Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
Brasil perde competitividade - Penultimo lugar em estudo da CNI
CNI. ESTUDO, 12/12/2013
BRASIL OCUPA PENÚLTIMO LUGAR EM RANKING DE COMPETITIVIDADE. LEVANTAMENTO MOSTRA QUE O PAÍS MELHOROU EM APENAS DOIS DOS OITO ASPECTOS PESQUISADOS EM RELAÇÃO A 2012:
'DISPONIBILIDADE E CUSTO DE CAPITAL' E 'AMBIENTE MACROECONÔMICO'.
O Brasil é menos competitivo que seus principais concorrentes. O estudo Competitividade Brasil 2013, elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que as empresas brasileiras só ganham das argentinas na competição por mercado em um conjunto de 15 países com características econômico-sociais ou posicionamento no mercado internacional semelhante. A posição de penúltimo lugar é a mesma do relatório anterior, referente a 2012. No entanto, com a inclusão da Turquia neste ano, passaram a ser 15 os países pesquisados, o que levou o Brasil a mudar da 13ª colocação para a 14ª. A nação mais competitiva do grupo permanece sendo o Canadá. Nos oito fatores considerados condicionantes da competitividade de um país, o Brasil se encontra no terço inferior (entre a 15ª e a 11ª posição) em cinco aspectos e, nos outros três fica no terço intermediário (da 10ª à 6ª). A pior situação é a dos fatores 'peso dos tributos' (14º lugar), 'disponibilidade e custo de capital' (14º), seguida por 'infraestrutura e logística' (13º), 'ambiente microeconômico' (13º) e 'educação' (9º). O país está um pouco melhor em relação à 'disponibilidade e custo de mão de obra' (7º), 'ambiente macroeconômico' (10º) e 'tecnologia e inovação' (8º). Com o objetivo de promover o aumento da competitividade da indústria na próxima década, a CNI lançou neste ano o Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022, documento construído em conjunto com mais de 500 representantes empresariais. Ele servirá de base para as sugestões que o setor apresentará aos candidatos à Presidência da República em 2014. A resposta para muitos dos problemas identificados no estudo está no Mapa Estratégico. Ele define as ações necessárias para fazer o Brasil crescer mais e melhor e se tornar cada vez mais competitivo.
DESEMPENHO.
O país melhorou em apenas dois aspectos em relação à edição de 2012: 'disponibilidade e custo de capital' e 'ambiente macroeconômico'. No primeiro caso, passou do último para o penúltimo lugar, à frente da Argentina, em função da redução das taxas de juros. Já a desvalorização cambial fez o Brasil subir da última para a 10ª colocação no quesito 'ambiente macroeconômico'. Por outro lado, de 2012 para este ano, o país perdeu posição em três fatores: 'disponibilidade e custo de mão de obra', 'infraestrutura e logística' e 'tecnologia e inovação'. Todos os fatores influenciam o desempenho da indústria brasileira no mercado internacional. Nos torna menos competitivos, onera nossos investimentos e aumenta nossos custos. O importante é que o país consiga desenvolver uma agenda para enfrentar essas questões. É fundamental que o Brasil disponha de um sistema estruturado de metas e objetivos com monitoramento e acompanhamento dos resultados. Os vizinhos latino-americanos também estão em desvantagem. Com exceção do Chile, que se situa no terço intermediário e ocupa o 6º lugar, os demais países da América Latina encontram-
se no terço inferior. O México aparece em 12º lugar, a Colômbia em 13º e a Argentina em 15º.
PAÍSES.
Além do Brasil, foram avaliados: África do Sul, Argentina, Austrália, Canadá, Chile, China, Colômbia, Coreia do Sul, Espanha, Índia, México, Polônia, Rússia e Turquia. Esta é a terceira edição do estudo, que foi publicado pela primeira vez em 2010, e novamente em 2012. Ao todo, são avaliados oito aspectos: disponibilidade e custo de mão de obra; disponibilidade e custo de capital; infraestrutura e logística; peso dos tributos; ambiente macroeconômico; ambiente microeconômico; educação; tecnologia e inovação.
