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Sobre outro assunto, mas no mesmo universo dos companheiros:
Reinaldo Azevedo, 09/08/2013
O Roda Viva, da TV Cultura, convenham, à sua maneira, prestou relevantes serviços ao esclarecimento do que é realmente o tal “Fora do Eixo”, que comanda a Mídia Ninja. Abaixo, há, um trechinho da entrevista que Rui Falcão, presidente do PT, concedeu ao programa. Percebemos quão verdadeiramente independente é a turma.
No vídeo, Falcão categoriza a rede de bogueiros a serviço do PT, citando seus respectivos nomes. E informa o óbvio: os valentes do “Fora do Eixo” atuaram na campanha eleitoral de Fenando Haddad e são os “companheiros” que, digamos, mais interessam no momento. Vejam o vídeo. Transcrevo a fala em seguida e comento:
“[O PT] não depende só do marqueteiro. Nós temos vários tipos de militantes nas redes sociais. Você tem os grandes blogueiros, você tem aqueles que estão mais estabelecidos como o Nassif, o Paulo Henrique, o Rovai, o do “Vi o Mundo”, né?, o… como é o nome dele, o “Do Vi o Mundo”? O Azenha… Você tem os hackers, que (sic) nós não trabalhamos com eles. Aliás, nós fomos vítimas agora, quando tiraram o site do PT do ar. Então não há controle. Quanto mais espaço, quanto mais liberdade houver, mais eles difundem. E nós estamos tomando contado agora com experiências interessantes, como os jovens que fizeram a campanha de difusão e de mobilização de apoiadores, que é o que mais está me interessando no momento, que é ter militantes que (sic) a gente possa discutir com eles, como é o caso agora desse companheiro da casa Fora de (sic) Eixo, o Pablo Capilé”.
Comento
Trata-se de uma fala de 1min11s, mas muito rica. Em primeiro lugar, destaco o que parece ser uma bobagem porque, a esta altura, todo mundo sabe… o que todo mundo já sabe, mas agora foi oficialmente admitido: o presidente do PT lista os nomes dos que estão a serviço do partido — e que fazem, pois, militância político-partidária, certo?, coisa diferente de jornalismo. Só achei uma pena ele não ter citado os respectivos nomes dos que compõem o primeiro grupo, o dos “grandes blogueiros”.
Essa gente tem todo o direito de fazer militância, note-se. A democracia lhe assegura isso. O que Falcão omite em sua fala é que essa militância é paga, direta ou indiretamente, com dinheiro público: com o patrocínio de estatais e do próprio governo federal. Resta a pergunta óbvia: é lícito o que é de todos — a verba estatal — financiar os que estão a serviço de um partido? De resto, Falcão está sendo incompleto e injusto. Há mais gente recebendo uma bolada — talvez maior do que a destinada aos nomes citados — que não foi mencionada. Em suma, o presidente do PT fez de conta de que a militância não é financiada com o capilé público.
Quanto ao “Fora do Eixo”, eis aí o depoimento que desmente a suposta independência arrotada por Pablo Capilé e Bruno Torturra no próprio Roda Viva. A turma fez a campanha do PT. Fim de papo! E se nota que é uma colaboração profunda mesmo. Hoje, revela Falcão, e a que mais desperta o seu interesse.
Há, note-se, certa indisposição entre os blogueiros a serviço mais antigos, que já podem ser considerados, digamos, “tradicionais”, e essa gente que gosta de falar em “novas mídias”, “novas plataformas”, “tecnologia de mobilização”, misturando, assim, semiótica, informática e mistificação.
Sabem como é… Há muitos brigando pela mesma coisa: grana! Em nome da democracia, é claro!, e contra a “Dona Zelite, a direita, os reacionários…” De uma coisa, no entanto, nenhum deles abre mão: do dinheiro dos desdentados .
PS – Este ainda não é texto prometido no post anterior.
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