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segunda-feira, 11 de abril de 2016

Octavio Brandao: o primeiro marxista-leninista da esquerda brasileira - Augusto Buonicore (Fundacao Grabois)

Uma análise da obra deste pioneiro do marxismo-leninismo, que já li décadas atrás, não sei em qual edição, e que agora volta pelas mãos (e gráfica) dos camaradas do PCdoB.
O livro é um exemplo de interpretação marxista-leninista extremamente sectária, com todos os chavões a que Brandão tinha direito nessa fase inicial do pensamento marxista no Brasil.
Esse mesmo caráter sectário, simplista, redutor, estaria presente, durante toda a sua vida, em líderes como Luiz Carlos Prestes e alguns outros stalinistas.
Mas, seja o antigo PCdoB -- que foi o nome do Partidão até 1962 -- seja o Partidão depois disso, teve gente melhor, como por exemplo Caio Prado Jr., Leandro Konder, e alguns poucos outros. Marxistas esclarecidos são poucos. Eles tendem a ser religiosos...
Paulo Roberto de Almeida
Artigos
http://www.grabois.org.br/cdm/artigos/141021/2012-03-23/agrarismo-e-industrialismo-o-primeiro-encontro-do-marxismo-com-o-brasil

Agrarismo e Industrialismo: o primeiro encontro do marxismo com o Brasil

Augusto Buonicore  
Fundação Grabois, 23.03.2012
Em 2006 a Editora Anita Garibaldi relançou uma obra fundamental para a reconstituição da história do pensamento político da esquerda brasileira no século XX: Agrarismo e Industrialismo: Ensaio marxista-leninista sobre a revolta de São Paulo e a guerra de classes no Brasil. Seu autor, Octávio Brandão, foi um dos principais dirigentes e ideólogos do Partido Comunista do Brasil que, na ocasião da publicação, dava seus primeiros passos. Não deixa de ser sintomático o fato de que apenas depois de 80 anos de sua publicação, tenha conseguido uma merecida segunda edição. Vários fatores contribuíram para este prolongado esquecimento. O primeiro deles, sem dúvida, é a cultura autoritária de nossas classes dominantes. O livro foi produzido e começou a circular em pleno Estado de Sítio imposto pelo governo de Arthur Bernardes. A Revolução de 1930, que pôs fim ao domínio da oligarquia paulista, também não deu trégua aos comunistas. Ainda em 1931, Octávio Brandão e sua família foram exilados pelo novo regime e só puderam voltar ao país após o fim do Estado Novo. A legalidade do Partido, conquistada em 1945, durou menos de dois anos. Ao longo do século XX, além da ditadura getulista, o Partido Comunista teve de enfrentar o governo autoritário do General Dutra (1946-1950) e uma ditadura militar que durou mais de 20 anos (1964-1985). Essas rupturas democráticas ocasionaram também rupturas na memória da esquerda brasileira. Foram muitos os recomeços e muitos os esquecimentos.
Nasce um clássico
“A 28 de julho de 1924, os revoltosos evacuaram a cidade de São Paulo. O governo Bernardes delirou com a ‘vitória’. Os pequeno-burgueses urbanos ficaram muito desanimados (...). No fundo da sala de jantar, sentado no primeiro degrau de uma escada de ferro, ouvi a narrativa da derrota e, serenamente, comecei a escrever Agrarismo e Industrialismo.
Terminei a parte fundamental menos de um mês depois, a 22 de agosto de 1924. Tirei imediatamente cópias à máquina e espalhei-as entre os amigos”. Assim Octávio Brandão descreveu o início da produção da obra que teria um impacto decisivo na vida do Partido Comunista do Brasil naqueles primeiros tempos.
No entanto, passaria mais de um ano e meio para que o livro pudesse, finalmente, vir a público. Período que Brandão aproveitou para adicionar-lhe mais duas partes: “Síntese”, datada de março de 1925, e “A revolta permanente”, de março de 1926.
Quando ainda estava sendo composto, a polícia política do governo Bernardes invadiu a tipografia. Ela pretendia dar o flagrante e apreender a edição, que supunha estar pronta. Enganara-se, pois o trabalho não havia começado.
Rapidamente, sem que ela percebesse, os operários “jogaram toda composição nas caldeiras das linotipos” destruindo-a. Não conseguindo as provas de que necessitavam, os policiais tiveram de se retirar. Na mesma noite, reiniciou-se o trabalho de impressão daquela que entraria para a história como a primeira tentativa de interpretação marxista-leninista do Brasil.
Em abril, ainda com a capital da República sob Estado de Sítio, Agrarismo e Industrialismo começou a circular. Ele trazia como autor um tal de Fritz Mayer e a informação de que tinha sido publicado em Buenos Aires. Os comunistas espalharam ainda que Mayer era um oficial alemão que tinha participado do levante tenentista de São Paulo e fugira para a Argentina. Tudo isso foi feito com o objetivo de despistar a polícia brasileira. A artimanha parece ter dado resultados.
Naquele mesmo ano, mais de uma dezena de exemplares foi levada a Moscou e um acabou chegando às mãos do líder dos tenentes revolucionários Luiz Carlos Prestes. Mas os mais entusiasmados com aquela obra foram os militantes ligados ao PC do Brasil. A grande imprensa, como era de se esperar, ignorou solenemente sua aparição.

Uma obra pioneira e original
Os objetivos centrais de Agrarismo e Industrialismo eram expor a dinâmica da revolução democrática em marcha no país e uma linha política adequada para o jovem movimento comunista. Não havia, até então, nenhuma formulação tática ou estratégica mais consistente que norteasse a ação da esquerda marxista brasileira. Por isso as teses ali expostas tiveram um forte impacto nas formulações do Partido Comunista e influenciaram as resoluções dos seus 2º e 3º Congressos, realizados em 1925 e 1928.
Octávio Brandão procurou apresentar as peculiaridades da revolução brasileira e o papel das diversas classes naquele processo. Ele foi um dos primeiros a compreender os danos causados pelo domínio imperialista e a identificar a competição existente entre os interesses do imperialismo inglês, decadente, e do norte-americano, ascendente.
Por fim, teve o mérito de destacar a importância da luta que se travava entre a oligarquia latifundiária (os agraristas) e os setores vinculados à indústria (os industrialistas).
Antes mesmo que o 6º Congresso da Internacional Comunista (1928) viesse a estabelecer o cânone da predominância de relações feudais (ou semifeudais) na totalidade dos países da América Latina e da Ásia, Brandão já afirmava o caráter feudal da nossa formação econômica, política e social. Escreveu ele:
“Dominado por esse agrarismo econômico bem centralizado, o Brasil tinha de ser dominado pelo agrarismo político (...). O agrarismo político é a dominação política dos grandes proprietários (...). O fazendeiro de café, no sul, como o senhor de engenho, no Norte, é o senhor. O senhor feudal implica a existência do servo.
O servo é o colono sulista das fazendas de café, é o trabalhador de enxada dos engenhos nortistas. A organização social proveniente daí é o feudalismo na cumeeira e a servidão no alicerce”.
A chamada “tese feudal” teria uma longa vida no interior do movimento comunista brasileiro, até começar a ser questionada mais fortemente por marxistas como Caio Prado Jr. nas décadas de 1950 e 1960.
 
