O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Umberto Eco sobre a funcao das bibliotecas (e dos livros nao lidos) - via Andre Eiras

Agradeço ao André L. S. Eiras o envio desta nota, em 17/12/2015:
Paulo Roberto de Almeida

Interesting quote from Taleb's Black Swan

“The writer Umberto Eco belongs to that small class of scholars who are encylopedic, insightful, and nondull. He is the owner of a large personal library (containing thirty thousand books), and separates visitors into two categories: those who react with “Wow! Signore professore dottore Eco, what a library you have! How many of these books have you read?” and the others - a very small minority - who get the point that a private library is not an ego-boosting appendage but a research tool. Read books are far less valuable than unread ones. The library should contain as much of what you do not know as your financial means, mortgage rates, and the currently tight read-estate market allows you to put there. You will accumulate more knowledge and more books as you grow older, and the growing number of unread books on the shelves will look at you menacingly. Indeed, the more you know, the larger the rows of unread books. Let us call this collection of unread books an antilibrary.
We tend to treat our knowledge as personal property to be protected and defended. It is an ornament that allows us to rise in the pecking order. So this tendency to offend Eco’s library sensibility by focusing on the known is a human bias that extends to our mental operations. People don’t walk around with anti-resumes telling you what they have not studied or experienced (it’s the job of their competitors to do that), but it would be nice if they did. Just as we need to stand library logic on its head, we will work on standing knowledge itself on its head. Note that the Black Swan comes from our misunderstanding of the likelihood of surprises, those unread books, because we take what we know a little too seriously.
Let us call this an antischolar - someone who focuses on the unread books, and makes an attempt not to treat his knowledge as a treasure, or even a possession, or even a self-esteem enhancement device - a skeptical empiricist.”

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Mercosul: coordenação macroeconômica Argentina e Brasil agora vai? Duvido

O Itaú Macroeconômica explícita as novas medidas cambiais argentinas:

Minister of Treasury and Public Finance,  Alfonso Prat-Gay, announced yesterday the removal of exchange controls. Since today, there will be neither restrictions nor taxes to purchase dollars for imports, tourism or saving purposes. Companies with commercial debt due to unpaid imports will have the option to purchase a dollar denominated bond issued by the Treasury or purchase dollars according to a timetable. The Argentine peso enters into a dirty float system where the central bank will preserve its right to intervene. The central bank expects to receive USD 15/25 billion in the coming weeks from loans granted by private international banks, use of the currency swap with Bank of China, and the liquidation of grain exports. Prat-Gay said the market will determine the value of the Peso, which he expects to be around the value of the currency in the informal exchange markets (14.25 pesos to the dollar for the blue chip swap compared to an official rate of 9.8 pesos).

We consider the developments as positive. A weaker currency will permit to recover competitiveness. No controls will improve business confidence. Tighter monetary and fiscal policies will be key to moderate the pass-through of the depreciation. The head of the central bank, Federico Sturzenegger,  already announced the adoption of an inflation targetting scheme and allowed a 9 points increase to 38% in the interest rate of the short-term sterilisation instruments (so called Lebacs) in its first auction at market prices. The government will likely start to reduce subsidies in January. Wage negotiations, which will beguin in March, will be among the first tests.


Teoricamente, Brasil e Argentina estão agora no mesmo compasso monetário. Aproveitarão os dois países essas circunstância para coordenar o Mercosul?

Duvido: o Brasil é que entra em descompasso agora...

Paulo Roberto de Almeida 

Feliz 2019! 2019??? Quem sao esses loucos? -- Pedro Cavalcanti Ferreira e Renato Fragelli Cardoso

Feliz 2019
Por Pedro Ferreira e Renato Fragelli
16/12/2015

Neste momento em que o país sente as consequências da desastrosa política econômica adotada durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff, não há motivos para otimismos em relação ao futuro da economia brasileira nos próximos anos.

O ano de 2015 entrará para a história como um dos mais traumáticos da história econômica brasileira. O PIB deverá sofrer queda de cerca de 4%. O mercado de trabalho, que vinha resistindo até o início do ano, mergulhou em queda livre, com o desemprego atingindo 8,9% no 3º trimestre, de acordo com a Pnad Contínua. Em doze meses, foram destruídos 1,5 milhão de postos de trabalho e tudo indica que esse movimento está se acelerando. Na virada do ano, o desemprego deverá atingir 10%.

A produção industrial em outubro mostra um quadro de terra arrasada. Comparando-se a produção entre janeiro e outubro com igual período do ano anterior, a queda global foi de 8%, tendo sido de 17% no caso dos bens de consumo duráveis e de 24% no dos bens de capital. A provável queda dos investimentos no último trimestre será a nona queda trimestral seguida. Os indicadores da Sondagem da Construção do Ibre-FGV mostram que o nível de atividade do setor é hoje inferior à metade do observado há dois anos. Onde se olha, a situação é dramática.

Com impeachment ou sem impeachment, o ano de 2016 está perdido e 2017 provavelmente também

Para agravar o panorama, a inflação anual deve aproximar-se de 11%, apesar do desemprego e da recessão. No front fiscal, o déficit primário ultrapassará os R$ 110 bilhões. As (más) soluções propostas até agora, como a reintrodução da CPMF, não foram aprovadas e não há alternativas à vista.

Se 2015 foi ruim, 2016 não será melhor. A discussão sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff, bem como as incertezas envolvendo os novos episódios da Lava-Jato, indicam a continuidade da atual paralisia decisória, em ambiente político ineditamente conflituoso. Decisões de investimento permanecerão imobilizadas até que se equacione o imbróglio fiscal. Este, por sua vez, depende de uma improvável melhoria no quadro político.

Com o agravamento da recessão, setores menos atingidos até o momento, como os serviços, serão duramente castigados. Os indicadores sociais, que surpreendentemente não haviam piorado muito até o momento, inevitavelmente começarão a se deteriorar.

No caso de permanência de Dilma Rousseff na Presidência, a crise política continuará imobilizando o governo, pois poderá surgir um novo processo de impeachment motivado por supostos crimes eleitorais, ou por novas revelações da operação Lava-Jato e a popularidade da presidente dificilmente melhorará. E observaremos, portanto, mais desemprego, menos investimento e mais contração. As previsões para queda do PIB no ano que vem, que provavelmente levam em conta este cenário de continuidade política, estão entre 2% e 3%.

