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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Brasil-Argentina: Hermanos, pero no mucho - Marcelo de Paiva Abreu

Deve ser duro assistir impassível a tantas "guevadas" -- não vou traduzir -- sendo produzidas, disseminadas, repetidas e elogiadas em cada uma das duas margens do Prata, mais especificamente entre esses dois grandes pirralhos...
Paulo Roberto de Almeida 


“Eu sou você amanhã” de novo?
Marcelo de Paiva Abreu *
O Estado de São Paulo, segunda-feira, 31.10.2011

         Mesmo que haja significativa assimetria entre as economias do Brasil e da Argentina, o que ocorre no vizinho pode ter repercussões importantes sobre o Brasil. Os desdobramentos da recente consagração nas urnas do "cristinismo" devem, portanto, merecer atenção.

Os dois vizinhos mantêm, desde a independência, relações nem sempre marcadas por sintonia. 
       Mas, entre estereótipos preconceituosos que incluíam macaquitos e milongueiros, as relações amadureceram, culminando no Mercosul. Em certa medida, isso resultou de mudanças de longo prazo nas percepções recíprocas. Por muito tempo o Brasil foi rival menor da Argentina. Afinal, o PIB per capita argentino, quase o dobro do brasileiro após a guerra do Paraguai, alcançou, depois do boom pré-1914, patamar (mantido até 1930) quatro vezes maior que o PIB per capita brasileiro. 
        No meio século seguinte o Brasil recuperou boa parte do terreno: em 1980, o PIB-PPC per capita brasileiro era 75% do argentino; hoje está pouco abaixo disso. Ou seja, num período em que a economia brasileira estagnou por mais de 20 anos, o desempenho argentino foi apenas marginalmente melhor e caracterizado por volatilidade muito maior. 
        O tamanho relativo das economias mudou também como consequência do aumento relativo da população brasileira, hoje cinco vezes maior que a argentina: era menos de três vezes maior no final dos anos 20. Disso resultou espetacular alteração na importância relativa das duas economias: em 1930 o PIB argentino era cerca de 1/3 maior do que o brasileiro - hoje, é menos de 1/3 do PIB brasileiro. 
         É neste contexto que devem ser considerados os comentários de analista argentino que, algo melodramaticamente, se perguntava, com os EUA em mente, se a Argentina seria o Canadá do Brasil ou o México do Brasil.

No terreno da formulação de políticas econômicas, todavia, a Argentina pode ter importante influência sobre o governo brasileiro. Há registro de manifestações de altos funcionários brasileiros demonstrando preferência pelas políticas argentinas quando contrastadas ao que consideram excesso de ortodoxia brasileiro.

Na década de 1980, uma campanha publicitária de vodca ficou famosa: um homem se olhava no espelho e seu reflexo, bastante amarrotado, lhe dizia "eu sou você amanhã". A sugestão era de que a ressaca poderia ser evitada, caso fosse consumida a marca anunciada. 
           O efeito Orloff se popularizou com aplicação à tradicional propensão brasileira de repetir políticas econômicas adotadas na Argentina. Em meados da década de 1980, o exemplo notável foi a tentativa fracassada do Plano Cruzado, na esteira do também fracassado Plano Austral.

Desde o início dos anos 90 os caminhos divergiram. A estabilização do Brasil em 1993-1994 mostrou-se bem-sucedida e duradoura. O desempenho em termos de crescimento foi modesto, mas bem menos volátil do que no vizinho. A Argentina teve sucesso na estabilização dolarizada em 1991 e bom desempenho em termos de crescimento até o final da década, mas seguiu-se grave crise com abandono da conversibilidade, calote da dívida externa e queda significativa do nível de atividade. 
          A partir de 2003, partindo de uma base deprimida, o crescimento do PIB foi em torno de 8% ao ano.

