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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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sábado, 27 de abril de 2013

A historia do samba, em ingles - Marc A. Hertzman (Columbia University)

Um livro recém publicado, pelo Diretor do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Columbia:


Description

In November 1916, a young Afro-Brazilian musician named Donga registered sheet music for the song "Pelo telefone" ("On the Telephone") at the National Library in Rio de Janeiro. This apparently simple act—claiming ownership of a musical composition—set in motion a series of events that would shake Brazil's cultural landscape. Before the debut of "Pelo telephone," samba was a somewhat obscure term, but by the late 1920s, the wildly popular song had helped to make it synonymous with Brazilian national music.
The success of "Pelo telephone" embroiled Donga in controversy. A group of musicians claimed that he had stolen their work, and a prominent journalist accused him of selling out his people in pursuit of profit and fame. Within this single episode are many of the concerns that animate Making Samba, including intellectual property claims, the Brazilian state, popular music, race, gender, national identity, and the history of Afro-Brazilians in Rio de Janeiro. By tracing the careers of Rio's pioneering black musicians from the late nineteenth century until the 1970s, Marc A. Hertzman revises the histories of samba and of Brazilian national culture.

About The Author(s)

Marc A. Hertzman is Assistant Professor of Latin American and Iberian Cultures and Director of the Center for Brazilian Studies at Columbia University.




  • Making Samba: A New History of Race and Music in Brazil

    Author(s): Marc A. Hertzman
    Published: 2013
    Pages: 392
    Illustrations: 1 map, 16 figures
  • Paperback: $25.95 - In Stock
    978-0-8223-5430-7
  • Cloth: $94.95 - In Stock
    978-0-8223-5415-4
    Duke University Press

De serie (ja famosa): "Eu so' queria entender..."

Nem sempre é possível, mas a gente se esforça.
Quem entender me explica, tá?


“Por exemplo, eu vou dar um exemplo, morreu muita criação. Morreu muita galinha, morreu cabra, morreu boi, morreu criação. Então, nós vamos ter de retomar. Nós vamos criar um programa para retomar a criação. Justamente o bovino, tem de recuperar a criação. A mesma coisa com semente. Nós perdemos todas as sementes. E nós vamos voltar a distribuir”.

Et encore

“Nós sabemos que o dia em que a seca acabar, vamos supor, vai acabar num determinado mês, ela acaba. O governo federal tem de estar pronto para oferecer as condições para a retomada da produção… O segundo tempo, e aí nós temos de ter, por isso é importante a discussão de vocês. Por isso é importante a sugestão. É para essa questão. Como é que nós vamos retomar. O que é que nós temos”.

Et encore, encore, enfim, tem muito mais, mas eu paro por aqui...
Paulo Roberto de Almeida 



Lula: nada esta' tao ruim que nao possa piorar: corrupcao


Empresa de inteligência dos EUA sugere que Lula recebeu propina por caças franceses Rafale

Confusão à vista – Quando assumiu o poder central, uma das primeiras providências da presidente Dilma Rousseff foi colocar na chamada “geladeira” o projeto de renovação da frota de supersônicos da Força Aérea Brasileira. Seu antecessor, Luiz Inácio da Silva, anunciou a decisão do País de comprar os caçasRafale da francesa Dassault, mas o assunto entrou na fila da espera sem maiores explicações.
Para despejar doses extras de polêmica sobre um caso que vinha agitando os bastidores da política, em Brasília, o Wikileaks começou a publicar e-mails da companhia de inteligência global Stratfor. Sediada no Texas, a Stratfor tem o Departamento de Defesa e de Segurança Interna dos Estados Unidos como um dos seus principais clientes. Entre algumas mensagens já disponíveis para o público, a Strafor analisa as compras militares brasileiras e cita um jornal “parceiro” da companhia.
Barril de pólvora
Na mensagem que analisa as compras militares do Brasil, o analista de geopolítica da Stratfor cita fontes no consulado norte-americano para questionar o Ministério da Defesa.
“Você está certo em se perguntar o que, em nome de Deus, Brasília está fazendo. A Marinha brasileira é uma merda. É uma piada, e eu sei porque eu falo com os militares do consulado o tempo inteiro a respeito disso. A tentativa deles de adquirir um submarino nuclear não faz sentido algum”, diz a mensagem, que também fala da compra dos caças Rafale.
“O fato de que eles querem o Rafale e o Gripen é uma piada. O F-18 é o melhor equipamento. Nós os oferecemos um excelente pacote, inclusive bastante transferência de tecnologia. (…) O Rafale, mesmo com o preço reduzido, ainda está muito caro. E o Gripen é uma merda. Se você compra o Gripen, você é uma Eslováquia”.
Para justificar a escolha brasileira pelo Rafale, a empresa aponta que Lula pode ter recebido propinas para dar preferência aos franceses.
“A compra dos submarinos é tão estúpida que deve ter alguma compensação por trás. Lula provavelmente está procurando um dinheiro para sua aposentadoria. A compra ainda veio no fim do seu mandato, assim como os caças. O nosso Departamento de Tesouro é contra oferecer propinas, o que não nos permite fazer grandes negócios num lugar corrupto como o Brasil”.
  