E a situação econômica futura pode se deteriorar ainda mais e não há muito que se possa fazer no próximo ano e provavelmente em 2017. Há no momento uma quase que total incapacidade do governo ou o do Banco Central utilizarem qualquer das muitas medidas anticíclicas clássicas. Com um déficit altíssimo, dívida explodindo, bancos públicos contra a parede, Petrobras (e outras estatais) sendo investigadas e/ou excessivamente endividadas, não há qualquer espaço para política fiscal expansionista.

Além disto, se é verdade que a pressão inflacionária desencadeada pela correção de preços administrados será menor em 2016, aquela causada pela maxidesvalorização continuará presente. Numa economia em que o salário mínimo indexa não apenas o menor rendimento do trabalho, mas também despesas previdenciárias e assistenciais, sua correção em torno de 11%, determinada pela regra de atualização em vigor, constitui um grande entrave à queda da inflação. Assim, se algo acontecer no futuro próximo com a política monetária será na direção de aumentar os juros e contrair o crédito.

Uma segunda razão é a incerteza quanto à permanência de Joaquim Levy à frente do Ministério da Fazenda. Para deter o impeachment, Dilma vem se aproximando dos movimentos sociais, cujos pleitos foram ignorados em 2015 e isto implica mais gastos. Dilma repete o que fez Lula após a eclosão do mensalão em 2005. Naquela ocasião, a retribuição de Lula àqueles movimentos foi a suspensão da tramitação da reforma da previdência dos servidores, que só viria a ser regulamentada por Dilma.

Os movimentos sociais que hoje apoiam Dilma são os mesmos que clamam pela volta imediata do crescimento, que rejeitam o ajuste fiscal, que lutam pelo "fora Levy". Como reagirá Dilma diante dessas pressões? Há no momento, dentro do governo, embate sobre a meta fiscal de 0,7% do PIB com Levy supostamente ameaçando sair se esta for reduzida. Uma eventual saída de Levy adicionaria mais incerteza e pessimismo, e retiraria uma das poucas garantias de que a situação fiscal não se deteriorará ainda mais.

No caso alternativo de vitória do impeachment, Michel Temer contaria com a benevolência dos mercados por alguns meses, durante os quais tentaria aprovar reformas como aquelas propostas no programa "Ponte para o Futuro". Mas trabalharia contra o tempo, com grande incerteza sobre a formação da coalizão de governo, com parte de sua base de apoio sendo investigada e sofrendo acirrada oposição dos grupos alijados das benesses do poder pelo afastamento de Dilma. Tarefa difícil pois Temer não teria como reverter o quadro recessivo antes de meados de 2017.

Com impeachment ou sem impeachment, o ano de 2016 está perdido e 2017 provavelmente também. A esperança fica para 2018, ou quem sabe 2019.

Pedro Cavalcanti Ferreira e Renato Fragelli Cardoso são professores da Escola de Pós-graduação em Economia (EPGE-FGV)

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Os navios fantasmas da corrupção brasileira - Carlos Brickmann

Da coluna do jornalista Carlos Brickmann, 16/12/2015

Os navios invisíveis

Sim, não é a primeira vez que coisas estranhas acontecem. Há pouco tempo, seis vigas de aço com 20 toneladas cada uma desapareceram do porto do Rio. Mas as coisas que desaparecem são cada vez maiores. Há dois meses, sumiram das águas brasileiras dois navios-sonda da empreiteira Schahin, no valor de US$ 400 milhões. E como é que dois navios imensos desaparecem sem deixar pistas?

Simples: como não diriam nossos dirigentes, Aqui é Brasil! Os dois navios, ancorados em alto-mar, na Bacia de Campos, Rio, estavam bloqueados por uma ação de cobrança de impostos da Receita Federal. Em outubro, os sistemas de navegação de ambos os navios (que permitiriam rastreá-los) foram desligados e eles zarparam. Para onde? Só os diretamente interessados em sumir com eles é que sabem. A manobra jurídica para que os dois navios desaparecessem foi a seguinte: um grupo de empresas offshore (estabelecidas em paraísos fiscais) alegou ser dono dos navios e obteve a reintegração de posse. Com isso, sumiu todo mundo. A Receita diz ter descoberto que as empresas offshore pertenciam também ao grupo Schahin - que, lembre-se, é investigado na Operação Lava Jato.

Pode vir mais

Só falta agora o pessoal que sumiu com os navios processar a Receita por tê-los obrigado a desligar o sistema de navegação para fugir mais sossegados. Onde já se viu submeter navios tão caros a uma navegação tão insegura?

Brasil e Rússia: dois países refratários ao progresso? - Marcos Troyjo

Folha de S. Paulo
Quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Será que a Rússia e o Brasil são 'modernizáveis?

Gigantes são prisioneiros da inabilidade em reformar instituições 

MARCOS TROYJO

Junto com a imensa decepção global pela performance econômica do "B" e do "R" dos Brics, com cada vez mais frequência se pergunta: será que Brasil e Rússia são "aperfeiçoáveis"?

A julgar pelas dificuldades em se promover um menor protagonismo do Kremlin no quadro de governança russo e a disfuncionalidade da política no Brasil, a resposta é "não".

No caso da Rússia, a pergunta é realizada com ceticismo num extraordinário livro ("Can Russia Modernise?", Cambridge University Press, 2013), escrito por Alena Ledeneva, professora de política e sociedade do University College London.

Seriam esses dois gigantes prisioneiros de sua inabilidade em promover aperfeiçoamento institucionais?

Sem uma pronunciada inflexão de sua elite política, dificilmente Brasil e Rússia se tornarão o que o economista Ruchir Sharma denomina "Breakout Nations" –países que conseguem se desvencilhar das armadilhas das estruturas inerciais do capitalismo de compadrio e, portanto, alçam voo rumo à prosperidade.

Yuri Kochetkov - 15.nov.2015/Efe
ANT14. Antalya (Turkey), 15/11/2015.- Russian President, Vladimir Putin (L), welcomes the Brazilian President, Dilma Rousseff (R), to the leaders of the BRICS meeting prior to the G20 summit in Antalya, Turkey, 15 November 2015. In addition to discussions on the global economy, the G20 grouping of leading nations is set to focus on Syria during its summit this weekend, including the refugee crisis and the threat of terrorism. (Terrorismo, Siria, Turquía) EFE/EPA/YURI KOCHETKOV ORG XMIT: ANT14
Vladimir Putin e Dilma Rousseff durante encontro do G20 na Turquia, em novembro

No caso da Rússia, país que ao longo da história produziu grande número de expoentes nas ciências e nas artes, salta aos olhos como as instituições não favorecem o aparecimento de grandes destaques no campo do empreendedorismo. E não é por falta de diagnóstico.