Uma estratégia leninista para o Brasil
Para enfrentar o agrarismo dominante, Brandão propôs a constituição de uma frente única policlassista: “O fazendeiro de café só será derrubado pela frente única momentânea do proletariado com a pequena-burguesia e a grande burguesia industrial”. A estratégia da revolução no Brasil teria como paradigma a Revolução Francesa de 1789 e Russa de fevereiro de 1917. Buscou reproduzir, a seu modo, a tática leninista indicada por Lênin em 1905.
Continuou ele: “Apoiemos, como classe independente, a pequena-burguesia na sua luta contra o fazendeiro de café, pois, segundo Marx, é preciso sustentar os partidos pequeno-burgueses quando estes resistem à reação.
Empurremos a pequena-burguesia à frente da batalha (...). Procuremos arrastar as grandes massas operárias e camponesas em torno de palavras de ordem simples, concretas, práticas e imediatas. Não esqueçamos que o Brasil, como a Rússia, é um país agrário (...)
Empurremos a revolução da burguesia industrial – o 1789 brasileiro, o nosso 12 de março de 1917 – aos seus últimos limites, a fim, de, transposta a etapa da revolução burguesa, abrir-se a porta da revolução proletária, comunista”, escreveu ele.
Brandão tinha a convicção de que ocorreria uma terceira revolta tenentista e que esta seria uma consequência das duas anteriores, ocorridas em 1922 e 1924. Para ele, as contradições que geraram aquelas conflagrações armadas continuavam de pé e se agravando.
Tendo por base essa perspectiva, fez uma previsão genial sobre a crise revolucionária que se abriria alguns anos depois: “Temos, pois em perspectiva, sérias batalhas de classe, isto é uma situação revolucionária.
Se os revoltosos pequeno-burgueses souberem explorar a rivalidade imperialista anglo-americana e a luta entre os agrários e os industriais, se procurarem uma base de classe para a sua ação, se o proletariado entrar na batalha e se essas contradições coincidirem com a luta presidencial e as complicações financeiras, será possível o esmagamento dos agrários (...).
Dada esta situação objetiva, a vitória da pequena-burguesia aliada à grande burguesia industrial e, posteriormente, a vitória do proletariado, serão meras questões subjetivas. Dependerão da capacidade dos revoltosos pequeno-burgueses e dos revolucionários proletários”.
As resoluções do 2º Congresso do PC do Brasil (1925), baseadas no esboço inicial de Agrarismo e Industrialismo, apontavam a "luta entre o capitalismo agrário semifeudal e o capitalismo industrial moderno como sendo a contradição fundamental da sociedade brasileira após a República".
Tendo em vista as particularidades da primeira etapa da revolução brasileira, os comunistas a definiram como revolução democrático-pequeno-burguesa. Baseavam tal formulação na destacada participação política das camadas médias urbanas, através do movimento tenentista, nos processos revolucionários que vinham ocorrendo nos estertores da República Oligárquica.
Era nítida a confusão entre o conteúdo social das tarefas a serem realizadas pela revolução – burguesa ou proletária – e o das forças sociais que teriam um papel mais destacado no processo revolucionário em curso: a pequena-burguesia.
No entanto, devemos destacar que o próprio termo utilizado para definir a revolução brasileira (democrático-pequeno-burguesa) visava a distingui-la da revolução ocorrida na Rússia em 1917; ou seja, procurava captar as suas particularidades e sua originalidade.
Afinal, no Brasil, as classes médias urbanas estavam tendo uma importância política e social bem maior que a dos camponeses. A situação brasileira era bastante diferente da que existira na Rússia e na China revolucionárias.
Dentro desse esquema teórico-político – nascido com Agrarismo e Industrialismo – é que Astrojildo Pereira, secretário-geral do PCB, elaborou o relatório sobre a situação brasileira – que foi enviado ao Secretariado Sul-Americano da Internacional Comunista e publicado na revista Correspondência Internacional em 1928.
Vejamos o que afirmavam os comunistas brasileiros: “a situação econômica e política do país, objetivamente examinada, faz prever uma conjuntura francamente revolucionária, que resultará da coincidência dos seguintes fatores: 1º) Crise econômica resultante de uma catástrofe na política cafeeira (...); 2º) crise política vinculada ao problema da sucessão presidencial no Brasil (1930); 3º) possibilidade de uma repetição de um novo 5 de julho”.
Diante desta terceira revolta que se aproximava e “que tomará proporções muito maiores que as de 24-26”, afirmavam, “não era de se supor que as massas trabalhadoras se mantivessem indiferentes ou neutras (...). Nessas condições, o dever do partido comunista consistirá em colocar-se à frente dela, procurando conquistar não somente a direção da fração proletária, mas a hegemonia de todo o movimento”.
Para derrotar as possíveis tendências direitistas existentes no movimento tenentista, eles apresentavam sua proposta tática:
“No nosso entender, a intervenção decidida do Partido Comunista no movimento, em estreita aliança como os revolucionários pequeno-burgueses (...) na luta comum contra o inimigo, pelo menos dificultará e poderá vencer com maior facilidade essa tendência fascista”.
Esses parágrafos demonstram a sagacidade política daqueles jovens dirigentes comunistas. Eles previram, com anos de antecedência, a crise revolucionária de 1930 – e o fim da República Oligárquica – e apresentaram uma estratégia bastante ajustada àquela situação, especialmente tendo em vista o domínio ainda limitado que tinham do instrumental teórico fornecido pelo marxismo-leninismo.

A guinada esquerdista e a crise no PCB
Em 1929 o movimento comunista pendeu perigosamente para a esquerda. Ao lado do esquerdismo começavam a predominar práticas autoritárias e sectárias – a política leninista de proletarização se transformava em “obreirismo”. Nesse ambiente, marcado pela intolerância, é que foram analisadas a tática e a estratégia dos comunistas brasileiros.
As ideias de Octávio Brandão e Astrojildo Pereira sobre a terceira revolta e a política de aliança centrada na pequena-burguesia urbana – traduzidas nas resoluções dos 2º e 3º Congressos do PCB – foram duramente criticadas pela Internacional Comunista (IC).
Na Conferência do Bureau Sul-Americano da IC, realizada entre abril e maio de 1930, eles foram acusados de desvios de direita e de serem "pequeno-burgueses". A sua tese sobre o caráter "democrático-pequeno-burguês" da revolução brasileira foi alcunhada de menchevique, antimarxista e antileninista por, supostamente, negar a hegemonia do proletariado na revolução democrática e superestimar o papel da pequena-burguesia urbana (os tenentes) em detrimento das massas camponesas.
Logo após a Conferência Sul-Americana, Brandão e vários outros camaradas foram retirados do Comitê Central. Em novembro de 1930 foi a vez de Astrojildo Pereira ser afastado do cargo de secretário-geral, que exercia desde 1922, e do Comitê Central.
Assim, em poucos meses, quase toda a antiga direção, forjada no curso das lutas travadas nos anos 1920, foi afastada de seus postos e substituída por novos militantes que, em sua maioria, eram operários com pouquíssima experiência partidária.
Uma das resoluções do pleno que afastou Brandão afirmava: “O Partido Comunista do Brasil deverá acrescentar sua atividade em sua luta política, estabelecendo sua própria fisionomia, tendendo a adquirir a todo preço a hegemonia do movimento revolucionário que se desenvolve no Brasil, cujas principais forças motrizes serão o proletariado, a massa de assalariados agrícolas e os camponeses pobres”.
Esta era uma aplicação mecânica das resoluções da Internacional Comunista. Elas não tinham em conta o processo revolucionário real que já vinha se desenvolvendo no país e refletiam um profundo desconhecimento das forças sociais em presença, subestimando o papel das classes médias urbanas e superestimando o papel dos camponeses naquela conjuntura.
A partir de então o esquerdismo e o obreirismo, também, passaram a imperar no interior do partido. Abandonou-se a proposta de aliança preferencial com a pequena-burguesia urbana, através do movimento tenentista.
Os prestistas foram considerados os principais inimigos do proletariado revolucionário. No final de 1930 o Bloco Operário e Camponês – órgão de frente única criado pelos comunistas – foi fechado pela direção partidária.
Nesta mesma linha esquerdista, o vereador Octávio Brandão afirmou na tribuna da Câmara do Rio de Janeiro: “O que caracteriza a Aliança Liberal é a sua demagogia. Demagogia caracteristicamente fascista, empregada por Mussolini quando quis apoderar-se do poder, em 1922 (...) O fascismo declarado dos presidentes Washington Luis e Júlio Prestes a ninguém ilude. Mas o fascismo disfarçado da Aliança Liberal ilude muita gente”.
Aqui temos uma adaptação ao Brasil da nefasta teoria do “social-fascismo”, que vinha sendo fabricada no interior da Internacional Comunista, que afirmava serem a social-democracia e o liberalismo irmãos gêmeos do fascismo.
Em setembro de 1930, às vésperas da revolução, um documento do PC do Brasil dizia: “a Coluna Prestes era o inimigo pronunciado do movimento revolucionário, defendia os interesses dos capitalistas estrangeiros, sustentava os feudais e estava pronta a lutar contra todo verdadeiro movimento de massa”. A palavra de ordem dos comunistas passou a ser: “Criai o governo operário e camponês, baseado nos Sovietes!” e “Pela União das Repúblicas Soviéticas da América Latina!”.
As reflexões originais sobre a formação econômica e social brasileira foram abandonadas e substituídas por esquemas mais rígidos que não correspondiam a nossa realidade. Como resultado,  quando, em outubro de 1930, chegou a “terceira revolta”, prevista por Octávio Brandão e Astrojildo Pereira, os comunistas estavam desarmados teórica e politicamente para dela participar com firmeza e independência.
Os sucessivos erros políticos levaram ao isolamento do Partido em relação às massas populares e às correntes progressistas. Ao lado da crise política, ocorreu uma séria crise de direção que desorganizou quase completamente o Partido. Nos quatro anos que se seguiriam à destituição de Astrojildo, o PCB teve seis secretários-gerais.

Da crítica à reabilitação
Tendo em vista os nítidos limites teóricos desse trabalho pioneiro, alguns intelectuais buscaram, consciente ou inconscientemente, desqualificar o livro. Em geral, esses críticos caíram num evidente anacronismo ao cobrarem do jovem dirigente comunista um nível de conhecimento do instrumental teórico marxista que ele – e ninguém no país – poderia ter naqueles anos.
É bom lembrar que o Manifesto do Partido Comunista (1848) de Marx e Engels – obra seminal do socialismo científico – foi publicado no Brasil apenas em 1924, traduzido do francês pelo próprio Brandão.
Na década de 1980, Michel Zaidan Filho escreveu uma série de trabalhos que, entre outras coisas, enalteciam as contribuições originais de Octávio Brandão e Astrojildo Pereira. Nos anos 1990 Agrarismo e Industrialismo foi analisado, sem preconceito, por autores marxistas como Marcos Del Roio, Paulo Cunha, Ângelo José da Silva e João Quartim de Moraes. Este último, em seu ensaio introdutório, escreveu:
“A justiça histórica é lenta como a dos tribunais, mas às vezes não falha (...). Agrarismo e Industrialismo, assim, foi encontrando o lugar que merecia no pensamento marxista brasileiro”. O seu relançamento contribuiu, ainda que modestamente, para o processo de revalorização da elaboração teórica e da prática política dos primeiros comunistas brasileiros.
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*Augusto Buonicore é historiador e secretário geral da Fundação Maurício Grabois.