Há dúvidas crescentes quanto à possibilidade de manutenção desse desempenho. A condução da política econômica sob o "kirchnerismo" em seus vários matizes foi marcada pela sistemática intervenção do governo por meio de um leque de subsídios e "retenções". Os subsídios têm como alvo manter estáveis os preços de energia ao consumidor, cujo aumento é considerado oneroso politicamente. As "retenções" são impostos de exportação sobre os produtos agrícolas, hoje de até 35%. Essa persistente interferência nos preços básicos da economia tem como pano de fundo significativa aceleração inflacionária, escamoteada de forma sistemática e truculenta pelo governo. Essas políticas públicas geram ineficiência e perigo de recrudescimento inflacionário numa economia com história marcada por alta volatilidade. Tudo em meio a controvérsias quanto à generalização de práticas corruptas. 
         A recente fuga de capitais em meio ao processo eleitoral indica a vulnerabilidade do "modelo" pós-2003.

O efeito demonstração do modelo argentino sobre as autoridades econômicas brasileiras não deve ser subestimado. O terreno é fértil, como indicam decisões recentes que desafiam o bom senso, a análise econômica elementar e maculam a reputação brasileira em foros internacionais, em particular na OMC. Medidas protecionistas primitivas, como o aumento seletivo do IPI e a desoneração fiscal seletiva em benefício dos setores automotivo e eletrônico, indicam regressão a desastres passados. 
           Decisões agora coroadas com a estapafúrdia prorrogação por meio século (!) da Zona Franca de Manaus, instituição emblemática do cartorialismo tupiniquim. E, pelo rodar da carruagem, o febeapá está longe de acabar.

Com base nesse retrospecto de inépcia nas políticas "microeconômicas" e de redução da prudência macroeconômica, aumentam as preocupações com o uso que o governo fará da bonança do pré-sal. Será toda desperdiçada?

* Doutor em Economia pela Universidade de Cambridge, é professor titular no Departamento de Economia da PUC- Rio.

Estado brasileiro: campeão de investimentos...

...calma!
Campeão de investimentos em si próprio...
Paulo Roberto de Almeida 



Érica Fraga
 Folha de S.Paulo, 31/10/2011

Uma fatia pequena do aumento expressivo da carga tributária ocorrido desde meados da década de 90 se traduziu em novos investimentos públicos no Brasil. De cada R$ 100 a mais em impostos arrecadados entre 1995 e 2010, apenas R$ 8,6 foram direcionados para elevar investimentos feitos pelo governo, como construção de escolas e hospitais, ampliação de portos e aeroportos e melhorias em estradas. A conta é do economista Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central. A elevação significativa da carga tributária nos últimos anos serviu principalmente para sustentar o aumento dos gastos correntes do governo, que incluem benefícios sociais e salários de funcionários públicos. “Nós aumentamos a carga tributária para gastar mais”, afirma Schwartsman.
Os investimentos da chamada administração direta (incluindo governos federal, estaduais e municipais) cresceram R$ 56,9 bilhões entre 1995 e 2010, descontada a inflação. Esse aumento equivale a 8,6% dos R$ 661,6 bilhões a mais arrecadados. “O governo está tomando muitos recursos sob a forma de impostos e retribuindo muito pouco em investimentos”, diz o economista Marcelo Moura, do Insper. Moura ressalta que, em 2010, quase metade das despesas do governo federal foi direcionada a gastos sociais (como os programas de transferências de renda e a previdência social). Outros 25% cobriram gastos com servidores públicos e 6,8% se converteram em investimentos.