Há poucas semanas, quando Vladimir Putin realizou seu discurso de "estado da União" ao Parlamento russo, todas as referências à importância da separação de poderes estavam presentes.

A linha geral do pronunciamento é também plenamente harmoniosa com a noção de que o país não pode se sujeitar a tamanha dependência na exportação de commodities minerais e, portanto, precisa rumar em direção à uma economia intensiva em tecnologia.

Tive a oportunidade de assistir a esse discurso presencialmente na Duma (o Congresso russo) ao lado de alguns observadores internacionais.

Um deles, há 20 anos em Moscou e titular de uma das principais consultorias de avaliação de risco com foco nos países da antiga URSS, disse-me que o discurso modernizante de Putin é o mesmo desde que o ex-membro da KGB ascendeu ao topo do poder russo.

E muitos observadores atentos da cena russa –ao contrário do que crê a maioria dos analistas ocidentais, que enxergam em Putin nada mais que um megalômano– entendem que o titular do Kremlin chegou ao poder munido das melhores intenções e de boas diretrizes para modernizar a Rússia.

Contudo, no intuito de assegurar uma "perene longevidade" no poder e ainda ter de travar batalhas conjunturais (o terrorismo tchetcheno, a guerra na Geórgia, oligarcas dissidentes ou a indesejável expansão da Otan às portas da CEI, a Comunidade de Estados Independentes), a modernização institucional há um tempo vocalizada por Putin jamais deixou o campo da retórica.

Para os que lançam um olhar "compreensivo" sobre Putin, os dilemas de uma desejada modernização sufocada pela força do status quo não é exclusiva da Rússia.

Podem-se mesmo encontrar paralelos no discurso modernizante de Enrique Peña Nieto, no México, ou Narendra Modi, na Índia, e nas robustas dificuldades de implementação de uma agenda reformadora que esses líderes encontram em seus países.

A propósito, estamos prestes a assistir a um novo e apaixonante embate entre a modernização e o poder inercial do status quo em nossa vizinha argentina sob a nova direção de Macri.

Observar a recente cena brasileira convida a uma outra e perturbadora questão que me foi feita recentemente num seminário em Moscou: ademais de suas dificuldades de modernização, será que o Brasil é "governável"?

A resposta é tanto mais difícil e desalentadora, pois o Brasil é hoje país em que impera a "micropolítica" do conchavo e da autopreservação –e onde acumula-se imenso déficit da "macropolítica" dos grandes interesses nacionais. 

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Ludwig Von Mises: um homem de princípios, ganhando influência, mesmo no Brasil (Mises)

O Brasil ("Menos Marx, Mais Mises") e Hélio Beltrão, do Instituto Mises Brasil, são citados nesta pequena crônica sobre a crescente influência de Mises em círculos mais amplos, e isso não tem a ver com propaganda, e sim com valores, com princípios e exemplos.
Mas eu prefiro reter dois outros trechos deste pequeno texto reflexivo sobre o sentido da ação e dos exemplos misenianos:

"Montesquieu once said that although one had to die for one’s country, one was not obliged to lie for it. This seems to have been Mises’s maxim too."

"Mises never tired of telling his students and readers that trends can change. What makes them change are the choices we make, the values we hold, the ideas we advance, the institutions we support."

Concordo inteiramente com essas premissas e valores e faço deles princípios e guias para minha própria ação e atitudes no plano profissional e acadêmico. Não por outras razões (e reações) empreendi uma longa travessia do deserto na era do domínio companheiro sobre nosso país, um período que eu adivinhei que seria sombrio para o Brasil, após uma curta fase de "espera para ver", o que está amplamente refletido em meu livro A Grande Mudança (2003).
Desde então tenho me mantido invariavelmente na oposição ao reino de desmandos, equívocos e arbítrio que logo descambaram para a fraude, a mentira, a corrupção e a roubalheira no mais alto grau, e que eu nunca deixei de denunciar, mesmo em face de prejuízos na carreira e em detrimento de uma melhor situação profissional.
Vou continuar no mesmo caminho: continuando a lutar pelo Brasil, nunca vou mentir sobre a real situação de poder político e de erosão econômica no país, independentemente do que possa ocorrer comigo. Mudanças de tendência ocorrem: esperarei por elas...
Paulo Roberto de Almeida 

Mises Daily, December 15, 2915

 

As a young man Alexander Hamilton once wrote, “There is a certain enthusiasm in liberty, that makes human nature rise above itself, in acts of bravery and heroism.” While it is tragic that Hamilton would grow up to advocate all sorts of government policies contrary to liberty — America would be better off had he read Cantillion — there is a power in these words that has always resonated with me.

No man better embodies this heroic nature of liberty than Ludwig von Mises.

My favorite example of Mises’s legendary dedication to his principles is his experience during WWI.

Even though he was already an accomplished scholar, his masterpiece Theory of Money and Credit was published in 1912, the Great War brought Mises to the field of battle. As a commanding officer of an Austrian artillery regiment, Mises and his men were tasked with defending the Northern Front of the Austro-Hungarian Empire from the marching Russians.

Not only were Mises and his men outnumbered, but manning the cannons meant being the prime targets of Russian fire. The result was horrific. As Guido Hülsmann details in Mises: Last Knight of Liberalism, “In the first few weeks and months of the war, almost no day went by that did not see entire [Austrian] batteries (about 100 men each) and even regiments (about 500) being wiped out.”

Mises and his men held the line and the Russians were driven back in December of 1914.

After receiving honors for his actions on the battlefield, First Lieutenant Ludwig von Mises was extended an invitation to join a team of fellow economists on the Viennese war council. Though glad to be away from the canons of war, Mises was horrified by what he found — his nation’s greatest minds, men who knew better, becoming apologists for a bureaucratic government seeking to tighten its grip on the economy.

Writes Hülsmann:

Montesquieu once said that although one had to die for one’s country, one was not obliged to lie for it. This seems to have been Mises’s maxim too. He had already demonstrated his readiness to give his life for his country. Now he showed his will to honor the truth even if it brought him in conflict with powerful opponents. ... Mises argued that, “from a purely economic standpoint,” the case for free trade and against protectionism was unassailable.

