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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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domingo, 7 de outubro de 2012

Crise economica internacional: uma explicacao espanhola

Enviado por um leitor amigo, habitual deste blog: 


Fraude - por que houve esta grande recessão
"O Instituto Mises Brasil, em parceria com a empresa espanhola Amagifilms — fundada pelos libertários espanhóis Juan José Mercado, Daniel García e Bárbara Sokol — tem o orgulho e a honra de apresentar aquele que, até o momento, é o documentário mais completo sobre a crise financeira mundial. 
Embora vários documentários já houvessem sido produzidos sobre a crise econômica que hoje assola o mundo, nenhum deles de fato se propunha a expor uma teoria econômica que de fato explicasse as minúcias econômicas que provocaram o descalabro." Equipe IMB

Fraude - por que houve esta grande recessão
por , sexta-feira, 5 de outubro de 2012


fraude_recessão.jpgO Instituto Mises Brasil, em parceria com a empresa espanhola Amagifilms — fundada pelos libertários espanhóis Juan José Mercado, Daniel García e Bárbara Sokol — tem o orgulho e a honra de apresentar aquele que, até o momento, é o documentário mais completo sobre a crise financeira mundial. 
Embora vários documentários já houvessem sido produzidos sobre a crise econômica que hoje assola o mundo, nenhum deles de fato se propunha a expor uma teoria econômica que de fato explicasse as minúcias econômicas que provocaram o descalabro.  Para preencher este vazio, empreendedores espanhóis buscaram a ajuda dos professores Jesús Huerta de Soto e Juan Ramón Rallo para elaborar uma explicação completa que, utilizando a teoria econômica que mais uma vez demonstrou ser a única correta (a teoria austríaca dos ciclos econômicos), fizesse uma cronologia histórica da grande recessão vista à luz desta teoria e denunciasse todos os desastres econômicos que a humanidade vem sofrendo há séculos em decorrência de políticas monetárias estatais, as quais foram rotuladas de "fraude legal".  Por último e não menos importante, foi pedido aos professores que apontassem soluções concretas e factíveis para se colocar um fim a este recorrente ciclo de descalabros.
O resultado deste trabalho pode ser conferido abaixo.  Todos os detalhes sobre as causas da crise e sobre as medidas governamentais tomadas para tentar combater a crise, bem como todas as reais consequências destas medidas, são minuciosamente explicitados neste esplêndido documentário.
A grande recessão não foi causada pelo livre mercado, mas poderia ter sido solucionada por ele se ao menos os governos permitissem.  As intervenções do estado na economia, principalmente por meio de seus bancos centrais e seus mecanismos fraudulentos de criar dinheiro e expandir artificialmente o crédito, tornando-o farto e barato, não apenas foram as causas desta grande recessão, como também estão nas raízes de todos os recorrentes ciclos de expansão econômica seguida de recessão que assolam a humanidade.  Políticas monetárias expansionistas e as contínuas manipulações de juros feitas pelos bancos centrais criam fases de exuberância irracional e bolhas que inevitavelmente terminam em dolorosas recessões econômicas que impõem penosos sofrimentos a todos os cidadãos, principalmente aos mais financeiramente desprotegidos.
Denunciar as fraudes que provocam estas opressivas recessões, bem como fazer advertências sobre os prováveis erros futuros que os governos voltarão a cometer, é a principal intenção deste trabalho.
Aproveitem.
(Para ver em tela expandida, clique em "vimeo" no canto inferior direito da tela abaixo ou acesse diretamente pelo link http://www.fraudedocumental.com/#!_brazil)

Dialogo entre militares e academicos: um bom comeco


Rio de Janeiro, 05 de outubro de 2012.

ABED e ECEME: diálogo aberto

Na quinta-feira, dia 4 de outubro, o presidente da ABED, Manuel Domingos Neto, visitou a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME), onde foi recebido pelo comandante da instituição, general-de-brigada Sérgio José Pereira, e pelo diretor do Instituto Meira Mattos, coronel Richard Fernandez Nunes. A visita foi organizada pela professora Adriana Marques, da ECEME.

No encontro foi debatida a inserção dos Estudos de Defesa e das Ciências Militares no mundo acadêmico brasileiro. O diretor do recém-criado Instituto Meira Mattos apresentou de forma entusiasmada os principais aspectos desta entidade de pesquisa, cuja existência se entrelaça com as preocupações da ECEME relativas à oferta de ensino de pós-graduação devidamente validado pela CAPES. Dentre diversas personalidades civis de destaque que colaboram com este empreendimento está o vice-presidente da ABED, professor Eliezer Rizzo de Oliveira. A secretária-adjunta da ABED, professora Adriana Marques, teve ativo papel na articulação do referido programa de pós-graduação.

