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sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Depois das guerras da Ucrania e Hamas-Israel, Venezuela-Guiana é o novo desafio da diplomacia brasileira

 Depois da agressão de Putin à Ucrânia, do Hamas contra Israel, Maduro cria novo foco de tensão, e possível guerra, com a diplomacia brasileira tendo de se manifestar OBRIGATORIAMENTE a respeito de um território que já foi brasileiro em parte.

Conflito na América do Sul: Nova crise na mesa de Lula: Venezuela ameaça anexar a Guiana
Veja.com, 02 de novembro de 2023
Lula está diante de uma nova e grave crise diplomática: Nicolás Maduro, ditador da Venezuela, deslocou tropas para a fronteira com a Guiana e ameaça anexar dois terços do território desse país depois do domingo 3 de dezembro, quando pretende legitimar em referendo a criação de um "Estado da Guiana Esequiba".
O governo da Guiana pediu na segunda-feira (30/10) a intervenção imediata da Corte Internacional de Justiça, conhecida como Corte de Haia, organismo das Nações Unidas com jurisdição sobre conflitos entre Estados.O primeiro-ministro de Guiana, Mark Anthony Phillips, esteve em Washington nesta quarta-feira (1/2) e obteve garantia de apoio do governo Joe Biden. Em seguida foi à sede da Organização dos Estados Americanos onde apresentou evidências de que a Venezuela está concentrando tropas e construindo um aeroporto militar na fronteira.
Phillips ouviu do embaixador brasileiro na OEA, Benoni Belli, uma oferta de mediação lastreada na experiência secular do Itamaraty de solucionar conflitos pela via diplomática.A disputa territorial Venezuela-Guiana começou há 134 anos.
Até agora, a Guiana venceu o caso em praticamente todas as instâncias internacionais de arbitragem.O declínio político e econômico do regime ditatorial venezuelano levou Maduro a adotar uma postura de confronto aberto inspirado no "modelo" da Rússia de Vladimir Putin na tentativa de anexação da Ucrânia, por enquanto sem êxito.Maduro marcou para 3 de dezembro um "referendo consultivo" que, na prática, levará a Venezuela a abandonar formalmente o processo de arbitragem em curso na Corte de Haia, abrindo caminho para ações unilaterais, eventualmente com invasão militar.
Entre as questões previstas no "referendo" estão a afirmação da soberania da Venezuela sobre a maior parte da bacia do rio Essequibo, ou seja, sobre quase dois terços do território da Guiana estabelecido em 1899 e, desde então, reconhecido em acordos.A consulta de Maduro prevê, ainda, aprovação da criação do "Estado da Guayana Esequiba", em território do país vizinho, com imediata emissão de carteiras de identidade venezuelana à população local.Por trás da manobra está a ambição do regime da Venezuela na apropriação da maior parte de um território onde foram descobertas grandes reservas de petróleo.
Os dados mais recentes indicam disponibilidade comercial reconhecida de nove bilhões de barris de petróleo, equivalente a 60% da reserva brasileira no pré-sal.Foi no Natal de 2019 que os 782 mil habitantes da Guiana receberam a confirmação de um grande prêmio da loteria geológica: o petróleo começou a jorrar no campo de Liza-I, a 120 quilômetros da costa, em frente à capital Georgetown.Mudou a sorte do país mais pobre da América do Sul, vizinho do em 1.605 quilômetros de fronteira com Roraima. O petróleo produzido renovou a perspectiva de futuro de uma sociedade construída por migrantes indianos e africanos nas colonizações holandesa e britânica até 1966.
A ditadura venezuelana, provavelmente, não deve ir além das ameaças. Faltam-lhe apoio doméstico e externo e, sobretudo, dinheiro para uma aventura do gênero em área de interesse primordial dos Estados Unidos, a exploração das reservas de petróleo da Guiana.
O estrago, no entanto, já está feito: Maduro conseguiu aumentar a instabilidade política na América do Sul. América do Sul.

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Governo e oposição da Venezuela criticam líder da OEA por postura sobre Guiana
Zero Hora - Últimas Notícias
02 de novembro de 2023

O governo e a oposição da Venezuela, normalmente com posições antagônicas em tudo, concordaram, nesta quinta-feira (2), em condenar a postura do secretário-geral da OEA, Luis Almagro, sobre a centenária disputa com a Guiana pelo território de Essequibo, zona rica em petróleo.

Almagro, um crítico ferrenho do governo do presidente Nicolás Maduro e aliado natural da oposição, advertiu na quarta-feira a Venezuela por "provocar" a Guiana com uma "linguagem preocupante" e a convocação de um referendo sobre a disputa.

"As expressões deste nefasto personagem, uma desgraça para a história latino-americana e caribenha, correspondem a uma linha vergonhosa de provocação que tenta desestabilizar a região", informou um comunicado do Ministério das Relações Exteriores.

