deformação continua de centenas de milhares de crianças e jovens  pela ação nefasta, até inconsciente, dessas saúvas freireanas.
Os companheiros foram até razoáveis em economia, não fazendo todo o estrago que poderiam fazer, e também porque não tinham nada para colocar no lugar e deixaram mais ou menos como estava (ainda que deteriorando a parte fiscal).
Mas, em matéria de educação o desastre é incomensurável, enorme e irreversível, antes de muitos anos, talvez décadas.
O Brasil, infelizmente, vai continuar involuindo nesse quesito, inclusive porque novas bobagens ainda virão, e o reforço, obviamente, das bobagens atuais.
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Paulo Roberto de Almeida


Protecionismo e bodes expiatorios externos: males de Brasil e Argentina - Jamil Chade


O mal-estar entre a Europa e o Cone Sul
Jamil Chade (Blog)
O Estado de S. Paulo, 25/04/2012

Em um discurso dedicado à América Latina na terça-feira, o comissário de Comércio da Europa, Karel de Gucht, explicitou a frustração atual que domina a relação entre os dois lados do atlântico e faz ameaças abertas de que o protecionismo de países como Brasil, Argentina e outros será respondido com todas os instrumentos que a Europa tiver ao seu dispor. De Gucht deixou claro a existência de relações históricas entre os dois continentes. Mas escancarou que o relacionamento hoje passa por uma crise e vive um verdadeiro mal-estar.
“Esse é um tempo de otimismo, mas também de preocupação sobre o futuro da América Latina e sua relação com a UE”, disse o europeu, atacando a nacionalização pela Argentina da YPF e as medidas protecionistas brasileiras. “As escolhas que fizermos hoje determinarão o cursor nas próximas décadas”.
Os europeus não escondem que a região é hoje uma das principais promessas de lucros para as combalidas empresas do Velho Continente, que sofrem para ver suas vendas aumentarem nos países ricos. Em 2011, o comércio entre as duas regiões chegou a 212 bilhões de euros, 15% acima do volume de 2008, antes da crise.
Não por acaso, o principal ataque de Bruxelas se refere ao comportamento protecionista do Brasil, Argentina e outros governos da região. Para a Europa, esse protecionismo está levando a região a um isolamento da cadeia produtiva de alto valor agregado. Segundo ele, a região latino-americana de fato cresceu nos últimos anos. Mas grande parte dessa expansão estaria relacionada à alta dos preços das commodities. Para ele, países precisarão buscar formas de diversificar suas economias se quiserem continuar a se desenvolver.
De Gucht insiste que isso só ocorrerá se a região mantiver suas fronteiras abertas às importações. “A prosperidade vai depender do grau de integração dessas economias”, alertou, apontando para os riscos inflacionários de manter o crescimento dependente da venda de matérias-primas.
Moeda – O europeu também mandou um duro recado ao Brasil. O governo de Dilma Rousseff defendeu na OMC a criação de uma espécie de salvaguardas que poderiam ser aplicadas contra importações cada vez que a valorização cambial resultar em um fluxo de bens do exterior.
Para Bruxelas, a culpa pela valorização do real, de 29% desde 2007, é apenas do Brasil. Na avaliação de De Gucht, o que ocorre com o real não está ligado ao “tsunami financeiro” que Dilma acusa a Europa de promover com a injeção de dinheiro nos mercados, com a injeção de 1 trilhão de euros.
Segundo Bruxelas, o fator que está gerando uma pressão sobre o real é a diferença de taxas de juros cobradas no Brasil, em comparação às da Europa, atraindo capital. Para o europeu, de fato o fluxo de capital ameaça “desestabilizar”economias. Mas o motivo é a altas taxas de juros cobradas no Brasil, criando incentivos para que o capital europeu busque lucros no mercado brasileiro. Na avaliação de De Gucht, é isso que tem feito as exportações de manufaturados e serviços do Brasil “menos competitivas”.
Protecionismo – A UE fez questão de atacar ainda a nacionalização da YPF pela Argentina, lembrando que essa era “justamente o tipo de medida que precisava ser evitado”, alertando que a iniciativa irá afastar investimentos do país. “Ao tomar essa ação, a Argentina mandou ondas de choques pela comunidade internacional e as consequências para seu desenvolvimento econômico serão sentidos por muito tempo”, alertou. “Posso garantir que faremos tudo que estiver em nosso poder para apoia o governo espanhol a conseguir total compensação”, declarou.
Se os ataques a Buenos Aires foram duros, Bruxelas lamenta que esse protecionismo não se limita aos argentinos. “Essas medidas não ajudarão os países que as aplicam”, declarou. “Elas afetam cadeias de fornecimento, alimentam um setor produtivo não competitivo e freiam investimentos”, disse.
De Gucht ainda alertou que cada nova medida adotada pela região está sendo avaliada pelo bloco e que a UE “não hesitará” em usar ”todas as ferramentas” que tiver a seu dispor para garantir a abertura dos mercados, inclusive recorrer à OMC.  “O pior que qualquer governo pode fazer na região é de abandonar mercados abertos e regra da lei”.
China – Outro alerta da Europa se dirige à relação do Brasil e outros latino-americanos com a China. Nos últimos anos, empresas europeias perderam parte do mercado da região justamente para concorrentes chineses. Segundo Bruelas, apesar de lucrativo para o setor de matéria prima, o comércio brasileiro com a China está impedindo uma maior industrialização do País.
“O aumento dramático de exportações da China está afetando as exportações de manufaturados da América Latina”, alertou De Gucht. “Podemos ver isso concretamente na evolução do comércio entre o Brasil e a China”,disse. “Em 2000, menos de 50% das exportações brasileiras para a China eram de produtos primários. Em 2010, essa taxa chegou a 80%. Isso certamente beneficiou a economia brasileira, mas não contribuiu para a meta importante de subir na cadeia de valor agregado”, alertou.
Em crise, com dez governos já tendo de pedir sua demissão em dois anos e com várias economias em recessão, os europeus sabem que poucas vezes precisaram tanto da América Latina como agora. Mas, justamente nesse momento, terão de enfrentar uma nova realidade na região e na economia mundial.