O Comandante da ECEME revelou novidades da maior relevância não apenas para os alunos desta entidade de altos estudos militares, mas também para o conjunto de pesquisadores da ABED:  a desclassificação de centenas de monografias defendidas na Escola e a reorganização da Biblioteca da ECEME, que dispõe de acervo de obras raras formado por doações de antigos oficiais do Exército.

O general Sérgio, reconhecendo o papel da ABED quanto ao desenvolvimento dos estudos estratégicos para o país, assegurou ao professor Manuel Domingos que a ECEME estimulará a participação de seus alunos e professores no VII ENABED, que será realizado em Belém-PA, em 2013. O Comandante manifestou ainda desejo de discutir promoções conjuntas, obtendo resposta positiva e entusiástica do presidente da ABED

Falacias economicas: o mito do 13-salario - Klauber C. Pires

Um texto absolutamente indispensável a todos aqueles que pretendem confirmar, uma vez mais, como a nossa Constituição, como as nossas leis estão repletas de absurdos econômicos. 
Concordo inteiramente com os argumentos de meu amigo Klauber Pires, que mantém um dos blogs mais lúcidos no plano econômico. 
Transcrevo apenas o início de seu longo artigo, e remeto a outro link onde ele se encontra por inteiro.
Paulo Roberto de Almeida 

Klauber Cristofen Pires
Libertatum, 04 Oct 2012

Como ponto de partida, imaginemos um bolo que tenha sido fatiado em 12 partes. Caso decidíssemos dividi-lo em 13 partes, ficaria ele maior?

De tempos em tempos, e especialmente em época de eleições, flutuam na rede e-mails e tópicos de redes sociais que alardeiam, falsamente, que estaria em andamento no Congresso Nacional um projeto de lei com a proposta da extinção do décimo-terceiro salário.
Certamente, tal hipótese não se configuraria plausível nos dias de hoje, em uma casa intensamente ocupada por partidos de índole marxista. A certeza da intocabilidade deste instituto é dogma absoluto de que a existência do mesmo representa uma "conquista do trabalhador", e que, além disto, é, por todas as formas, um benefício à sociedade. Há quem defenda, no plano jurídico, tratar-se de uma inafastável cláusula pétrea constitucional.
Tendo-se consciência deste fato, aceitar debater sobre a validade dos argumentos que o sustentam é entrar descalço e sem camisa em um formigueiro. Poucos são os que aceitam verificar as exposições com ânimo de racionalidade. A paixão domina a mente dos defensores de tal forma que mal acreditam que alguém - justamente um assalariado - venha a apresentar uma análise em contrário.
Ainda assim, aceitei o desafio, e aqui proponho expor os meus argumentos que demonstram que o décimo-terceiro, ao contrário do que se imagina, apenas traz prejuízo aos trabalhadores, aos empresários e consumidores.
Como ponto de partida, imaginemos um bolo que tenha sido fatiado em 12 partes. Caso decidíssemos dividi-lo em 13 partes, ficaria ele maior?
Tomemos como base um trabalhador, recém-contratado no início do mês de janeiro, por um salário de R$ 1.200,00 mensais. A seguir será feita uma comparação da situação vigente, confrontada com um cenário em que o trabalhador receberia o décimo-terceiro salário diluído entre os doze pagamentos mensais.


Ler a íntegra aqui: 
http://textospra.blogspot.com.br/2012/10/decimo-terceiro-salario-uma-grande.html
ou aqui: 
http://libertatum.blogspot.com.br/2012/10/como-o-decimo-terceiro-salario.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed:+Libertatum+(LIBERTATUM)

A maquiagem contabil do governo - Editorial Estadao

O governo pensa que todos somos idiotas...
Paulo Roberto de Almeida

Editorial O Estado de S.Paulo, 04 de outubro de 2012

O Tesouro Nacional deverá liberar entre R$ 20 bilhões e R$ 25 bilhões nos próximos dias para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a fim de que este possa prosseguir nas suas operações com empresas, inclusive do governo.