The power of the argument ... made it impossible for the war party to ignore Mises. Trouble lay ahead.

The trouble came in the form of orders to return back into combat. The government’s message was clear — Mises needed to go. Not for the last time, his decision to stand firm in his defense of liberty put his very life in danger.

Luckily for us all, Mises survived the war and went on to live a life that fundamentally altered the world. He overcame the Nazis, academic blacklists, and the personal hardships that tends to haunt any man who refuses to sacrifice his principles.

While some like Milton Friedman viewed Mises intransigence as a burden to Mises’s influence, I believe his example is vital to the resurgence of Misesian thought today.

We see this on the streets of Brazil, where earlier this year young Brazilians took to the streets demanding “Less Marx, More Mises”! Thanks to the work of people like Helio Beltrão, Mises is now the most popular economist in the country.

We see this in China, where translations of Mises and fellow Austrians have made it into the hands of students and scholars. Even Murray Rothbard is openly discussed in influential circles.

We see it in the incredible growing international network of young Austrian scholars, complete with university programs dedicated to Austrian insights in topics such as entrepreneurship.

Though it rests far away from the halls of power, and apart from any larger political machine, the Mises Institute stands today the most influential libertarian organization in the world, a testament to the power of Mises’s ideas and a commitment to stay true to principle.

Though there is still much to be done, we should never lose sight of the gains we have made — nor lose hope for the future.

In the words of Lew Rockwell:

Mises never tired of telling his students and readers that trends can change. What makes them change are the choices we make, the values we hold, the ideas we advance, the institutions we support.

Unlike Mises, we do not face obstacles that appear hopelessly high. We owe it to his memory to throw ourselves completely into the intellectual struggle to make liberty not just a hope, but a reality in our times. As we do, let us all adopt as our motto the words Mises returned to again and again in his life. “Do not give in to evil, but proceed ever more boldly against it.”

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Reflexao do dia: Emile Zola sobre os poetas que corrigem os homens

Enquanto eu esperava pacientemente, durante algumas horas, num apartamento vazio que me entregassem um móvel recentemente comprado nos fabulosos serviços que supostamente atendem o consumidor brasileiro, eu pegava o que estava mais disponível para me entreter.
Acabei lendo algumas lettres de jeunesse, que o jovem Émile Zola escrevia a seus amigos.
Esta carta, por exemplo, foi escrita em Paris em 10 de agosto de 1860, ou seja, pelo menos 30 ou 40 anos antes antes que o grande escritor francês chegasse ao pináculo da fama, com o caso Dreyfus.
E o que ele dizia a seu amigo Baille?
Isto:

Le poète a deux armes pour corriger les hommes: la satire et le cantique...
Je m'explique: le poète satirique met à nu l'homme et ses perversités, il les fait rougir et combat son vice par sa honte; le chantre lyrique, au contraire, crée une chimère, un homme idéal, le présente à l'homme réel et ramène ce dernier à la vertu par la sublime couleur dont il l'a peint.

Cf. Émile Zola, Correspondance, Lettres de Jeunesse, vol. I, Paris: Bibliothèque Charpentier; Eugène Fasquelle éditeur, 1907, p. 124.

Ou seja, antes de se tornar um realista, Zola era um romântico...

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 14/12/2015

Research Gate: meu contador passou das 3.500 visualizacoes

O site do Research Gate me avisa que:

Congratulations

Your publications reached 3,500 reads 
 
Está aqui: https://www.researchgate.net/profile/Paulo_Almeida2/stats 
 
E também isto: 
 
With 89 new reads, you were the most read author from your institution  
 
Reads 3,527 Last week: 8
 
E quais são os países que estão cobertos nas estatísticas recente de acesso?
Estes: 

Reads by country

Brazil 59
China 8
Iran 8
United States 4
Mozambique 2
Portugal 2
Chile 2
 
 Em termos de textos mais buscados? 

Top read publications

11
Dataset
8
Article
Lua Nova Revista de Cultura e Política 12/1998; DOI:10.1590/S0102-64451999000100008
8
Book
2nd edition edited by Self, 12/2015; Author.
6
 
 
 

WTO ministerial: the skeptical view - Economy Watch

Analysts Question Relevance, Adaptability of the WTO

Economy Watch, December 14, 2015 
International Organizations
 by EW News Desk Team
 
The World Trade Organization contains 162 member states and has existed for 20 years. While it is certainly not the oldest trade organization in existence, many have begun to question its viability in the modern age.
The present round of concerns arrives in reference to the upcoming ministerial conference in Kenya, which takes place later this week. Many feel the WTO lacks the capacity to respond to a world in which many nations have formed economic alliances that bypass the WTO.
The ministerial conference will include more than two dozen ministers from the WTO's 162 member nations. The talks follow failed negotiations that took place in Geneva earlier this year, and will begin their four-day stint roughly where the Geneva talks concluded.
Viviers and others believe the Nairobi meeting will not manage to complete the "Doha Talks" that began in the Qatari capital 15 years ago. At that time, the WTO set an objective of adding billions of dollars to the global economy via cross-border commerce cooperation. Yet, since 2009, progress has stalled due to differences in the goals of wealthy and poor nations, largely over issues like subsidized farming in the developed world.
This, in turn, has led nations to strike out on their own to create trade deals that either partially or wholly do not fall under the WTO's governance. The US has set out to finalize the Trans-Pacific Partnership (TPP) with 12 Pacific Rim nations. The EU and the United States have jointly worked on the Transatlantic Trade and Investment Partnership. A number of other agreements have also taken place between WTO members outside of the jurisdiction of the WTO, itself.
According to Darlington Mwape, Senior Fellow at the International Center for Trade and Sustainable Development, the "Doha Round is not addressing the current needs of its members.”  He added, “unless we adjust the mandate of the Doha round to include other relevant issues, it may turn out to be irrelevant."
According to Bloomberg Business, the discussion during the Nairobi meeting may revolve around the Trade Facilitation Agreement (TFA). This agreement represented a compromise deal designed to improve customs procedures for goods exported from the world's least-developed nations. The WTO believes this could increase merchandise exports by as much as $1 trillion a year. However, at least two-thirds of the WTO's members need to consent for the Trade Facilitation Agreement to pass. If it passes, the Agreement could cut global trade costs by as much as 17.5 percent
Still, few believe such results are possible from this week's talks. William Mwanza, of the Tralac Trade Law Centre said of the meeting: "You wouldn't really expect that the contentious issues will be resolved next week ... It's taken 15 years, and in the past week there hasn't really been so much progress, so you wouldn't really expect much next week."