Link para esta matéria: http://ucho.info/?p=52619

As quatro liberdades de Franklin D. Roosevelt - Jeffrey Scott Demsky


FOUR FREEDOMS - Jeffrey Scott Demsky


In January 1941, Franklin Roosevelt outlined his “Four Freedoms” declaration before a joint session of Congress. During his remarks, the president identified four basic rights that he believed all humankind should enjoy. The first and second were those of free speech and unfettered worship. The last two were the freedoms from want and fear.[1] Once the American military entered the Second World War, mention of the “Four Freedoms” appeared in political speeches, government publications, as well as in cultural artifacts.[2]  The ideas have had great resilience. In modern times, landmarks across the U.S. and Europe memorialize the “Four Freedoms” as emblematic of the democratic nations’ triumph over fascism.[3]
There are, however, some misconceptions that skew our understanding of the speech. The “Four Freedoms” were not an ecumenical expression of goodwill. Rather, the rhetoric served a calculated political purpose. At the time of his remarks, the Second World War engulfed Europe and the Far East. Although the U.S. remained uninvolved with the struggle, President Roosevelt stated that he did not expect Americans to remain “neutral in their thoughts.”[4] Such interventionist prodding, however, concerned some onlookers. Only one generation earlier, the country’s involvement in the First World War had unloosed serious disagreements.[5] Many of these questions remained unsettled into the early 1940s. Against this backdrop, President Roosevelt’s globalist tilt irked members of such powerful isolationist organizations as the “America First Committee.”[6] His calls also met with criticism from prominent commentators such as Joseph Kennedy, Charles Lindbergh, and Henry Ford who thought it best for the U.S. to accommodate, rather than oppose, the fascist powers.[7]
President Roosevelt recognized that in order to enact his international agenda, he needed first to inspire public support. This was the parochial ambition that motivated his expansive “Four Freedoms” declaration.[8] In the months prior to his proclamation, the president had signaled his intentions in additional ways. He selected Frank Knox and Henry Stimson, both outspoken critics of isolationism, to lead the Navy and War Departments. He signed into law the Selective Training and Service Act, establishing the first peacetime draft in U.S. History. In December 1940, one month before laying out his “Four Freedoms,” Roosevelt delivered his so-called “arsenal of democracy” speech imploring Americans to embrace as their own the European fight against Nazism.[9]
In the months that followed his “Four Freedoms” remarks, the president intensified his efforts. He prodded Congress to replace its Neutrality Acts with legislation that came to be known as the Lend Lease programs. He brought Denmark, Iceland, and Greenland under the American security umbrella, and authorized the U.S. Navy to engage German vessels. That August, Roosevelt took his most significant foreign policy action by signing the Atlantic Charter with British Prime Minister Winston Churchill.[10] This eight-point document established American common cause with the British and restated verbatim language that first appeared in the “Four Freedoms.”[11]
In December 1941, after the Japanese Empire’s unexpected attack against Pearl Harbor, many Americans credited Roosevelt’s prescience. It was at this point that the “Four Freedoms” enjoyed a swift acceleration from mere political rhetoric into an exposition of grand strategy.
Franklin Roosevelt’s activist calls accomplished no less than the toppling of George Washington’s long-standing maxim to avoid diplomatic alliances.[12] Subsequent American presidents, from Harry S. Truman to George W. Bush, have found in the “Four Freedoms” a sturdy foundation upon which to unwind their own interventionist doctrines. The “Four Freedoms” also influenced the narrative of twentieth-century global history. Portions of Roosevelt’s canon appear verbatim in both the preamble to the United Nation’s Charter as well as its Universal Declaration of Human Rights.[13] During the Cold War, the ideology connected member nations in the North Atlantic Treaty Organization. Such resilience betrays a larger and often misunderstood conclusion. Since its January 1941 appearance, the “Four Freedoms” declaration evolved from an abstract speech into a practical policy framework. During the twentieth century’s second half, it became an unquestioned set of foreign policy premises that justified wide-ranging American military actions. While most observers continue to think of the doctrine in terms of its wartime applications, the “Four Freedoms” irrevocably altered the scope and thrust of American diplomatic behaviors.[14]
JEFFREY SCOTT DEMSKY (San Bernardino Valley College)

