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segunda-feira, 11 de junho de 2012

Economias abertas e fechadas: um debate esquizofrenico...

Parece que agora a Estonia já não conta mais, pelo menos não para efeitos de comparação entre o Brasil e esse pequeno país báltico, que caberia, aparentemente, dentro de Campinas, a pátria dos keynesianos de botequim...
Acabo de receber este comentário de um Anônimo reincidente, que insiste em se expressar telegraficamente, o que impede saber o que ele pensa, de verdade, sobre o tamanho das economias e suas políticas econômicas.



Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Coitada da Estonia: do tamanho de Campinas...": 
engraçadinho, tamanho faz diferença sim. Pegue qualquer livro-texto de economia, qualquer revista relevante de economia, você verá inúmeros exemplos de "pequena economia aberta"....mas nunca verá exemplo de "grande economia aberta". E a diferença não se restringe ao fato de que uma economia grande é capaz de afetar os preços dos produtos que exporta ou importa. Quem pensa como economista austríaco só pode mesmo pensar como economista de "pequena economia aberta". 



Ao que parece, como para Engels, quantidade numa certa quantidade (bem, vocês entendem) acaba virando qualidade, ou vice-versa, vocês escolhem...
Então ficamos assim: não existem exemplos de grandes economias abertas. Só pequenas.
Mas o que faço de certos casos: a Albania, por exemplo, dos tempos do Enver Hodja, era uma pequena economia totalmente fechada.
E a economia cubana, que diminui a olhos vistos? Era aberta e está ficando fechada? Ou se abre para os dólares e o petróleo de Hugo Chávez?


Mas será mesmo que não existem grandes economias abertas? Nenhum exemplo?
Puxa vida, essa é surpresa para mim.
Os Estados Unidos devem ser uma miragem, e no seu lugar, naquele pedaço do planeta, deve haver um grande buraco branco, como naquelas antigas cartas geográficas que diziam: "terrae incognitae", ou seja, terras desconhecidas.
Ou então, para o nosso campineiro não estoniano, se trata de uma grande economia FECHADA.
Tão fechada que tem o maior déficit comercial do mundo. Isso que é fechamento (inepto, ao que parece).
Mais ainda: essa economia desafia as leis da oferta e da procura. 
Os EUA, como grande economia fechada, conseguem determinar, por exemplo, os preços do petróleo.
Não sei como é que os americanos reclamam tanto da gasolina a 4 dólares o galão. Se eles determinam os preços, por que não colocam o preço a 1 dólar o galão?


Outra surpresa: eu era austríaco e não sabia.
Preciso ir correndo numa biblioteca ou numa livraria e comprar livros sobre os economistas austríacos. Vocês sabem: é chato ser uma coisa e não saber o que pensam os coisos dessa coisa que se chama economia austríaca. E confesso que não sei: não sou especialista em economia austríaca, não sou sequer economista. Só pertenço a essa tribo de irredutíveis ideólogos que são os sociólogos, esses que, em lugar de produzirem riqueza como maná dos céus, que são os economistas desenvolvimentistas da UniCamp, só produzem déficit público, junto com os advogados e os juízes do trabalho.
Puxa vida, como sou grato ao comentarista Anônimo.
Está resolvendo um grave conflito de minha personalidade esquizofrênica. Eu, que nem gosto de sachertorte, sou austríaco em segunda encarnação.
Vou pedir meu passaporte europeu, e comprar aquelas calças curtas ridículas dos austríacos...
Paulo Roberto de Almeida 

3 comentários:

Anônimo disse...

Um pouco de estudo lhe faria bem, talvez conseguisse pensar de forma abstrata. Políticas ótimas para pequenas economias abertas podem nao ser ótimas para grandes economias abertas. Pode ser Estônia, Estados Unidos, Áustria ou Campinas, tamanho importa!

Anônimo disse...

Economia fechada significa isolacionismo. Barreiras alfandegárias sempre tem uma contrapartida. Vamos fechar o nosso país aos investimentos de risco, à tecnologia, ao know-how e aos maiores mercados de consumo do mundo. Vamos seguir o exemplo de Cuba e depois reclamar do embargo americano.

Pedro

Anônimo disse...

Embora o artigo citado abaixo não seja sobre a Estônia, mas sobre a Letônia (que agora o Krugman tem pegado no pé também), o ponto é o mesmo: ver item 5 do artigo.
Tudo bem, Olivier Blanchard deve ter estudado em Campinas.

http://www.voxeu.org/index.php?q=node/8084