Hemisoheric Giants: US-Brazil relations


Hemispheric Giants: The Misunderstood History of U.S.-Brazilian Relations  library.nu #450995Hemispheric Giants: The Misunderstood History of U.S.-Brazilian Relations

by:  Britta Crandall
  • Hardcover: 230 pages
  • Publisher: Rowman & Littlefield Publishers (January 16, 2011)
  • Language: English
  • ISBN-10: 1442207876
  • ISBN-13: 978-1442207875
  • Tracing the full arc of U.S.-Brazilian interaction, Hemispheric Giants thoroughly explores the enigmatic and often-misunderstood nature of the relationship between the two largest countries in the Western Hemisphere. Britta Crandall asks the crucial question of why significant engagement between the United States and Brazil has been so scarce since the inception of the bilateral relationship in the late 1800s. Especially, she critically examines Washington's so-called "benign neglect"—a policy often criticized as unbefitting Brazil's size and strategic importance. Drawing on a rich array of archival sources and personal interviews, Crandall pinpoints the key examples through time of high-level U.S. policy attention to Brazil. Her comprehensive analysis of the ebbs and flows of policy engagement allows Crandall to tease out common threads among her cases. In so doing, she shows that the label "neglect," implying a one-sided, fitful relationship, is far from the reality of a mutual, ongoing policy engagement between the U.S. and Brazilian governments. To be sure, their different relative power positions and foreign policy traditions have limited high-level bilateral engagement. However, Crandall argues convincingly that the diminishing power disparity between the United States and Brazil is leading to closer ties in the twenty-first century—a trend that will bring about growing cooperation as well as competition in the future.
    Table of Contents
    Preface and Acknowledgments p. vii
    Introduction: The Importance of Dual Priorities p. 1
    1893 to World War II
    The 1893 Naval Revolt and the Rio Branco Years: Origins of the "Unique Alliance" p. 17
    World War I: Widening Power Disparity p. 35
    World War II: Engagement during the Roosevelt-Vargas Years p. 47
    The Postwar Era: Drop in Policy Attention p. 59
    The Cold War
    The 1950s: Bilateral Distancing p. 75
    The 1960s: Brazil in the Fight against Communism p. 93
    The Carter Administration: Human Rights and Nuclear Tensions p. 119
    The Reagan Administration: Atomic Bombs and Foreign Debt p. 133
    Post-Cold War
    Presidents Bush and Clinton: An Economic Agenda p. 149
    After September 11: Signs of Convergence p. 159
    Looking to the Future: Equal Partners? p. 179
    Conclusion: U.S.-Brazilian Relations in Perspective p. 191
    Selected Bibliography p. 195
    Index p. 201
    About the Author p. 211
    Review
    A stimulating and analytically powerful study of Brazilian-U.S. relations. Arguing against the idea that the United States 'neglects' Brazil, Britta Crandall refocuses the bilateral relationship over time and offers fresh and important guidelines for the future of the relationship as Brazil, in the twenty-first century, will play an increasingly important regional and global role. (Roett, Riordan )

    Hemispheric Giants directly and cogently attacks the mainstream whine that the United States has forever neglected Brazil, marshalling strong evidence that U.S. officials—both at the senior and middling levels of the bureaucracy—have in fact recognized Brazil's relative weight, but more often than not have had their aspirations dashed by Brazil's own reluctance to engage constructively with Washington. We are fortunate to have this sophisticated and balanced framework for assessing past and present U.S.-Brazilian relations. (Richard Feinberg )

    Much of what is written on U.S.-Latin American relations relies on media reports or recycles other academic works. Crandall, in contrast, took the time to interview U.S. policymakers and career diplomats. Her discovery: the mainstream complaint that the United States has forever neglected Brazil is way off the mark. In fact, U.S. officials—at both the senior and the middle levels of the bureaucracy—have recognized Brazil's relative weight and have repeatedly sought to engage its Foreign Ministry. But hung up on fears of being overwhelmed by U.S. power, or driven by their own dreams of Brazilian hegemony over South America, Brazilian diplomats have often turned their backs on U.S. advances. In this well-researched and balanced treatment, Crandall foresees the potential for bilateral cooperation on emerging global issues, ranging from financial stability to energy supplies, on which U.S. and Brazilian interests may converge. But will Brazil sufficiently redefine its strategic posture to pick up these gains? (Foreign Affairs )
    About the Author
    Britta H. Crandall is adjunct professor of political science at the Johns Hopkins School for Advanced International Studies.