Bibliography
Benjamin Alpers, Dictators, Democracy and American Public Culture: Envisioning the Totalitarian Enemy, 1920s-1950s. Chapel Hill: University of North Carolina Press, 2003.
Frank Donovan. Mr. Roosevelt’s Four Freedoms: The Story Behind the United Nations Charter. New York: Dodd, Mead, 1966.
David Kennedy. Freedom From Fear: The American People in Depression and War, 1929–1945. New York: Oxford University Press, 1999.
Stuart Murray and James McCabe. Norman Rockwell’s Four Freedoms: Images That Inspire A Nation. Stockbridge, MA: Berkshire House, 1993.
Marcus G. Raskin and Robert Spero. The Four Freedoms Under Siege: The Clear and Present Danger from Our National Security State. Westport, CT: Praeger, 2007.
David F. Schmitz. The Triumph of Internationalism: Franklin D. Roosevelt and a World in Crisis, 1933-1941. Washington, D.C.: Potomac Books, 2007.
Sumner Welles. The World of the Four Freedoms. New York: Columbia University Press, 1943.



[1] For the full text, see http://www.americanrhetoric.com/speeches/fdrthefourfreedoms.htm.
[2] Stuart Murray and James McCabe, Norman Rockwell’s Four Freedoms: Images That Inspire A Nation (Stockbridge, MA: Berkshire House, 1993), 125.
[3] For example, Cape Coral, Florida’s Four Freedoms Park, New York City’s Four Freedoms Park, Washington D.C.’s F.D.R. Memorial, and Middelburg, The Netherlands’ Four Freedoms Park. One might also think of the American non-profit Fourth Freedom Forum, dedicated to freeing humanity from the fears of terrorism and war.
[4] David Kennedy, Freedom From Fear: The American People in Depression and War, 1929–1945 (New York: Oxford University Press, 1999), 427.
[5] Matthew Coulter, The Senate Munitions Inquiry of the 1930s: Beyond the Merchants of Death (Westport, Ct.: Greenwood, 1997), 12-14.
[6] Wayne S. Cole, Charles A. Lindbergh And The Battle Against American Intervention in World War II (New York: Harcourt Brace Jovanovich, 1974), 19, 117.
[7] Neil Baldwin, Henry Ford and the Jews: The Mass Production of Hate (New York: Public Affairs, 2001), 103, 173; Susan Hertog, Anne Morrow Lindbergh (New York: Nan Talese, 1999), 321; Neal Gabler, An Empire of Their Own: How the Jews Invented Hollywood (New York: Crown Books, 1988), 344.
[8] Benjamin Alpers, Dictators, Democracy and American Public Culture: Envisioning the Totalitarian Enemy, 1920s-1950s (Chapel Hill: University of North Carolina Press, 2003), 189.
[9] Julian Zelizer, Arsenal of Democracy: The Politics of National Security-From World War II to the War on Terrorism (New York: Basic Books, 2009), 49.
[10] Lloyd Gardner, “The Atlantic Charter: Idea and Reality, 1942-1945,” in Douglas Brinkley and David R. Facey-Crowther eds,, The Atlantic Charter (New York: St. Martin’s Press, 1994), 74.
[11] Thomas Fleming, The New Dealers’ War: FDR And The War Within World War II (New York: Basic Books, 2001), 88.
[12] Edward Pessen, “George Washington’s Farewell Address, the Cold War, and the Timeless National Interest,” Journal of the Early Republic 7 (1987): 2.
[13] Frank Donovan, Mr. Roosevelt’s Four Freedoms: The Story Behind the United Nations Charter (New York: Dodd, Mead, 1966), 37.
[14] David F. Schmitz. The Triumph of Internationalism: Franklin D. Roosevelt and a World in Crisis, 1933-1941 (Washington, D.C.: Potomac Books, 2007), 216.

Venezuela: aumento provavel da "inseguranca alimentar"

Não existe, obviamente, nenhuma insegurança alimentar em nenhuma parte do mundo: se faltam alimentos, em qualquer parte do mundo, eles podem ser rapidamente encaminhados a partir de regiões produtoras excedentárias, como o Brasil, Estados Unidos, a própria Europa, etc.
Se, ainda assim, alguém deixa de comer, é por que o Estado não assegura as condições mínimas para a distribuição dos alimentos: pode ocorrer na África, ou em certas partes da Ásia do Sul, por guerras civis, conflitos políticos, ou epidemias e catástrofes naturais que também poderiam ser corrigidas pela ação dos homens (ou das agências humanitárias de ajuda), se tal decisão for tomada a tempo.
Diferente é a situação daqueles países que, por razões de política econômica, inviabilizam completamente a oferta alimentar interna e depois não são organizados de maneira adequada para importar alimentos.
É o que ocorre hoje na Venezuela, um país destruído economicamente pela política insana do socialismo chavista e que continua, contra todas as expectativas, a impulsionar políticas absolutamente esquizofrênicas no plano produtivo. Até Cuba, que vem sendo sustentada pelos petrodólares boivarianos, empreendeu reformas no sentido de voltar aos mercados e abandonar os pressupostos lunáticos da economia socialista. A Venezuela não: continua a  nacionalizar, a estatizar, a monopolizar o que considera ser "estratégico" para o país e a população. A única coisa que consegue fazer é aprofundar a miséria do povo, inclusive pela insegurança alimentar.
Abaixo mais uma demonstração do que se falou.
Paulo Roberto de Almeida 