Bibliografia

BRANDÃO, Octávio. Agrarismo e Industrialismo: Ensaio marxista-leninista sobre a revolta de São Paulo e a guerra de classes no Brasil – 1924. São Paulo: Anita Garibaldi.
_________________. Combates e Batalhas – Memórias. São Paulo: Alfa-Ômega, 1978.
CARONE, Edgar. O PCB – 1922 a 1943. Vol. 1, São Paulo: Difel, 1982.
______________. Classe Sociais e Movimento Operário. São Paulo: Ática, 1989.
CUNHA, Paulo Ribeiro da. “Agrarismo e Industrialismo: pioneirismo de uma reflexão”, in: Novos Rumos, n. 26, São Paulo, 1998.
DEL ROIO, Marcos. “Octávio Brandão nas origens do marxismo no Brasil”, in: Crítica Marxista, n. 18, Rio de Janeiro: Revan, 2004.
DULLES, John W. Foster. Anarquistas e Comunistas no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1977.
QUARTIM DE MORAES, João. “A influência do leninismo de Stalin no comunismo brasileiro”, in: QUARTIM DE MORAES, João (org.). História do Marxismo no Brasil, Vol. 1, São Paulo: Paz e Terra, 1991.
__________________________. “A evolução da consciência política dos marxistas brasileiros”, in: Idem, ibidem, Vol. 2, Campinas (SP): Ed. Unicamp, 1995.
SILVA, Ângelo José da. “Agrarismo e industrialismo: uma primeira tentativa marxista de interpretação do Brasil”, in: Revista de Sociologia Política, n. 8, Paraná: DCS-UFPR, 1997.
ZAIDAN FILHO, Michael. PCB (1922-1929) – Na busca de uma marxismo nacional. São Paulo: Global, 1985.
______________________. Comunistas em céu aberto. Belo Horizonte (MG): Oficina de Livros, 1989.

O Antagonista divulgou a carta de "posse" de Michel Temer (ele vai ter de rever agora...)

Pescado no Antagonista:

http://www.oantagonista.com/posts/a-integra-da-fala-de-michel-temer

A íntegra da fala de Michel Temer


"Quero neste momento me dirigir ao povo brasileiro para dizer algumas das matérias que penso que devam ser por mim agora enfrentadas. Faço naturalmente com muita cautela porque, na verdade, sabem todos, há mais de um mês eu me recolhi precisamente para não aparentar que eu estaria cometendo algum ato, praticando algum gesto com vistas a ocupar o lugar da senhora presidente da República.
Recolhi-me o quanto pude. Mas, evidentemente, neste período fui procurado por muitos aflitos com a situação do nosso País. Agora, quando a Câmara dos deputados decide por uma votação significativa declarar a autorização para a instauração de processo de impedimento contra a senhora presidente, muitos me procuraram para que eu desse ao menos uma palavra preliminar à nação brasileira, o que faço com muita modéstia, com muita cautela, com muita moderação, mas também em face da minha condição de vice-presidente e, naturalmente, substituto constitucional da senhora presidente da República.
Desde logo, quero afirmar que temos um longo processo pela frente, passando pelo Senado Federal. Todas as minhas palavras levarão em conta apenas a decisão da Câmara dos Deputados. Portanto, também minhas palavras são provisórias, já que temos que aguardar e respeitar a decisão soberana que o Senado Federal proferirá a respeito deste tema. Seja quando à admissibilidade da autorização, seja quanto, ao final, o julgamento propriamente dito. Portanto, quero, neste momento, prestar uma homenagem ao Poder Legislativo, tanto à Câmara dos Deputados, que já debateu amplamente este assunto, quanto ao Senado Federal, que irá debater. E, desde logo, quero comunicar aos amigos e colegas, homens públicos, senadores da melhor cepa, sabedoria, que aguardarei respeitosamente a decisão do Senado Federal. Não quero avançar o sinal. Até imaginaria que eu poderia falar depois da decisão do Senado, mas sabem todos os que me ouvem que, quando houver a decisão definitiva, a decisão do Senado, preciso estar preparado para enfrentar os graves problemas que hoje afligem o nosso País.
Desde logo quero dizer aos que me ouvem, repetir, na verdade, o que tenho pregado ao longo do tempo. Os senhores sabem, os brasileiros sabem que, há mais de oito, dez meses, tenho feito pronunciamentos referentes à pacificação do País, à unificação do País porque é chocante, para não dizer tristíssimo, verificar os brasileiros controvertendo-se entre si, disputando ideias e espaços, até aí tudo bem. Mas, quando parte para uma coisa quase física, isso não pode acontecer no nosso País.
A grande missão, a partir deste momento, é a da pacificação do País, da reunificação do País. Estou repetindo o que venho dizendo há muito tempo como responsável por uma parcela da vida pública nacional. Devo dizer também, isto fica para aconteça o que acontecer no futuro, que é preciso um governo de salvação nacional e, portanto, de União nacional. É preciso que se reúna todos os partidos políticos e todos os partidos políticos estejam dispostos à colaboração para tirar o País da crise. Sem essa unidade nacional, penso que será difícil tirar o País da crise em que nos encontramos. Para tanto, é preciso diálogo. O fundamental agora é diálogo. Em segundo lugar, a compreensão. Em terceiro lugar, para não enganar ninguém, a ideia de que vamos ter muitos sacrifícios pela frente. Sem sacrifícios não conseguiremos avançar para retomar o crescimento e o desenvolvimento que pautaram a atividade do nosso País nos últimos tempos antes desta última gestão.
É preciso retomar o crescimento e eu não quero que isto fique em palavras vazias. Tenho muita convicção, como muitos me dizem que a mudança pode gerar esperança e que, gerando esperança, isso pode gerar investimentos não só investimentos nacionais, mas investimentos estrangeiros. Precisamos restabelecer a crença no Estado brasileiro, nas potencialidades do Estado brasileiro. Devo dizer aos que me ouvem que fiz muitas viagens internacionais no primeiro mandato e verifiquei o quanto os outros países que têm muito dinheiro em suas mãos querem fazer aplicando no Brasil. Querem acreditar no Brasil.
O que aconteceu nos últimos tempos foi um descrédito no nosso País e o descrédito é o que leva à ausência do crescimento, à ausência do desenvolvimento, que faz retomar a inflação. De um lado, portanto, temos absoluta convicção de que é preciso prestigiar a iniciativa privada, é preciso que os empresários do setor industrial, do setor de serviços, do setor agrícola, do setor do agronegócio, dos vários setores da nacionalidade se entusiasmem novamente com estes investimentos.
Ao dizer isso, estou pensando apenas naqueles que possam investir? Não. Diferentemente, estou pensando em manter as conquistas sociais dos últimos tempos. Por exemplo, o emprego é uma coisa fundamental para todos os brasileiros. Para que haja emprego, é preciso que haja uma conjugação dos empregadores com os trabalhadores. Você só tem emprego se a indústria, o comércio, as atividades de serviço todas estiverem caminhando bem. A partir daí que você tem emprego e pode retomar o emprego.
De outro lado, devo dizer também que, de fora parte um projeto pela empregabilidade plena, é preciso manter certas matérias sociais porque nós todos sabemos que o Brasil ainda é um País pobre. Portanto, e eu sei que dizem de vez em quando que, se outrem assumir, vamos acabar com Bolsa Família, vamos acabar com Pronatec, vamos acabar com Fies. Isso é falso. É mentiroso e fruto dessa política mais rasteira que tomou conta do País. Portanto, neste particular, quero dizer que nós deveremos manter estes programas e até, se possível, revaloriza-los e ampliá-los até que, isto eu quero deixar claro, o Bolsa Família, por exemplo, há de ser um estágio do Estado brasileiro. Daqui a alguns anos, a empregabilidade tenha atingido um tal nível que não haja necessidade de Bolsa Família. Mas, enquanto persistir a necessidade, manteremos.
Lanço uma mensagem àqueles que têm o capital e àqueles que querem uma mensagem do trabalho e lanço uma mensagem para aqueles que sequer trabalho ainda conseguiram. Claro que vamos incentivar enormemente as parcerias público-privadas à medida que isso pode trazer emprego ao País. Temos absoluta convicção de que hoje, mais do que nunca, o Estado não pode tudo fazer. O Estado depende da atuação dos setores produtivos do País. Empregadores de um lado, trabalhadores de outro lado. Estes setores produtivos é que, aliançados, vão fazer a prosperidade do Estado brasileiro. Estado brasileiro tem que cuidar de segurança, saúde, educação, enfim, de alguns temas fundamentais que não podem sair da órbita pública. Mas, no mais, tem que ser entregue à iniciativa privada. Iniciativa privada no sentido da conjugação da ação entre empregadores e trabalhadores. Neste particular, pretendemos fazer várias reformas que incentivem a harmonia entre esses dois setores da produção brasileira.
Tudo isso que estou a dizer significará, devo registrar, sacrifícios iniciais para o povo brasileiro, em primeiro lugar. Em segundo lugar, não quero gerar nenhuma expectativa falsa. Não pensemos que, se houver uma mudança no governo, em três, quatro meses estará tudo resolvido. Em três, quatro meses, poderá começar a ser encaminhado para resolvermos a matéria ao longo do tempo. Se houver este governo de transição, ou, se não houver, fica essa sugestão que estou fazendo para o governo que vier a manter-se, ficam essas sugestões que, reitero, não são sugestões por mim formuladas ou formatadas neste momento, mas que foram feitas ao longo do tempo.
Há reformas que são fundamentais para o País. Nós todos sabemos. Agora, toda e qualquer reforma não alterará os direitos já formatados, já adquiridos pelos cidadãos. Mas temos que preparar o País do futuro. Muitas matérias até estão em tramitação no Congresso Nacional e nós queremos ter uma base parlamentar muito sólida que nos permita conversar com a classe política, mas conversar também com a sociedade. Os senhores sabem, os que assistiram às minhas palestras nos últimos tempos, que eu faço uma distinção e uma conjugação de governo, governança e governabilidade para dizer que o governo são os órgãos constituídos, não tem a menor dúvida, Executivo, Legislativo, Judiciário. A governança vem pelo apoio político que o governo consegue dos partidos políticos e do Congresso Nacional. Mas é preciso mais do que isso. É preciso a governabilidade. A governabilidade exige que haja uma aprovação popular do próprio governo. Portanto, a classe política unida com o povo levará ao crescimento do País e, portanto, ao apoio ao governo. É com esses três fatores que vamos lidar.
É claro que não vou falar aqui sobre reformas que são fundamentais porque isso será fruto de um desdobramento ao longo do tempo. Como não pensar numa reforma política? Como não pensar numa reforma tributária? E, evidentemente, a reforma tributária envolve um outro tema, que é a revisão do pacto federativo. Toda vez que você pensa numa reforma tributária, você está pensando na distribuição de competências e de recursos para as entidades federativas.
É preciso, mais do que nunca, que as entidades federativas tenham uma autonomia verdadeira. Ou seja, que nós tenhamos uma Federação real e não uma Federação artificial com o tem acontecido nos últimos tempos. Sei, por exemplo, no tópico da Federação, da grande dificuldade dos Estados e municípios nos dias atuais. Há estudos referentes à eventual anistia ou perdão de uma parte das dívidas e até da revisão dos juros que são pagos pelas unidades federadas. Vamos levar isso adiante. Vamos estudar isso com muita detença e vamos levar isso adiante porque a força da União deriva também da força dos Estados e da força dos municípios. A força dessas entidades federativas depende da boa vontade e do apoio da classe política e do povo brasileiro.
Há matérias controvertidas como aquela referente à legislação trabalhista e à legislação previdenciária que nós vamos fazer com um grande diálogo nacional onde nenhum setor será esquecido, nem dos trabalhadores, nem dos empresários, nem do povo brasileiro. Toda e qualquer modificação que vier a ser feita será para garantir o futuro mesmo daqueles que já recebem salário, que recebem aposentadoria. É neste termo que nós vamos trabalhar.
Ou seja, o diálogo de um lado e a conjugação de esforços do outro lado serão os alicerces, digamos assim, do nosso trabalho. É esta a manifestação que eu queria deixar ao povo brasileiro."