AVALIAÇÃO DO BRASIL NOS OITO ASPECTOS:
1. DISPONIBILIDADE E CUSTO DE MÃO DE OBRA.
A perda do ritmo de crescimento da força de trabalho ajudou o Brasil a perder três posições no quesito de um ano para outro. Em 2012, o país ocupava o 4º lugar. Neste ano passou para o 7º. Os componentes do fator colocam o Brasil em posições bem distintas. Ao mesmo tempo em que ocupa a 4ª posição em disponibilidade de mão de obra, aparece em 12º lugar quando se compara o custo de mão de obra em função da baixa produtividade do trabalho na indústria.
2. DISPONIBILIDADE E CUSTO DE CAPITAL.
Em relação a esse fator, apenas a Argentina é mais mal colocada que o Brasil, que aparece em 14º. Considerando os três subfatores - custo do capital, disponibilidade do capital e sistema financeiro -, os resultados são distintos. O país é o menos competitivo no quesito custo de capital. O spread da taxa de juros permanece sendo o pior da lista, mas a taxa de juros real de curto prazo melhorou da 14ª posição para a 10ª de um ano para outro. Em relação à disponibilidade de capital, o Brasil ocupa uma colocação intermediária (8ª), assim como em relação ao sistema financeiro (7ª).
3. INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA.
Somente os vizinhos Colômbia e Argentina têm piores colocações que o Brasil (13º) nesse quesito. A culpa é da baixa qualidade da infraestrutura de transporte, um dos subfatores, que coloca o país no último lugar do grupo. O Brasil está mal colocado em todos os quesitos: qualidade das rodovias (13º), da infraestrutura ferroviária (13º), da infraestrutura portuária (15º) e do transporte aéreo (15º). Quando se analisa a infraestrutura de energia e telecomunicações, outro subfator, o país ocupa posição intermediária (7ª). Em relação ao subfator alfândega e operadores, que avalia a qualidade dos serviços associados ao comércio exterior, o Brasil ocupa posição intermediária (10ª).
4. PESO DOS TRIBUTOS.
A carga tributária aparece como uma clara desvantagem competitiva em relação aos demais países. O Brasil aparece em 14º. Somente na Argentina o peso dos tributos é maior. No caso da tributação sobre o lucro das empresas, o Brasil fica à frente apenas da Argentina e da África do Sul. O Chile é o país que menos taxa o lucro. No quesito pagamento de impostos pelas empresas, o Brasil se situa na 13ª posição.
5. AMBIENTE MACROECONÔMICO.
A desvalorização do Real tirou o Brasil da última posição para a 10ª no fato ambiente macroeconômico. Também colaborou nesse sentido a trajetória do investimento estrangeiro direto no país. O país é o 4º mais competitivo nesse quesito. Em 2012, ocupava o 6º lugar. Os dois subfatores se contrapõem às outras variáveis que permanecem no terço inferior do grupo: taxa de inflação (11º), dívida bruta do governo (13º) e formação bruta de capital fixo (15º).
6. AMBIENTE MICROECONÔMICO.
O ambiente microeconômico não favorece o país. Apenas Rússia e Argentina têm piores condições que o Brasil, que está em 13º. A dimensão do mercado doméstico coloca o Brasil em 3ª posição, a mesma de 2012. Mas em relação à intensidade da concorrência no mercado doméstico, o país perdeu quatro posições, passando de 9ª, em 2012, para 13ª, neste ano. Em relação à barreira tarifária, caiu de 13º para 14º.
7. EDUCAÇÃO.
Considerando os 11 países com informações disponíveis para as variáveis consideradas, o Brasil ocupa o 9º lugar. Aparece entre os três piores colocados em dois dos três quesitos analisados: disseminação da educação (8º entre 10) e qualidade da educação (10º entre 12). Já em relação aos gastos com educação, o paí aparece em 5º lugar, entre 13 considerados. O resultado indica que não houve alteração da posição do Brasil em relação à disseminação e à qualidade da educação, mas que o aumento dos gastos implicou em avanço de uma posição nesse quesito.
