O capo di tutti i capi, ou seja, o verdadeiro chefe da quadrilha, está sempre preocupado com a elevação espiritual e o enriquecimento intelectual dos brasileiros. Por isso mesmo, pediu, determinou, ordenou, que a vaca petrolífera não amamentasse só a burguesia do capital alheio, ou seja, os próprios petralhas (que afinal também são filhos de deus, só não se sabe qual), mas que também distribuisse uns caraminguás às pobres das escolas de samba, tão ricas de conteúdo e de cofres tão vazios. O que são doze milhões (R$ 12.000.000,00) para quem desviou centenas de milhões, talvez vários bilhões? Troco... Não é nada, não é nada mesmo...
Paulo Roberto de Almeida
Veja.com, 05/01/2015 - 12:49
Justiça
Lula forçou Petrobras a
patrocinar escolas de samba do Rio
Segundo jornal 'Valor Econômico',
ex-presidente teria determinado que Paulo Roberto Costa desse R$ 1 mi a cada
uma das 12 agremiações em 2008
Lula teria
sido pressionado por 'bicheiros' para liberar o patrocínio às escolas de
samba (Reprodução/VEJA)
O nome de
Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras e um dos
denunciados na operação Lava Jato da Polícia Federal, aparece
novamente envolvido em outro caso de pagamento sem controle da petroleira.
Segundo o jornal Valor Econômico, Costa teria dado 1
milhão de reais a cada uma das doze escolas de samba do carnaval do Rio de
Janeiro em 2008 a pedido do então presidente da República, Luiz Inácio
Lula da Silva. O repasse, contudo, foi feito sem passar pelo controle de
gastos da estatal e ainda gerou prejuízo milionário aos cofres da empresa. As
informações foram reveladas pelo ex-gerente de Comunicação da área de Abastecimento
da Petrobras, Geovane de Morais, à Comissão de Apuração de desvios na
Comunicação do Abastecimento, entre 2008 e 2009.
Algumas denúncias sobre repasses não controlados de
dinheiro feitos por Geovane em 2008 já saíram na mídia em 2014 em meio às
apurações da Lava Jato, mas os detalhes sobre o patrocínio às escolas de
samba a pedido de Lula só vieram à tona na reportagem desta
segunda-feira. O jornal diz ter conseguido o depoimento na íntegra, com quatro
horas de gravações, nas quais consta diversas vezes o nome
do presidente Lula como a pessoa que determinou o patrocínio.
Geovane conta que o 'pedido' de Lula sobre o dinheiro a ser
doado às escolas foi feito menos de um mês antes do carnaval de 2008. A
área técnica da Petrobras respondeu, contudo, que não havia tempo necessário
para responder ao pedido, fazer as licitações e o acompanhamento dos gastos. O
assunto foi levado à Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto que,
por sua vez, ordenou o repasse - "o presidente quer porque quer",
contou Geovane.
"O presidente da Portela foi falar com os 11
outros presidentes (das escolas de samba do Rio) e pressionaram muito o Lula. E
tinha a questão política e eleitoral do Sérgio Cabral. Eles pressionaram o Lula
e ele foi obrigado a liberar", disse Geovane.
A área de Comunicação Institucional nem teria autorização
para fazer patrocínios de carnaval. Assim, a solução foi alocar o dinheiro como
"patrimônio imaterial do Brasil".
O valor total do patrocínio ultrapassou 12 milhões de reais
porque houve gastos ainda com camarotes, contratados em última hora
para as "ações de relacionamento" com autoridades e políticos,
entre outras despesas que a Comissão encontrou na investigação. O gasto
adicional com a organização de dois camarotes no carnaval - um para a
Petrobras e outro para a Diretoria de Abastecimento, liderada por Paulo
Roberto Costa - chegou a 4,7 milhões de reais.
Geovane também falou à Comissão, em depoimento
de 13 de março de 2009, sobre outro assunto: fraudes em
patrocínios envolvendo comunidades carentes no Rio, como a Rocinha.
Prejuízo - Em suas declarações,
o ex-gerente de Comunicação também revelou que as ações de patrocínio
levaram a um rombo de 58 milhões de reais pagos a serviços não prestados pela
comunicação em 2008. Houve ainda, segundo o jornal, gastos de 44 milhões de
reais com duplicatas e outros pagamento que a comissão investigadora não
conseguiu identificar a quem foi.
Geovane afirma que, além de Paulo Roberto Costa, toda a alta
direção da estatal participou daquele carnaval, inclusive a atual presidente da
companhia, Graça Foster.
Em resposta, o Instituto Lula diz que a fiscalização de
patrocínios cabe à Petrobras. Sérgio Gabriele, então presidente da Petrobras em
2008, respondeu que, na época, houve apuração interna dos desvios e o gerente
foi demitido. Geovane foi demitido em 2009, mas permaneceu na Petrobras até
agosto de 2013, porque a companhia considerou que ele estava de licença médica
e apenas afastado do cargo.
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