Historia economica: dois textos sobre a penuria organizada e equivocos de politica economica - Mises.org

"Free Stuff" Isn't All That It's Cracked Up to Be by Louis Rouanet

Democratic socialism in Britain in the late 1940s brought a wave of shortages with rations falling even below WWII standards.
https://mises.org/blog/free-stuff-isnt-all-its-cracked-be

Hazlitt, 1946: Inflation, Deflation, Confusion by Henry Hazlitt

In his Newsweek column, Henry Hazlitt addresses inflation, deflation, and criticisms of capitalism by "democratic socialists."
https://mises.org/blog/hazlitt-1946-inflation-deflation-confusion

Disponham...
Paulo Roberto de Almeida
11/04/2016

Os Miseraveis, aqueles que permitem a sobrevivencia da mafia: meu artigo no Estadao - Paulo Roberto de Almeida


Os miseráveis

PAULO ROBERTO DE ALMEIDA*
 
Não se pretende tratar aqui da pobreza, da ignorância ou da injustiça social no século 19. Personagens e cenários são diferentes dos imortalizados por Victor Hugo no seu épico de tonalidades sombrias, mas que adquiriu luminosidade nos musicais do século 21. Os nossos miseráveis estão longe de ser pobres, não sofrem nenhuma injustiça social e, se são ignorantes – politicamente falando –, praticam mesmo a velha desonestidade nos negócios públicos, exibindo a má-fé típica dos vilões da dramaturgia universal. Eles são os que permitiram a ascensão, sustentaram a hegemonia e estão comprometidos com a sobrevivência da maior quadrilha política que assaltou o Brasil pela via legal, mas pretende se perpetuar no poder por todos os meios possíveis.
Descartando os rufiões titulares, vamos tratar dos responsáveis, em última instância, pelo sucesso circunstancial e pela sobrevida delongada da delinquência moral que tisnou a governança no Brasil e foi responsável por um dos maiores casos de corrupção já vistos neste nosso planetinha redondo, como diria a peça-chave do maior espetáculo de imoralidade da história política brasileira. Por ordem de importância eles são: 1) grandes banqueiros, 2) gramscianos da academia, 3) empresários estratégicos, a começar pelas construtoras, 4) militantes ignaros, neobolcheviques sem o saber, e 5) aliados úteis e inúteis da incultura brasileira.
Nenhum projeto de poder se faz sem recursos, moeda sonante ou qualquer outro tipo de apoio financeiro, e por isso eu coloco os grandes banqueiros em primeiro lugar da minha escala de miseráveis. Banqueiros, mais do que empresários em geral, são os que têm a visão macroeconômica, empregam os melhores consultores econômicos, trabalham com o recurso universal e fungível, capaz de se desdobrar em todas as esferas da vida pública (e privada também). Ao passo que empresários precisam estar ligados a um setor qualquer e se fazem representar por associações especializadas num ramo determinado da atividade produtiva, ficando por força do ofício na microeconomia, os grandes banqueiros circulam altaneiros por todos os setores da economia, tendo até uma osmose bem mais intensa com a esfera governamental, até nos seus antros mais sensíveis, como soem ser o Tesouro (pela emissão da dívida pública) e o Banco Central (pela supervisão do meio circulante e sua atuação nos mercados de créditos).
Desde o Renascimento, nenhum grande príncipe (ou candidato a) pode assentar o seu poder sem dispor de grandes banqueiros ao seu lado. Foi o que logo percebeu o candidato a condottiere quando ainda transacionava (secretamente, inclusive) com os chefões do seu setor produtivo e, logo, com toda a representação dos industriais. Não existe campanha eleitoral sem ajuda dos financistas; eles foram generosos ao extremo com o dito príncipe, desde o início de sua irresistível ascensão, pois descobriram que poderiam ganhar dinheiro por via da dívida pública e outros mecanismos dos mercados financeiros. São os primeiros e grandes culpados da lista de miseráveis apoiadores dos traficantes da política nacional. São os últimos a pular do barco.
Os gramscianos da academia vêm em segundo lugar porque foram eles que deram legitimidade e aparência de credibilidade aos rústicos companheiros que não tinham, como era natural, a sofisticação do verbo e a clareza da escrita. Foram esses litterati de aluguel que se encantaram com o sindicalista carismático e, frustrados pelas aventuras anteriores do guevarismo urbano, se lançaram de corpo e alma no apoio dito intelectual à nova classe que se preparava para assaltar o céu do poder burguês. Esses gramscianos que não leram Gramsci tinham uma vasta interface (inclusive de classe) com os guerrilheiros reciclados na política partidária, que ensinaram aos sindicalistas alternativos como construir uma máquina de conquista do poder, com alguns toques de clandestinidade e táticas stalinistas de administração, como sói acontecer.
Empresários no Brasil sempre foram historicamente dependentes do Estado, de medidas tarifárias, de subsídios, de regras de não concorrência, que possam melhorar suas vantagens pouco competitivas. Mas há uma categoria de superempresários que está umbilicalmente ligada ao Estado, pois são os que trabalham com as grandes encomendas do governo, na faixa dos sete dígitos ou mais. Empreiteiras, construtoras, o pessoal dos investimentos pesados são geneticamente corruptos de nascimento, em qualquer país, época ou circunstância. No Brasil a promiscuidade chega combinada ao patrimonialismo tradicional da classe política, que nos tempos mais recentes acabou virando um patrimonialismo do tipo gângster. Não surpreende, assim, que os maiores clientes da “república de Curitiba” sejam justamente esses grandes homens da pesada. 
Ninguém precisa explicar o que são os militantes ignaros, pois eles constituem a terceira componente do partido neobolchevique, característica que eles exibem sem ter lido uma linha sequer do grande deformador do marxismo no século 20, o homem que criou a engenharia social totalitária em atividade na pátria do socialismo durante 70 anos, até implodir por força de suas próprias contradições. Eles são a massa de manobra da organização criminosa e farão tudo o que seu mestre mandar, por mais contraditórios, ilógicos ou ridículos que sejam seus slogans.
Finalmente, os companheiros de viagem são esses aspirantes a uma teta qualquer do Estado e que ficam subscrevendo manifestos – redigidos pelos gramscianos – em apoio à sobrevivência dos mafiosos. Eles conseguem falar de defesa da legalidade sem sequer se referir aos casos de corrupção que saltam aos olhos de todos e levaram multidões às ruas do Brasil. Eles são ou não são miseráveis?