8. TECNOLOGIA E INOVAÇÃO.
O Brasil está em posição intermediária em relação ao aspecto tecnologia e inovação. Entre os 14 países para os quais existem dados, o Brasil aparece em 8º lugar. Nos dois subfatores apoio governamental e P&D inovação nas empresas aparece em 9º.
ESTUDO: http://arquivos.portaldaindustria.com.br/app/conteudo_18/2013/12/12/5687/20131212121242781963e.pdf
APRESENTAÇÃO:
http://arquivos.portaldaindustria.com.br/app/conteudo_18/2013/12/12/5687/20131212120138768822u.pptx
terça-feira, 24 de setembro de 2013
Brasil continua a perder competitividade no ranking global
Dinamismo global / Mercado Aberto
Maria Cristina Frias
domingo, 22 de setembro de 2013
Por Que Nao Me Ufano da Setima Economia Mundial: o Brasil
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/as-fraquezas-da-7-economia-mundial-10085118#ixzz2fcisttn9
quinta-feira, 30 de maio de 2013
Escola Brasileira de Governo: despencando sem causar comocoes (e precisa?)
Tudo o que governo fizer de um jeito, você tenta fazer de outro, ou pelo menos escreve que se deve fazer exatamente o contrário do que o governo vem fazendo.
Eu asseguro um mestrado, um doutorado totalmente bem sucedido em matéria de administração pública.
Paulo Roberto de Almeida
O Brasil perdeu espaço no cenário competitivo internacional e despencou cinco posições no Índice de Competitividade Mundial 2013, elaborado pelo International Institute for Management Development (IMD), uma das maiores escolas de negócios no mundo. O país passou para a 51ª posição, ante o 46º lugar ocupado no ranking do ano passado. Na liderança da lista estão os Estados Unidos, que recuperaram o posto — depois de perdê-lo, no ano passado, para Hong Kong — graças a uma melhora do setor financeiro e à inovação tecnológica. O segundo lugar ficou com a Suíça, e Hong Kong foi para teceiro.
sexta-feira, 26 de abril de 2013
Turismo: Brasil so ganha em recursos naturais (o que ele nao fez nada para obter...) - World Tourism Report
No que depende da natureza, que nos foi dada de graça (e o governo ainda não conseguiu estragar totalmente), estamos bem, mas tampouco fizemos algo de muito relevante para preservá-la.
Nos itens que dependem do governo, vamos para os últimos lugares.
Vejam o relatório completo neste link:
http://www3.weforum.org/docs/WEF_TT_Competitiveness_Report_2013.pdf
e na página 13 a tabela reproduzida seletivamente abaixo:
sábado, 9 de fevereiro de 2013
O abismo da competitividade brasileira - Otaviano Canuto, Matheus Cavallari, José Guilherme Reis
Authors: Otaviano Canuto, Matheus Cavallari, and José Guilherme Reis
Brazilian exports of goods and services have grown sharply in recent years, with sales nearly three times higher in 2010 than in 2000. However, Brazil faces considerable competitiveness challenges: its export performance depends mostly on favorable geographical and sector composition effects. Such challenges increased after the recent global economic crisis. A recent slowdown in industrial exports, production, and investments seems related to supply-side difficulties stemming from a wide range of inefficiencies and rising costs, rather than insufficient demand. Although a stronger currency is one of the factors behind the lower competitiveness of Brazil’s manufacturing exports, sluggish productivity performance, lack of dynamism at the firm level, and a real wage uptrend seem to explain a significant part of the overall loss of competitiveness. This diagnostic reinforces the urgency of resuming the agenda of microeconomic reforms, increasing the investment-to–gross domestic product (GDP) ratio, and advancing toward better-skilled human capital.