"O ódio do senhor Almagro pela Venezuela leva-o novamente a colocar-se à margem da legalidade internacional."

A Venezuela convocou para 3 de dezembro este referendo consultivo, não vinculativo, que propõe a criação de um estado (província) nessa região e a nacionalização de seus habitantes.

"O regime (da Venezuela) deve respeitar os princípios de paz e evitar qualquer confusão e mensagem lesiva", disse Almagro, que alertou sobre "provocações" e sobre os movimentos de tropas na fronteira.

"Seu silêncio sobre as concessões em território em disputa e inclusive em águas que são da Venezuela e não estão em discussão é grave. Seja pelo menos imparcial", declarou Gerardo Blyde, membro da delegação da oposição em negociações com o governo de Maduro mediadas pela Noruega.

"O Essequibo é um assunto de Estado que envolve todos os venezuelanos, além de quem exerça o poder", disse Blyde.

- "Campanha contra o referendo" -

Biagio Pilieri, outro porta-voz da coalizão oposicionista Plataforma Unitária Democrática (PUD), disse durante uma entrevista coletiva na quarta-feira que os partidos agrupados neste bloco defendem que "o Essequibo é território venezuelano".

"Disso não pode haver dúvida, não a houve, nem a há, nem a haverá jamais", destacou Pilieri, que apontou que a PUD fixará posição sobre se a consulta "ajuda ou não" a causa venezuelana pelo Essequibo.

"A Venezuela tem um ponto de unidade em torno da defesa do território e do Essequibo, que não se deve confundir a defesa dos venezuelanos ao Essequibo com um apoio político a ninguém", disse aos jornalistas o consultor político Luis Vicente León, diretor da Datanálise.

No entanto, seguindo essa tradição antagonista, Maduro acusou a oposição venezuelana de liderar uma campanha contra o referendo consultivo organizado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano.

"Começaram uma campanha contra o referendo consultivo, denuncio a campanha da ultradireita da Plataforma Unitária que viola os acordos de Barbados e que ofende o povo da Venezuela e que faz o trabalho da Exxon Mobil", afirmou Maduro na segunda-feira mostrando um suposto panfleto.

* AFP

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Venezuela: o grande teste da clausula democratica do Mercosul e da Unasul (InfoLatam)