*PAULO ROBERTO DE ALMEIDA É DIPLOMATA E PROFESSOR UNIVERSITÁRIO. SITE: WWW.PRALMEIDA.ORG / BLOG: DIPLOMATIZZANDO.BLOGSPOT.COM

Entre Stiegler e Friedman, com quem voce ficaria? Um debate imperdivel...

Recolho, do site do Empiricus, este diálogo que precede à publicidade de seus serviços de aconselhamento financeiro. Deixo a publicidade de lado para transcrever apenas a pequena lição de história.
Paulo Roberto de Almeida
    
Quer tomar um café com Friedman?
Empiricus, 10 Abril 2016

O ano era 1968.

Na cafeteria do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Chicago, dois dos maiores economistas da história batiam um papo informal, quase despretensioso.
Na época, Milton Friedman tinha 56 anos.
George Stigler era um ano mais velho.
Milton ficou mundialmente conhecido como o defensor do livre mercado.
Em paralelo, Stigler levantava a espada contra abusos do governo.
Ambos já despontavam para os alunos de Chicago como monstros sagrados da teoria econômica.
Seriam agraciados com o Nobel apenas tempos depois (Friedman em 1976 e Stigler em 1982), embora ninguém duvidasse disso nos corredores universitários de 1968.
Ouvi essa conversa do relato da Professora Deirdre McCloskey, que a presenciou pessoalmente.
Tomo aqui a liberdade de traduzi-la, preservando o que compete à forma e ao sentido.

#

George: Milton, você parece um pregador religioso! Se as pessoas quiserem livre comércio, terão livre comércio. Mas, se elas não quiserem, nenhum discurso econômico será suficiente para fazê-las mudar de ideia.

Milton: Ah, é justamente aí que eu e você nos distinguimos, Goerge. Nós somos ambos admiradores do livre mercado, mas você acha que o livre mercado já está funcionando desde sempre.

George: E por que não estaria? Os indivíduos são guiados por seus próprios interesses, e votam de acordo com isso - é o que basta para o livre mercado funcionar. Se os eleitores acabam comprando tarifas maiores de importação, provavelmente é o que desejavam ter.

Milton: Não é assim que acontece; os eleitores perseguem vontades, mas frequentemente não sabem quais são exatamente essas vontades. As pessoas precisam de educação. O cidadão médio não tem ideia de como uma tarifa adicional pode machucá-lo.

George: Educação?! Tente então educar um lobista trabalhando a serviço da indústria têxtil [a quem as tarifas de importação beneficiariam].

Milton: Conforme eu disse,  aí nos distinguimos. Sou um professor. Acredito que as pessoas fazem certas coisas simplesmente porque ignoram sua lógica econômica e suas últimas consequências.

George: E eu sou um cientista, um cientista econômico. As pessoas fazem o que fazem porque são sábias.

#

A conversa de café entre Stigler e Friedman sintetiza um debate fundamental na Economia e nas Finanças.

Há economistas que assumem, de antemão, que somos todos racionais. Agindo por conta própria, alcançamos rapidamente a melhor situação possível. Esses são os stigleritas.

Outros, apelidados de friedmanitas, também estão certos de que podemos alcançar a melhor situação possível, DESDE que nos esforcemos para aprender como as coisas funcionam.
(...)
Empiricus

Dean Acheson: presente na criacao do mundo contemporaneo (obituário NYT)


OBITUARY

Architect of Postwar Policy, Acheson Advocated Containment of the Soviet Union

By ALDEN WHITMAN
The New Yok Times, October 12, 1971

One of the principal molders of the American posture in the postwar world, Dean Gooderham Acheson, an urbanely elegant, sharp-minded and even sharper-tongued lawyer, helped to create what he called "half a world, a free half" through containment of the Soviet Union by American military power and political alliances.

As a member of the State Department almost continuously from 1941 to 1953--for the final four years he was President Harry S. Truman's Secretary of State--Mr. Acheson articulated a policy and practice that assumed that the Soviet Union was bent on world conquest and, negotiations being virtually useless, could be deterred only by overwhelming United States economic, political and arms aid to countries on the perimeter of the Communist bloc. Some of his chief achievements were:

The Bretton Woods agreement, which led to the establishment of the World Bank. 

The Truman Doctrine of assistance to Greece and Turkey.

Spade work for the Marshall Plan of bolstering Europe.

Shaping atomic policy.

The North Atlantic Treaty Organization agreement.

The Japanese peace treaty.

The diplomacy of the Korean conflict.

Nonrecognition of Communist China and aid to Chiang Kai-shek in Taiwan.

Creating and rearming West Germany.

Bipartisanship in foreign policy.

As one so intimately associated with the strategy and tactics of the cold war, Mr. Acheson was the target of much contention. To Mr. Truman he was "among the greatest Secretaries of State this country had." To Senator Joseph R. McCarthy, he was soft on Communism for harboring security risks in the State Department and for asserted lack of foresight in dealing with China before 1949. To more moderate critics, he was blind to the reputed advantages of negotiating with the Russians. To revisionist historians of the nineteen-sixties, he was "the Commissar of the Cold War" who invented, or at least exaggerated, Soviet world ambitions and who promoted the United States as a supercolonial power. And to himself he was "the faithful first lieutenant" to Mr. Truman ("the captain with a mighty heart") who was serenely certain that "our efforts for the most part left conditions better than when we found them."

Earthy in Private

Although Mr. Acheson tended to be formal and school-teacherish in his public manner, in private he was colloquial and earthy. Reminiscing about his career in an interview for this article in the spring of 1970, he ticked off his views. Of Mr. McCarthy he said:

"He was a very cheap, low scoundrel. To denigrate him is to praise him."

On the United Nations as a forum for negotiations:

"I never thought the U. N. was worth a damn. To a lot of people it was a Holy Grail, and those who set store by it had the misfortune to believe their own bunk."

Of the Korean conflict, which the United States entered without Congressional approval:

"I don't think there was any alternative to going into Korea. It was a perfectly simple thing to do."

And of the revisionist criticism: "I think it's stupid. Ill-formed is the politest way I can express it."

Mr. Acheson, however, had no riposte to President Nixon (whose Indochina policy he warmly supported), although Mr. Nixon in 1952 had lashed out at "Dean Acheson's College of Cowardly Communist Containment." He indicated that President Nixon had "gone ahead doing what we did" in combating Communism.

Enjoyed Capitol Politics

As a broker in power who helped to pilot many of his plans through Congress, Mr. Acheson recalled his enjoyment of Capitol politics and his fondness for Senator Arthur H. Vandenberg, the Republican leader, and Senator Tom Connally, his Democratic counterpart. Some of his happiest moments, he said, were spent in the Capitol backrooms with these and other cronies. "Some of my worst enemies on the Hill were my best friends," he remarked.

To facilitate a bipartisan foreign policy, Mr. Acheson went on, he had on occasion so drafted bills that the Republicans could "correct" them to their glory, in the name of bi- partisanship. And once he went so far as to write a speech for a critic of the Bretton Woods bill. "It was the best attack on the bill ever delivered," he recalled with a merry laugh.

The personal touch that made Mr. Acheson a Capitol favorite was also the key to his dealings with many foreign diplomats. "The best diplomacy is on the personal level," he said, adding:

"I got along with everybody who was housebroken. But I was never very close to the Russians. They were abusive; they were rude. I just didn't like them."

Toward those he liked, Mr. Acheson had a gentleman-of-the-old-school loyalty. One example was his friendship with Alger Hiss, a former State Department official who was convicted of perjury in a sensational spy-ring case. Mr. Hiss was a friend of long standing and was already under some suspicion when Mr. Acheson was confirmed as Secretary of State. He restated at that time his ties to Mr. Hiss ("And my friendship is not easily given, nor is it easily withdrawn") and later, after Mr. Hiss's conviction, when many of his friends vanished, Mr. Acheson met the situation baldly by telling a news conference," I do not intend to turn my back on Alger Hiss."

"Congress," Mr. Acheson wrote in "Present at the Creation," "flew into a tantrum and the press got all excited." Nevertheless, and with perhaps a touch of arrogance, Mr. Acheson stood by Mr. Hiss. With much the same tenacity, he declined to dismiss John Carter Vincent, a State Department official under fire from Mr. McCarthy, or O. Edmund Clubb. Students of Mr. Acheson have suggested that his defense of Mr. Hiss, Mr. Vincent and Mr. Clubb sprang, in part at least, from his Brahminlike contempt for Mr. McCarthy's right-wing attacks--that Mr. Acheson had "lost" China, pursued a "non-win" policy in Korea and "coddled" Communists in government.

Picture of a Diplomat

And indeed, Mr. Acheson was as lofty in physique as he was in manner. Tall, erect, with wavy hair, bushy eyebrows and a guardsman's mustache, he looked, in his impeccably tailored clothes and black homburg, every inch the formidable diplomat. Added to that was an Ivy League voice and a bright mind's disdain for what he called "ninnies."