Assim caminha a America Latina (caminha?)...


Venezuela: Chávez ordena la “adquisición forzosa” de tierras de filial británica

Hugo chávez
Infolatam/Efe
Caracas, 30 de octubre de 2011
Las claves
  • "Ya tenemos el control, ahora estamos nacionalizando las propiedades que eran de la llamada compañía inglesa, Agroflora", sostuvo Chávez.
  • El Gobierno ha intervenido un total de 3 millones de hectáreas de tierras, lo que representa el 10 % de los terrenos con potencial productivo del país.
El presidente de Venezuela, Hugo Chávez, autorizó la “adquisición forzosa” de las tierras de la llamadaCompañía Inglesa, de capitales británicos, que cuenta en el país con nueve hatos ganaderos que suman unas 290.000 hectáreas.
Chávez avaló el inicio de un procedimiento que, aseguró, “autoriza al Ejecutivo Nacional la adquisición forzosa mediante justa indemnización” de la empresaAgropecuaria Flora (Agroflora), filial de la Compañía Inglesa, C.A. y subsidiaria de Vestey Group, que ya estaba bajo control del Gobierno.
“Ya tenemos el control, ahora estamos nacionalizando las propiedades que eran de la llamada compañía inglesa, Agroflora”, sostuvo Chávez al intervenir en un acto de su partido, el Socialista Unido de Venezuela (PSUV), en la ciudad de Maracay (centro-oeste).
Indicó que con ello toman el “control total, administrativo y operacional” de la firma y se negó a la solicitud de los representantes de la filial que, aseguró, pedían el pago de sus activos “en moneda extranjera”.
“No, estamos en Venezuela”, respondió el jefe de Estado, quien aclaró que no robarán a nadie.
“Vamos a hacer el avalúo, eso sí, vamos a hacer el avalúo justo, y después le pagamos (..) A ver si les pagamos por parte, le pagamos con unos bonos”, explicó Chávez, quien detalló que Agroflora está establecida en Venezuela desde 1909.
En el país está vigente desde 2003 un control de cambio que limita y regula el acceso a las divisas, y que mantiene el precio del dólar en el equivalente a 4,30 bolívares, cotización que se duplica en el ilegal mercado paralelo.
En agosto del año pasado, Chávez reiteró que compraría “cientos de miles de hectáreas” de los nueve hatos de la Compañía Inglesa con la que llegó a un “acuerdo amistoso”, según dijo entonces.
Explicó entonces que su Gobierno realiza un avalúo de los terrenos y del “buen ganado” que albergan, unas 130.000 reses, según datos de la empresa, para determinar el precio a pagar.
El ministro de Agricultura y Tierras, Juan Carlos Loyo, precisó a Chávez que Agroflora posee 290.000 hectáreas.
En enero pasado, Loyo indicó que el Gobierno ha intervenido un total de 3 millones de hectáreas de tierras, lo que representa el 10 % de los terrenos con potencial productivo del país.
El ministro explicó que en Venezuela existen “450.000 pequeñas, medianas y grandes fincas” que suman “cerca de 30 millones de hectáreas” con vocación agrícola, pecuaria y forestal.
Loyo precisó la cifra de tierras intervenidas por el Gobierno de Chávez desde 1999, para rebatir la afirmación opositora de que el Estado venezolano es el gran latifundista del país, según difundió entonces la agencia estatal de información.



Los bancos y casas de cambio de Argentina deberán desde el próximo lunes pedir autorización al Fisco para concretar operaciones cambiarias, en medio de una seguidilla de medidas del Gobierno para evitar la fuga de capitales y frenar presiones alcistas sobre el precio del dólar.