The Economic Premise notes are produced by the Poverty Reduction and Economic Management (PREM) Network Vice-Presidency of the World Bank. The views expressed here are those of the authors and do not necessarily reflect those of the institution.
To read more, please click here: http://siteresources.worldbank.org/EXTPREMNET/Resources/EP105.pdf
To read previous Economic Premise notes, please click here: www.worldbank.org/economicpremise
Economic Premise is now a partner of Roubini Global Economics and is available on RGE's Partner Content: www.roubini.com/partnercontent.
PREM's Twitter feed tracks the World Bank's efforts to help countries fight poverty and close gaps in income and opportunity. Follow us at twitter.com/WBPoverty.
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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
Brazil Institute at Wilson Center: debate sobre o progresso industrial
How to Improve Brazil's Industrial Growth and Export Performance
Please join the Woodrow Wilson Center’s Brazil Institute and the Program on America and the Global Economy for “How to Improve Brazil’s Industrial Growth and Export Performance”
Tuesday February 12th, 2013
4:00 pm – 5:30 pm
Woodrow Wilson International Center for Scholars 6th Floor Flom Auditorium
Featuring:
- Otaviano Canuto, Vice President and Head for Poverty Reduction and Economic Management Network, World Bank
- José Guilherme Reis, Lead Trade Economist, World Bank
- Matheus Cavallari, Consultant, World Bank
Discussants:
- John Bryson, Distinguished Scholar, Wilson Center, and former Secretary of Commerce under President Barack Obama
- Kent Hughes, Director, Program on American and the Global Economy
Moderator: Paulo Sotero, Director, Brazil Institute
Please RSVP to brazil@wilsoncenter.org (acceptances only) with your name and affiliation
Modest industrial production growth and disappointing export performances are at the center of an economic policy debate that has been raging in Brazil since 2011, in which the rate of GDP expansion abruptly declined from 7.5% in 2010 to 2.7% and dropped again to around 1% last year.
On February 12, the Brazil Institute and the Program on America and the Global Economy will convene a seminar to examine the causes of the negative trend and what needs to happen for the country to return to the average 4% annual growth of the Lula years, while improving the productivity and competitiveness of its economy, as President Dilma Rousseff has pledged to do.
The discussion will feature the co-authors of an important policy research working paper recently published by the World Bank under the title:
Brazilian exports: climbing down a competitiveness cliff
http://econ.worldbank.org/external/default/main?pagePK=64165259&theSitePK=469382&piPK=64165421&menuPK=64166093&entityID=000158349_20130107091437.
Location: Woodrow Wilson Center at the Ronald Reagan Building
1300 Pennsylvania Ave., NW ("Federal Triangle" stop on Blue/Orange Line).
A map to the Center is available at www.wilsoncenter.org/directions.
Note: Please allow additional time to pass through security.
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
O Estado como fator anticompetitivo no Brasil
Enquanto não se convencerem de que têm de lutar contra impostos e burocracia estatal, a indústria vai continuar desaparecendo lentamente no Brasil, por mais que se busquem "soluções" ilusórias desse tipo.
Paulo Roberto de Almeida
A margem preferencial dada à indústria nacional
Trata-se de uma margem importante, que mostra ser muito reduzida a competitividade de nossa indústria, mas o governo tomou essa medida com caráter provisório e fixando em R$ 15 bilhões, no máximo, os gastos nos leilões realizados para estimular a indústria nacional por meio das suas compras. A ideia dessa preferência ao produto nacional foi apresentada no governo Lula, mas se concretizou no de Dilma Rousseff. Até agora, foram gastos R$ 2,5 bilhões, sinal de que o sistema de preferências demora a deslanchar, o que, aliás, é uma característica das iniciativas do governo.
Mas interessa examinar quais foram os principais produtos comprados pelo governo com a margem de preferência, pois dão uma ideia de em quais ramos a indústria nacional ostenta uma produtividade melhor. São tratores, escavadeiras, caminhões, ambulâncias e uniformes escolares. São todos produtos para os quais a demanda interna é elevada, o que permite auferir as vantagens de uma produção de massa.