Venezuela crisis

Maduro radicaliza el discurso y se prepara para la confrontación

Infolatam/Efe
Caracas, 13 de diciembre de 2015

Las transiciones del populismo a la democracia

El análisis
Carlos Malamud
(Infolatam).- “A la vista de las resistencias exhibidas por Fernández para iniciar un traspaso de poder ordenado a su sucesor, Mauricio Macri, y de las estentóreas declaraciones de Nicolás Maduro referentes a la victoria de la MUD (Mesa de Unidad Democrática), es obligada una reflexión sobre estas cuestiones. Especialmente de la forma en que se produce la alternancia y el paso de un gobierno a otro en algunos países latinoamericanos, como ha hecho recientemente Héctor Schamis”.
La herida en el ala del proyecto socialista tras la derrota electoral de las parlamentaria mantiene encendido el discurso del presidente de Venezuela, Nicolás Maduro, que, dijo, está dispuesto a poner su propia vida” para defender el legado de su padre político, Hugo Chávez.El riesgo que supone la mayoría calificada de 112 diputados controlando el Parlamento -que por 15 años estuvo bajo el influjo chavista-, al proyecto de la llamada “revolución bolivariana, es algo que, según Maduro, pone al país ante una “crisis de grandes dimensiones”.
El escenario que se avecina con la toma de posesión del centenar de opositores y los 55 diputados oficialistas, dijo, enfrenta a la nación “ante una crisis de grandes dimensiones” a la que Maduro también se refiere como “una crisis contrarrevolucionaria de poder”.
El líder chavista habló frente a casi tres mil soldados en un acto de la Fuerza Armada (FANB) para asegurar que “se va a generar una lucha de poder entre dos polos: el polo de la patria que quiere seguir construyéndose, y el polo de la antipatria que por primera vez se anota (…) un éxito circunstancial”, dijo para referirse con esto último a la oposición.
El jefe de Estado venezolano que piensa que “se van a generar grandes tensiones”, alertó que ante estas circunstancias la Constitución prevé herramientas para contrarrestar este posible escenario aunque no ahondó en los detalles.
“Hay una rebelión de las masas, no nos llamemos a engaños. Eso sí, la Constitución tiene sus mecanismos para regular este tipo de grandes tensiones históricas y esos mecanismo los vamos a aplicar uno detrás de otro”, dijo.
A lo largo de esta semana tanto Maduro, como el actual presidente del Parlamento, Diosdado Cabello, han dado pistas de las acciones que tomará la mayoría oficialista que controlará la Cámara hasta el 4 de enero, para blindar su poder.
“Esta patria no la implosionan, no la destruyen, no la hacen retroceder. No. A cuesta de nuestra propia vida no lo voy a permitir(…) ante las dificultades más revolución”, reclamó.
Maduro, al igual que algunos líderes del chavismo, afirma que la oposición agrupada en la Mesa de la Unidad Democrática (MUD) logró la victoria “circunstancialmente” producto de una “guerra no convencional” que busca “desbancar de raíz el modelo social político económico” propuesto en el país con la llegada al poder de Hugo Chávez (1999-2013).
Aunque señaló que “como demócrata” reconoce la derrota, pidió a sus partidarios “no nos confiemos” y les llamó además a que se preparen “para defender la patria y que nadie vacile, esta es la causa más justa que jamás haya existido”, dijo.
“No permitiremos que la derecha y la burguesía entreguen la independencia”, añadió el mandatario que, dijo además, ser “un soldado listo y preparado para dar su vida y sacrificarse en el campo que toque sacrificarse por ver a nuestra patria libre y soberana”.
Este mismo llamado lo ha hecho estos días Maduro a la militancia del Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV), a quienes ha llamado a reorganizarse y ahondar en los motivos de la derrota que dio un revés al chavismo que se midió en más de dos millones de votos.
Mientras tanto, el excandidato presidencial venezolano Henrique Capriles pidió a Maduro llamar al país a “un gran diálogo nacional” para atender la crisis económica del país suramericano, y dejar de lado los problemas del PSUV.
El gobernador del céntrico estado Miranda afirmó que el país petrolero está “deteriorándose” ante la caída del precio del crudo, que ronda los 31 dólares por barril, el más bajo en once años, por lo que, dijo, “urge” que el Gobierno “convoque a un gran diálogo nacional”.
“Los venezolanos no podemos distraernos, tenemos que exigir que se atienda la peor crisis económica y social de nuestra historia”, señaló el líder opositor a través de un mensaje en la red social Twitter.
En este sentido, el opositor llamó la atención sobre los niveles de las reservas internacionales del país que esta semana, de acuerdo con datos oficiales del Banco Central de Venezuela, se encuentran en 14.601 millones de dólares, según Capriles, el más bajo en los últimos 12 años.
El propio Maduro reveló en la misma jornada que Venezuela perdió el 68 % de los ingresos en divisas producto de la caída del petróleo a lo largo de 2015, un año que calificó de “terrible”, donde “se combinaron todas las formas sucias, ilegales, ilegitimas para atacar a un país, para atacar un modelo de redención”.
Venezuela tiene previsto que la inflación del país cerrará el 2015 en el 100 % y que la economía, que entró en recesión en el 2014, se contraerá este año un 4 %.

segunda-feira, 9 de março de 2015

Venezuela: novo fracasso da Unasul - Carlos Malamud

Nuevo Fracaso de Unasur en Venezuela
Infolatam
Madrid, 8 marzo 2015 
Por CARLOS MALAMUD