“La Presidenta ganó las internas abiertas el 14 de agosto, pero la adquisición compulsiva de dólares no se frenó. No hay datos aún de octubre, pero las recientes medidas oficiales para atemorizar a los compradores indicarían que la voracidad social por el dólar no mermó” (La Nación. Argentina)

Livro PRA: Globalizando, disponível no site da Editora





Globalizando - Ensaios sobre a Globalização e a Antiglobalização - 2011

ISBN: 978-85-375-0875-6
Editora:Livraria e editora lumen juris
Autor:Paulo Roberto De Almeida
Disponibilidade:Entrega Imediata Prazo de Entrega
De: R$ 65,00Por: R$ 32,50Comprarlista de parcelas
  • Parcelamento no cartão de crédito

  • 1x de R$ 32,00
A globalização não precisa de defensores: ela simplesmente existe!  Ela segue seu curso independente dos globalizadores, como este que aqui escreve, mas também totalmente indiferente aos protestos ingênuos, ou irracionais, dos antiglobalizadores, que só podem ser considerados ingratos, pois tudo o que eles são, tudo o que eles fazem, eles o devem à globalização. Este livro reúne escritos que tanto explicam os mecanismos da globalização contemporânea - sim, ela já existia antes de nossa era - quanto desmontam as críticas toscas, equivocadas e irracionais dos antiglobalizadores. Se suas propostas fossem seguidas, o mundo seria um lugar pior, mais miserável e menos livre do que ele é, justamente graças à globalização. Paulo Roberto Almeida é doutor em ciências sociais, diplomata de carreira e professor de Economia Política Internacional na pós-graduação do Uniceub (Brasília).


Globalizando: Ensaios sobre a globalização e a antiglobalização
Rio de Janeiro: Lumen Juris Editora, 2010, xx+272p.; ISBN: 978-85-375-0875-6 
Uma compilação de ensaios recentes e mais antigos sobre a questão central das relações econômicas internacionais contemporâneas.
Sumário:
À maneira de prefácio:
O altermundialismo, uma enfermidade infantil da globalização


Parte I
Globalização
1. O Brasil e os primeiros 500 anos de globalização capitalista
2. Contra a corrente: treze idéias fora do lugar sobre as relações internacionais
3. A globalização e as desigualdades: quais as evidências?
4. Três vivas ao processo de globalização: crescimento, pobreza e desigualdade
5. Distribuição mundial da renda: evidências desmentem concentração e divergência
6. O Brasil e os impactos econômicos e sociais da globalização
7. Globalização perversa e políticas econômicas nacionais: um contraponto
Parte II
Antiglobalização
8. Contra a anti-globalização: Contradições, insuficiências e impasses do movimento
9. A globalização e seus descontentes: um roteiro sintético dos equívocos
10. A globalização e seus benefícios: um contraponto ao pessimismo
11. Fórum Social Mundial: nove objetivos gerais e alguns grandes equívocos
12. Um outro Fórum Social Mundial é possível… (aliás, é até mesmo necessário)
13. Fórum Social Mundial 2008: menos transpiração, mais inspiração, por favor...
14. Fórum Surreal Mundial: pequena visita aos desvarios dos antiglobalizadores
15. Uma previsão marxista...

16. Perguntas impertinentes a um amigo anti-globalizador
17. Fórum Social Mundial 2010, uma década de embromação
À guisa de conclusão:
Se, nouvelle manière (ou as qualidades do homem na globalização)
Obras de Paulo Roberto de Almeida
 Um texto mais recente sobre o mesmo problema: 

domingo, 30 de outubro de 2011

E o Premio Nobel de Literatura vai para...???

Para os redatores dessas dramáticas histórias de viuvas abandonadas (mas zilionárias), de funcionários diligentes (mas que por acaso estão em posse de milhões de dólares), enfim de todos esses generosos doadores da riqueza alheia, e que a querem dividir especialmente com você, que está aí parado esperando um dinheiro fácil.
Vejam a mensagem que acabo de receber de Alima Mustapha, filha do ex-ministro de ouro e diamante da Líbia, querendo dividir nada menos do que US $ 10,6 milhões, e 100 quilos de pó de ouro de aluvião e 150 quilates de diamantes.
Está bem assim, ou vai um pouco mais?
Enfim, eu proponho que o Comitê Nobel de Literatura procure alguns dos redatores dessas simpáticas mensagens e lhes atribua um prêmio coletivo apenas pela imaginação, pelo esmero na construção das histórias, na genialidade inventiva (pois tem todo tipo de situação), pois eles, afinal de contas, estão fazendo a mais pura literatura, e também precisam de algum dinheiro...
Meu apoio ao Prêmio Nobel para os redatores dessas brilhantes histórias.
Paulo Roberto de Almeida 