A maioria desses bens, no entanto, tem componentes importados, o que reduz o valor dos incentivos. Existem algumas dúvidas a respeito do efeito dessa margem preferencial no desenvolvimento de tecnologias inovadoras. As compras do governo, porém, estão possibilitando ganhos de produção efetivos, especialmente no caso dos tratores, que têm função importante no desenvolvimento da agricultura, assim como no caso das escavadeiras para a construção civil e obras de infraestrutura.
Porém, se consideramos que o gasto efetivo do governo foi até agora de apenas R$ 2,5 bilhões, não se pode considerar a preferência como fator de salvação da indústria.
Existe, ainda, o risco de que os setores favorecidos se acostumem a viver com a participação do governo e não se mobilizem para desenvolver inovações tecnológicas ou know-how que reduza o custo dos bens oferecidos.
Mas, já que isso tem caráter provisório, seria útil exigir que as empresas beneficiadas comprovem que a margem preferencial auferida permitiu investimentos que reduzem de maneira constante o preço e aumentem a qualidade dos produtos oferecidos, pois os 20% representam, de fato, um gasto da sociedade.
sábado, 15 de dezembro de 2012
Industria brasileira: competitividade e abertura (as piores possíveis) - CNI-Funcex
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
Franceses descobrem que precisam recuperar e aumentar a competitividade...
Fazem mais de 40 anos que a França conhece déficits orçamentários, ou seja, produzem déficitas constantes todos os anos. A consequência, como no Brasil, aliás, é um aumento constante da carga tributária, o que asfixia objetivamente as empresas francesas, que de outro modo já precisam lutar contra uma legislação laboral e outras regulações estatais extremamente nocivas do ponto de vista do ambiente de negócios.
Este conjunto de propostas do Institut Montaigne, um centro de estudos empresarial liberal -- onde aliás estive falando sobre o Brasil em fevereiro deste ano, assim que cheguei em Paris -- pode servir, perfeitamente (mutatis mutandis) para vários casos do Brasil, que também é um país "francês" em sua legislação, mas extremamente precário em sua baurocracia (sem falar dos níveis anormalmente mais altos de corrupção e de incompetência governamental).
Podem servir pelo menos para reflexão.
Mas, cá entre nós, não creio que possamos ter este tipo de debate no Brasil. Pelo menos não se depender do Congresso, do Executivo e talvez mesmo (pelo menos ainda não) do empresariado.
Vamos insistir na racionalidade, porém, contra ventos e marés.
Paulo Roberto de Almeida
POUR UN CHOC ET UNE TRAJECTOIRE DE COMPETITIVITE
Institut Montaigne, 7 Octobre 2012
Le diagnostic sur lequel fonder cet effort politique d'une portée sans doute inédite est connu de tous :
- en toile de fond, une crise grave et profonde de nos finances publiques et des équilibres complexes qui les sous-tendent ;
- une dégringolade ininterrompue depuis dix ans de notre compétitivité, de nos parts de marché dans l'Union européenne comme au-delà et au final un taux de marge en berne pour nos entreprises, ainsi dangereusement atteintes dans leur capacité à préparer l'avenir comme à embaucher ;
- en conséquence, un emballement du chômage qui touche les populations les plus fragiles, les jeunes, les seniors, les moins insérés.
Pour sortir de cette spirale non vertueuse, il faut à la fois un choc et une trajectoire de compétitivité.
D'abord un choc, celui produit par la mise en œuvre le plus rapidement possible du transfert de charges proposé par le rapport Gallois – document de référence désormais. Ce choc permettra de restaurer au moins en partie les marges des entreprises et donc leur capacité à investir. Il aura pour vertu de réinstaller la confiance parmi le monde des entrepreneurs, c'est aussi cela la politique.