(Especial Infolatam).- La visita a Caracas del secretario general de Unasur, Ernesto Samper, acompañado por los ministros de Exteriores de Brasil, Colombia y Ecuador no sólo puso de relieve, una vez más, la ineficacia de esta instancia regional, sino también la imposibilidad de alcanzar una solución negociada a la crisis de gobernabilidad que vive Venezuela. Contraponiendo las normas básicas de la diplomacia, Samper optó por abandonar la equidistancia, mostrándose mucho más próximo al gobierno de Nicolás Maduro que a las fuerzas de la oposición.
Ya desde su llegada optó por exponer sus puntos de vista de forma categórica, con escasos matices: “Estamos aquí por invitación del presidente… Hemos recibido informaciones que registramos con preocupación y frente a esta evidencia queremos declarar de manera enfática que todos los estados de Unasur, sin excepción, rechazarán cualquier intento de desestabilización democrática de orden interno o externo que se presente en Venezuela”. Tal postura inicial condenó al fracaso cualquier intento posterior de potenciar el diálogo por encima de otras respuestas más altisonantes o rupturistas.
Es posible que la hoja de ruta trazada por Samper partiera de la premisa de que sin una mínima complicidad con el gobierno bolivariano no habría avances concretos en ninguna dirección. Puede ser, pero eso no debería excluir un mayor respeto y atención a la otra parte. A partir de aquí, el balance que hizo el secretario general de su labor en los días pasados no puede ser más triunfalista.
Por un lado, anunció que las elecciones parlamentarias se celebrarían en septiembre, algo que la oposición cuestionó al no haber ninguna confirmación del Consejo Nacional Electoral. Resulta cuanto menos curiosa, por contradictoria con estas afirmaciones, lo dicho por la ministra colombiana de Exteriores María Ángela Holguín.
Holguín señaló que la delegación de Unasur trasladó a los opositores con los que se había reunido que el propósito de su misión no era el reinicio del diálogo, algo que “en ningún momento se planteó como tal”. Por el contrario, el principal objetivo era desarrollar “el tema electoral, sobre todo para oírlos en cómo están viendo ese proceso”.
Por el otro lado, Samper manifestó de forma rotunda que su paso por Venezuela “abrió caminos para el diálogo político que se mantenía cerrado por más de un año”. A la vista de las declaraciones de todos los sectores de la oposición, tanto de quienes fueron convocados a encontrarse con la delegación de Unasur, como de quienes fueron marginados, tal conclusión resulta bastante cuestionable. Entre otros argumentos manejados por la oposición destaca la negativa de Unasur de entrevistarse con Leopoldo López o con Antonio Ledezma, ambos presos en la cárcel de Ramo Verde.
Henrique Capriles descalificó a Unasur por su escaso conocimiento de la realidad venezolana, mientras otros representantes de la oposición se expresaron de forma más rotunda. Los más duros fueron aquellos excluidos, como Jesús Torrealba, secretario general de la MUD (Mesa de Unidad Democrática), quien apuntó: “Samper llegó a Venezuela con un discurso parcializado y una convocatoria excluyente. Así no se promueve el diálogo, se confronta. Vino a apoyar le leyenda madurista de golpes de estado imaginarios y guerras económicas ficticias. Está haciendo las relaciones públicas del Gobierno”.
Algunas de las manifestaciones de Samper soliviantaron a aquellos opositores más reacios al diálogo y convencieron a los más neutrales de que su misión tenía poco recorrido. En este sentido destacan algunas de sus declaraciones, como que en Venezuela había separación de poderes o que Unasur jamás apoyaría ninguna salida golpista, algo en lo que, paradójicamente coincide con la mayor parte de la oposición. Un tema al que el secretario general de Unasur dio mucha trascendencia fue el del abastecimiento, al punto que anunció que su organización convocaría una comisión especial “para crear unas cadenas regionales de apoyo a la distribución de ciertos y precisos bienes de consumo básico”.
Esta afirmación tan sui generis revelarían la existencia de un rol nuevo y promisorio para Unasur, abocada a resolver las deficiencias de abastecimiento de los venezolanos. El problema de fondo, al que es incapaz de responder el gobierno de Maduro, es que mientras no se restablezca el normal funcionamiento de los mecanismos del mercado cualquier esfuerzo por paliar la situación será en vano.
Con sus polémicas declaraciones Samper no sólo ha puesto en cuestión la capacidad de Unasur de mediar en el conflicto venezolano, sino también la credibilidad futura de la organización como interlocutor válido en los distintos foros multilaterales. Poco le sirve a Unasur que su actividad sea equiparada con la del ALBA.
Las reiteradas denuncias de la comunidad internacional frente al silencio de los gobiernos latinoamericanos respecto al conflicto venezolano obligó a dar alguna respuesta. La iniciativa de Unasur podía haber sido el camino para comenzar, lentamente y con mucho trabajo por delante, a desactivar lo que puede ser una crisis de repercusiones regionales. La falta de equidistancia y, sobre todo, la menor muestra de empatía con el otro han servido para condenar definitivamente al fracaso cualquier posibilidad de diálogo pacífico en Venezuela.

sábado, 19 de julho de 2014

O Senador e o professor: confronto de ideias? - Fernando Tiburcio


O professor e o senador
FERNANDO TIBÚRCIO PEÑA
O Globo, 15/07/2014
 
É um convite à reflexão a recente troca de farpas entre Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, e Ricardo Ferraço, presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado. Provavelmente incomodado com a natural repercussão que teve a entrevista do senador Ferraço nas páginas amarelas da revista de maior circulação no país, o professor aposentado da Unicamp partiu para o contra-ataque usando a condenável estratégia de desqualificar academicamente o seu opositor. A meu ver, não surtiu efeito. Li o seu artigo-resposta e fiquei com a sensação de que o professor estava schopenhauerianamente tentando vencer o debate sem ter razão.
A certa altura, Marco Aurélio Garcia — a quem Ferraço chamou de “chanceler de fato” — acusa o senador de recorrer a velhos chavões da direita. Na ótica do professor, como o “comunismo” está virando um assunto restrito aos livros de história, o senador teria encontrado um novo “espantalho” para subsidiar um discurso supostamente conservador: o “bolivarianismo”. Marco Aurélio Garcia enfatiza que o senador não explicou que bicho é esse, embora ele também não o tenha explicado. Foi aí que percebi que eu próprio, quem sabe por uma deficiência acadêmica, não era capaz de traçar com precisão o conceito de “bolivarianismo”.