É o meu prazer humilde para escrever esta carta importante.
Independentemente do fato de que nós não se encontram pela primeira vez ou se conheciam antes. Eu tenho o seu as informações do diretório de negócios de Ouro Preto. No entanto, estou procurando uma pessoa confiável e digna de confiança, firme, ou grupo de pessoas que podem me ajudar a investir sabiamente em seu país.

 Estou Alima Mustapha da Líbia, filha do ex-ministro de ouro e diamante. Nos últimos meses o meu país tem se envolvido em uma guerra muito horrível e sangrenta em que tantas vidas e propriedades foram destruídas e muitas atrocidades foram cometidas contra a humanidade. Meu pai foi morto durante a guerra, por causa de seu apoio ao movimento rebeldes na Líbia. Ele foi acusado de desvio de fundos da cooperação e financiamento forças Mining étnicos, no entanto, a verdade e a evidência para a matéria untold que viu sua morte foi como um sacrifício para a restauração da paz em nosso país.

Antes de sua morte ele me revelar a existência de US $ 10,6 milhões, e 100 quilos de pó de ouro de aluvião e 150 quilates de diamantes nucal em caixas seladas, que ele mantinha no cofre subterrâneo de nossas terras. Eu tenho a sorte de sobreviver com o meu irmão Júnior, como meus pais e meus irmãos mais velhos e uma irmã sênior foram mortos na guerra. Mudei a caixa que contém o dinheiro e o ouro de meu país e depositá-lo com uma empresa de segurança na Tunísia. Eu não divulgar o conteúdo real no caixa para a empresa de segurança por razões de segurança. Estamos atualmente no exílio na Tunísia com o meu irmão mais novo, embora a guerra tenha terminado, mas eu considerava seguro para voltar ao nosso país desde que perdemos nossos pais irmãos e irmãs e propriedades, não estou exposta ao mundo exterior e não têm nenhum conhecimento no negócio.

Estou solicitando a sua ajuda para ajudar a organizar a nossa residência em seu país e para nos ajudar a investir esse dinheiro sabiamente. Tenho a acreditar em você e estou pronto para entrar em negociação com você. A casa de segurança concordaram em mudar o local da remessa para nós a qualquer de suas filiais no Brasil. Com garantia garanto-vos livre de risco nesta transação.

 Sua cooperação neste sentido será muito apreciada e espero sua resposta urgente e depois vou-lhe dar-lhe mais informações sobre como devemos ir sobre ele.

Com os melhores cumprimentos,
Alima Mustapha. 


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Addendum em 31/10/2011: 


Na verdade, como me alertou um leitor, esses empresários nigerianos (e outros) já foram contemplados, não exatamente com o Prêmio Nobel de Literatura, mas com o Premio IgNobil, de 2005, como expresso abaixo: 



Literature – Presented to the Internet entrepreneurs of Nigeria, for creating and then using e-mail to distribute a bold series of short stories, thus introducing millions of readers to a cast of rich characters—General Sani Abacha, Mrs. Mariam Sanni Abacha, Barrister Jon A Mbeki Esq., and others—each of whom requires just a small amount of expense money so as to obtain access to the great wealth to which they are entitled and which they would like to share with the kind person who assists them. (See advance fee fraud.)

Brasil: um pais decididamente bizarro...