Ensuite une trajectoire, celle de la nécessaire réduction de nos dépenses publiques. En effet, aucun de nos partenaires ni aucun de ceux qui financent les déficits publics français ne pourront croire au sérieux de notre politique économique si nous n'allons pas au-delà d'un simple freinage de l'augmentation des dépenses publiques.
C’est ce double mouvement que propose l’Institut Montaigne depuis de longs mois dans ses travaux. On le retrouve en partie dans le rapport Gallois et les premières annonces gouvernementales.
Décryptage…
Bien cordialement à vous,
Laurent Bigorgne
DECRYPTAGE |
Rapport Gallois, annonces gouvernementales : analyse |
1) Un choc de compétitivité
Le rapport Gallois avait préconisé un transfert de 30 milliards d'euros de charges sociales vers la fiscalité et la réduction de la dépense publique. Le gouvernement a retenu un allègement de 20 milliards d'euros des coûts des entreprises, par un crédit d’impôt. Dans son rapport Une fiscalité au service de la "social compétitivité" (mars 2012), l’Institut Montaigne prévoyait un choc de 50 milliards d'euros, reposant à la fois sur un transfert de charges et sur l’allègement de la taxation du cycle de production. Le "choc" finalement retenu est un premier pas dans la bonne direction. Il permettra de restaurer, au moins en partie, les marges des entreprises et leur capacité à investir tout en redonnant confiance aux entrepreneurs. 2) Plus de stabilité pour plus de confiance Comme le préconise le rapport Gallois, le gouvernement stabilisera pour une durée de cinq ans les principaux dispositifs fiscaux favorisant la création, l’investissement, la R&D ou l’innovation dans les entreprises, parmi lesquels le crédit impôt recherche et l’ISF PME. Dans son rapport De la naissance à la croissance : comment développer nos PME (juin 2011), l’Institut Montaigne appelait à cette stabilité, qui laissera le temps à ces dispositifs de produire leurs effets, encouragera les PME innovantes à y recourir, rassurera les investisseurs et accroîtra leur visibilité. 3) Des liens renforcés et des stratégies partagées pour les entreprises Pour améliorer la coopération entre les entreprises et développer une stratégie de filières, le rapport Gallois comme le gouvernement prévoient de conditionner les soutiens de l’Etat aux grandes entreprises à leur capacité d'associer leurs fournisseurs et sous-traitants et d'instaurer des sanctions administratives en cas de manquement aux règles sur les délais de paiement, dont les dépassements représentent une charge nette de 10 milliards d’euros pour les PME. Ces recommandations figurent dans le rapport Financement des entreprises : propositions pour la présidentielle (mars 2012) de l’Institut Montaigne, qui exposait l’intérêt d’un rapprochement des entreprises entre elles, en particulier des grandes entreprises et des PME. Elles bénéficieraient toutes d’une stratégie partagée et généralisée, de la mutualisation de fonctions, de la co-innovation ou encore de l’amélioration de la gestion de la chaîne de valeur et de son évolution. 4) L’épargne au service du financement des entreprises Pour mieux orienter l’épargne vers le financement des entreprises, le gouvernement prévoit d’engager une réforme de sa fiscalité afin qu’elle favorise la détention de long terme et les investissements en actions, sans accroître la dépense fiscale. Pour l'Institut Montaigne, il est indispensable de faire bénéficier les PME et les ETI de l’épargne des particuliers (cf. le rapport Financement des entreprises : propositions pour la présidentielle - mars 2012). Dans un rapport à paraître prochainement sur la croissance et la régulation financière, il proposera de rééquilibrer les avantages fiscaux de l'épargne en faveur des instruments relativement risqués comme les actions, de favoriser l’épargne de long terme et d’aménager notamment le projet de doublement du plafond des livrets réglementés en ce sens. 5) Un marché du travail mieux adapté Pour mieux former les jeunes et les salariés et les accompagner plus efficacement vers l’emploi, le gouvernement propose, sur la recommandation du rapport Gallois, d’évaluer l’adaptation des offres de formations aux besoins de compétences