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segunda-feira, 4 de junho de 2012

A ABIN tem algum foco no Brasil, ou vai o mundo inteiro?

Claro, claro, eles sempre poderão dizer que tudo o que ameaça o Estado brasileiro lhes interessa.
E os abineiros passam o tempo a sondar os insondáveis mistérios da galáxia que podem representar perigo para o desenvolvimento e a segurança do Brasil.
Eu não estava pedindo tanto: apenas que eles alertassem o Executivo central, e seus órgãos essenciais, de que um bando de maltrapilhos neobolcheviques se preparavam para invadir, impunes, instalações federais, quebrando vidraças, e saindo ilesos de aventuras de protesto, ou seja, tomando o Estado como refém, sem que este se defenda, sequer se acautele.
OK, não é função deles se infiltrar em grupos que, declaradamente, pretendem a derrubada do Estado burguês e a instalação de um governo comprometido com o socialismo? 
Isso é pouco para os abineiros, daí o interesse pelo universo inteiro.
Então vamos tratar do que fazem os diplomatas, esses rabiscadores pretensiosos que simulam entender do sistema internacional.
Mas eu estava focando, em meu post, numa questão muito simples, pedestre, quase de cavalgadura: defender o Estado, apenas esse ogro que gasta muito consigo mesmo (incluindo abineiros e diplomateiros), e não atende o que é essencial para o desenvolvimento do país.
Volto a dizer: não existe NADA, absolutamente nada, no universo compreendido entre o Big Bang e o fim dos tempos, que se oponha ao desenvolvimento brasileiro; todos os nossos problemas são made in Brazil, e deveriam receber respostas aqui dentro. O mundo tem sido muito generoso com o Brasil, dando-lhe oportunidades de crescimento que este não tem sabido aproveitar.
Será que os abineiros compreendem isto?
Mas volto ao problema suscitado em meus post: seria pedir muito conservar o foco no objeto do meu post?
Paulo Roberto de Almeida 
PRA: Sou incapaz de atirar xícaras na parede, por respeito à xícara, por cuidado com a parede, para não parecer maluco. A única coisa que eu coloco e tiro da parede (em estantes) são livros, apenas livros...

Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "A ABIN cuida de tudo, menos dos perigos imediatos....": 

Mais duas xícaras de café na parede: "mas esses abinófilos não entendem que eu só quero dar umas bolachas no Zé Rainha?" Ploft - Ploft. "Droga!!! Acertei o café nos meus exemplares de Lanterna na Popa!!!" Paulo, sério, alguns dos problemas do mundo são sim problemas do Brasil. Os direitos humanos, o clima, o crime transnacional, as epidemias, um monte de coisas. Foi o que os diplomatas vociferaram ao longo da década de 90. Nesse tabuleiro, aliás, jogamos bem, pois na zoeira do multilateralismo a gente se sente mais confortável. Multilateralismo abre espaço para bravatas mais irresponsáveis, eu acho. Poder de mentira. Bom, mas se você considera que as comunicações da diplomacia brasileira não merecem proteção, daí eu me preocupo um pouquinho. Por quê? Pior, se você não acha um problema que o mundo saiba de antemão o que a diplomacia brasileira vai fazer semana que vem em seus assuntos mais sensíveis, então eu me preocupo mais ainda. Pior, eu confirmo o que escrevi anteriormente: as autoridades brasileiras têm muita dificuldade em perceber o que é ou não uma ameaça. Mas olha, a coisa fica bem feia quando pensamos assim: se o Paulo Roberto de Almeida não considera um problema imediato a possibilidade de estarem atacando os canais de comunicação diplomática do Brasil, então pode ser que ele esteja tentando nos dizer que por ali não transita nada de útil. Portanto, podem fechar o MRE! Que tal fechá-lo ou pagar uma merreca para eles, como fazem outras chancelarias pelo mundo? As embaixadas são caras, os consulados também, e manter os diplomatas no exterior é muito, mas muito caro. No Brasil eles podem custar quase igual a um "araponga", como você disse, mas eu sei que no exterior eles têm auxílio moradia, ganham em moeda valorizada (Euro, Dólar), quando voltam para o Brasil têm apartamento funcional de graça, o filho tem lugar garantido em universidade pública etc. Só que eu não acho isso necessariamente errado! Eu quero valorizar os meus diplomatas. Quero entender essas regalias. Errada foi a comparação descabida que você fez e o tom de desvalorização que você imprime, apesar de eu saber que esse é só seu estilo, querendo provocar o debate. Todavia, há um momento em que você deve se colocar em seu papel de formador de opinião. Você é um, quer queira ou não. É um papel de responsabilidade, nocivo nas mãos de pessoas mal intencionadas. Imagine quantas centenas de pessoas lêem o que você escreve realmente acreditando que você entende TUDO sobre o que está falando. Mas você não sabia nem que a Abin não podia fazer escuta! E será que você realmente sabe o que a Abin escreve ou deixa de escrever? Ou você escreve essas coisas por outro motivo? Um motivo pessoal, talvez. Sabe aquela época em que derrubamos ícones como os nossos pais, os professores, os pensadores, os diplomatas? É inevitável a decepção não é? Mas você sim poderia ajudar para que ela fosse menor. Ok, é tudo um estilo de se expressar. Deve ser isso. É melhor acreditar nisso. Que pena ... que desperdício.

Um comentário:

Anônimo disse...

Uma resposta boa. Poderia ter dado ela antes, sem passar pelo brainstorming dos cafezinhos na parede(agora em copinhos de plástico). "A única coisa que eu coloco e tiro da parede (em estantes) são livros, apenas livros" ---- Por isso que você acertou o café no exemplar de Lanterna na Popa.