Mayor productor mundial de harina de maíz dejó de operar en Venezuela
27/04/2013

De manera inesperada Gruma, el productor de harina de maíz más grande del mundo, dejó de consolidar sus operaciones de Venezuela en los resultados del primer trimestre de 2013. En su informe financiero enviado a la Bolsa Mexicana de Valores, la firma explica que esto responde al decreto de expropiación de sus activos y al cumplimiento de las disposiciones señaladas en las Normas Internacionales de Información Financiera (NIIF).

"Anunciaron que ya los expropiaron en Venezuela, por lo que ya no consolidan su operación de ese país. Ellos (la administración de Gruma) hablan de que el decreto correspondiente se publicó en la gaceta del gobierno", dijo la analista de Monex Casa de Bolsa, Paola Sotelo.

Mercosul: sobre democracia e instituicoes - Livro Elisa de Sousa Ribeiro

Recebi o livro da doutoranda da UnB Elisa de Sousa Ribeiro que contém uma apresentação minha, que transcrevo mais abaixo. Eis a ficha do meu trabalho:

2452. “O Mercosul, em todos os seus estados”, Brasília, 16 de dezembro de 2012, 8 p. Apresentação ao livro de Elisa Souza Ribeiro: Mercosul: Sobre Democracia e Instituições (Curitiba: Editora CRV, 2012, p. 15-24; ISBN: 978-85-8042-596-3). Relação de Publicados n. 1079.

O livro está disponível no site da Editora: http://www.editoracrv.com.br/?f=produto_detalhes&pid=3686


O Mercosul, em todos os seus estados

Paulo Roberto de Almeida
In: Elisa Souza Ribeiro: Mercosul: Sobre Democracia e Instituições
(Curitiba: Editora CRV, 2012, p. 15-24; ISBN: 978-85-8042-596-3).