Many wondered how the immaculate and patrician Mr. Acheson was able to form an almost perfect union with the small, perky, Midwestern Mr. Truman, a creature of rough- and-tumble Missouri politics. In "Present at the Creation," Mr. Acheson gave an answer, saying:

"As only those close to him knew, Harry S. Truman was two men. One was the public figure--peppery, sometimes belligerent, often didactic, the 'give-'em-hell' Harry. The other was the patient, modest, considerate and appreciative boss, helpful and understanding in all official matters, affectionate and sympathetic in any private worry or sorrow . . .Mr. Truman's methods reflected the basic integrity of his own character."

Another factor was that Mr. Acheson, with all his mature cocktail-circuit charm and quick grasp of complex issues, was reared in fairly modest circumstances. Born April l1, 1893, in Middletown, Conn., Dean Gooderham (pronounced "goodrum") Acheson was the son of an English-born clergyman and a mother whose family were Canadian whisky distillers. Edward Acheson had entered the Anglican ministry, emigrated to Canada and then to the United States, where he became Episcopal Bishop of Connecticut.

To Yale and Harvard

Dean was submitted to the fashionable rigors of Groton under the stern Endicott Peabody and went on to Yale, from which he was graduated in 1915. After marrying Alice Stanley, a painter, in 1917, he gained a Harvard law degree in 1918 and spent his first two years out of school as law secretary to Supreme Court Justice Louis D. Brandeis.

Mr. Brandeis "was like a father to me," Mr. Acheson recalled in 1970. That Justice and Justice Oliver Wendell Holmes greatly influenced his legal thinking, just as did his very close friend of later years, Justice Felix Frankfurter, with whom he often strolled about Washington. The two were congenial on all issues except Israel, which by mutual consent they never discussed.

The Justice, a Zionist, favored the State of Israel, while his friend was disquieted by it as upsetting the Mideast balance. Their friendship, though, was such that Mr. Acheson dedicated one of his books, "Morning and Noon," to "F.F."

In 1921 Mr. Acheson joined the capital firm of what is now Covington & Burling, of which he became senior partner. One of Washington's largest law establishments, it gave Mr. Acheson a comfortable life--a house in Georgetown, a farm in Maryland--and a clientele that included 200 of the nation's largest corporations. When he was not in government, he practiced law.

A Democrat, Mr. Acheson supported Franklin D. Roosevelt in 1932 and was appointed Under Secretary of the Treasury in 1933, a post he held for six months. He broke temporarily with the New Deal when he found himself unable to approve devaluing the gold content of the dollar. He thought that doing it by Executive order was unconstitutional, and he learned from newspapermen that his "resignation had been accepted." His personal relations with the President, however, remained good, and he supported him in 1936 and 1940.

Judgeship Declined

Just before the 1940 campaign, Mr. Roosevelt offered to appoint him to the Court of Appeals for the District of Columbia, a step below the Supreme Court. "I told the President I just can't sit on my tail and listen to foolishness," he recalled in his 1970 interview. "Then the President offered to make me a special Assistant Attorney General. But I told him no, I could do him more good on the outside [he was active in the Committee to Defend America by Aiding the Allies] and that I would write campaign speeches, which I did. Well, then the war came along and I went into the State Department."

As Assistant Secretary of State in 1941 (Cordell Hull was the Secretary), Mr. Acheson was intimately concerned with a number of undertakings that accompanied America's emergence as the world's greatest capitalist power. His initial duties involved international economics. He helped to elaborate the Lend-Lease arrangements that poured $39-billion in American war goods and civilian items into lands resisting Fascism and Japanese warlords.

He was also liaison man with Congress, and had a vigorous hand in developing postwar international organizations, including the Food Agricultural Organization, the United Nations Relief and Rehabilitation Agency, the International Bank for Reconstruction and Development (World Bank) and the International Monetary Fund.

After Mr. Hull stepped down, Mr. Acheson served under Secretary Edward R. Stettinius Jr., a man, he said in his memoirs, who "had gone far with comparatively modest equipment." Then he was Under Secretary of State when the department was headed by James F. Byrnes and by Gen. George C. Marshall.

When Mr. Truman became President in April, 1945, Mr. Acheson formed bonds with him that were to last for their lives. Among his first chores for Mr. Truman was obtaining Senate approval for United States membership in the United Nations. "I did my duty faithfully and successfully," he wrote in hismemoirs, "but always believed that the Charter was impractical."

Mr. Acheson was Under Secretary for almost two years, from August, 1945, to July, 1947, but much of that time, owing to the absences of his chief abroad, he acted as the Secretary. His intractable definition of Soviet policy was elucidated at this time. Stalin, in early 1946, spoke out for Soviet preparedness in what he saw as a hostile world. Analyzing the speech in a telegram to the State Department, George F. Kennan, then charge d'affaires in Moscow, concluded that Soviet policy would be to use every means to infiltrate, divide and weaken the West.

Mr. Kennan's proposals for coming to terms with the Russians did not, however, appeal to Mr. Acheson. "To seek a modus vivendi with Moscow would prove chimerical," he wrote in his memoirs, adding in another place that "Soviet authorities are not moved to agreement by negotiation."

Meanwhile, Mr. Acheson was busy, with David E. Lilienthal of the Tennessee Valley Authority and a group of scientists, drafting a policy paper on international atomic matters. At the time, the United States believed it held a monopoly, and proposed that "no nation would make atomic bombs or the materials for them." Instead, there would be an international authority, with inspection controls and other checks to assure peaceful uses of nuclear energy.

Many of the proposals appeared in what was called the Baruch plan, named for Bernard M. Baruch, who was not in Mr. Acheson's pantheon. "I protested the generally held view that this so-called 'adviser of Presidents' was a wise man," he later wrote. "My own experience led me to believe that his reputation was without foundation in fact and entirely self-propagated."

As Mr. Acheson perceived events in 1946-47, the Soviet Union was embarking on an "offensive against the United States and the West" in the Balkans and the Mideast, which was to reach a crescendo in Korea in 1950. He discerned special danger spots in Greece and Turkey. And in early 1947, when the British reported they could no longer afford to support the royalist Greek regime, he shaped the Truman Doctrine, by which $400- million in emergency military and economic aid was provided those two countries--in Greece to counter "Communist" insurgents and in Turkey to strengthen her armed forces.

Heart of the Doctrine

The heart of the Truman Doctrine was the assertion that "it must be the policy of the United States to support free peoples who are resisting attempted subjugation by armed minorities or by outside pressures." Then and later, however, such commentators as Walter Lippmann questioned whether this was not a formula for America as a world policeman and whether it did not involve repression of legitimate nationalist or revolutionary movements.

In Mr. Acheson's view, however, "the corruption of Greece would infect Iran and all to the East." "It would also," he added, "carry infection to Africa through Asia Minor and Egypt, and to Europe through Italy and France, already threatened by the strongest Communist parties in Western Europe."

Critics of this foreign policy have asked whether his ideological division of the world corresponded with reality, whether "freedom" should be equated with American strategic and political interests, whether the domino theory was justified and whether Communism was equivalent to "Soviet imperialism."

After persuading Congress to approve Greek-Turkish aid, Mr. Acheson voiced the outlines of what became the Marshall Plan in a speech on May 8, 1947. His speech, he said, was a "reveille" to the American people to avert the economic collapse of Western Europe and to prevent its falling into the Communist orbit. Officially, General Marshall was father to the European Recovery Plan, but there is little doubt that Mr. Acheson, with Will Clayton, a State Department official, did most of the work.

The Marshall Plan, in the view of historians such as Louis J. Halle, contributed to the Berlin blockage and Soviet absorption of Czechoslovakia in 1948. Stalin, this argument holds, saw the plan as a design to plant American influence and military power in Western Europe, and he reacted by tightening his vise on Eastern Europe.

For 18 months after the Marshall Plan was offered, Mr. Acheson was out of the State Department at his request to return to a more financially rewarding law practice. "I was tired," he explained. In this period, however, his personal relationships with the President and other leading Washington figures continued to be close. And he was back as Mr. Truman's Secretary of State in January, 1949.

Stating his feelings about Communism in his confirmation hearings, Mr. Acheson said:

"It is my view that Communism as a doctrine is economically fatal to a free society and to human rights and fundamental freedom. Communism as an aggressive factor in world conquest is fatal to independent governments and to free peoples."

Although such a statement might appear to be unequivocal evidence of Mr. Acheson's anti-Communism, it failed to satisfy many on the far right, including Senator McCarthy, Senator William F. Knowland, the Republican leader, and Representative Richard M. Nixon, then aspiring to national prominence. And he was hectored for four years as an insufficiently sterling anti-Red.

The China affair, especially painful to Mr. Acheson, was touched off in the summer of 1949 by a 1,000-page White Paper designed to explain the victory of the Communists despite more than $2-billion of American assistance to Chiang Kai-shek. The Acheson document described the Chiang regime as "corrupt, reactionary and inefficient," and added:

"The unfortunate but inescapable fact is that the ominous result of the civil war in China was beyond the control of the government of the United States. Nothing that this country did or could have done with the reasonable limits of its capabilities could have changed that result. . . . It was the product of internal Chinese forces, forces which this country tried to influence but could not."

The attack on Mr. Acheson (and, through him, on General Marshall, who had tried to compose Chiang-Communist differences) was fueled largely by the China Lobby, Chiang's vociferous partisans in this country. And the cry was taken up by Senators McCarthy and Knowland and others who insisted that State Department aides had been covertly sympathetic to the Communists.

