Um site de Direito de uma faculdade de Belo Horizonte republicou, recentemente, um antigo texto meu, com o titulo acima. Reproduzo aqui a parte inicial e o sumario.
Economia política do intelectual
O intelectual pode ser definido como sendo, essencialmente, um produtor de saber ou, pelo menos, de idéias (nem sempre originais).
Pretendo, nestas breves considerações em torno da economia política dos intelectuais, oferecer uma visão cética, ou pelo menos crítica, sobre alguns dos mitos da nossa época, entre eles o do intelectual público enquanto figura de proa dos movimentos vanguardistas, ou progressistas, e portanto, de uma figura isenta que encarna, supostamente, os melhores valores da racionalidade e do humanismo. Ainda que tudo isso possa ser justificado, em bases racionais, ou legitimado socialmente, nenhuma restrição de ordem conceitual ou filosófica deveria nos impedir de examinar essa figura ímpar da modernidade – mas, na verdade, eles não são tão modernos assim, nem tão excepcionais quanto se quer fazer acreditar –, tendo como base analítica essencial a relação de custo-benefício que eles costumam apresentar para a sociedade e como único critério a dissecação sem compaixão desse obscuro objeto de admiração (por vezes indevida).
Sumario:
1. Certidão de nascimento ou temporalidade difusa?
2. Natureza do produto e valor agregado: ativos tangíveis e intangíveis
3. Volatilidade e imperfeição dos mercados intelectuais
4. Um tipo específico de intelectual: a “vaca sagrada”
5. Intelectuais de marca ou genéricos?
6. A substituição de importações intelectuais no caso brasileiro
7. Regulação e concorrência do mercado de intelectuais
8. As finanças dos intelectuais: transparência e recursos não-contabilizados
9. Uma lei de responsabilidade social para os intelectuais?
Interessados, invejosos, candidatos a intelectuais (mas nao recomendo, neste caso), enfim, curiosos em geral, podem ler a integra neste link:
http://www.domtotal.com/colunistas/detalhes.php?artId=676
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Postagem em destaque
Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida
Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...
-
Rewriting the Rules of Foreign Aid: Geopolitics, Power, and the New Diplomacy In the world of international relations, foreign aid is not si...
-
Uma preparação de longo curso e uma vida nômade Paulo Roberto de Almeida A carreira diplomática tem atraído número crescente de jovens, em ...
-
A Europa do Iluminismo, dos Direitos Humanos, da Democracia está renascendo a partir da terrivel guerra de agressão da Rússia contra a Ucrâ...
-
Israel Products in India: Check the Complete list of Israeli Brands! Several Israeli companies have established themselves in the Indian m...
-
Países de Maior Acesso aos textos PRA em Academia.edu (apenas os superiores a 100 acessos) Compilação Paulo Roberto de Almeida (15/12/2025) ...
-
Mais uma listagem de antigos trabalhos sobre paz e segurança, em vista deste debate próximo: 17h30 – Evento online – transmissão ao vivo no...
-
Pequeno manual prático da decadência (recomendável em caráter preventivo...) Paulo Roberto de Almeida Colaboração a número especial da rev...
-
Nota preliminar PRA : gostaria de conhecer os nomes dos autores que elaboraram este discurso para leitura do chanceler, na abertura deste se...
-
Delegação brasileira no Conselho de Direitos Humanos se abstém de votar sobre sequestro de crianças ucranianas pela Rússia, uma quebra de ...
4 comentários:
Seu humor tem marca registrada, Paulo...
Vou lá ler o texto todo, que certamente deve ser muito bom.
"Mas, qual o quê! Nossos intelectuais são preguiçosos: eles não se dedicam a criar idéias próprias e continuam a consumir idéias francesas que na atualidade vêm mais em modelos prêt-à-porter do que sob a forma elegante do fait-à-la-main. É por isso que nossos alunos universitários continuam a ser torturados pelos Derridas de aluguel, pelos Lacan de contrabando, pelos Foucault de um imaginário que não tem muita imaginação. Vejam vocês que eu já encontrei estudos sociológicos sobre os nossos garimpeiros – sim, aqueles seres brutos que despejam mercúrio na natureza e usam as pepitas para comprar o amor das donzelas disponíveis – elaborados com a mais refinada técnica foucaultiana, como se não fosse possível analisar o imaginário rude desses seres singulares das nossas fronteiras da civilização, a não ser com tecnologia importada de Paris. Épatant, n’est-ce-pas?"
Ar-ra-sou, monsieur Le Diplô!!!
Mais avant tout, bonjour madame...
"Na verdade, nosso intelectual não quer concorrência, ele não gosta de concorrência, ele aprecia mesmo um bom monopólio, de preferência público, que explora privadamente."
Arrasou de novo!!! Putz... Cê tá que tá...
Tudo indica que não só o Blog do Tambosi é mordaz.
Este artigo seu é mordente e morde não com dentes de leite!
Morde com dentes de café com leite? Quem dera... Morde com dentes de absinto muito!
Parabéns pelo fôlego estupendamente criativo, diplô!
Postar um comentário