Os blocos comerciais, em sua quase totalidade, já nascem com uma carência de legitimidade democrática. Isso se dá logicamente porque as negociações que levam à assinatura do futuro acordo de integração econômica costumam envolver, ab initio, além de concessões mais corriqueiras e aceitas sem dificuldades – geralmente tratando de produtos que são necessária e normalmente importados –, outros aspectos, alguns deles sensíveis, da economia de cada um dos países membros. Cabe também relembrar que elas são, de ordinário, conduzidas em um ambiente fechado, com toda a falta de transparência de que são capazes tecnocratas que prezam mais a confidencialidade de suas tratativas do que a prestação de contas à sociedade ou aos parlamentos (que serão, depois, encarregados de aprovar o acordo final). Daí resultam acusações, muito frequentemente feitas, de “déficit” ou de “lacuna” democrática de que careceriam esses instrumentos de liberalização comercial.
São raros os países – e aqui se destacam, notadamente, os Estados Unidos – nos quais o parlamento dá instruções precisas aos negociadores do executivo sobre que tipo de acordo se pretende ter, e quais os limites das concessões, ou dos arranjos especiais, que estes últimos estão autorizados a oferecer às demais partes. Um mandato assim desenhado pode até atuar em detrimento da qualidade ou da coerência do acordo em causa, pois parlamentos não são, exatamente, templos de coerência econômica ou exemplos consagrados da racionalidade estrito senso. Seus componentes tendem a obedecer às pressões de lobbies ou de seus constituintes, que geralmente não querem muitas mudanças nos arranjos econômicos aos quais já estão acostumados, e que buscam, justamente, proteger de qualquer liberalização mais ameaçadora da segurança dos empregos e da renda baseados nas atividades tradicionais. Ou seja, tampouco uma negociação amplamente supervisionada pelo corpo de representantes da sociedade, que atuam como “cães de guarda” dos tecnocratas governamentais, consegue escapar da acusação de “déficit democrático” em seu produto final, se por acaso o acordo resultante defender mais interesses corporativos, ou carteis regionais, do que o bem-estar da população como um todo.
Existe, portanto, um “pecado original” na relação entre a institucionalidade formal de um esquema de integração econômica e o seu funcionamento efetivo, que muitos pretendem deva ser o mais democrático possível, isto é, sujeito ao escrutínio dos representantes do povo, operando sob o signo da transparência e da responsabilização dos agentes encarregados de sua administração e abrindo-se ao controle e, não raro, à participação dos cidadãos e das organizações sociais representativas. Uma construção desse tipo pode representar o ideal do ponto de vista dos teóricos da integração, mas raramente é encontrada na prática corrente dos esquemas efetivamente existentes. A verdade é que todos os blocos – qualquer que seja a interação que seus país fundadores e seus negociadores tenham tido com os “representantes do povo”, antes ou depois de fechado o acordo – padecem dessa “essência democrática” que eles seriam supostos encarnar em face de cidadãos (ou de críticos acadêmicos) sempre sequiosos por maior participação e demandando graus ainda maiores de transparência nos processos internos a cada um deles. A institucionalidade adotada nunca é julgada suficientemente democrática ou adequadamente transparente, para receber a aprovação de todos os “fiscais” autodesignados da democracia a mais perfeita possível no bloco em exame.
Tomemos, por exemplo, o modelo aparentemente mais acabado, e avançado, de integração econômica, o experimento europeu, que é suposto representar o nec plus ultra dos esquemas possíveis de diluição das soberanias nacionais num esquema comunitário e, portanto, supranacional, de integração. Ele evoluiu de um simples acordo setorial de organização de mercados – o da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, de 1951 – para um acordo completo de mercado comum – pelos tratados de Roma, de 1957 – até chegar nas fases mais avançadas de sua união econômica, notadamente simbolizada pela adoção de uma moeda comum, como previsto no tratado de Maastricht (de 1991, mas complementado por diversos outros instrumentos, inclusive uma espécie de “constituição” que já nasceu emendada e remendada). O que é a União Europeia senão uma imensa catedral gótica, dessas que demoraram décadas, senão séculos, para serem construídas, desde a alta idade média, que demandaram enormes recursos até serem completadas, e que continuam a sorver as finanças dos cidadãos contribuintes na sua manutenção, conservação e ampliação?
A “catedral gótica” que tem sede em Bruxelas – e ramificações um pouco em todas as partes desse continente, que já foi bem mais “animado” pelo espírito guerreiro de seus muitos povos, hoje aparentemente pacificados e unificados no mesmo culto integracionista – é, reconhecidamente, um dos mais complexos edifícios já construídos pelas mãos de simples mortais (no caso, auxiliados por grandes estadistas). Depois de todos os experimentos absolutistas, e até ditatoriais, conhecidos no continente europeu, esse mosaico de povos parece reconciliado definitivamente com o padrão democrático, testado e confirmado pela primeira vez na ilha britânica, nas primícias da era moderna, e gradualmente estendido ao resto do continente; a exigência foi inclusive inscrita nos requisitos de acesso ao clube comunitário, o que aliás atuou positivamente para a consolidação democrática de vários candidatos periféricos ao maná proveniente dos seus membros mais afluentes. Curioso que a cada estremecer da atividade econômica no continente – e as turbulências foram muitas, especialmente na fase atual de inadimplência de dívidas soberanas – os membros correm para a catedral gótica de Bruxelas e proclamam que a solução para os seus muitos problemas é um pouco mais de construção gótica, ou seja, uma outra nave na ala esquerda, uma cripta monetária na ala direita, uma extensão social do espaço comum, para abrigar mais e mais cidadãos, enfim, uma ampliação regular e constante do belo edifício que demorou tanto tempo para ser construído e que continua a requerer tantos recursos para ser mantido.
Tudo isso, obviamente, em nome da democracia e da participação dos cidadãos no processo comunitário, já que nenhuma instituição intergovernamental consegue mais  legitimar qualquer empreendimento desse tipo sem referir-se ao bem-estar daqueles que pagam os salários dos tecnocratas. Foi justamente em função da avaliação de uma parte desses pagantes, quanto aos custos reais e os benefícios reais e presumidos do processo de integração, que a Grã-Bretanha sempre se caracterizou pela existência de um núcleo sólido de opositores ao seu ingresso no esquema comunitário, ou de qualquer extensão deste a esferas ainda mais complexas da atividade econômica dos países membros, tendo ela, aliás, liderado, em 1960, o processo mais flexível de criação de um bloco de livre comércio, na hoje diminuta Efta (com apenas quatro membros remanescentes), além de ter sido uma constante contestadora dos exercícios de aprofundamento do escopo comunitário. Não apenas em função de posturas doutrinais consistentemente favoráveis a mercados concorrenciais e ao livre comércio – bem mais enfáticas no período da primeira-ministra Margareth Thatcher –, mas também em virtude de uma atitude liberal, típica e historicamente associada ao individualismo pragmático sempre pregado por seus filósofos utilitaristas, a Grã-Bretanha sempre privilegiou a subsidiariedade e a redução ao máximo possível dos mecanismos dirigistas voltados para a integração, contra as notórias tendências à burocratização e à regulação extremada, habituais nos  governos intervencionistas e distributivistas do continente.