The attack produced more headlines than substance, but it bedeviled Mr. Acheson's years, and left many convinced that Chiang was a victim of American perfidy. Mr. Truman, however, was stout in his defense, retorting to one ouster demand by saying, "Communism--not our country--would be served by losing Dean Acheson."

The attacks "of the Primitives," as he termed them, made it seem that Mr. Acheson was insensitive to Asia. But it was he who established the policy of nonrecognition of the Communist Chinese and supported military and other aid to Chiang on the island of Taiwan, where he fled in 1949.

Furthermore, In May, 1950 Mr. Acheson sought and obtained economic and military aid for France in Indochina to help battle Ho Chi Minh, thus setting America's fateful role in Vietnam. "I could not then or later think of a better course," he said. Additionally, his Japanese peace treaty contained provisions for American military bases in Japan.

In Europe, meantime, Mr. Acheson's theme was to build up areas of strength to counter the Soviet Union. And under his guidance, NATO, or the North Atlantic Treaty Organization of West European nations, Canada and the United States, came into being in 1949. It was the first military alliance every joined by the United States in peacetime.

One consequence of NATO was Mr. Acheson's renewed interest in West Germany, whose institutionalization as a Federal Republic he advanced and whose arming he promoted. He was on good terms with Konrad Adenauer, the Chancellor, recalling him fondly in 1970 as "a most delightful person." The separate German state was not wholly praised, however. In the opinion of Mr. Kennan, for example, it solidified the division of Europe by "arous[ing] keen alarm among the Soviet leaders."

One of the most troublesome of Mr. Acheson's problems was Korea, where conflict between North and South erupted in June, 1950. "Plainly, this attack [from the North] did not amount to a casus belliagainst the Soviet Union," he said. "Equally plainly, it was an open, undisguised challenge to our internationally accepted position as the protector of South Korea, an area of great importance to the security of American- occupied Japan." Mr. Acheson decided that "we must settle ourselves to the use of force. . .to see that the attack failed."

His method was to work through the United Nations Security Council, then being boycotted by the Soviet Union. The Council called the attack "an unprovoked act of aggression," and it was under this authority that American troops, with Gen. Douglas MacArthur in command, moved onto the Korean peninsula in a "police action" to repulse the North Koreans.

Critical of MacArthur

The "police action" was supposed to be limited, but General MacArthur apparently exceeded his instructions by pushing the North Koreans to the Yalu River (when the Chinese entered the conflict) and had to be recalled. A storm broke out over both Mr. Truman and Mr. Acheson. Recalling the episode in his 1970 interview, Mr. Acheson said, "MacArthur was a jackass. If he'd done what he had been told to do, the war would have been finished early, but he wanted to be spectacular, and he loused it up."

Out of office in 1953, Mr. Acheson was a scornful critic of John Foster Dulles's policy of "massive retalliation" to Soviet actions. "This didn't make any sense at all," he recalled afterward. "We had very few nuclear weapons." But he did approve Mr. Dulles's continuation of his policy of American shouldering of global responsibilities.

When Mr. Acheson returned to private life, he commented, "To leave positions of great responsibility and authority is to die a little." However, not only was he active in Washington in the fifties, but also he was a White House adviser of Presidents John F. Kennedy and Lyndon B. Johnson. His protege, Dean Rusk, was Secretary of State in those Administrations, and Mr. Acheson was often called upon for informal help. He counseled President Kennedy, for example, to bomb the Soviet missile sites in Cuba in 1962; and he backed President Johnson's handling of the Vietnam war. He was also called in by President Nixon, with whose Indochina and ABM missile policies he enthusiastically agreed.

He most recently figured in the news last July when Life magazine printed excerpts of an interview with the British Broadcasting Corporation in which Mr. Acheson said President Kennedy was "out of his depth" in the Presidency.

In that interview, Mr. Acheson said that Mr. Kennedy "did not seem to me to be in any sense a great man. I did not think he knew a great deal about any of the matters which it's desirable that a chief of state or a President of the United States should know about. He was not decisive."

In retirement, Mr. Acheson also took to the typewriter, producing six books, including "Present at the Creation," an account of his State Department years that won the Pulitzer Prize in 1970.

In the last year he wrote several articles for the Op Ed page of The New York Times. In one, discussing the publication of selections from the Pentagon Papers by The Times, he wrote:

"We need a severe Official Secrets Act to prevent irresponsible or corrupt transfer of secret papers from the Government to publishers, a commission of the quality of the Royal Commission recently created in Britain under the chairmanship of Lord Franks, to determine how this present disclosure came about and what laws and procedures we used to prevent its repetition and for the faster declassification and release of such papers."

In the concluding pages of "Present at the Creation," Mr. Acheson wrote his own epitaph in these words:

"In 1914 Kaiser Wilhelm II referred to 'Britain's contemptible little army.' When it had taught him to revise that opinion, its survivors often referred to themselves as 'the old contemptibles.' I am happy to greet my comrades of President Truman's State Department with his affectionate appellation and assure them, as they look back upon their service under his leadership during those puzzling and perilous times, that they played a vital role in setting the main lines of American foreign policy for many years to come and that they may feel in their hearts that it was nobly done."

domingo, 10 de abril de 2016

Brazil in Transition? OK, but for WHAT? - livro de Lee Alston, Marcus A. Melo, Bernardo Mueller & Carlos Pereira

O problema dos livros de análise muito contemporânea, que não observam o necessário recuo para ver se determinados itinerários são consistentes, é que eles acabam sendo desmentidos pela realidade antes mesmo de serem lançados.
Acho que esta é a tragédia deste livro:
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Brazil in Transition: Beliefs, Leadership, and Institutional Change
Lee J. Alston, Marcus André Melo, Bernardo Mueller & Carlos Pereira

 Os autores, segundo a sua própria introdução -- primeiro capítulo disponível neste link: http://press.princeton.edu/chapters/s10745.pdf -- acreditavam (até o final de 2013 ou o começo de 2014 provavelmente) que o Brasil se encontrava num caminho virtuoso de desenvolvimento econômico e político, com um processo de inclusão fiscalmente responsável.

A apresentação é igualmente otimista: "Brazil's growth and inflation became less variable, the rule of law strengthened, politics became more open and competitive, and poverty and inequality declined."

Se eles tivessem esperado mais um pouco -- e os sinais precursores daquilo que eu chamo de A Grande Destruição já tinham começado a se manifestar desde o final da década passada -- eles teriam constatado como tudo isso era fugaz, ilusório e sobretudo totalmente errado. Eles não perceberam, desde o Mensalão (2004-2005), que o partido hegemônico era uma organização criminosa? Que o Estado de Direito estava em declínio, em face de todas as ilegalidades perpetradas pelo partido neobolchevique? Que as bases econômicas da inclusão social eram muito precárias?

Eu posso selecionar dezenas de artigos meus, desde meados dos anos 2000, para demonstrar como o Brasil não podia crescer, como as políticas econômicas eram equivocadas, como as instituições estavam sendo minadas por dentro, e como a prevalência do Estado de Direito era uma completa ficção.

Os "endorsements", por alguns autores até famosos nesse terreno, são patéticos, vistos a uma distância de pouco mais de um ano. Como especialistas desse quilate podem se deixar levar por esse falso otimismo?; como eles não viram as bases frágeis do regime de poder e de políticas econômicas do lulopetismo em acão? Foram enganados pelos autores do livro ou pela propaganda do regime? Em lugar da "emergency of a new Brazil", como um desses apoiadores escreve, o que temos agora é a sobrevivência do velho Brasil, só que em lugar dos coroneis de antigamente temos os novos mafiosos da política.

 Lamento pelo livro e pelos seus autores, mas eles vão ter de preparar uma segunda edição, corrigindo todo o falso otimismo demonstrado nesta edição.

Paulo Roberto de Almeida

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Brazil is the world's sixth-largest economy, and for the first three-quarters of the twentieth century was one of the fastest-growing countries in the world. While the country underwent two decades of unrelenting decline from 1975 to 1994, the economy has rebounded dramatically. How did this nation become an emerging power? Brazil in Transition looks at the factors behind why this particular country has successfully progressed up the economic development ladder. The authors examine the roles of beliefs, leadership, and institutions in the elusive, critical transition to sustainable development.
Analyzing the last fifty years of Brazil's history, the authors explain how the nation's beliefs, centered on social inclusion yet bound by orthodox economic policies, led to institutions that altered economic, political, and social outcomes. Brazil's growth and inflation became less variable, the rule of law strengthened, politics became more open and competitive, and poverty and inequality declined. While these changes have led to a remarkable economic transformation, there have also been economic distortions and inefficiencies that the authors argue are part of the development process.
Brazil in Transition demonstrates how a dynamic nation seized windows of opportunity to become a more equal, prosperous, and rules-based society.
Lee J. Alston is the Ostrom Chair, professor of economics and law, and director of the Ostrom Workshop at Indiana University, as well as research associate at the NBER. Marcus André Melo is professor of political science at the Federal University of Pernambuco, Brazil. Bernardo Mueller is professor of economics at the University of Brasília. Carlos Pereira is professor of political science at the Brazilian School of Administration at the Getúlio Vargas Foundation, Rio de Janeiro.