História Econômica da AL: V CLADHE em SP, julho 2016

Devo participar. 
Paulo Roberto de Almeida 

CLADHE V

The 5th Latin American Congress of Economic History (CLADHE V) will be held in the city of Sao Paulo (Brazil) on July 19-21, 2016. Organizers are the Economic History Associations from Argentina, Brazil, Chile, Caribbean, Colombia, Mexico, Peru, and Uruguay. Spain and Portugal associations will participate as guests. The Brazilian Association for Research in Economic History (ABPHE) and the School of Economics, Management and Accounting of University of Sao Paulo (FEA/USP) are the hosts of the Congress.

Following the tradition of previous congresses held since 2007, the CLADHE V will provide an academic environment to discuss the latest researches in the economic history of Latin America, as well as to address global perspectives and comparative approaches among regions. The organization of CLADHE V encourages the joint participation of researchers from Latin America and around the world to disseminate and discuss their works as well as to establish common research agendas. It is worth remembering that papers in history of ecnomic thought are very welcome in this Congress. There are Sessions dealing directly with HET topics, such as, for example, the relations between economic ideas and economic policymaking in Latin American history.

The official languages of CLADHE V are Spanish and Portuguese; however, works in English are also welcome. The Congress will be organized through paper sessions, round tables, and conferences.

CALL FOR PAPERS

The call for papers for Sessions is open. The deadline for paper submission is March 1, 2016. The proposal should present an expanded summary of the text (between 250-500 words) and a brief curriculum (with institutional affiliation and a list of recent publications). The selection of approved texts will be the responsibility of the coordinators of the Sessions, respecting the criteria of the International Organizing Committee. Authors of approved abstracts will submit their full papers until 15 May 2016

For further information on the topics covered by the Sessions and on the general organization of the Congress, please go to the website http://www.cladhe5.org/?lang=en .

Should you have any question, please send an e-mail to cladhe5@gmail.com . 

Friedrich Engels, o capitalista financiador do pobretao Karl Marx - Jonathan Sperber

Today's selection -- from Karl Marx by Jonathan Sperber. Though the son of a prosperous businessman, Friedrich Engels turned to communism in his early twenties after seeing the misery of factory workers in Germany and England. His collaboration with Karl Marx became pivotal in the burgeoning European communist movement:

"Born in 1820 in the city of Barmen in the Wupper Valley about thirty-five miles to the east of Cologne, across the Rhine River, [Friedrich Engels, Jr.] was the son of Friedrich Engels, Sr., a prominent textile manufacturer in a region that was a central European pioneer of industrialization. Then as today, the Wupper Valley was home to several varieties of particularly intense Protestantism, and Engels's father was a prominent lay proponent of the Awakening, the German version of revivalism, directed against both the Enlightened, rationalist religion Marx was taught and also the Calvinist orthodoxy prevalent in the area. Sent as a young man, after his years at the Gymnasium, to be a commercial apprentice in the North German port city of Bremen, Engels had a crisis of faith, intensified by reading the works of the Young Hegelians. The many notes he took on David Friedrich Strauss's Life of Jesus, complete with sarcastic observations about biblical literalism and German revivalists, have been preserved and testify to his movement from piety to non-belief. In contrast to Marx, for whom the transition from a rationalist, Enlightened religion to Young Hegelian atheism may have been intellectually stormy but was personally smooth, for Engels it meant a painful break with his family background, especially his father.

"Engels did his military service in [the Prussian army] in 1842, as an officer candidate in the artillery, stationed in Berlin. Being a soldier agreed with him, and he was a lifelong armchair strategist. In later years, his nickname in Marx's circle would be 'The General.' While in Berlin, Engels was a regular member of the Free Men, and wrote several pieces for the Rhineland News, continuing the practice of occasional freelance journalism that he had begun while living in Bremen. After the end of his one-year army service, he returned to the Wupper Valley and, on a visit to Cologne, met Moses Hess, who convinced him of the virtues of communism.


"Engels's father sent him to England for further commercial training with the family's business partners in Manchester, and also to keep him away from his subversive and atheistic German friends. The paternal plan backfired badly: the stay in Manchester only reinforced the young Engels's radical and communist sympathies. Manchester was, as contemporaries said, 'Cottonopolis,' the global symbol and global center of the industrial revolution. As many people lived in this English provincial manufacturing town as in the Prussian capital, but in place of Berlin's intellectual and cultural attractions -- the royal palace, the university and Academy of Sciences, the Opera House and the Singakademie -- Manchester featured hundreds of steam-powered textile mills, whose emissions blanketed the city in a dense cloud of smoke and coal dust.

"This vast manufacturing establishment generated enormous amounts of wealth, but also massive misery. The contrast between the suburban villas of the manufacturers, bankers, and cotton wholesalers and the factory workers' slum neighborhoods -- narrow streets, filthy, permeated with raw sewage, and shrouded in a perpetual gloom of pollution -- made it clear just which groups received the wealth and which the misery. Manchester was as much the city of working-class struggle as of working-class suffering, where the English radicals, the Chartists, denounced the plutocratic government and demanded universal manhood suffrage. Trade unionists strove, in everyday effort, to improve wages and working conditions; socialists proposed sweeping changes to all of society. A year before Engels's arrival, in the Plug Riots -- a combination general strike, insurrection, and outburst of rage at working-class existence -- the city's factory proletariat had risen up and only been suppressed with a large deployment of armed force.

"Associating after business hours with the city's many political opponents of the existing order, Engels also found an informal entree into working-class life through his mistress and future companion, an Irish immigrant named Mary Burns, a factory worker and domestic servant. He decided to write a book about his experiences, emphasizing the contrast between rich and poor, outlining the misery and exploitation of the industrial workers who produced the capitalists' wealth: The Condition of the Working Class in England  (published in German in 1845). While in Manchester, Engels continued to send in pieces to the Rhineland News). As a result of this connection, he wrote an article on political economy for the Franco-German Yearbooks. On his way home from Manchester, he stopped in Paris to [make a new acquaintance, Karl Marx] the editor of the newspaper and magazine that had published his writing."