É um expediente que já foi denunciado, no passado, pela economista do Fundo Monetário Internacional (FMI) que acompanhava a economia brasileira. No entanto, é apresentado pelas autoridades monetárias brasileiras como "contabilidade criativa".
No fundo, trata-se de uma operação de triangulação em que o Tesouro empresta recursos ao BNDES sem que, pelas normas contábeis, isso represente aumento da dívida líquida, pois são recursos repassados pelo banco de desenvolvimento a empresas controladas direta ou indiretamente pelo governo, que pagam dividendos ao Tesouro e, portanto, ajudam a elevar de modo sensível o superávit primário.
Fugindo das normas da transparência, nunca se explicou com clareza o custo dessas operações para o Tesouro. Na realidade, este paga juros mais elevados pela dívida que contrai do que os praticados pelo BNDES, e os dividendos que recebe parecem inferiores aos juros que paga. Os repasses ao BNDES não aparecem como despesas do governo, enquanto os dividendos que o Tesouro recolhe são incluídos nas receitas - um dos pontos altamente criticados.
Num momento em que o governo reconhece que não poderá alcançar a meta cheia de superávit primário do governo central - e terá de emitir mais títulos da dívida pública, sobre os quais incidirão mais juros -, essa "contabilidade criativa" apresenta graves inconvenientes.
É somente por causa de convenções contábeis que a dívida pública não está aumentando. Na realidade, ela cresce e exige o pagamento de juros, que é feito com emissão de novos papéis da dívida. Serão juros sobre os quais incidirão mais juros.
Por outro lado, desde que começou a campanha eleitoral, os governos estaduais foram autorizados a aumentar seus empréstimos, o que representa nova fonte de juros a pagar.
Por enquanto, a dívida pública está num nível administrável, mas poderá chegar a um ponto em que o País será forçado a pagar juros mais altos por sua rolagem, especialmente se a liquidez internacional - que vem sendo objeto de alertas pela presidente Dilma Rousseff - voltar a se estreitar.
De qualquer maneira, o fato de a equipe econômica estar anunciando que o superávit primário não será atingido já deve levar a um aumento dos juros que o Brasil está pagando.

Brasil: o pesadao da AL e o lento dos Brics - editorial OESP

Ainda recentemente, em palestra na Semana de Relações Internacionais da UFSC, um aluno (cujo nome ou e-mail eu infelizmente não conheço, do contrário responderia mais detalhadamente a ele, diretamente) me perguntou se eu ainda mantinha uma opinião expressa em entrevista minha ao Estado de S.Paulo sobre o fato de o BRIC ser um mero exercício intelectual (e eles eram, em 2006). Apenas não sabia que dois ministros dos quatro se empenhavam, por razões muito diversas um do outro (mas ambos antiamericanos e anti-hegemônicos) em fazer desse ajuntamento arbitrário -- construído por razões puramente financeiras, de capitalistas investidores -- um grupo diplomático formal, o que ocorreu apenas a partir de 2007. 
Tudo bem, isso me valeu o ódio de um desses personagens, embora eu mantenha, ainda hoje, que se trata de mero exercício diplomático, sem maior consistência intrínseca.
As razões de minha posição são claras. Esses ajuntamentos arbitrários, feitos por jornalistas ou economistas, não têm absolutamente nada a ver com posições comuns ou propósitos unificados, e sim por razões superficiais, externas a uma verdadeira integração de posições ou comunidade de objetivos. Algumas coisas objetivas os unem, mas a maior parte das outras coisas os separam, e o fato de estarem juntos para conversar não quer dizer absolutamente nada quanto a verdadeira unidade de propósitos.
O editorial abaixo, do Estadao, confirma o que eu dizia e o que eu penso.
O Brasil possui uma taxa de crescimento muito medíocre para ser classificado como emergente dinâmico, e isso por razões puramente domésticas, altos tributos, ineficiência estatal, falta de competitividade geral, por culpa do governo, não do setor privado, que aliás pode até ser mais protecionista do que os burocratas do Estado.
Fica, pois, um registro de uma das razões de meu ceticismo em relação aos Brics.
Paulo Roberto de Almeida 

Editorial O Estado de S.Paulo07 de outubro de 2012

Mais pesadão e, portanto, bem menos ágil que grande parte dos vizinhos, o Brasil deve chegar ao fim do ano com um crescimento econômico de apenas 1,6%, metade do projetado para a região, segundo projeções da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). Confirmadas as previsões, a economia brasileira será um destaque negativo também sob outro aspecto. Será um dos poucos países do hemisfério com desempenho pior que o do ano passado, quando sua expansão, de 2,7%, já foi muito modesta e bem inferior à média regional, de 4,2%. Os resultados da economia latino-americana deverão ser bem melhores em 2013, com avanço geral de 4%. A atividade no Brasil deverá acompanhar esse ritmo, segundo as novas estimativas. Depois de dois anos de estagnação, será uma recuperação muito modesta.