Quando vi a presidente Dilma Rousseff assinar o decreto que disciplina a criação dos conselhos populares, tive a impressão de que houve sim, muito diferente do que diz o professor Marco Aurélio, uma certa influência bolivariana. Sei que o diabo andou por ali, mas não saberia dizer com segurança que cara tem o diabo.
Para o meu alívio, depois de muito pesquisar, descobri que são incipientes as tentativas de encontrar uma definição para o termo e que, na maioria das vezes, há uma compreensível confusão entre “bolivarianismo” e “chavismo”. O que achei na doutrina não vai além do óbvio vínculo que tem o movimento sociopolítico com a sua fonte inspiradora, Simón Bolívar. Então, decidi sistematizar as características que moldam o bolivarianismo, como parte de uma atrevida experimentação com o fim de estabelecer as bases para um futuro conceito. As mais evidentes talvez sejam a dificuldade dos seus líderes para se desapegarem do poder e a formação de uma nova elite nos seus respectivos países.
Basta ver que o próprio Simón Bolívar se autodenominou “ditador e libertador das Províncias Ocidentais da Venezuela”. Bolívar se rodeou de pompa própria de uma corte, deixando os assuntos importantes nas mãos de favoritos, que acabaram por arruinar as finanças públicas, levando-os a recorrer a meios odiosos para reorganizá-las. Não sou eu que estou dizendo isso. O juízo de valor, que um século e meio mais tarde serve para contextualizar a atual elite chavista venezuelana, foi feito por um dos maiores ícones da esquerda, senão o maior: Karl Marx.
Hoje, além do presidente venezuelano Nicolás Maduro, discípulo de Hugo Chávez, outros três presidentes latino-americanos se autoproclamam bolivarianos: Evo Morales, Rafael Correa e Daniel Ortega. Manuel Zelaya, o caudilho hondurenho que o Brasil acolheu em sua embaixada em Tegucigalpa, outro bolivariano confesso, não é mais presidente (em que pese o intento frustrado de sua mulher, Xiomara, para tentar ressuscitar o zelaísmo). Foi apeado do poder por um golpe de Estado que teve como estopim as suas manobras para alcançar um segundo mandato, uma iniciativa tão aterradora para a Constituição de seu país, a ponto de sujeitar Zelaya a perder a cidadania hondurenha.
Evo Morales obteve num Tribunal Constitucional Plurinacional totalmente manipulado pelo governo o direito de concorrer a um terceiro mandato, não obstante o fato de a Constituição boliviana proibir expressamente mais de uma reeleição imediata.
Rafael Correa, que também sonha em se eternizar no poder, deixou para trás Evo Morales. Inspirador da virada de mesa do líder cocaleiro, Correa já está no terceiro mandato, um estado de coisas que afronta a Constituição. A solução para permanecer por mais tempo no Palácio de Carondelet foi apelar para reeleições indefinidas. Sem a menor vontade de largar o osso, Correa decidiu apoiar uma emenda constitucional que poderá reconduzi-lo uma ou mais vezes à Presidência do Equador.
Maduro, por obra de seu mentor, e Ortega, por obra dele mesmo, não têm motivos para se preocupar: as regras do jogo foram mudadas enquanto o jogo era jogado e agora a reeleição indefinida faz parte dos sistemas eleitorais da Venezuela e da Nicarágua.
Personagens de uma América Latina populista. Companheiros dos convescotes do Foro de São Paulo. Amigos do professor.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Venezuela: nao se pode dialogar dentro da cadeia, nao e' mesmo?

Uma providencia elementar, de tão razoável, sensata e necessária, que mesmo chanceleres da Unasul poderiam te-la feito, não é mesmo?
Paulo Roberto de Almeida 

Oposição venezuelana só negocia se Nicolás Maduro anistiar presos

Presidente pretende se encontrar na terça-feira, em Caracas, com membros da Mesa de Unidade Democrática, mas exigências podem frustrar diálogo