 
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Brazil in Transition:
Beliefs, Leadership, and Institutional Change
Lee J. Alston, Marcus André Melo, Bernardo Mueller & Carlos Pereira

Hardcover | May 2016 | $39.50 | £29.95 | ISBN: 9780691162911
280 pp. | 6 x 9 | 21 line illus. 3 tables.
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eBook | ISBN: 9781400880942 |
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Brazil is the world's sixth-largest economy, and for the first three-quarters of the twentieth century was one of the fastest-growing countries in the world. While the country underwent two decades of unrelenting decline from 1975 to 1994, the economy has rebounded dramatically. How did this nation become an emerging power? Brazil in Transition looks at the factors behind why this particular country has successfully progressed up the economic development ladder. The authors examine the roles of beliefs, leadership, and institutions in the elusive, critical transition to sustainable development.
Analyzing the last fifty years of Brazil's history, the authors explain how the nation's beliefs, centered on social inclusion yet bound by orthodox economic policies, led to institutions that altered economic, political, and social outcomes. Brazil's growth and inflation became less variable, the rule of law strengthened, politics became more open and competitive, and poverty and inequality declined. While these changes have led to a remarkable economic transformation, there have also been economic distortions and inefficiencies that the authors argue are part of the development process.
Brazil in Transition demonstrates how a dynamic nation seized windows of opportunity to become a more equal, prosperous, and rules-based society.
Lee J. Alston is the Ostrom Chair, professor of economics and law, and director of the Ostrom Workshop at Indiana University, as well as research associate at the NBER. Marcus André Melo is professor of political science at the Federal University of Pernambuco, Brazil. Bernardo Mueller is professor of economics at the University of Brasília. Carlos Pereira is professor of political science at the Brazilian School of Administration at the Getúlio Vargas Foundation, Rio de Janeiro.
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"Possibly the biggest thing we don’t understand in social science is how and why a society moves from one institutional equilibrium to another. To tackle this you need history, economics, political science, sociology, and psychology. This pathbreaking book on the emergence of a new Brazil incorporates all of these and more."--James Robinson, coauthor of Why Nations Fail: The Origins of Power, Prosperity, and Poverty
"In contrast to the conventional wisdom that attributes development to geography, policies, culture, and luck, the authors of Brazil in Transition persuasively show that the transformation of institutions and beliefs, the role of leadership, and the seizing of opportunities account for Brazil’s economic performance during the last few decades. This is a powerful framework and argument, elaborated intensively for the Brazilian case, but clearly appropriate to other developing economies around the world."--Kenneth Shepsle, Harvard University
"This book makes the optimistic case for the future of democracy, showing how an autocratic, cronyistic regime can transform itself into a democracy that combines a long-term focus on social inclusion with rational economic policy. An accessible, learned, and compelling account."--Charles Calomiris, coauthor of Fragile by Design: The Political Origins of Banking Crises and Scarce Credit
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    Manifesto de brasilianistas sobre a crise politica no Brasil: meu comentario - Paulo Roberto de Almeida


    meu comentário

    Paulo Roberto de Almeida


    Recebi, de fonte idônea, o Manifesto dos brasilianistas sobre a crise política brasileira, que já circulou amplamente, e eu mesmo devo tê-lo postado aqui ou no Facebook quando de sua divulgação. 
    Mas agora disponho do texto "oficial", se se pode dizer, do manifesto em questão, que em muito se parece com um grande número de outros manifestos acadêmicos que já foram divulgados, a maior parte por iniciativa de suas respectivas diretorias, que provavelmente atuaram em petit comitê, no desconhecimento (possivelmente para evitar a oposição) de boa parte de seus membros, talvez até a maioria, pelo menos daqueles que conhecem o que efetivamente se passa no Brasil, e que não gostaria de estar em aliança com bandidos da política, os mafiosos que assaltaram o Brasil.
    O dos brasilianistas provocou crise, e os meios de imprensa relataram inclusive o protesto e o desligamento do Prof. Anthony Pereira, do King's College da Universidade de Londres, que se desligou do Comitê Executivo da Brazilian Studies Association justamente em protesto pela divulgação irregular, ou seja, forçada, desse manifesto. A ele manifesto minha solidariedade e meus mais calorosos cumprimentos, pelo gesto corajoso. Eu também já me desliguei de duas ou três associações profissionais pelos mesmos motivos.
    Como eu já antecipava, este manifesto, num tom aparentemente neutro, fala em corrupção, mas genericamente, assim como ele fala de políticos e partidos, mas também genericamente. 
    Os autores do manifesto não têm coragem, ou pretendem deliberadamente permanecer coniventes com os corruptos e com o partido (não preciso esconder o nome, o PT) que organizou, deliberadamente, metodicamente, incessantemente, o maior assalto ao país, ao Estado, aos brasileiros, em toda a nossa história, e possivelmente em toda a história do mundo, com exceção de reinos bárbaros da antiguidade e da cleptocracia do Putin na atualidade. 
    O manifesto, como já afirmei sobre similares que circularam no Brasil, um deles até em inglês, para consumo externo, é covarde, enviesado, e se coloca objetivamente do lado dos corruptos e dos fraudadores da vontade popular.
    Lamento que acadêmicos em geral, brasilianistas em especial, tenham descido tão baixo na escala da desonra e da cumplicidade no crime.
    Agradeço a remessa do texto oficial a quem assim procedeu, mas não hesito, mais uma vez, em denunciar essa vergonha feita em nome de estudiosos do Brasil no exterior, pois me cabe, como cidadão brasileiro, defender os direitos da cidadania em face de uma tropa de mafiosos disfarçados de políticos.
    Acho que fui bastante claro, e dou divulgação a esta minha denúncia contra acadêmicos que não honram a condição, constituindo, se tanto, uma tropa da linha auxiliar de um partido mafioso.

    Paulo Roberto de Almeida
    Brasília, 10 de abril de 2016

    ===========

    Declaração dos brasilianistas

    Since 1985, Brazil has been enjoying the longest period of democratic stability in its history, following a coup d’état in 1964 and a violent military dictatorship that lasted twenty-one years. Under the aegis of the 1988 Constitution, which guarantees a wide range of social and individual rights, Brazil has become a more democratic society, with greater political participation, broader and more inclusive notions of citizenship, and the strengthening public institutions.
    In spite of these advances, corruption remains endemic. A series of scandals involving politicians of different party affiliations have outraged the public.
    As a result, there have been widespread mobilizations demanding an end to illicit practices. There have also been bold actions by state institutions, such as the Federal Police, the Federal Prosecutors Service, and the Judiciary.
    The combat against corruption is legitimate and necessary to improve the responsiveness of Brazilian democracy. But in the current political climate, we find a serious risk that the rhetoric of anti-corruption has been used to destabilize the current democratically-elected government, further aggravating the serious economic and political crisis that the country is facing.
    Instead of retaining political neutrality and respecting due process, sectors of the Judiciary, with the support of major media interests, have become protagonists in undermining the rule of law. During their investigations, some public officials have violated basic rights of citizens, such as the presumption of innocence, the assurance of an impartial judiciary, attorney-client privilege, and the guarantee of the right to privacy.
    The Lava Jato Operation, led by the federal judge Sérgio Moro, has centralized the principal corruption investigations over the last two years. These investigations have been marred by repeated excesses and unjustified measures, such as arbitrary preventive detentions, dubious and problematic plea-bargaining agreements, selective leaking of information to the media for political purposes, and the illegal wiretapping of both the current President of the Republic and the most recent former president.
    All of this has taken place with the sustained support of powerful sectors of the media in an unprecedented effort to influence public opinion for specific political ends. The combat against corruption must be carried out within strict legal limits that protect the basic rights of the accused.
    The violation of democratic procedure represents a serious threat to democracy. When the armed forces overthrew the government of President João Goulart in 1964, they used the combat against corruption as one of their justifications. Brazil paid a high price for twenty-one years of military rule.
    The fight for a democratic country has been long and arduous. Today, all those who believe in a democratic Brazil need to speak out against these arbitrary measures that threaten to erode the progress made over the course of the last three decades.

    sábado, 9 de abril de 2016

    Companheiros $$$$: 700 milhoes pra ca, 100 milhoes pra la, 20 milhoes pro TSE...

    Eu tinha essa curiosidade: saber como os companheiros conseguem pagar bancas de 25 ou 30 adevogados dos mais caros, comprar deputados e senadores do atacado e no varejo, subornar juizes e mequetrefes (ou vice-versa, ou os dois juntos), enfim, como é que eles conseguem se manter sem trabalhar, viajando de jatinho o tempo todo.
    Bem, está explicado por estas três postagens do Antagonista...
    Paulo Roberto de Almeida

    700 MILHÕES DE REAIS

    700 milhões de reais.
    O Jornal Nacional disse que Edinho Silva pediu às empreiteiras 700 milhões de reais em propinas para a campanha de Dilma Rousseff.
    O número tem de ser estampado na primeira página de todos os jornais. Tem de ser entalhado na porta do STF e do TSE. Tem de ser pichado nos muros do Congresso Nacional...
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    100 milhões de reais

    O Jornal Nacional e a Época confirmaram o que O Antagonista publicou em 27 de dezembro do ano passado: a Andrade Gutierrez deu 100 milhões de reais à campanha de Dilma Rousseff...
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    Por fora

    A Andrade Gutierrez deu 100 milhões de reais à campanha de Dilma Rousseff.
    Mas só 20 milhões de reais foram declarados ao TSE...