Karl Marx: A Nineteenth-Century Life
Author: Jonathan Sperber 
Publisher: Liveright Publishing Corporation
Copyright 2013 by Jonathan Sperber
Pages 137-141


Venezuela: o grande teste da clausula democratica do Mercosul e da Unasul (InfoLatam)

Venezuela crisis

Maduro radicaliza el discurso y se prepara para la confrontación

Infolatam/Efe
Caracas, 13 de diciembre de 2015

Las transiciones del populismo a la democracia

El análisis
Carlos Malamud
(Infolatam).- “A la vista de las resistencias exhibidas por Fernández para iniciar un traspaso de poder ordenado a su sucesor, Mauricio Macri, y de las estentóreas declaraciones de Nicolás Maduro referentes a la victoria de la MUD (Mesa de Unidad Democrática), es obligada una reflexión sobre estas cuestiones. Especialmente de la forma en que se produce la alternancia y el paso de un gobierno a otro en algunos países latinoamericanos, como ha hecho recientemente Héctor Schamis”.
La herida en el ala del proyecto socialista tras la derrota electoral de las parlamentaria mantiene encendido el discurso del presidente de Venezuela, Nicolás Maduro, que, dijo, está dispuesto a poner su propia vida” para defender el legado de su padre político, Hugo Chávez.El riesgo que supone la mayoría calificada de 112 diputados controlando el Parlamento -que por 15 años estuvo bajo el influjo chavista-, al proyecto de la llamada “revolución bolivariana, es algo que, según Maduro, pone al país ante una “crisis de grandes dimensiones”.
El escenario que se avecina con la toma de posesión del centenar de opositores y los 55 diputados oficialistas, dijo, enfrenta a la nación “ante una crisis de grandes dimensiones” a la que Maduro también se refiere como “una crisis contrarrevolucionaria de poder”.
El líder chavista habló frente a casi tres mil soldados en un acto de la Fuerza Armada (FANB) para asegurar que “se va a generar una lucha de poder entre dos polos: el polo de la patria que quiere seguir construyéndose, y el polo de la antipatria que por primera vez se anota (…) un éxito circunstancial”, dijo para referirse con esto último a la oposición.
El jefe de Estado venezolano que piensa que “se van a generar grandes tensiones”, alertó que ante estas circunstancias la Constitución prevé herramientas para contrarrestar este posible escenario aunque no ahondó en los detalles.
“Hay una rebelión de las masas, no nos llamemos a engaños. Eso sí, la Constitución tiene sus mecanismos para regular este tipo de grandes tensiones históricas y esos mecanismo los vamos a aplicar uno detrás de otro”, dijo.
A lo largo de esta semana tanto Maduro, como el actual presidente del Parlamento, Diosdado Cabello, han dado pistas de las acciones que tomará la mayoría oficialista que controlará la Cámara hasta el 4 de enero, para blindar su poder.
“Esta patria no la implosionan, no la destruyen, no la hacen retroceder. No. A cuesta de nuestra propia vida no lo voy a permitir(…) ante las dificultades más revolución”, reclamó.
Maduro, al igual que algunos líderes del chavismo, afirma que la oposición agrupada en la Mesa de la Unidad Democrática (MUD) logró la victoria “circunstancialmente” producto de una “guerra no convencional” que busca “desbancar de raíz el modelo social político económico” propuesto en el país con la llegada al poder de Hugo Chávez (1999-2013).
Aunque señaló que “como demócrata” reconoce la derrota, pidió a sus partidarios “no nos confiemos” y les llamó además a que se preparen “para defender la patria y que nadie vacile, esta es la causa más justa que jamás haya existido”, dijo.
“No permitiremos que la derecha y la burguesía entreguen la independencia”, añadió el mandatario que, dijo además, ser “un soldado listo y preparado para dar su vida y sacrificarse en el campo que toque sacrificarse por ver a nuestra patria libre y soberana”.
Este mismo llamado lo ha hecho estos días Maduro a la militancia del Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV), a quienes ha llamado a reorganizarse y ahondar en los motivos de la derrota que dio un revés al chavismo que se midió en más de dos millones de votos.
Mientras tanto, el excandidato presidencial venezolano Henrique Capriles pidió a Maduro llamar al país a “un gran diálogo nacional” para atender la crisis económica del país suramericano, y dejar de lado los problemas del PSUV.
El gobernador del céntrico estado Miranda afirmó que el país petrolero está “deteriorándose” ante la caída del precio del crudo, que ronda los 31 dólares por barril, el más bajo en once años, por lo que, dijo, “urge” que el Gobierno “convoque a un gran diálogo nacional”.
“Los venezolanos no podemos distraernos, tenemos que exigir que se atienda la peor crisis económica y social de nuestra historia”, señaló el líder opositor a través de un mensaje en la red social Twitter.
En este sentido, el opositor llamó la atención sobre los niveles de las reservas internacionales del país que esta semana, de acuerdo con datos oficiales del Banco Central de Venezuela, se encuentran en 14.601 millones de dólares, según Capriles, el más bajo en los últimos 12 años.
El propio Maduro reveló en la misma jornada que Venezuela perdió el 68 % de los ingresos en divisas producto de la caída del petróleo a lo largo de 2015, un año que calificó de “terrible”, donde “se combinaron todas las formas sucias, ilegales, ilegitimas para atacar a un país, para atacar un modelo de redención”.
Venezuela tiene previsto que la inflación del país cerrará el 2015 en el 100 % y que la economía, que entró en recesión en el 2014, se contraerá este año un 4 %.

Petrobras: a Grande Destruição lulopetista atinge a companhia em cheio

A Lava Jato é apenas uma consequência das ações nefastas das ratazanas petralhas, que simplesmente esgotaram a vaca petrolífera ordenhando-a de forma absolutamente selvagem, como hienas...
Se não fosse a Lava Jato, a companhia estaria exsangue igualmente...
Paulo Roberto de Almeida 

O GLOBO, 13 de Dezembro de 2015

Petrobras encolhe

Petroleira corta 128 mil terceirizados em um ano e meio com queda do petróleo e Lava-Jato

Ramona Ordoñez e Bruno Rosa

Afetada pela queda no preço do petróleo e pela Operação Lava-Jato, a Petrobras dispensou 128 mil terceirizados de dezembro de 2013 a junho deste ano. A área de engenharia concentra a maior parte das demissões. Ao entrar no elevador de um dos prédios da Petrobras no Centro do Rio, é possível ter uma ideia de como está o clima entre os empregados da estatal. É no sobe e desce dos andares que os funcionários aproveitam para conversar sobre as demissões que vêm atingindo a companhia. Em meio ao clima de incertezas e várias investigações internas, foram demitidos, em apenas um ano e meio, de dezembro de 2013 até junho de 2015, 128.744 empregados terceirizados que prestavam serviços em todo o Sistema Petrobras, que inclui subsidiárias, como BR Distribuidora e Transpetro. Para se ter uma ideia do tamanho do corte feito no período, o total de demissões supera o efetivo de servidores da Prefeitura do Rio, de 123 mil trabalhadores. 