des employeurs, de mettre en œuvre un nouveau service public de l’orientation, de rapprocher le système éducatif et le monde de l’entreprise et de développer les formations en alternance. L’Institut Montaigne appuie ces orientations, qui figurent dans sa note Choisir les bons leviers pour insérer les jeunes non qualifiés (juin 2012). Il est nécessaire d’aller plus loin. Un véritable investissement de long terme dans la qualité et la formation du capital humain est en effet indispensable pour lutter contre l’échec scolaire, mieux insérer les jeunes les moins qualifiés et faire évoluer le droit du travail vers plus de sécurité et de souplesse, pour les salariés comme pour les employeurs. 6) L’indispensable réduction de la dépense publique La baisse des coûts des entreprises (pour un montant de 20 milliards d'euros) décidée par le gouvernement sera financée pour moitié par la réduction de la dépense publique. C’est là aussi un premier pas, mais il est désormais impératif, pour le redressement de nos comptes publics et la compétitivité de notre économie, d’engager une vaste revue des différents postes de dépenses de l’Etat, en particulier des dépenses d’intervention, et de les mettre en regard de leur efficacité. L’Institut Montaigne publiera prochainement un rapport sur l’efficience des dépenses publiques. >> Lire la tribune de Laurent Bigorgne parue sur LeMonde.fr |
SYNTHESE DE NOS PROPOSITIONS |
Restaurer la compétitivité de l'économie française |
L’Institut
Montaigne propose dans ce document de synthèse une stratégie globale et
cohérente pour restaurer la compétitivité de l’économie française et
sortir de la crise, d’une part en construisant une économie de la
connaissance et d’autre part en engageant une politique forte en faveur
de la compétitivité des entreprises.
>> En savoir plus >> Télécharger le document de synthèse >> (Re)voir l'émission "Place aux idées" avec Laurence Parisot |
EVENEMENT |
"Les Rencontres de l'industrie compétitive" : retrouver le chemin de la croissance |
Pierre
Gattaz, président du GFI, Frédéric Coirier, président de Poujoulat et
Laurent Bigorgne, directeur de l'Institut Montaigne, dévoilent en
avant-première les grands thèmes qui seront abordés lors des "Rencontres de l'industrie compétitive", organisées par Les Echos Conférences en partenariat avec l'Institut Montaigne le 27 novembre prochain.
>> Voir la vidéo >> Consulter le programme des "Rencontres de l'industrie compétitive" >> S'inscrire |
PUBLICATIONS |
Une fiscalité au service de la "social compétitivité" |
Ce
rapport de l’Institut Montaigne propose une réforme globale et
ambitieuse de notre système fiscal autour de trois axes : créer un choc
de compétitivité pour notre économie ouverte à la compétition
internationale ; renforcer l’équité et la transparence de notre système
d’imposition ; améliorer son efficacité par une
simplification des assiettes et des taux.
>> En savoir plus >> Lire la tribune de Claude Bébéar - "Où en est la compétitivité de la France ?" >> Lire aussi : "L'urgence de réformer une fiscalité à bout de souffle", par Claude Bébéar |
Financement des entreprises : propositions pour la présidentielle |
Ce
rapport publié en partenariat avec Croissance Plus s’attache à
élaborer des propositions innovantes portant sur l’ensemble du cycle de
production : financement de l’activité courante, de l’investissement
productif et du développement de long terme.
>> En savoir plus >> Lire la tribune de Claude Bébéar et de Réné Ricol - "Financement des entreprises : (ré)agir avant qu’il ne soit trop tard" |
Également sur ce sujet : |
>> De la naissance à la croissance : comment développer nos PME - Rapport - juin 2011
>> Formation professionnelle : pour en finir avec les réformes inabouties - Pierre Cahuc, Marc Ferracci, André Zylberberg - Étude - octobre 2011 >> Un CDI pour tous - Céline Gleize - Étude - novembre 2011 >> Vademecum 2012-2017 - Objectif Croissance - mars 2012 |
Institut Montaigne / 38, rue Jean Mermoz / 75008 Paris Tél. +33 (0)1 58 18 39 29 / Fax. +33 (0)1 58 18 39 28 Nous écrire : info@institutmontaigne.org |
terça-feira, 6 de novembro de 2012
Comercio exterior brasileiro se arrasta penosamente em direcao a...