A melhora do quadro no Brasil e na maior parte do hemisfério dependerá em boa parte do enfrentamento da crise no mundo rico. O cenário global de 2013 foi construído, no relatório, com base em uma hipótese um tanto otimista. Tanto nos EUA quanto na Europa haverá arranjos políticos para impedir um aperto fiscal mais severo e mais recessivo. Isso dependerá, nos dois lados do Atlântico Norte, de complicadas negociações entre partidos e até entre governos. A mesma hipótese tem sido adotada em outras projeções. Em qualquer caso, as perspectivas do Brasil parecem bem menos favoráveis, neste momento, que as do Chile, da Colômbia, do Peru, do México e de vários outros países latino-americanos.
O maior dinamismo desses países fica evidente quando se compara sua expansão ao longo de três anos. Tomem-se as médias aritméticas de crescimento em 2010, 2011 e 2012, admitindo-se como corretas as previsões para este ano, que são as seguintes: Brasil, 3,9%; Chile, 5,7%; Colômbia, 4,8%; México, 4,5%; Peru, 7,2%; e Uruguai, 6%. A média anual latino-americana é de 4,5%. A sul-americana, 4,6%.
As comparações seriam mais desfavoráveis ao Brasil, se os autores se aprofundassem mais no exame de certos detalhes. Segundo eles, a maior parte dos governos latino-americanos ainda tem espaço, nas contas públicas, para a adoção de políticas anticíclicas, em caso de choques recessivos. No caso do Brasil, poderiam ter acrescentado, o espaço é hoje bem menor do que em 2008, porque o governo pouco fez para tornar o orçamento mais sólido e mais flexível. Apesar da redução dos juros pagos pelo Tesouro, neste ano, o déficit nominal (a medida mais ampla do resultado fiscal) aumentou desde março. Isso se explica tanto pela piora da arrecadação quanto pela rigidez dos gastos.
Sem pormenores desse tipo, o relatório oferece um balanço geral das políticas dos últimos dez anos, com algumas recomendações à maioria dos governos. Antes de recorrer de novo a estímulos, será bom reavaliar as limitações orçamentárias. Observação semelhante foi feita recentemente por economistas do FMI: há menos folga para ações anticíclicas do que há quatro anos.
O espaço para estímulos de curto prazo, no entanto, é apenas uma das questões relevantes neste momento. Mesmo essa margem de manobra depende de políticas de mais longo alcance, destinadas à acumulação de gordura fiscal nas fases de prosperidade para ser queimada nos períodos de baixo dinamismo. Outros governos - o chileno, por exemplo - seguiram essa estratégia. O brasileiro preferiu gastar nos bons e nos maus tempos. Normalmente as metas fiscais foram alcançadas graças à elevação da receita.
Uma política fiscal sadia, combinada com uma gestão competente dos programas públicos, é essencial também para a expansão do investimento produtivo, governamental e privado. No Brasil, o investimento tem-se mantido na faixa de 18% a 20% do PIB. Em vários países latino-americanos a taxa tem sido superior a 22% e em alguns tem oscilado entre 24% e 30%. Será essencial aumentar a capacidade de investimento, se os brasileiros quiserem manter, por um longo período, um crescimento igual ou superior a 5% ao ano. O governo sabe disso. Falta agir com a seriedade necessária.

Governanca Economica Global (ou falta de) - Jeffry Frieden

Um artigo de 2009, mas ainda inteiramente válido, sobre a crise econômica global e as dificuldades que têm os governos nacionais em cooperar de modo racional com os demais. O que também explica a incapacidade do G20 financeiro de realizar efetivamente a coordenação de políticas econômicas. Cada um toma medidas de estrito escopo doméstico, sem pensar nos demais.
Como aliás está fazendo o governo brasileiro agora mesmo, ao recorrer ao protecionismo para tentar manter empregos domésticos durante a crise atual.
Paulo Roberto de Almeida 

