Pois é: onde anda a autonomia na produção de petróleo que o governo anunciou triunfalmente cinco ou seis anos atrás?
O Brasil importa não apenas petróleo bruto, como sobretudo seus derivados, numa fatura que deve chegar a quase 10 bilhões de dólares (se já não passou disso).
Mais grave: falta combustível para os nossos bebuns, a cerveja, no país do futebol e do carnaval.
Como é que pode?
O governo está parado ou prefere beber uisquisito?
Paulo Roberto de Almeida
Importação de gasolina em alta
Correio Braziliense, 04/12/2012
Para evitar desabastecimento no período de férias, Petrobras acelera as compras de combustível no exterior
Rio
de Janeiro — A Petrobras vai acelerar as importações de gasolina em
dezembro e janeiro para evitar o risco de falta do produto, cujo consumo
está crescendo no país. “As importações estão fortes e a tendência para
janeiro é de aumento. A demanda está sempre em alta, e deve ser maior
que no verão passado”, disse ontem a presidente da estatal, Maria das
Graças Foster.
Sem condições de
elevar substancialmente a produção do combustível, a companhia tem
comprado no exterior um volume entre 80 mil e 90 mil barris por dia. No
entanto, dezembro e janeiro são meses em que tradicionalmente o consumo
aumenta, devido aos feriados de fim de ano e às viagens de férias. Em
janeiro passado, a Petrobras registrou uma importação recorde de 105 mil
barris diários, mas essa quantidade deverá ser superada no início de
2013.
O controle dos preços dos
combustíveis pelo governo é outro fator que tem contribuído para
aumentar a demanda por gasolina. Por causa dele, o uso do etanol, que
poderia ser uma alternativa ao derivado de petróleo, tornou-se
desinteressante para os consumidores da maior parte do país. Para ser
economicamente vantajoso, o biocombustível não pode ser vendido por mais
de 70% do preço da gasolina, mas, com a alta nos custos de produção de
cana-de-açúcar, essa relação tem sido encontrada apenas nos postos
localizados perto das regiões produtoras.
Prejuízo
A
importação cada vez maior de gasolina tem prejudicado sensivelmente as
finanças da Petrobras. Como o valor do produto vindo do exterior é bem
mais alto do que o preço de venda interna, a estatal tem registrado
prejuízos bilionários na área de abastecimento. A companhia vem há meses
pleiteando um reajuste ao governo, mas a presidente da empresa
reafirmou ontem que não há prazo para que isso aconteça.
Para
compensar as perdas e ainda conseguir tocar seu monumental plano de
investimentos, de US$ 236 bilhões até 2016, a estatal deu início a um
programa de venda de ativos que deve somar US$ 14,8 bilhões. Segundo
informações da Reuters, em uma mudança radical de estratégia, a
Petrobras desistiu de seus planos de expansão no exterior e pretende
vender todas as refinarias que adquiriu em outros países nos últimos
anos, incluindo unidades completas nos Estados Unidos, no Japão e na
Argentina.
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Importações brasileiras de cerveja saltaram de 11,8 milhões de litros em 2007 para 44,6 milhões no ano passado
O Globo, 04/12/2012
Não
é preciso gostar de cerveja — muito menos saber diferenciar uma
weissbier alemã de uma witbier belga — para perceber que restaurantes,
delicatessens, padarias e supermercados andam cada vez mais repletos de
novidades de outras terras. Não é impressão.
As
importações brasileiras de cerveja saltaram de 11,8 milhões de litros
em 2007 para 44,6 milhões no ano passado. Até outubro deste ano, segundo
levantamento feito pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio a pedido do GLOBO, já foram 38,5 milhões de litros importados.
Mantido o ritmo — e descontando o fato de que, no Brasil, o consumo tem
uma alta sazonal nos últimos meses do ano —, o número chegará este ano a
algo em torno de 46 milhões de litros.
Dos
dez países de origem com mais peso nas importações brasileiras, seis
são do continente europeu (Alemanha, Bélgica, Espanha, Holanda, Irlanda e
Reino Unido) e quatro, do continente americano (Argentina, Estados
Unidos, México e Uruguai).
E um dos
europeus, em específico, desequilibrou seriamente essa balança comercial
a base de água, cevada, lúpulo e leveduras. Quase metade — 46,9%, ou
20,9 milhões de litros — das importações de 2011 veio da Holanda. O
salto em relação ao ano anterior, quando a importação era de 3,4 milhões
de litros, a gigante holandesa Heineken trocou a distribuição da
mexicana Femsa por uma presença efetiva no Brasil, foi de 520,7%.
Uma gota no mar
As
importadas ainda são uma gota (cerca de 0,5%) no mar de 12 bilhões de
litros de cerveja que flui pelas gargantas do país. Por outro lado, o
número mostra que o consumo de cervejas importadas no Brasil tem espaço
para crescer. Diferentemente da maioria dos outros fenômenos recentes da
economia brasileira, neste mercado, o surgimento da chamada nova classe
C ainda não teve influência direta significativa. Indiretamente, por
outro lado, é a melhora das condições financeiras desta camada, e o fato
de seus integrantes terem passado a consumir as marcas-líderes do
mercado, como Antarctica, Skol, Brahma, Schincariol, Itaipava e Kaiser,
diz Adalberto Viviani, consultor da Concept.
—
Nossas pesquisas mostram que o consumidor classe B continua buscando um
diferencial, o que abre espaço para as cervejas ditas especiais. A
cerveja especial, seja ela a importada ou a nacional artesanal, está
muito mais próxima do vinho nesse sentido, de ser uma questão de status —
afirma ele.
A maior exposição dos
brasileiros ao resto do mundo nos últimos anos, com aumento do número de
brasileiro viajando e de estrangeiros vindo para o Brasil é a hipótese
da Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil), que
informou que não iria se pronunciar sobre as importações e exportações.
—
A tendência mundial hoje em dia, e que estamos começando a ver chegar
aqui, é da cerveja gourmet, usada como acompanhamento para diferentes
pratos, assim como o vinho, e de ser valorizada por suas características
e por substâncias benéficas que pode conter – aponta Viviani.
Graças ao Lula os pobres tiveram acesso à bens e serviços de que antes não dispunham, hoje em qualquer boteco, nas periferias por esse Brasil afora, é aceito o cartão da bandeira "FOME ZEROxCerveja R$5,00"!
ResponderExcluirVale!