Denise Chrispim Marin, Enviada Especial / Caracas
O Estado de S. Paulo, 07 de abril de 2014
CARACAS - A oposição venezuelana afirmou na noite desta segunda-feira, 7, que só negociará com o presidente Nicolás Maduro se houver uma anistia para os manifestantes presos nos protestos dos últimos dois meses. A condição foi revelada depois de o presidente, sem consultar os opositores, ter anunciado uma reunião na terça-feira, 8, com representantes da frente oposicionista Mesa de Unidade Democrática (MUD).
Maduro anunciou unilateralmente encontro com a oposição na terça-feira - Santi Donaire/EFE
Santi Donaire/EFE
Maduro anunciou unilateralmente encontro com a oposição na terça-feira
O encontro foi sugerido na conversa de Maduro com chanceleres de seis países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), entre os quais o brasileiro Luiz Alberto Figueiredo. "Será um grande sinal de paz e de democracia para todos os venezuelanos. Advogo a tolerância, a coexistência e convivência dos que pensam diferente", afirmou Maduro, em entrevista depois do encontro com os chanceleres. "Estou desejoso de sentar cara a cara com os dirigentes da oposição. Vamos promover uma grande cruzada nacional de amor e de respeito."
Maduro adiantou que colocaria sobre a mesa de discussão com a MUD seus planos de combate à insegurança pública e de crescimento econômico. A reunião, no entanto, só ocorreria se o governo atendesse quatro exigências da oposição: anistia para os presos políticos, instalação de uma comissão da verdade, renovação equilibrada dos poderes públicos e desmobilização dos grupos paramilitares, conhecidos como "coletivos". A MUD pediu ainda que o primeiro encontro fosse transmitido ao vivo em cadeia nacional.
Até o momento, Maduro não respondeu às reivindicações dos opositores. No fim de semana, os chanceleres desembarcaram em uma Venezuela tão dividida quanto nos dias 24 e 25 de março, quando estiveram no país pela primeira vez para promover o diálogo entre a oposição e o governo. Agora, sinais de fissura dentro do chavismo podem pressionar o governo a dialogar com seus opositores.
Horas antes, Maduro fora cobrado pelo coordenador da Frente Nacional de Classe Média Socialista, Carlos Hurtado, a governar "para todos os venezuelanos". Hurtado, que também é membro do partido do governo, admitiu haver militantes chavistas nas passeatas e comícios convocados pela oposição e insistiu que a oposição tem representatividade eleitoral e deve ser escutada.
"(Maduro), o senhor não é presidente da Praça Venezuela ao Oeste. É presidente de todos os venezuelanos. Goste ou não de um setor, tem de dirigir o país para ambos os setores", afirmou Hurtado, em entrevista à União Rádio, ao referir-se à zona habitada pelos mais pobres em Caracas. "Encontramos camaradas, gente do chavismo, agrupados nas manifestações porque eles são moradores que sofrem quando vão ao supermercado e fazem as mesmas filas (para comprar produtos básicos)."
A declaração de Hurtado ocorreu no momento em que médicos protestavam contra a falta de insumos para tratar seus pacientes e em que os moradores de El Cafetal levantavam novamente as barricadas postas abaixo com violência pelas forças de segurança no domingo.
A Federação dos Centros Universitários (FCU), pouco depois, acusou a perseguição de estudantes mobilizados e seus familiares por grupos paramilitares associados ao governo. Seu líder, Luís Requesens, disse que foi organizada para hoje uma grande mobilização que "surpreenderá o país".
Mesmo confrontados com as declarações de Hurtado, dirigentes dos partidos da base do governo convocaram entrevistas coletivas com a imprensa para reiterar a acusação do ministro do Interior e Justiça, general Miguel Rodríguez, de que a oposição estaria preparando uma nova onda de violência
"Fazemos um chamado à Unasul para que não se deixe levar pelo discurso da oposição de direita fascista e terrorista", declarou Argimiro Ponto, vice-presidente do partido Podemos.
Desde a última visita dos chanceleres, atos de violência foram observados por parte das forças de segurança. Houve ataques ao bairro de El Cafetal, no município de Baruta, da Grande Caracas, e no centro de San Cristóbal, capital do Estado de Táchira, para a remoção de barricadas e prisão de seus responsáveis.
Para evitar uma passeata de estudantes da Universidade Central da Venezuela, em Caracas, a Guarda Nacional Bolivariana e grupos paramilitares os atacaram no câmpus com bombas de gás lacrimogêneo, disparos de balas de borracha e golpes de cassetete.
A perseguição a opositores também tem caráter institucional. A deputada María Corina Machado teve seu mandato cassado pela Assembleia Nacional. O coordenador do partido Vontade Popular, Leopoldo López, foi acusado por quatro crimes e mantido em penitenciária militar, enquanto seu colega de legenda Daniel Ceballos, prefeito de San Cristóbal, foi condenado a um ano de prisão por ter colaborado com as barricadas.
Os chanceleres terão nesta terça encontros com governadores de oposição e esperam poder, desta vez, conversar com Henrique Capriles, candidato derrotado por Maduro nas eleições presidenciais de 2013. Capriles, governador de Miranda, tem tentado adotar uma posição mais moderada na crise política. Ele criticou ontem Maduro por "alimentar uma guerra entre ricos e pobres" no país.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Historiadores do futuro: confiem nos arquivos da NSA: sao fiaveis... - Augusto Nunes