Avoiding the worst: International economic cooperation and domestic politics

Jeffry A. Frieden, 2 February 2009
If the current crisis turns into a disaster on the order of the Great Depression, it will most likely be due to a breakdown of cooperation among the major economies. The history of the modern world economy – and especially of its collapse in the 1930s – makes clear that the principal powers have to work together if they are to maintain an integrated international economic order.
International cooperation needs domestic support for openness
Yet governments are only able to make the sacrifices necessary to sustain international cooperation if they can rely, in turn, on domestic political support for an open world economy. National publics unconvinced of the value of international integration will not back policies – often costly and difficult policies – to maintain it. This can lead – again, as in the 1930s – to a perverse process in which global economic failure undermines support for economic openness, which leads governments to pursue uncooperative policies, which further weakens the global economy.
On both dimensions, international and domestic, we are in trouble. So far, despite high-sounding internationalist rhetoric, governments have responded to the crisis with policies that take little account of their impact on other nations. And the crisis has dramatically reduced domestic public support for globalisation, and for national policies to sustain it.
Why reasonable governments do unreasonable things
On the international dimension, the threat is not so much of explicit protectionism but rather of nationally specific policies that impose costs on others, directly or indirectly.
These beggar-thy-neighbour policies are not normally the result of some inexplicable bloody-mindedness on the part of venal governments, or of purposeful antagonism toward rivals. They are, instead, desperate attempts to defend national economies from gathering storms. But they impose negative externalities on other countries, and in so doing can provoke hostile reactions that can drag all parties concerned into bitter conflict.
Not out of arrogant nationalism but out of domestic desperation
Domestic constituents demand action, and governments have to respond, even at the expense of international cooperation. This can easily lead down a path toward conflict. Financial intervention to restore liquidity or solvency to the banking system can come at the expense of financial partners, sucking funds out of neighbours.
The early-October Irish blanket deposit guarantee, implemented with the perfectly understandable goal of avoiding a bank panic in a small and vulnerable economy, nearly induced a run on British banks as British depositors rushed to transfer funds from British to Irish banks. The current American financial bailout is drawing capital from the rest of the world – including from emerging markets that urgently need it – not out of arrogant nationalism but out of domestic desperation. And the buy-American provisions of the current stimulus package demonstrate the ease with which well-intentioned policies can turn into uncooperative predation.
The range of policies of this type – sincere national initiatives with counter-productive international implications – is virtually endless.
Negative externalities galore
Support for troubled national firms can turn into anti-competitive subsidies to national champions. Currency depreciation, a common recommendation for difficult times, can put competitive pressure on trading partners, leading to round after round of “competitive devaluations.”  Debt-averse governments can limit the size of their fiscal stimulus, thereby free riding on the deficit spending of neighbours. Countries with intolerable foreign debt burdens can seek debt write-downs that further cripple creditor-country financial markets. And all of these can interact to create powerful protectionist pressures. One country’s fiscal stimulus can “leak” into a neighbour, draw in a surge of imports from the neighbour, and provoke a bitter protectionist backlash.
Even with the best of intentions, governments can act in ways that drive wedges among countries, block cooperative responses to the crisis, and ultimately make everyone worse off. And despite today’s flowery rhetoric, there is little evidence that national policymakers are willing or able to take into account the international implications of their actions.
If this pattern continues, it will be a major obstacle to a rapid recovery.
Will anyone speak for the rest of the world? 
National governments rarely consider global consequences, because their constituents are domestic and national publics are very sceptical about the contemporary world economy.
Even before the crisis hit, there had been real erosion in popular support for globalisation. Economic integration has come to be associated with job losses, competitive pressures, and a worsening of income distribution in developed and developing countries alike. Nearly universally, the lower registers of the income distribution are most dubious about the benefits of international economic integration, and these doubts are particularly widespread in more unequal societies.
The crisis has heightened suspicion of a world economy that appears to be the source of much of our current predicament. There is increasing resentment that the expansion of the past ten years primarily helped the wealthy, while the poor and middle classes are being asked to sacrifice to deal with the hangover of the binge. This is coupled with similar resentment that governments appear to privilege the concerns of international banks and corporations. There is an advancing popular view that insulation will help reinforce national attempts to deal with the crisis.
National publics will increasingly resist making national sacrifices in order to honour international economic obligations. Meanwhile, concentrated interests who support globalisation – such as the international financial and corporate sectors – have been undermined by international economic weakness. Broad popular sentiment is increasingly widespread and powerful that national responses to the crisis must take priority over international obligations.
Attention must be paid: Crisis’s impact on income distribution
The impact of the crisis on income distribution cannot be ignored, for it will determine much of the politics of government responses to the crisis. Ignoring the demands of poor and middle-class citizens for relief will inflame more extreme anti-globalisation views, making international cooperation that much more difficult.
These two dimensions, the international and the domestic, are closely interrelated. The less domestic support there is for globalisation, the harder it will be for national governments to reach cooperative agreements with partners. The less international cooperation there is, the greater the likelihood of a deterioration in the global economy. As in the 1930s, beggar-thy-neighbour policies, distributional conflicts, and international economic stagnation could feed on each other in a downward dance.
Into the maelstrom? 
Governments have to act consciously to counteract this dismal possibility.
·     At the domestic level, governments need to work out an equitable and politically sustainable allocation of austerity across the population.
This means ensuring that those sectors of society hit hardest by the crisis are not also the ones asked to bear the stiffest sacrifices. Societies with existing social safety nets will have to expand them and make sure they work for wider segments of the population than they were planned. Countries with weak or non-existent social programs for the victims of crises such as this will have to create them, and quickly. By the same token, basic principles of equity – and even more basic political realities – demand that those who received the main benefits of the boom have to bear their share of the costs of the bust. Governments that ignore the social and distributional implications of the crisis are likely to find themselves either driven toward extreme and counter-productive policies, or swept away.
Even sustaining existing social programs is extraordinarily difficult in such hard times. This is true of all governments, which face powerful fiscal pressures as tax revenues dry up and demands for spending soar. The difficulties are especially challenging for developing countries, many of which have lost whatever access they may have had to external sources of capital. Yet governments that do not provide effective relief to those hardest hit by the crisis face the prospect of dramatically increased social and political strife, which will only deepen the disaster.
·     At the international level, governments need to work just as consciously to coordinate not just words, but actions.
This will not happen of its own accord. So far, the solidarity of OECD central bankers has been impressive. However, this builds upon a long-standing tradition of the solidarity of central bankers, and upon decades of institutionalised collaboration, and can only take us a very short part of the way. There is nothing analogous on other dimensions.
The free interplay of government policies will not spontaneously bring forth international cooperation
Collaboration among governments has to be intended, designed, and monitored. This almost certainly requires some international institutional framework, some set of agreed-upon rules and ways of enforcing them. The governments of the major economic centres need to consult regularly on the international dimensions of the crisis, and of its resolution. They need to hold each other to account, and they need some reasonably independent mechanism to identify policies that risk driving governments toward conflict rather than mutual assistance. Other foreign policy goals can and should be linked to supportive efforts on the economic front.
Conclusion
If governments do not pay real attention to the domestic distributional impact of the emergency, and to the international implications of their national policies, the current calamity will feed on itself. The Great Depression of the 1930s was more a failure of national policy, and of international cooperation, than it was a failure of markets. Success in confronting the current crisis will similarly depend on socially responsive and viable national policies, and on globally responsive and viable international cooperation.
Editors' note: This column is a Lead Commentary on Vox's Global Crisis Debate page; see further discussion on Vox’s Global Crisis Debate page.
 