Não seria estranho, assim, especular com a hipótese de que a Grã-Bretanha – e talvez algum outro membro comunitário de sua vertente setentrional – ficasse bem mais confortável em um esquema do tipo Nafta do que ela o é na UE atual, sobretudo em uma união que pretende não apenas reforçar a moeda única (a um custo talvez exagerado para o orçamento comunitário e, a fortiori, para os orçamentos nacionais de contribuição), como também avançar para mecanismos ainda mais sofisticados de harmonização fiscal, tributária e bancária, como aqueles que são discutidos atualmente no quadro da crise recessiva provocada pela explosão e ameaça de insolvência das dívidas soberanas de vários de seus membros (além daqueles que efetivamente já entraram em default, como a Grécia). Tampouco se deve estranhar o reforço recente dos movimentos que continuam a pregar a saída do Reino Unido do bloco comunitário, passando então a manter com a UE os mesmos vínculos de associação que são os dos membros remanescentes da Efta. Os motivos e argumentos dos grupos opositores são os mesmos, aliás, dos alegados pelos que pregam maior transparência e maior participação cidadã nos mecanismos comunitários: as lacunas democráticas, já percebidas, e o perigo, potencial, de uma burocratização ainda mais extensa do esquema comunitário, com o crescimento incontrolado da “catedral gótica”, que continua a ganhar novos “puxadinhos” institucionais – e até novos tratados de “aperfeiçoamento institucional” – além de novas competências e mandatos inéditos atribuídos aos “eurocratas” de Bruxelas, para regular os mais diferentes aspectos da atividade governamental e até civil, quando não privada, dos países membros.
Vê-se, por aí, quão complexo e difícil é o debate sobre a questão – real ou imaginária – do chamado “déficit democrático” nas instituições de integração. Se ele já é extremamente complicado num experimento de mais de seis décadas – desde seu pontapé original, na Ceca – e num continente caracterizado por graus razoáveis de estabilidade econômica e de normalidade política, tal como conhecido na Europa ocidental desde a retomada dos regimes democráticos no pós-Segunda Guerra, percebe-se o quanto ele pode ser ainda mais complicado e difícil numa região não especialmente estável, ou dotada de instituições democráticas sólidas e transparentes, como é a América Latina ou, no caso aqui examinado, no âmbito do Mercosul.
Não é desconhecido que o ponto de partida do Mercosul – ainda em sua fase bilateral, de um projeto de mercado comum entre o Brasil e a Argentina – foi o processo de redemocratização em ambos os países e o exemplo, naquela época, do “salto para a frente” que a então Comunidade Europeia empreendia, depois de sua fase de “euroesclerose”, por meio do Ato Único de 1986, de consolidação de um mercado comum verdadeiramente unificado e completo depois de 1992. Não apenas por desejo de emulação, mas também conscientes de que o sistema multilateral de comércio passaria doravante a conviver crescentemente com o minilateralismo dos esquemas preferenciais de comércio, Brasil e Argentina decidiram avançar em seu processo de integração, evoluindo, então, do esquema relativamente flexível, e gradual, dos protocolos setoriais – mas também marcados por grande dirigismo estatal – para a modalidade mais liberal, e automática, do estabelecimento calendarizado de um mercado comum bilateral. Isso foi feito pela Ata de Buenos Aires, de 1990, que é a base conceitual e “contratual” do Tratado de Assunção, firmado em março do ano seguinte.
Desde o início do processo, ainda em sua fase bilateral, os críticos acadêmicos, ou “sociais”, do esquema integracionista reclamaram de suas lacunas democráticas, insuficientemente compensadas pela existência de uma Comissão Parlamentar e de um órgão de “representação social”, ambos de funções eminentemente decorativas, já que completamente desprovidos de competências reais ou de qualquer capacidade de atuação ou de participação no processo decisório do Mercosul. Nas fases seguintes, durante as quais se procurou “dar mais ouvidos” a essas duas entidades, essas deficiências de participação cidadão ou o que passou a ser chamado de “déficit democrático”, no bloco, não foram sanados, e talvez se tenham até agravado, com a complexidade crescente do esquema integracionista, inclusive não necessariamente no sentido de seu avanço para etapas mais consolidadas do processo, mas justamente, em função das muitas inadimplências e descumprimentos nacionais em relação aos pressupostos institucionais e aos compromissos efetivos dos países membros em face dos requerimentos de liberalização e de coordenação de políticas. Não é segredo para ninguém que, desde a dupla crise brasileiro-argentina, entre 1999 e 2001, o Mercosul não mais avançou no terreno comercial ou na abertura econômica – ainda que os fluxos de comércio tenham acompanhado o ritmo normal da recuperação em ambos os países –, tendo, ao contrário, recuado relativa e absolutamente em termos de abertura recíproca e no respeito às regras mais elementares inscritas em seus instrumentos constitutivos.
O Mercosul atual, em todos os seus estados, é uma sombra do que ele foi nos primeiros quatro anos de “transição” e nos outros cinco anos de sua “implementação” enquanto união aduaneira imperfeita, não tanto pelo decréscimo relativo da importância dos intercâmbios entre os membros – embora o peso destes, para o Brasil, seja hoje nitidamente menor, proporcionalmente ao comércio total, do que ele tinha alcançado antes de 1999 –, mas pela nítida inflexão dos objetivos claramente comercialistas dos atos fundacionais em favor de uma clara inclinação para compromissos sociais e para finalidades bem mais políticas do que propriamente econômicas. Não haveria nenhum problema nessa “evolução” política – inclusive porque ela é própria dos processos mais elaborados, como pretende ser o Mercosul, que recusou o esquema mais simples do livre comércio – se não fosse a evidente “involução” institucional que o bloco passou a conhecer, a partir do desrespeito sistemático a seus fundamentos mais essenciais – ou seja o livre comércio – tal como começou a ser praticado por vários dos países membros – com destaque para a Argentina – a partir de então.
