Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 25 de julho de 2017
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
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09:00–09:20
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Opening
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§ Ambassador Sérgio Eduardo Moreira Lima, President of FUNAG
§ Ambassador Georges Lamazière, Under Secretary
General for Asia and the Pacific
§ Ambassador Li Jinzhang, Ambassador of China to
Brazil
§ Assistant Minister Hu Zhengyue, Vice President of
China Public Diplomacy Association (CPDA)
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09:20–10:40
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One Decade of the BRICS:
Assessment and Next Steps
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§ Professor Wu Xiaoqiu, Vice-President of Renmin
University
§ Ambassador Sergio Florencio, Director for
International Economic and Political Relations, IPEA
§ Minister Mariana Madeira, Head of the Division
for BRICS and IBSA, Ministry of Foreign Affairs
§ Minister Benoni Belli, Secretary for
Diplomatic Planning, Ministry of Foreign Affairs
§ Professor Thomas Dwyer, Co-ordinator, BRICS
Studies Project, University of Campinas
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10:40–11:00
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Coffee Break
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11:00–12:40
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Breadth and Depth:
Priorities for BRICS Co-operation
Moderator : Professor WangWen,
Executive Dean Chongyang Institute for Financial Studies, Renmin University
of China
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§ Mr. Zhao Xiyuan, Secretary-General of China Public
Diplomacy Association (CPDA)
§ Counsellor Rina-Louise Pretorius, Embassy of South Africa to
Brazil
§ XX, Embassy of India to
Brazil
§ XX, Embassy of Russia to
Brazil
§ Professor Zhao Xijun, Deputy Dean of School of Finance, Renmin
University of China
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12:40–14:00
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Lunch Break
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14:00– 15:40
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Financial Co-operation,
Investment and the New Development Bank
Moderator: Minister
Paulo Roberto de Almeida, Director of IPRI
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§ Professor Murilo Portugal, President of
FEBRABAN
§ Minister Norberto Moretti, Director of the
Department for Financial Affairs and Services, Ministry of Foreign Affairs
§ Professor Wang Wen, Executive Dean, Chongyang Institute for
Financial Studies, Renmin University of China (RDCY)
§ Professor Marcos Troyjo, Director, BRICLab, Columbia University
§ XX, Embassy of China in Brazil
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15:40–16:00
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Wrap-up and Closure
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§ Minister Paulo Roberto de Almeida, Director of IPRI
§ Minister Mariana Madeira, Head of the Division for
BRICS and IBSA, Ministry of Foreign Affairs
§ Professor Wu Xiaoqiu, Vice-President of Renmin
University
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Parece incrível, mas mesmo no setor no qual somos campeões absolutos, detendo alta produtividade e competitividade externa, continuamos tacanhos na mentalidade atrasada, segundo a qual exportar é bom, importar é ruim.
Quando é que o Brasil vai crescer?
Paulo Roberto de Almeida
Incoerência no comércio agrícola
Jornal “Folha de São Paulo”, Caderno Mercado, 22/07/2017
Marcos Sawaya Jank (*)
Brasil não pode defender o livre comércio nas exportações e o protecionismo nas importações do agro.
Com uma safra recorde de 240 milhões de toneladas de grãos e exportações beirando os US$ 100 bilhões, é notável o sucesso do agro brasileiro.
O ministro Blairo Maggi tem liderado incansável batalha para ampliar o acesso dos produtos do agro brasileiro no exterior. Recentemente ele disse que o mercado externo é conquistado "na cotovelada e na botina".
De fato, não é tarefa fácil. De um lado, países ricos e pobres protegem ferozmente os seus agricultores e agroindústrias com altas tarifas, barreiras não tarifárias e subsídios. Do outro, a oferta excedente de produtos agropecuários no Brasil não foi acompanhada por uma melhoria condizente dos sistemas de transporte, armazenagem e defesa sanitária.
Um dos problemas mais críticos que o ministro enfrenta ao tentar abrir mercados é a mentalidade autárquica de autossuficiência que domina toda a economia brasileira, incluindo o agronegócio.
O grosso do empresariado brasileiro tem a visão equivocada de que exportar é bom, mas importar é ruim. Alguns chegam ao absurdo de defender que a balança comercial deveria ser superavitária em todos os setores da economia, independentemente das suas vantagens comparativas.
Empresas, sindicatos e associações de classe lutam contra qualquer tipo de abertura comercial, buscando com isso preservar o imenso mercado doméstico de que dispõem ou alegando que o "custo Brasil" impede a competição. O resultado é que somos uma das economias mais fechadas do planeta, em termos de importações sobre o PIB.