Os papeis confidenciais americanos -- e isto é a constatação de quem já pesquisou em arquivos americanos, inclusive em papéis da CIA -- são extremamente objetivos e profissionais: descrevem meticulosamente o que acontece em cada país, desde os mais altos escalões de certos governos (hummm...) até os mais baixos escalões de certos movimentos "sociais" (que também podem ser sindicais, de juízes, professores, etc).
Ou seja, não tenho nenhuma dúvida de que se os historiadores quiserem reconstituir certos episódios de nossa diplomacia dentro de 10, 15 ou 25 anos (dependendo do grau de sigilo dos documentos), melhor fariam, ou farão, se confiarem mais nos documentos americanos -- que serão inevitavelmente liberados, em prazos certos -- do que em eventuais documentos da região.
Pelo que eu conheço da história do Mercosul, por exemplo, afirmo com todas as letras que seria impossível refazer a história dos processos decisórios que levaram a certos atos do bloco -- a Tarifa Externa Comum, entre outras -- com base em papéis argentinos, brasileiros, uruguaios ou paraguaios. E não porque eles estivessem contaminados pelo zelo conspiratório dos amigos do Foro de S.Paulo, pelo secretismo doentio dos stalinistas de Havana, ou por quaisquer outras deformações institucionais que passaram a ocorrer na república do nunca antes, mas pela bagunça mesmo, pela falta de registros, atas, minutas de reuniões, que possam ajudar na reconstituição de certos processos.
Confio mais nos papéis americanos, que cobrem tudo com um zelo missionário, informando tudo o que é relevante para seus patrões de Washington.
Quem quer tenha trabalhado em arquivos americanos, sabe do que estou falando.
Contentes, historiadores?
Paulo Roberto de Almeida

Augusto Nunes, 10/09/2013

No fim da tarde de 22 de junho de 2012, uma sexta-feira, o Senado paraguaio aprovou por 39 votos a 4 o afastamento do presidente Fernando Lugo. Graças a informações repassadas pela Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), a Casa Branca não se surpreendeu com o desfecho da crise política, escancarada por 23 tentativas de impeachment. Surpresos ficaram os governos do Brasil e da Venezuela, constataram os agentes da NSA incumbidos de vigiar também a movimentação dos vizinhos decididos a mandar às favas a soberania do Paraguai.
Inconformados com o despejo do reprodutor de batina, Dilma Rousseff e Hugo Chávez resolveram por telefone que o companheiro Lugo merecia continuar no emprego, que a ofensiva deveria começar de imediato e que seria conduzida pelos chanceleres dos dois países. Despachados para Assunção no meio da noite, o brasileiro Antonio Patriota apareceu sem aviso prévio no Senado paraguaio e o venezuelano Nicolás Maduro baixou sem ser convidado na sede do Poder Executivo.
O emissário de Dilma tentou anular a decisão quase unânime do Senado e reinstalar Fernando Lugo na presidência da República. O enviado de Chávez fez o que pôde para convencer os chefes das Forças Armadas a desfazer com um golpe de Estado o que fizera o Poder Legislativo. Ambos fracassaram miseravelmente. O vice-presidente Federico Franco assumiu sem sobressaltos o lugar do ex-bispo, que voltou a ter tempo de sobra para cuidar das ovelhas do rebanho.
A vingança dos parceiros trapalhões foi tramada com a ajuda da Argentina e do Uruguai: 150 anos depois da Guerra do Paraguai, a Tríplice Aliança reeditada por Dilma, Cristina Kirchner e Jose Mujica suspendeu do Mercosul o vizinho insubordinado e oficializou o ingresso da Venezuela, obstruído havia anos pelo mesmo Senado que afastara Fernando Lugo. Sorte do Paraguai: alheio ao assédio dos quatro patetas, que hoje imploram pela volta do país ao mais anêmico bloco econômico do planeta, o novo governo de Assunção prefere noivar com a Aliança do Pacífico e costurar acordos bilaterais muito mais vantajosos.
“Um dia, talvez, se conheça o histórico, as reflexões, os motivos e a atuação de cada um dos protagonistas brasileiros nesses episódios”, registrou o jornalista José Casado no artigo publicado pelo Globo em que divulgou essas informações. “Até lá, continuarão como segredos enterrados nos arquivos de um anexo virtual da Casa Branca: NSA”. O governo lulopetista não costuma deixar provas materiais das safadezas acumuladas pela política externa da cafajestagem (veja o post na seção Vale Reprise). Mas a documentação produzida pela espionagem ianque deixará de ser sigilosa daqui a alguns anos.

O pouco que vazou sobre o caso é suficiente para atestar que os americanos sabem detalhadamente o que Patriota e Maduro andaram fazendo em Assunção no inverno passado. E sabem muito sobre muitas outras coisas. Ainda bem. Deve-se sempre ressalvar que, em matéria de espionagem, o governo dos EUA tem ultrapassado com frequência os limites do tolerável. Mas certos efeitos colaterais são extraordinariamente positivos. Um deles: os documentos que pioraram o permanente mau humor de Dilma  ajudarão a contar a verdadeira história do Brasil.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Venezuela: Maduro cae de maduro o de fresco? - Controversias politicas (ABC, Espanha)

ABC: "Maduro es colombiano, no puede ser presidente"

