Uma
reportagem
do jornal Valor de 8/10/2014 lembra que o Brasil está há mais de um ano sem
embaixador na Bolívia, e que as relações entre nosso país e o vizinho
estão ruins. Os investidores brasileiros se recusam a apostar no país,
com medo da insegurança jurídia, fomentada após o episódio com a
Petrobras, que teve propriedade ocupada pelo governo Evo Morales sem
reação do nosso governo. Diz o jornal:
Fontes do
governo brasileiro apontam a fuga do senador boliviano Roger Pinto, que
culminou no ano passado com a demissão do chanceler Antonio Patriota,
como consequência direta desse distanciamento. O Itamaraty indicou o
embaixador Raymundo Santos Rocha Magno para assumir o posto em La Paz,
mas a Comissão de Relações Exteriores do Senado recusa-se a sabatiná-lo
até que o caso Roger Pinto seja esclarecido.
Como mostra outra
reportagem, o caso da fuga do senador boliviano ainda está sob análise:
A
sindicância que apura a participação do diplomata Eduardo Saboia na fuga
do senador Roger Pinto da Bolívia ao Brasil está na mesa do chanceler
Luiz Alberto Figueiredo desde abril. No Itamaraty, a sensação relatada
por diplomatas ouvidos pelo Valor é a de que a sorte de Saboia depende do resultado da eleição presidencial.
Sua atuação
foi elogiada à época tanto por Aécio Neves (PSDB) como pelo então
pré-candidato do PSB à Presidência Eduardo Campos. “Ao expor à execração
pública o diplomata, o governo brasileiro se curva, mais uma vez, a
conveniências ideológicas. Mais grave, abandona as melhores tradições da
nossa diplomacia”, disse Aécio dias depois do episódio.
Eduardo Saboia, em minha opinião,
praticou um ato corajoso e humanitário, e a postura do Itamaraty sob a
presidente Dilma é que foi vergonhosa e merece punição. Como não haverá
punição oficial, que venha nas urnas. Quem acha que o Brasil deve se
curvar diante de Evo Morales, vota na Dilma; mas quem acha que estamos
acima disso e precisamos manter nossa independência, vota em Aécio.
PS: Há alguns dias publiquei aqui com exclusividade o
documentário
do baiano Dado Galvão sobre o caso. São duas horas de muita informação,
e fica evidente o absurdo de tudo que o governo fez. Recomendo para
quem ainda não viu.
Rodrigo Constantino
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