E o agronegócio não é exceção. Basta observar nosso padrão de comércio no setor. Segundo levantamento do Ministério da Agricultura, a União Europeia lidera o ranking do comércio no agro mundial, exportando US$ 151 bilhões e importando US$ 157 bilhões em 2016. Em segundo lugar vêm os EUA, com exportações de US$ 149 bilhões e importações de US$ 147 bilhões. Em terceiro, a China, que exporta US$ 73 bilhões, importa US$ 111 bilhões e detém o maior déficit comercial do planeta.
Em quarto lugar vem o Brasil, com exportações de US$ 72 bilhões e importações de apenas US$ 11 bilhões. Contamos hoje com o maior superávit comercial do planeta, o que à primeira vista pode ser visto como positivo, mas tem consequências ruins.
Nossas restrições às importações são brutais no agronegócio. Parece inacreditável, mas nos últimos anos o Brasil impediu ou restringiu importações de cacau, café, banana, coco, borracha natural, camarões, laticínios e até carnes para processamento. Em alguns casos, permite-se a entrada de processados, mas não a de matérias-primas para adição de valor no país. Até produtos como o etanol —mercado global o qual lutamos arduamente para abrir com toda sorte de argumentos econômicos e ambientais— correm o risco de terem suas tarifas elevadas.
Para exportar mais, é preciso importar mais, a exemplo do que fizeram todos os países que deram certo, se integrando nas cadeias globais de valor e ganhando competitividade. Além disso, nossos parceiros comerciais sempre exigem reciprocidade para abrir os seus mercados.
O comércio é uma estrada de duas vias. Muitos mercados de alto valor para o Brasil continuam fechados porque o Brasil se recusa a importar pequenos volumes de produtos em setores que não conseguem ver que o mundo é definitivamente maior que o Brasil, ao menos no agronegócio.
Não vou aqui discutir as razões de curto prazo que levam alguns setores a querer proibir importações. Elas sempre existirão. Mas no longo prazo nosso verdadeiro interesse é por maior abertura de mercados. Esse é o único porto seguro para o agronegócio brasileiro no longo prazo.
É triste, mas boa parte das "cotoveladas e botinadas" a que o ministro se refere ocorrem dentro de casa.
(*) Marcos Sawaya Jank é especialista em questões globais do agronegócio. Escreve aos sábados, a cada duas semanas.
Calouste Gulbenkian nasceu em Scutari, Istambul, a 23 de Março de 1869, filho de Sarkis e Dirouhie Gulbenkian, membros de uma ilustre família arménia cujas origens remontam ao século IV.
Calouste Gulbenkian começou os seus estudos em Kadikoy (Calcedónia), primeiro na escola Aramyan-Uncuyan, depois na escola francesa de St. Joseph. Esteve em Marselha, a aprofundar os conhecimentos de francês. Foi no King's College de Londres, que se diplomou, com distinção, em engenharia (1887).
Aos 22 anos, Calouste Gulbenkian viajou pela Transcaucásia e visitou os campos petrolíferos de Baku. Corria o ano de 1891. A jornada inspirou a escrita de um livro - «La Transcaucasie et la Péninsule d'Apchéron - Souvenirs de Voyage» - do qual alguns capítulos foram reproduzidos na «Revue des Deux Mondes» com o título «Le pétrole, source d' énergie». Detentor de uma fortuna colossal, o bem sucedido homem de negócios tornara-se num dos mais notáveis coleccionadores de arte do século XX.
A paixão de Calouste Gulbenkian pela arte revela-se cedo. É acima de tudo a beleza dos objectos que lhe interessa. Junta ao longo da vida, ao sabor das viagens e conduzido pelo seu gosto pessoal, por vezes após longas e laboriosas negociações com os melhores peritos e comerciantes especializados, uma colecção muito eclética, única no mundo. São hoje mais de 6000 peças, desde a Antiguidade até ao princípio do sec. XX. O seu apego às obras que vai adquirindo é tal que as considera suas filhas.
Em busca de tranquilidade, chegou a Lisboa em Abril de 1942, tendo passado os últimos treze anos da sua vida no Hotel Aviz, onde viria a morrer a 20 de Julho de 1955.
Reconhecido pela boa hospitalidade “que nunca havia sentido em mais lado nenhum”, presenteou, entre 1949 e 1952, o Museu Nacional de Arte Antiga de Lisboa com um importante núcleo de azulejos oriundos do Médio Oriente, uma escultura egípcia do período ptolomaico, um torso grego do século V a.C., bem como um notável conjunto de arte europeia com obras de Lucas Cranach, o Velho, Van Dyck, Largillière, Hubert Robert, Reynolds, Hoppner, Dupré, Courbet e Rodin.
Fontes:www.gulbenkian.pt/
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