O corte é "avassalador", como definiu um funcionário da estatal. Nos primeiros seis meses deste ano, foram dispensados 59.638 funcionários terceirizados no Sistema Petrobras. Desse total, o número de demissões somente na holding Petrobras chega a 56.121 terceirizados. E, segundo especialistas, o Rio é um dos mais afetados pelas demissões, com impacto no mercado de trabalho e no crescimento da economia, já que o estado concentra cerca de 70% da produção de petróleo do país. 

Os números foram obtidos com base na Lei de Acesso à Informação após pedido feito pelo GLOBO. Os dados foram complementados, posteriormente, pela assessoria de imprensa da companhia. Segundo fontes, a cada semana são demitidos de 60 a 80 empregados, muitos deles com mais de dez anos na empresa. Via Lei de Acesso, a Ouvidoria Geral da estatal explicou que vêm ocorrendo "desmobilizações de contratos" junto a empresas. Por isso, segundo a estatal, "as possíveis demissões não são realizadas pela companhia". 

O corte faz parte do plano de redução de custos da estatal, que sente os efeitos da queda do preço do petróleo e da Operação Lava-Jato da Polícia Federal. Para 2015 e 2016, a Petrobras reduziu em US$ 7 bilhões os gastos operacionais. Ao mesmo tempo, reduziu investimentos. Até 2016, já foram cortados US$ 11 bilhões em novos projetos. 

- É só entrar no elevador que você fica sabendo qual setor está cortando. A situação está tão ruim que até as recepcionistas, que ficavam em cada um dos andares dos prédios, e os estagiários foram cortados - disse um funcionário. 

ÁREA DE GOVERNANÇA TEM 49 PESSOAS 

Assim, o número de funcionários terceirizados no Sistema Petrobras passou de 360.180, em dezembro de 2013, para 231.436 em junho deste ano. Na holding Petrobras, o total caiu de 320.152 para 207.645 no mesmo período. Do fim do ano passado até junho, o maior volume de cortes entre os contratados na holding ocorreu no setor de Engenharia, Tecnologia e Materiais, cujo total de empregados passou de 83.724 para 31.999, um corte de 51.700 pessoas. Em seguida, aparece a área de Exploração e Produção, que passou de 126.748 para 122.198, uma queda de 4.500 funcionários. 

O coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel, disse que a redução ocorre com o menor nível de investimento: - A partir do momento em que reduz investimentos, a empresa tem de cortar em algum lugar. A Petrobras está hibernando (desativando) várias sondas de perfuração e muitos são trabalhadores terceirizados. Enquanto não retomar os investimentos, a tendência é a situação se agravar. 

A redução também atingiu a área de "Gás e Energia": o número de terceirizados passou de 5.419 para 3.631, um recuo de 1.788 pessoas. Na área Internacional, a diretoria foi extinta, e o número de funcionários foi reduzido a zero. Mas houve aumento em algumas áreas. É o caso de Abastecimento, Financeiro e Corporativo e Serviços, que juntos tiveram acréscimo de 2.066 funcionários. Ao mesmo tempo, a área de Governança, Risco e Conformidade, criada este ano, conta com 49 terceirizados. 

Pela Lei de Acesso, a estatal explicou que "a Petrobras pode desmobilizar postos de serviços de determinadas atividades, mas o empregado da prestadora de serviços (pode) não ser demitido porque existe a possibilidade de ser alocado". A Petrobras disse, por meio da assessoria de imprensa, que "houve redução nas atividades contratadas para prestação de serviços de obras e montagem, tendo em vista a conclusão de uma série de projetos nos últimos dois anos, bem como o menor ritmo de investimentos, frente ao cenário atual de queda dos preços do petróleo e de elevação da taxa de câmbio". 

Funcionários ouvidos pelo GLOBO avaliam que os cortes estão sendo feitos sem critério claro. Segundo o relato de um empregado, a meta da companhia é cortar 40% do pessoal em cada área: - Estão sendo demitidas pessoas muito competentes e também incompetentes. 

Os funcionários próprios da Petrobras já sentem os efeitos das demissões dos terceirizados: tiveram de aprender funções que eram desempenhadas por colegas terceirizados. 

Um empregado que teve seu contrato encerrado no início do mês e que trabalhava na Petrobras como terceirizado nos últimos dez anos afirmou que o quadro de pessoal da companhia havia aumentado demais nos anos anteriores. Ele também fez críticas à forma como a empresa conduziu esse processo: - A empresa tem de reduzir custos, e é óbvio que a prioridade é cortar os terceirizados. A Petrobras estava inchada - desabafou o profissional, que pediu para não ser identificado. 

A Petrobras explicou que as reduções de pessoal contratado estão acontecendo em todas as unidades da companhia, sendo mais acentuadas nas obras da Engenharia. A estatal afirmou que não tem meta de redução de prestadores de serviços, mas que, conforme seu Plano de negócios 2015/2019, "está reduzindo seu nível de investimentos e de gastos operacionais, o que acaba refletindo na contratação de serviços". 

A Petrobras não informou quanto economizou com a dispensa de terceirizados até o momento. A estatal destacou que a folha de pagamento dos funcionários próprios na holding Petrobras foi de R$ 21,4 bilhões em 2014, incluindo salários, encargos, benefícios e gastos com plano de saúde e previdência.

Para economista, Rio só sentirá integralmente os efeitos após os Jogos

Petrobras dispensou 6.838 profissionais concursados do fim de 2013 até junho deste ano 

por 

RIO - O corte de funcionários atingiu também os empregados concursados da estatal. No Sistema Petrobras, o número passou de 86.111 para 79.273 do fim de 2013 a junho deste ano — recuo de 6.838 pessoas. Boa parte desse número está atrelada ao Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário, lançado em 2014, quando 7.634 empregados aderiram. Desse total, 5.674 funcionários já se desligaram e 1.350 têm previsão de saída até junho de 2017. A estatal abriu a possibilidade para que 610 funcionários que tinham se inscrito, mas desistiram, possam aderir ao plano.