References
Jeffry A. Frieden (2006). Global Capitalism: Its Fall and Rise in the Twentieth Century. W.W. Norton.
Frieden, Jeffry. 2007 /Will Global Capitalism Fall Again/?  Bruegel Essay and Lecture Series (Brussels:  Bruegel, 2007).
Frieden, Jeffry. 2008. "Global Governance of Global Monetary Relations: Rationale and Feasibility / Economics / Discussion Paper number 2008-32.

Farc: Colombia, Brasil e os amigos

Não tenho certeza de que seja exatamente o Brasil, ou o Itamaraty, que as Farc estão requisitando para o processo de paz. Talvez os narcoguerrilheiros estejam pensando nos companheiros do Foro de S.Paulo.

O Globo - Farc querem ter Brasil de mediador 

Um representante das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) no processo de paz, que começa dia 15 em Oslo, disse ao GLOBO que a guerrilha deseja contar com o Brasil nas negociações com o governo colombiano. O Itamaraty se disse pronto a ajudar.

Farc querem Brasil à mesa

Negociador da guerrilha defende participação do país no processo de paz com o governo

Por Vitor Sorano, repórter

O Globo, 3/10/2012
Apoio. Militares e helicóptero brasileiros usados no resgate de reféns libertados pelas Farc: apesar de fornecer armamentos à Colômbia, Brasil é visto com bons olhos pela guerrilha

Diálogo na Colômbia

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) defendem a participação do Brasil no processo de paz colombiano. "É um país que tem tido uma boa posição. Sobretudo, não declarou as Farc terroristas", justifica Marco León Calarcá, um dos quatro negociadores nomeados pela guerrilha para se sentarem à mesa de negociação. O primeiro encontro está previsto para ocorrer no dia 15 em Oslo. Depois, as reuniões continuam em Cuba, de onde Calarcá falou, por telefone, ao GLOBO.

No início do mês passado, o governo colombiano e a guerrilha anunciaram aquela que será a quarta tentativa de pôr um ponto final ao conflito, iniciado há 48 anos. A decisão tomada pelo governo do presidente Juan Manuel Santos significou uma guinada em relação à postura de confronto intransigente adotada pelo então presidente Álvaro Uribe (2002-2010), padrinho político de Santos e hoje uma das principais vozes críticas ao processo de paz.