Não se sabe bem. Provavelmente em direção ao marasmo.
Se o Brasil, a despeito de custos inaceitáves nos procedimentos de importação (com cobranças altíssimas não só de tarifas elevadas, mas de outros impostos indevidos como Pis-Cofins na importação), ainda tem de importar dezenas de bilhões de dólares de produtos primários e insumos básicos para a sua indústria, então é porque nós nos tornamos inacreditavelmente caros, ou seja, não competitivos para qualquer coisa, e tudo isso por causa dos mesmos fatores que tornam o ambiente de negócios no Brasil um pântano empresarial: o custo Brasil, com a enorme carga tributária governamental em primeiro lugar.
Caminhamos, lenta mas seguramente, para uma crise de transações correntes, o que redundará, inevitavelmente em desvalorização cambial, ou seja, nos tornaremos mais pobres, além de aumentar o custo financeiro de nossas transações externas, o spread e tudo o mais.
Esse é o resulta das políticas improvisadas, de "puxadinhos" setoriais, implementadas pelo governo, que parece uma barata tonta. Em lugar de atacar os problemas reais, o governo insiste em contornar o problema, jogando os custos para nós, ou seja, obrigando-nos a suportar duplamente os encargos do protecionismo alfandegário e dos preços de cartel por falta de concorrência. Isso além de provocar deliberadamente inflação, ao manter uma meta que de fato é o teto da banda, um nível inflacionário três vezes superior à média mundial.
Como diria Roberto Campos, o Brasil é um país que não perde a oportunidade de perder oportunidades.
Com a ajuda do governo, assim continuará...
Paulo Roberto de Almeida
O comércio exterior carece de dinamismo e inovação
As exportações estão em situação precária, pois dependem muito da venda de produtos básicos, cujo preço é variável e influenciado pelo contexto internacional, e a China é o maior cliente. Neste ano, o resultado mensal variou de um mínimo de US$ 16,1 bilhões a um máximo de US$ 23,2 bilhões. Nosso governo insiste muito sobre os efeitos da crise nos países ricos, mas nos dez primeiros meses do ano nossas exportações para os EUA cresceram 9,6% e diminuíram 8,4% para a União Europeia; 6,1%, para a China; e 20,6%, para a Argentina.
A estrutura de nossas importações ficou ainda mais estável que a de nossas exportações. Bens de capital continuam a participar com 21,9%, mas as matérias-primas e bens intermediários ocupam o maior espaço entre nossas importações, com pouco mais de 45%.
Isso mostra que a nossa indústria importa bens intermediários (num valor de US$ 83,4 bilhões) que poderiam ser produzidos em parte no Brasil, mas, por serem muito mais baratos no exterior, acabam sendo importados. Participam, assim, do processo de desindustrialização que afeta todo o setor manufatureiro e nos coloca praticamente na marginalidade quando se trata de bens de alto conteúdo tecnológico, o que se reflete negativamente nas vendas externas e tende cada vez mais a tornar o Brasil um país exportador de commodities.
Havia a expectativa de que o Brasil rapidamente se tornaria um grande exportador de petróleo. Nesse campo, nossas exportações nos dez primeiros meses foram de US$ 16,4 bilhões e nossas importações, de US$ 10,5 bilhões, mas as de outros combustíveis chegaram a US$ 17,4 bilhões. Portanto, o País continua dependendo da importação.
O crescimento do parque industrial vai depender muito de uma mudança em face dos mercados externos: temos de apresentar inovações e aumentar o conteúdo tecnológico dos bens oferecidos ao exterior, e para isso é imprescindível reduzir os nossos custos.