Para o professor Tiago Cabral Barreira, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas, as demissões no setor de petróleo no Rio têm sido elevadas:

— Há uma paralisia na Petrobras. Só iremos ver os efeitos reais da crise do petróleo em meados de 2016, quando acabarem as obras das Olimpíadas.

Aluízio Júnior, prefeito de Macaé e presidente da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro), ressalta que o petróleo é a âncora da economia do Rio. Segundo ele, as demissões na Petrobras se refletem em vários setores da economia. Assim, ele cita o caso de Macaé, que neste ano já registrou o corte de sete mil empregos.

— A atividade de Exploração e Produção parou — destaca Júnior.

Edmar Almeida, professor da UFRJ, lembra que o volume de demissões na Petrobras tende a aumentar:

— O Rio está no olho do furacão, pois o estado concentra cerca de 70% da produção no país. O problema central é que as demissões na Petrobras têm efeito maior na economia em relação a segmentos da construção civil, por exemplo, já que os salários são maiores. 

domingo, 13 de dezembro de 2015

O Grande Desastre lulopetista explicado em detalhes - Editorial Estadão, matéria do Valor sobre as pedaladas fiscais

 Agradeço ao Mauricio David o envio das duas matérias.
Paulo Roberto de Almeida 

Recomendação especial : o excelente artigo publicado pelo jornal Valor Econômico na sexta-feita 11Dez15 ( segue abaixo ) recapitulando toda a saga das chamadas "pedaladas fiscais" que são a base do pedido de impeachment encaminhado pelos juristas Hélio Bicudo (ex-sumidade petista), Miguel Reale Jr. (professor titular da Faculdade de Direito da USP) e Janaína Pascoal (profa. da Faculdade de Direito da USP). A cronologia estabelecida pelo Valor em base a documentos somente agora vindos à luz acaba definitivamente com a mistificação de que a presidente Dilma não cometeu nenhum crime doloso pelos quais possa ser responsabilizada. Dilma, em seu desvario habitual, passou os últimos anos só cometendo crimes de responsabilidade. Reiteradamente. Daria para fazer dezenas de impeachments...
Mauricio David
 
.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-

domingo, 13 de dezembro de 2015

Irresponsabilidade como método – Editorial / O Estado de S. Paulo

A petista Dilma Rousseff não pode mais permanecer na Presidência da República pela simples razão de que adotou a irresponsabilidade como método de governo. Sua administração violou de forma sistemática e deliberada as leis referentes à gestão das contas públicas, mas não o fez porque foi obrigada por circunstâncias adversas e passageiras, como costumam alegar Lula, Dilma e a tigrada, e sim em razão de certezas ideológicas da petista, derivadas de uma visão deletéria do papel do Estado.

Ao longo do primeiro mandato de Dilma, mesmo diante de insistentes alertas de técnicos do governo segundo os quais tal conduta estava comprometendo a capacidade do Estado de honrar seus compromissos, a equipe econômica da petista – por ordem expressa dela – continuou a cavoucar o erário para dele extrair os recursos necessários para manter as políticas populistas do PT, enquanto maquiava as contas para enganar o País a respeito do estado putrefato das finanças nacionais.

Se ainda havia alguma dúvida a respeito dessa irresponsabilidade, mesmo diante das contundentes conclusões do Tribunal de Contas da União (TCU), um documento sigiloso produzido por técnicos do Tesouro Nacional em julho de 2013, revelado agora pelo jornal Valor, comprova de uma vez por todas que o governo sabia perfeitamente dos riscos que assumiu ao recorrer às mutretas fiscais para sustentar a malfadada “nova matriz macroeconômica” – um delírio estatista nascido das convicções de Dilma.

O relatório dizia que, a se manter aquela política inconsequente, o Brasil perderia o grau de investimento em até dois anos e teria um passivo de R$ 41 bilhões em razão das “pedaladas” no pagamento de diversos subsídios. Afirmava também que a chamada “contabilidade criativa” – conjunto de truques para simular superávit em contas que apresentavam déficit – minava a credibilidade da política fiscal.

Esse estudo foi apresentado ao secretário do Tesouro, Arno Augustin, em novembro de 2013. Na época, já estava claro que a “nova matriz” fazia água por todos os lados – a inflação subia mesmo com a contenção dos preços administrados, as despesas do governo cresciam mais do que a arrecadação e as desonerações já atingiam R$ 70 bilhões. Com esse cenário, informa a reportagem, os técnicos alertaram que a situação fiscal se tornaria em breve insustentável e que a meta de superávit primário daquele ano, de 2,3% do PIB, não seria atingida. O secretário reagiu. Disse que aquela reunião tinha o objetivo de acabar com o “motim” dos técnicos contra a política econômica – que, segundo Augustin, era fundamental para manter o crescimento do País. Ademais, afirmou ele, somente quem havia sido eleito – Dilma Rousseff – tinha a prerrogativa de ditar a política econômica. Aos técnicos, portanto, cabia somente acatá-la. Qualquer forma de crítica era considerada uma sabotagem.

Ao longo de 2014, em razão da campanha eleitoral, o controle de informações e decisões no Tesouro e na Fazenda, do ministro Guido Mantega, ficou ainda mais rígido. Naquele ano, as “pedaladas” já haviam inflado os resultados fiscais em quase 300% – tudo para que Dilma pudesse garantir, no palanque, que o País estava com as contas em ordem e pronto para dar um formidável salto a partir de sua reeleição. “O Brasil vai bombar em 2015”, chegou a declarar a presidente, acusando os adversários de “alarmismo”.

Naquela oportunidade, como agora ficou claro, Dilma já sabia qual era o tamanho do desastre que estava por vir e mentiu deliberadamente para se eleger. Portanto, que as aparências não enganem. Arno Augustin pensava e agia conforme suas convicções, mas todas as suas atitudes resultaram de ordens diretas de Dilma, de quem o secretário era apenas um “soldado”, um “cumpridor de tarefas”, na definição de alguns dos entrevistados pelo Valor. Arno cometeu vários delitos, mas o principal foi não ter contrariado a chefe – esta sim, inteiramente responsável por todas e cada uma das medidas que resultaram no flagelo fiscal que o Brasil enfrenta hoje.