Na verdade, o desrespeito flagrante aos compromissos assumidos ao abrigo dos instrumentos fundamentais do processo de integração teve início ainda antes das crises cambiais de 1999-2001, mas ele era contornado por uma aparência de cobertura legal às restrições então impostas ao comércio intra e extra-Mercosul – como a adoção de decisões que “sancionavam” um aumento indireto de tarifas, pela via de “taxas de estatística”, por exemplo – ou então podia ser coibido pelo recurso aos mecanismos de solução de controvérsias próprias ao bloco ou, na falha destes, por um apelo às instâncias pertinentes do sistema multilateral de comércio. O Brasil, para referir-se a dois casos concretos, seguiu a Argentina no aumento temporário das tarifas, na segunda metade dos anos 1990, e não hesitou, na outra vertente, a recorrer ao sistema da OMC quando o país platino não implementou decisões que lhe foram desfavoráveis por laudos arbitrais do Mercosul ganhos pelo Brasil contra interrupções ilegais de certas  exportações para aquele mercado.
Ora, no período que se inaugura em 2003, não apenas o Brasil deixou de defender os interesses concretos de seus exportadores, confrontados a barreiras injustificadas, arbitrárias e ilegais – tanto do ponto de vista do Mercosul, quanto do protocolo de salvaguardas do sistema multilateral de comércio –, como ele também passou a seguir medidas claramente protecionistas adotadas pelo país vizinho, em desrespeito a compromissos e regras do sistema multilateral (e do próprio bloco), recuando a comportamentos pretéritos de política comercial que já eram julgados ultrapassados e esquecidos. Não houve um único caso de acionamento dos tribunais arbitrais do Mercosul ou da OMC em face dos muitos casos de barreiras ilegais, abusivas e discriminatórias impostas pela Argentina a diversas linhas de produtos brasileiros, num crescendo de obstáculos perfeitamente proporcional à passividade demonstrada pelo governo brasileiro a partir de 2003. Se ocorreram episódios (raros, restritos, quase simbólicos) de reação a esse levantamento de muralhas protecionistas, eles foram muito localizados, temporários e praticamente ineficazes, correspondendo ao que poderíamos chamar de demonstrações de “machismo comercial” – bem mais para efeitos internos do que propriamente para resolver a questão bilateralmente – do que a uma resposta juridicamente embasada aos reais problemas suscitados pela política comercial discriminatória, e anti-integracionista, praticada pela Argentina dos Kirchner (Nestor e Cristina).
Esses episódios também podem ser colocados na conta do “déficit democrático” do Mercosul, ou da ausência de transparência dos procedimentos internos adotados pelo Brasil e por outros países. Eles revelam desprezo pelo uso dos recursos legais em caso de inadimplência no cumprimento de deveres, além de total negligência em relação aos interesses dos empresários exportadores, que são mantidos à margem das tratativas políticas conduzidas bilateralmente pelos executivos, o que, por sua vez, alimenta o ambiente de incertezas quanto à realidade dos pressupostos do bloco, em especial o alegado livre comércio consagrado nos instrumentos constitutivos. Em todo caso, o comportamento observado no relacionamento intra-bloco pode ser também um reflexo da aparente negligência dos governo em relação à legalidade formal de procedimentos administrativos e legais, o que também já vinha se manifestando no âmbito interno dos países: tudo leva a crer que a maior fonte de descumprimentos ao arcabouço legal não se encontra tanto do lado dos agentes privados quanto vem representada pela própria administração pública, pelos mesmos agentes encarregados da integração.
A verdade é que, em praticamente todos os membros do Mercosul, a vontade dos executivos prevalece sobre a capacidade normativa dos legislativos, e o mesmo ocorre também na processualística dos atos internacionais. Não é de estranhar, assim, que isso também ocorra no âmbito do grupo, com dominância política quase absoluta dos executivos sobre todas as demais instâncias do bloco: a despeito da existência de órgãos de representação social ou cidadã, estes não possuem qualquer poder decisório ou capacidade de iniciativa sobre o arsenal normativo. Quando suas funções estão previstas, estas se colocam de forma acessória, como suporte ou apoio à ação dos executivos nacionais e na tramitação das decisões que estes adotam exclusivamente.
Estes aspectos estão bem descritos neste livro, que refaz todo o caminho teórico e empírico do debate sobre o conteúdo democrático dos processos de integração. Uma das virtudes desta obra é justamente é a de levantar o estado do debate em torno da questão, entre especialistas e mesmo alguns dos participantes do processo (entrevistados para o trabalho), o que permitiu à autora afastar explicações simplistas sobre o alegado “déficit democrático”, como a que pretende que essa deficiência seria devido ao caráter intergovernamental, e não supranacional, do Mercosul. Como examinado no caso do experimento europeu, não por isso as lacunas de transparência e de participação ampla dos cidadãos deixam de existir: a supranacionalidade não é garantia de democracia.
O mérito da autora está em ter dissecado, com seu bisturi analítico, os diversos “membros” do Mercosul, o que lhe foi facilitado por uma intensa e longa convivência com a literatura existente sobre a questão, fruto de seus estudos e participação em grupo de pesquisas acadêmicas sobre esse processo de integração, e o fato de ter trabalhado junto à representação brasileira em uma das entidades do bloco, seu Parlamento, com  sede em Montevidéu. Essa experiência prática habilitou-a a avaliar com maior realismo do que a normalmente encontrada em estudos tipicamente acadêmicos os diversos meandros da questão democrática no bloco, sem cair num julgamento a priori sobre o seu alegado “déficit democrático”.
Acredito que a obra será confirmada como referência obrigatória na literatura e no debate em torno dessa questão, passando doravante a integrar a bibliografia especializada a esse respeito. Sua lucidez transparece claramente em uma de suas mais importantes conclusões: “O que existe é uma crise de credibilidade que é confundida com déficit democrático.” A falta de credibilidade atual do Mercosul não se deve a deficiências institucionais próprias ao bloco, mas inteiramente ao comportamento de seus membros, talvez mais exatamente de seus dois mais importantes Estados-Parte.
Como no caso das grandes organizações multilaterais, não se deve atribuir ao Mercosul falhas que são exclusivamente devidas à inação ou à omissão de suas partes constitutivas. O Mercosul só pode ser aquilo que desejam, ou permitem que seja, seus membros mais relevantes. Burocracias muito poderosas conseguem, por vezes, se movimentar sem os anabolizantes orçamentários de seus integrantes; este não é certamente o caso do Mercosul. Cabe esperar, assim, que um dia, sem que o bloco necessite construir uma outra “catedral gótica” na pequena capital do cone sul, os países membros consintam em avançar no cumprimento do artigo inaugural de seu tratado constitutivo: fazer do Mercosul um espaço econômico verdadeiramente integrado, no florescimento pleno do projeto original: a construção de democracias de mercado, plenamente integradas à economia mundial e absolutamente respeitadoras dos valores democráticos e dos direitos humanos nesta vasta região.