Apenas uma pergunta, aliás duas: alguém precisa pagar por isso, certo?
Adivinhem que será?
Paulo Roberto de Almeida


21/10/2011

Alunos de até 35 anos ganham direito a carteirinha de estudante

Nova proposta de lei já entrou em vigor
Com nova ampliação, está previsto um aumento de usuários no transporte coletivo (Jéssica Sumida)
Com nova ampliação, está previsto um aumento de usuários no transporte coletivo (Jéssica Sumida)
Jéssica Sumida 
Publicado em decreto oficial no dia 6 de outubro, direito a carteirinha de estudante passa a ser estendido agora para alunos de até 35 anos em Bauru. A redução da tarifa para estudantes é de 25% sobre o valor integral, que corresponde a R$ 2,40, passando a custar R$1,69. Em 2010 o direito a carteirinha era restrito a estudantes de primeiro e segundo grau e ensino superior, com tanto que fossem menores que 18 anos. E, logo em maio de 2011, com uma nova modificação, a lei passou a determinar o benefício para estudantes de até 25 anos.
Segunda a assessoria da Emdurb, existem várias razões justificando a mudança da lei, entre elas: a pressão estudantil, uma vez que a prefeitura reconhece que hoje há pessoas com mais idade cursando uma faculdade; contribui para a redução do número de veículos nas ruas e, também, com o benefício é possível atrair mais usuários para o sistema.
O operador de telemarketing e também estudante da Unesp, Ricardo de Oliveira, 31 anos, contudo, desconfia dos motivos pela mudança do benefício. “Acredito que se eles pensassem mesmo nos estudantes o desconto seria de 50% e não haveria limitação de faixa etária, todo mundo que se declara estudante é obrigado a apresentar comprovantes de matrícula, então me parece que a preocupação principal é dificultar o acesso ao desconto na passagem para ter mais lucro mesmo”, declara Ricardo. Por outro lado não deixa de apontar as vantagens da ampliação, “a mudança foi muito bem vinda, na cidade eu ando bastante a pé e com o vale transporte que recebo do trabalho, mas eu sei que existem pessoas com dificuldades de locomoção que dependem exclusivamente dos ônibus”.
Os estudantes que tiverem interesse em fazer uso do benefício deverão providenciar o “Cartão Estudante”, feita através da apresentação de um comprovante de matrícula e RG, junto à loja da Transurb, localizada à Rua Ezequiel Ramos, 6-77, Centro.

Do Webjornal da UNESP-Bauru: http://www.mundodigital.unesp.br/webjornal/materia.php?materia=2130

Brasil: nao existe dificuldade que nao possa piorar (se depender do governo, claro...)

O Brasil é um país curioso. Enfim, curioso é um eufemismo. Talvez se devesse dizer bizarro, mas ainda assim bizarro não expressa bem essa situação dos negócios no Brasil.
O último relatório Doing Business do Banco Mundial coloca o Brasil um pouco mais atrás: o país caiu da 120a. posição para a 126a., ou seja, estamos indo para trás.
Tudo, mas vocês podem pensar em tudo, o que depender do governo tende a piorar, sobretudo no terreno dos impostos: estamos em 150o. lugar. Acham pouco?
Esperem mais alguns anos que vamos chegar a ser campeões absolutos em matéria de impostos: 183o. lugar, ou seja, o cidadão mais taxado do mundo.
Leiam bem o que diz o relatório: "as empresas nacionais levam 2.600 horas por ano, em média, para ficar em dia com suas obrigações tributárias. Na América Latina em geral, são 382 horas, enquanto nos países-membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) não passam de 186." Isto quer dizer que os empresários brasileiros levam 14 VEZES MAIS TEMPO apenas para pagar ou declarar impostos do que seus colegas da OCDE.
Como é que os governantes, os políticos, pretendem que as empresas brasileiras sejam competitivas desse jeito?
Quando é que eles vão se corrigir? Acho que vai demorar.
Estou esperando por uma fronda empresarial, algum dia...
Paulo Roberto de Almeida 

