Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Os novos "Kissingers" - Foreign Policy
The List: The World's Kissingers
Joshua E. Keating, Associate Editor at Foreign Policy
Foreign Policy, March/April 2010
A country's foreign policy is often defined less by its elected leader than its behind-the-scenes operators and elder statesmen. Here are four figures setting the global agenda for the world's emerging powers, just as Henry Kissinger set America's for over 50 years.
1) LEE KUAN YEW
Country: Singapore
Age: 86
Position: Former prime minister, current "minister mentor" (a cabinet-level position created specifically for him)
Legacy: After shepherding Singapore to unprecedented economic growth over his 31 years as prime minister, Lee has become an apostle for the Asian model of growth, a mix of economic liberalization and rigid political control.
Lee always said that Singapore's foreign policy was dictated by its small size -- it cannot survive without international and regional cooperation. But the influence of his ideas can be seen in the "peaceful rise" and not so peaceful governance of the world's most populous country: China.
2) CELSO AMORIM
Country: Brazil
Age: 67
Position: Foreign minister
Legacy: A controversial former academic who once compared wealthy countries' negotiating tactics to those of Joseph Goebbels, Amorim has deftly managed the nigh-impossible balancing act between the United States and Brazil's leftist neighbors in Venezuela and Cuba while also building Brazil's alliances with other emerging powers.
Speaking of the alliance with Russia, India, and China, Amorim said, "You have a new configuration of power appearing in the world.… We can't be conditioned by the views coming from the United States and the EU. We have to look from our own perspective."
3) TURKI AL-FAISAL
Country: Saudi Arabia
Age: 65
Position: Former ambassador to Britain and the United States, ex-director of the Saudi foreign-intelligence service
Legacy: As chief of the Saudi kingdom's external intelligence service, the youngest son of the late King Faisal helped fund and organize the Afghan resistance to the occupying Soviet forces. Working as ambassador to Britain and then the United States in the years following 9/11, Turki emerged as part diplomat, part pundit. He resigned in 2006 but remains an influential advisor in Riyadh and a fixture in Washington.
4) AHMET DAVUTOGLU
Country: Turkey
Age: 51
Position: Foreign minister
Legacy: A keen student of history, the brash and outspoken Davutoglu believes in restoring Turkey's Ottoman glories so that Turkey once again carries weight in the Middle East. Under his guidance, Turkey has strengthened its ties with Arab governments and sought to play the role of mediator in Arab-Israeli conflicts.
At the same time, Davutoglu supports Turkey's eventual membership in the European Union: "Turkey can be European in Europe and Eastern in the East because we are both," he says.
Comento:
Não tenho certeza de que qualquer um desses seja um novo Kissinger. Este era, antes de qualquer outra coisa, um scholar distinguido na academia, com vasta obra de reflexão histórica e estratégica, conhecido amplamente antes mesmo de se tornar conselheiro presidencial no NSC e depois Secretário de Estado. Gostaria de ver o currículo de cada um dos quatro, antes de me pronunciar, à condição que ele não venha edulcorado por coisas que não foram efetivamente realizadas.
No que concerne ao Brasil, não me lembro de algum alto diplomata - descontando o ex-Embaixador (ex-militar e político) Juracy Magalhães, para quem o que era bom para os Estados Unidos era bom para o Brasil -- ou de algum chanceler que tenha tido a sua perspectiva diplomática condicionada pela visão do mundo de Washington. Talvez atualmente se deva reforçar o suposto "entreguismo" dos antecessores, para melhor ressaltar, e proclamar (por vezes aos altos brados), sua própria independência em relação ao império, aspecto menor mas que encanta certas platéias, estilo UNE, CUT, PT e tribos desse tipo.
2 comentários:
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ELOGIO?
ResponderExcluirConfesso que, ao ler o título da reportagem, fiquei em dúvida se a comparação com Kissinger era um elogio ou não. Atualmente, o antigo secretário de Estado norte-americano não viaja para fora dos Estados Unidos sem antes ter a certeza de que não terá complicações com a justiça do país a ser visitado. Não é à toa que o Congresso estadunidense não tenha ratificado o tratado da Corte Penal Internacional (International Criminal Court). Pessoas como Kissinger ver-se-iam em uma situação constrangedora. Para mais informações, recomendo a leitura do artigo: Why the law wants a word with Kissinger.
Em:
http://www.smh.com.au/articles/2002/04/29/1019441343996.html
José Marcos,
ResponderExcluirExistem muitas maneiras de se avaliar o homem e a obra. Mesmo nos EUA, muita gente o considera um perfeito patife, pelo que ele fez no Vietnã, no Chile, e em outros lugares menos conhecidos. Mas também tem gente que o acha um conselheiro do príncipe ideal, do ponto de vista americano, obviamente.
Tentei dar uma visão ponderada do que ele representou para o Império neste artigo:
1894. “O legado de Henry Kissinger”, Brasília, 1 junho 2008, 1 junho 2008, 5 p. Comentários sobre a obra prática e intelectual do estadista americano. Publicado em Mundorama.Net: http://mundorama.net/2008/05/31/o-legado-de-henry-kissinger-por-paulo-roberto-de-almeida/; em Meridiano 47 (nr. 94, maio de 2008, p. 29-31; link: http://meridiano47.info/2008/06/05/o-legado-de-henry-kissinger-por-paulo-roberto-de-almeida/). Reproduzido em Via Política (08.06.2008; link: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=69).
Se quisermos um exemplo de realismo cínico, ele é o homem. Dificilmente seria o meu modelo de estadista, mas poucos o são...
Reconheco, porém, que se trata de um grande intelectual. Sua tese de doutoramento (traduzida e publicada no Brasil) e seu Diplomacy (idem) são grandes obras...
Paulo Roberto de Almeida