Universidade tem o sentido de conhecimento UNIVERSAL, não rebaixamento ideológico.
Meu amigo Orlando Tambosi volta a essa questão vergonhosa para todos os acadêmicos que somos nós.
Paulo Roberto de Almeida
No mês passado (a notícia tinha me passado despercebida), 54 reitores de universidades federais - mantidas com dinheiro público - assinaram manifesto de apoio à candidatura de Dilma Roussef, num ato de sabujice só comparável aos dos dirigentes universitários de países como Cuba e Coreia do Norte. Submeter universidades - cujo compromisso é gerar e difundir conhecimento - a partidos e ideologias é um crime contra a inteligência, uma violação ao princípio de universalidade e independência que deve imperar nos campi. Certamente envergonhados, alguns reitores não tiveram coragem de ir ao Planalto, embora signatários do documento. Não foi o caso da reitora da UFSC, Roselane Neckel, cuja desfaçatez é de enrubescer até cara de pau. "Somos servidores públicos federais", disse ela, "mas vim aqui como cidadã, na hora do almoço". Não foi à toa que este blogueiro se aposentou, embora pudesse permanecer mais uma década na universidade. Que infâmia, que vergonha!
Reitores de 54 universidades federais declararam apoio, nesta quinta-feira, à reeleição da presidente Dilma Rousseff, em reunião no Palácio da Alvorada. De acordo com participantes, ao agradecer o apoio, Dilma prometeu mais investimentos no setor a partir dos recursos do pré-sal. A perda de relevância na exploração do petróleo caso a candidata do PSB, Marina Silva, seja eleita, tem tido destaque no discurso da presidente, mas ela não fez referência à adversária, segundo pessoas presentes.
— Ela agradeceu e falou muito do aumento de recursos para educação a partir da exploração do pré-sal, e como isso vai impactar na base e na ciência e tecnologia, melhorar a qualificação e remuneração dos professores, e continuar equipando os laboratórios das universidades — afirmou o reitor da Universidade Federal de Lavras, José Roberto Scolforo.
Os reitores entregaram à presidente um documento intitulado "Mais Mudanças, Mais Educação, Mais Futuro", em referência ao slogan da campanha petista "Mais Mudanças, Mais Futuro". Entre os que não assinaram o manifesto e não compareceram no Alvorada estão os reitores da Universidade de Brasília (UnB), da Universidade Federal de Minas (UFMG) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
— Somos servidores públicos federais, mas vim aqui como cidadã, na hora do almoço— disse a reitora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Roselane Neckel.
"Da pré-escola ao pós doutoramento - ciclo completo educacional e acadêmico de formação das pessoas na busca pelo crescimento pessoal e profissional e como forma segura de desenvolvimento do país- consideramos que o Brasil está no rumo certo, graças a políticas, aumento orçamentário, ações e programas implementados nos últimos anos", diz trecho do documento.
Também estavam presentes o ministro José Henrique Paim (Educação) e Clélio Campolina (Ciência e Tecnologia). (O Globo).
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