Fazer negócios continua difícil

29 de outubro de 2011 | 3h 06

Editorial - O Estado de S.Paulo

O curioso no relatório Doing Business 2012 do Banco Mundial (Bird), há pouco divulgado, não é a constatação de que a burocracia no Brasil tem aumentado. Isso não chega a ser novidade. O que chama a atenção do Bird, como exemplo de melhora, é "o sistema de informação sobre crédito, ao permitir que as agências privadas coletem e divulguem dados positivos". Trata-se do cadastro positivo, já regulamentado por lei e que, felizmente, é opcional. As empresas e os cidadãos que se submeterem ao cadastro positivo têm de abrir mão de sua privacidade, ficando seu histórico financeiro à disposição de toda a rede bancária, com risco de invasão por pessoas inescrupulosas. Para os bancos, o cadastro positivo pode concorrer para aumentar a rentabilidade, mas para os clientes, que têm de preencher formulários e aguardar aprovação, não há benefício algum, uma vez que, como as próprias instituições financeiras afirmam, os bons pagadores não fazem jus a taxas mais baixas de juros ou a tarifas menores por serviços prestados.

O que realmente importa é que o Brasil caiu, no relatório do Bird, da 120.ª posição para 126.ª entre 183 países. O grande empecilho para fazer negócios no mercado brasileiro continua sendo o tempo gasto para pagar impostos, considerando o número de tributos, o número de horas necessário para completar os procedimentos contábeis, preparar as declarações e, finalmente, fazer o recolhimento. No ranking mundial desse quesito, o Brasil ocupa o 150.º lugar, estimando o Bird que as empresas nacionais levam 2.600 horas por ano, em média, para ficar em dia com suas obrigações tributárias. Na América Latina em geral, são 382 horas, enquanto nos países-membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) não passam de 186.
Tem havido um certo avanço, com o Simples Nacional, que vem facilitando a vida de muitas micro e pequenas empresas, mas o universo contemplado pelo sistema ainda é relativamente pequeno. Um dos grandes objetivos de uma reforma tributária, como as entidades empresariais defendem há anos, é justamente reduzir o número de tributos e contribuições e torná-los de fácil compreensão. Mas entra governo e sai governo e essa reforma não progride, principalmente por falta de acordo entre a União, os Estados e os municípios sobre o quinhão de cada um sobre as receitas.
Em alguns quesitos, o Brasil melhorou, ainda que pouco, como o número de dias que os empreendedores levam para abrir uma firma, item em que o Brasil subiu 5 posições ficando agora na 120.ª. Esse prazo no Brasil agora é, em média, de 119 dias (quatro meses), muito acima do exigido por países da América Latina (54 dias) e pelos países da OCDE (13). Ao todo, são necessários 13 procedimentos para abrir uma empresa no Brasil, uma boa parte dos quais poderia ser dispensada, sem perda de arrecadação e sem risco à segurança. Contudo, em um estado cartorial como ainda é o Brasil, a formalização de empresas não pode passar sem certos carimbos. Essa burocracia é, certamente, um dos fatores que contribuem para que muitos empreendedores prefiram trabalhar na informalidade, sem pagar impostos. E, apesar dos controles, existem burlas até em contratos com o governo, como mostram empresas fantasmas que frequentam o noticiário.
Os critérios utilizados pelo Bird podem ser discutíveis sob alguns aspectos, como "proteção aos investidores", em que o Brasil aparece em 79.ª posição, o que, aparentemente, não reflete a percepção dos investidores internacionais. Deve-se reconhecer, contudo, que aquela instituição internacional vem trabalhando para aperfeiçoar sua análise. No relatório deste ano, por exemplo, foi introduzido mais um critério para avaliação do ambiente de negócio em um país - "obtenção de eletricidade". Nesse quesito, o País obteve a sua melhor colocação: a 51.ª.
O Brasil, contudo, diz a coordenadora do relatório, Sylvia Solf, está "na direção correta" e que tudo "é uma questão de tempo". E de vontade política, vale acrescentar.