Brasília, 16 de dezembro de 2012.

ÍNDICE
APRESENTAÇÃO
 Prof. Dr. Paulo Roberto de Almeida
PREFÁCIO
Profa. Dra. Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha

INTRODUÇÃO
1. DÉFICIT DEMOCRÁTICO: CONCEITUAÇÃO E PROBLEMATIZAÇÃO
1.1 Pensamento latino-americano sobre o déficit democrático no Mercosul
1.2 Pensamento sobre déficit democrático na União Europeia
1.3 Proposições explicativas para a (in)existência de déficit democrático
2. SOBERANIA, REPRESENTATIVIDADE E INTEGRAÇÃO REGIONAL
2.1 Déficit democrático nos organismos internacionais: dois níveis de análise
2.2 Relações entre Estado, soberania e supranacionalidade
3. INSTITUIÇÕES INTERNACIONAIS E ESCOLHA RACIONAL
3.1 A crise de credibilidade dos organismos internacionais e de suas instituições
3.2 Desenho institucional e escolha racional
3.3 A institucionalização do Mercosu
4. ESTRUTURA INSTITUCIONAL DO MERCOSUL: UMA ANÁLISE EMPÍRICA
4.1 O Poder Executivo
4.2 O Poder Legislativo
CONSIDERAÇÕES FINAIS
POSFÁCIO
Profa. Dra. Maria Cláudia Drummond