- As Farc sempre quiseram tratar o problema nacional pelo diálogo e não pela guerra. Se as circunstâncias permitirem, esse será o caminho a seguir e esse será o caminho à paz - diz Calarcá, que nega o risco de que, uma vez firmado o acordo pela cúpula da guerrilha, grupos dissidentes possam manter vivo o conflito. - As determinações que se tomem  numa mesa são compromisso para toda a organização. Não há espaço para que isso aconteça.

O processo conta com o apoio direto de Venezuela, Cuba, Chile e Noruega. O Brasil ficou de fora. O presidente Santos ligou para a presidente Dilma Rousseff pouco antes de anunciar o acordo. Segundo uma fonte da diplomacia brasileira, a ausência brasileira não causa nenhum prejuízo e está de acordo com a política "de resultados, não de prestígio" adotada pelo país.

itamaraty "pronto a apoiar"

As Farc são consideradas uma organização terrorista pelos EUA (desde 1997) e pela União Europeia (desde 2002). Tanto Uribe como Santos tentaram convencer o Brasil a fazer uma declaração semelhante, mas sem sucesso. Isso fez com que o país ganhasse pontos com a guerrilha, como indica a declaração de Calarcá. Isso apesar de o Exército colombiano contar com aviões da Embraer para combatê-la, e de declarações como a feita pelo então ministro da Defesa Nelson Jobim, em 2010, de que receberia os guerrilheiros "à bala" se entrassem no Brasil.

Além disso, o acordo de cinco pontos discutirá temas como a questão agrária colombiana e o narcotráfico - a guerrilha, acusada por EUA e ONU de ser ativa no tráfico, é favorável à legalização das drogas, alegando ser uma forma de combater o fenômeno - além de prever a possibilidade de participação dos desmobilizados na política. Ou seja, caso o processo de paz dê certo, as Farc poderão emergir como um ator político convencional. Nessas condições, o peso brasileiro é outro atrativo.

- O Brasil é um dos países que têm importância latino-americana, que pode influir sobre a economia regional em eixos de grande alcance - diz Calarcá. - Nós sempre consideramos que são necessárias mudanças na vida colombiana e em todo o continente por igual. Se nos dão a possibilidade de fazer parte das decisões do país (Colômbia), bem-vinda seja.

Em nota, o Itamaraty afirmou que "o governo apoia o processo de negociação" e que, "na medida em que puder ajudar, o Brasil está pronto a continuar a apoiar o diálogo e as negociações."

Professora da Universidade Nacional de Quilmes (Argentina) e bolsista do ipea, Monica Hirst avalia que uma eventual participação brasileira seria positiva para o país, inclusive no que toca ao pleito de uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Alguns analistas políticos afirmam que a recente chegada ao poder de governos de esquerda - como os liderados pelos ex-guerrilheiros Dilma Rousseff e José Mujica (no Uruguai) - é um dos estímulos à desmobilização das Farc. Calarcá vê o caso colombiano nesse contexto.

- O conflito colombiano com certeza parece muito com (os de) Brasil, Uruguai, Paraguai e Chile.

O negociador das Farc também indica que não irá exigir que o cessar-fogo, um dos pontos do plano de paz, seja uma condição para os diálogos. Santos diz que não haverá tréguas.

- Tem que se chegar a isso no momento claro. Quando já houver todos os elementos em concordância e definidos na mesa, então se acordará como fazer o cessar-fogo - diz Calarcá.

Mas, enquanto Santos tem dito que o processo de paz será uma questão de "meses, não de anos", o negociador da guerrilha prefere rejeitar quaisquer limites de tempo.

- O importante é que o acordo saia, e não o tempo.

Venezuela: a maldicao ou a bondade do petroleo? (Le Monde)


