Postado por Engels
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PÁ DE KARL
No começo, era tudo lindo. Eu deixava a barba crescer e logo a dele aparecia comprida também. Eu tuitava e, em seguida, ele dava um RT. Fazíamos tudo juntos, pensávamos parecido. Tinha gente que achava que eu me chamava Marx &, de tanto ouvir nossos nomes andarem juntos. Outros, que consideravam ossas ideias um tanto quanto nonsense, nos apelidaram de irmãos Marx. Qualquer coisa que um escrevia, mesmo que o outro nem tivesse dado palpite, ambos assinavam. Éramos assim tipo Lennon & McCartney. Aliás, seguindo nessa comparação, uma amiga dizia que o papel de Ringo cabia a Stalin, mas eu acho isso uma maldade com o Stalin.
Porém, em determinado momento, Marx me surpreendeu. Disse que se sufocado, que precisava de mais espaço para expressar suas ideias. Insinuou que fosse a hora de partir para uma carreira solo. E finalizou revelando que nossa produção, até então, muito panfletária.
Fiquei atônito, confuso. Não entendi que naquele momento estava se erguendo o muro de Berlim de nossa amizade. Como bom materialista, ainda teve coragem de me pedir uma grana emprestada, prometendo que, em alguns anos, aquilo viraria O Capital. Dei o dinheiro, não sou de perder uma oportunidade.
De Lennon & McCartney passamos a Roberto e Erasmo, comigo, obviamente, a fazer o papel de Tremendão e sem direito a receber homenagens do tipo: você meu amigo de fé meu irmão camarada. A partir daí, nossas carreiras se bifurcaram com visibilidades distintas.
Não sei se a intenção de Marx era a de me alienar da autoria do pensamento fundador da doutrina comunista. Se era esse o seu propósito, mais valia ele o ter deixado claro. O fato é que seu nome é o seu único sinônimo. Ninguém usa engelismo nem mesmo marxengelismo para se referir à concepção materialista e dialética da História. Para isso consagrou-se o termo marxismo. Fiquei relegado aos livros de história. Não figuro em bandeiras, flâmulas, camisetas e pôsteres. Enfim, não entrei para a cultura pop. Infelizmente, a ideia do comunismo virou propriedade privada de Marx.
Porém, em determinado momento, Marx me surpreendeu. Disse que se sufocado, que precisava de mais espaço para expressar suas ideias. Insinuou que fosse a hora de partir para uma carreira solo. E finalizou revelando que nossa produção, até então, muito panfletária.
Fiquei atônito, confuso. Não entendi que naquele momento estava se erguendo o muro de Berlim de nossa amizade. Como bom materialista, ainda teve coragem de me pedir uma grana emprestada, prometendo que, em alguns anos, aquilo viraria O Capital. Dei o dinheiro, não sou de perder uma oportunidade.
De Lennon & McCartney passamos a Roberto e Erasmo, comigo, obviamente, a fazer o papel de Tremendão e sem direito a receber homenagens do tipo: você meu amigo de fé meu irmão camarada. A partir daí, nossas carreiras se bifurcaram com visibilidades distintas.
Não sei se a intenção de Marx era a de me alienar da autoria do pensamento fundador da doutrina comunista. Se era esse o seu propósito, mais valia ele o ter deixado claro. O fato é que seu nome é o seu único sinônimo. Ninguém usa engelismo nem mesmo marxengelismo para se referir à concepção materialista e dialética da História. Para isso consagrou-se o termo marxismo. Fiquei relegado aos livros de história. Não figuro em bandeiras, flâmulas, camisetas e pôsteres. Enfim, não entrei para a cultura pop. Infelizmente, a ideia do comunismo virou propriedade privada de Marx.
SOBRE MIM
A revolução ainda se faz necessária. Não podemos confiar apenas na educação das novas gerações para que as mudanças essenciais aconteçam. Taí o Sertanejo Universitário para confirmar essa tese.SOBRE O BLOG
Eu e o Paulo Skaf fazemos uma dura crítica ao modo de produção capitalista e na forma de como a sociedade se estruturou através desse modo. Buscamos organizar o proletariado como classe social capaz de reverter sua precária situação.ARQUIVO DO BLOG
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