Son unos documentos que han convulsionado el escenario político venezolano. La legitimidad del presidente venezolano, Nicolás Maduro, ha vuelto a ser centro de la polémica después de que el pasado 29 de julio Guillermo Cochez, ex-embajador de Panamá ante la OEA, mostrara en el programa colombiano NTN24 la partida de nacimiento del mandatario.
En ella se muestra que Nicolás Maduro nació en la ciudad colombiana de Cúcuta. De ser así, Maduro no podría seguir siendo presidente. Ante el revuelo originado por la noticia, el líder opositor, Henrique Capriles, llamó ayer «mentira fresca» al presidente, a quien además acusó de no haber dicho la verdad sobre la salud del fallecido Hugo Chávez y a quien preguntó: «¿También mientes sobre tu nacionalidad?». Por su parte, Nicolás Maduro afirmó que Cóchez «es un demente, además de un pinto muy malo». E insistió en que la oposición solo intenta «quitarse de encima la derrota». En medio de esta controversia, Guillermo Cochez explica a ABC el embrollo en el que está envuelto el mandatario venezolano.
-¿Podría especificar qué dice la partida de nacimiento de Maduro de la que usted dispone?
-Sí, el documento lo hemos encontrado en la ciudad colombiana de Cúcuta, fronteriza con Venezuela. En él aparece, escrito a mano que era como se hacía en aquel entonces, el registro de nacimiento del presidente de Venezuela en la partida número 47, tomo 22A, de noviembre de 1961, bajo el nombre de Nicolás Alejandro Maduro y no como Nicolás Maduro Moros que fue como lo inscribieron en Caracas (Venezuela) once años después. Además, ese segundo registro civil es erróneo ya que está fechado el 23 de noviembre de 1962.
-¿Está autentificada la documentación?
-No, lo que sí está probado es que el padre (Nicolás Maduro), la madre (María de Jesús Moros) y la hermana (María Teresa de Jesús Maduro Moros) del presidente son colombianos, por tanto Nicolás Maduro es colombiano, y no puede ser presidente. Recordemos que, según el artículo 41 de la Constitución, para que un ciudadano ejerza el cargo de presidente de la República se deben dar dos condiciones: «Que sea venezolano por nacimiento» y que «no tenga otra nacionalidad». Al no haber renunciado a la nacionalidad colombiana, Venezuela tendría un presidente ilegítimo
-¿Qué consecuencias acarrea que Maduro tenga la doble nacionalidad?
-En este caso, Nicolás Maduro no podrá continuar su mandato al frente del Ejecutivo, deberá ser encarcelado por transgredir la Constitución y por usurpar un puesto que le corresponde a un venezolano, y habrá que convocar elecciones anticipadas. Podrían ser en diciembre.
-¿Nicolás Maduró nunca ha presentado su partida de nacimiento venezolana?
-No; de hecho hace dos semanas (el pasado 15 de julio) contrajo matrimonio con su pareja Cilia Flórez, en una ceremonia privada oficiada por el alcalde de Caracas, Jorge Rodríguez. En Venezuela hay que entregar la partida de nacimiento antes de firmar el acta matrimonial. Sin embargo, también se ha investigado y nadie ha podido encontrar el registro civil del nacimiento de Maduro, lo que convertiría a Jorge Rodríguez en cómplice del engaño.
-¿Qué opinión le merece Jorge Rodríguez, el alcalde de Caracas?
-Es uno de los grandes dirigentes del chavismo y ha protagonizado varios escándalos. En el año 2009 se le decomisó una fortuna de 36 millones de dólares en una cuenta bancaria en Panamá (Banco Insoduez).
-Si Nicolás Maduro nunca ha presentado su partida de nacimiento en Venezuela, ¿dónde ha nacido?
-Esa es la gran incógnita. No se sabe. Dentro de sus propias filas hay dos versiones: los que dicen que ha nacido en la parroquia El Valle (Caracas) y los que aseguran que lo ha hecho en Chaguaramos, situado en la parroquia de San Pedro (Caracas). Él mismo dijo que es originario de Chaguaramos, que está situado al lado de la parroquia de El Valle. Sin embargo, el Gobierno no debería tener este tipo de confusiones en una cuestión tan delicada. Además, es extraño que su hermana haya nacido en Cúcuta.
-¿Las autoridades colombianas le han ayudado en la investigación?
-No, no han colaborado, aunque he de añadir que conozco bastante bien al presidente colombiano Juan Manuel Santos y no creo que esté tramando nada extraño. Aunque en política nunca se sabe lo que puede pasar.
-Sin embargo, el registro civil de Colombia sí que ha desmentido el documento...
-Es cierto. La información del documento es correcta, lo que no se ha podido demostrar es el número que aparece en el sistema -NUIP, 2.317.759- ni la firma del aval. El funcionario que certificó el documento es Alirio Villamizar, sin embargo Alberto Arias, director nacional de identificación ha negado que Villamizar firmase el registro.
AJ

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