La manne du pétrole, enjeu de la présidentielle au Venezuela

LE MONDE | 


Qui, du président vénézuélien, Hugo Chavez, ou de son rival, Henrique Capriles Radonski, va remporter l'élection du dimanche 7 octobre ? "Plus que la présidence de la République, les deux hommes se disputent le contrôle de l'entreprise pétrolière PDVSA", considère l'ingénieur vénézuélien José Bruno. Neuvième producteur de brut mondial et cinquième exportateur, le Venezuela vit de la rente pétrolière. Elle fournit 95 % des recettes à l'exportation et la moitié du budget de l'Etat.
Au pouvoir depuis 1999, M. Chavez a mis PDVSA (Petroleos de Venezuela SA) au service de la "révolution bolivarienne". L'entreprise publique finance directement les programmes sociaux mis en place en matière d'éducation, de santé, d'alimentation, et maintenant de logement. "PDVSA est rouge, bien rouge", affirmait en 2008 son président, Rafael Ramirez, également ministre de l'énergie et des mines. La formule a fait date.
L'opposition juge catastrophique la politisation de l'entreprise et l'élargissement de ses fonctions.
"Pressée comme un citron par la révolution bolivarienne, PDVSA ne parvient plus à assurer la maintenance de ses installations, ni à investir pour assurer sa compétitivité sur le long terme. Alors qu'elle reçoit des ressources phénoménales – évaluées à plus de 100 milliards de dollars [77 milliards d'euros] par an, elle n'a cessé de s'endetter", explique M. Bruno. Et de rappeler que, le 25 août, une explosion à la raffinerie d'Amuay, à l'ouest du pays, a causé la mort de 42 personnes.
"FAIRE DE PDVSA UNE ENTREPRISE EFFICACE ET BIEN GÉRÉE"
M. Bruno a perdu son poste à PDVSA pour avoir participé à la grande grève de 2002 qui, orchestrée par l'opposition, prétendait défendre l'autonomie de l'entreprise publique. Le mouvement a permis au président Chavez de prendre le contrôle de PDVSA. Dix-huit mille employés, la moitié des effectifs de l'époque, avaient alors été licenciés.
"PDVSA doit produire du pétrole, c'est tout. Pas des poulets ni des HLM", résumait au Monde le candidat de l'opposition, Henrique Capriles, lors d'un de ses déplacements en province. Il jure qu'il n'a pas l'intention de privatiser l'entreprise publique, créée en 1976 à la suite de la nationalisation du pétrole. Son programme ? "Faire de PDVSA une entreprise efficace et bien gérée."
Pourtant, les 105 000 employés que compte désormais PDVSA n'auraient pas à craindre des licenciements. "J'ai besoin de tous les travailleurs de PDVSA, assure M. Capriles. Mais j'ai besoin d'eux à leur poste de travail, pas en casquette rouge en train de manifester leur soutien à la révolution."
Comme M. Chavez, le candidat de l'opposition veut doubler la production de brut (3 à 6 millions de barils par jour) d'ici à 2019. Et, comme le chef de l'Etat, M. Capriles promet d'utiliser les fonds ainsi obtenus pour développer l'agriculture et industrialiser le pays. "Semer le pétrole", tous les gouvernements vénézuéliens en ont eu l'ambition.
"Grâce aux phénoménales ressources en pétrole de la "Ceinture de l'Orénoque", PDVSA reste une entreprise solide", juge, pour sa part, José Bodas, secrétaire général de la Fédération unitaire des travailleurs du pétrole. Que PDVSA soit sollicitée pour financer la politique sociale du gouvernement ne le choque pas. "Promue par l'ONU et la Banque mondiale, la responsabilité sociale est pratiquée aujourd'hui par toutes les grandes entreprises privées ou publiques", justifie le dirigeant syndical.
LES ETATS-UNIS ABSORBENT 75 % DES EXPORTATIONS DE BRUT
Employé de PDVSA depuis vingt-deux ans, il partage sur un point l'analyse de l'opposition : "La nouvelle technocratie est rouge, bien rouge, mais largement incompétente sur le plan technique et incapable en matière de gestion." Selon le dirigeant syndical, PDVSA est un patron comme un autre, "avide de bénéfices, qui tente par tous les moyens de limiter les droits des travailleurs, qui sont rouges, eux aussi, mais pas idiots".
A l'en croire, M. Chavez n'a pas changé le modèle d'exploitation du pétrole. "Il a maintenu les entreprises mixtes, avec une participation de 60 % pour PDVSA et de 40 % pour les entreprises étrangères, explique M. Bodas. Peu importe qu'elles soient aux mains des Américains, des Chinois ou des Biélorusses, il y a atteinte à la souveraineté nationale."
Les Etats-Unis, qui absorbent 75 % des exportations vénézuéliennes de brut, restent le premier partenaire commercial du pays. Et, par le biais de l'entreprise Chevron, un gros investisseur. Ils doivent redevenir un "allié privilégié", juge M. Capriles. Mais le candidat de l'opposition admet que "la diversification des partenariats engagée par Hugo Chavez n'est pas complètement négative". Les contrats signés par PDVSA avec les alliés du gouvernement vénézuélien, de la Chine à l'Iran, en passant par la Russie et le Brésil, seront donc, affirme-t-il, révisés "au cas par cas".
Outre Cuba, plusieurs pays d'Amérique latine et des Caraïbes bénéficient, pour l'acquisition du pétrole vénézuélien, de conditions de financement très favorables, crédits à taux réduits ou paiements en espèces. En cas de victoire à l'élection présidentielle, M. Capriles entend mettre fin à "toutes ces largesses socialistes".
Marie Delcas (Caracas, envoyée spéciale)