Eu, de vez em sempre, não me surpreendo, mas fico confirmado em minha
crença fundamental nessa frase do Bob Fields: a estupidez, no Brasil,
tem um passado glorioso e um futuro promissor.
A Petrobras, ou a
Petralhabras, e tudo o que fizeram com ela, e com o regime de exploração
do petróleo, desde o início, mas sobretudo com a mudança da lei de
1997, é o exemplo mais claro disso, sem falar de todos os crimes
econômicos e sobretudo os crimes comuns que foram cometidos dentro,
fora, em volta dela pelos companheiros mafiosos.
Cada vez que se ouve um comentário dos companheiros sobre a Petrobras, podem ter certeza: lá vem estupidez da grossa.
A
última foi aquele manifesto surrealista que fala em golpe militar e em
sinistras conspirações geopolíticas estrangeiras contra o nosso
petróleo.
Além de ser patético, o conjunto dos argumentos é de uma
desonestidade só inferior à estupidez congenital do texto (que já me
ofenderam, convidando-me para assinar em nome da presidência da
república).
O texto abaixo, do conhecido e mais odiado jornalista
brasileiro, revela mais um pouco da estupidez dos companheiros no caso
da Petrobras.
Paulo Roberto de Almeida
Reinaldo Azevedo, 3/03/2015
Santo
Deus! Ser burro deve ser gostoso, ou não haveria tantos. A espécie
humana é a única que parece fazer a seleção às avessas. Multiplicam-se
os menos aptos. Ou não: os idiotas são mais adaptados e adaptáveis à
cultura em voga, a segunda natureza. Vai ver a falta de sorte da nossa
espécie está justamente nessa segunda pele. Dependemos pouco da natureza
bruta. Aí se multiplicam os cretinos e os carentes de caráter. Por que o
desabafo inicial?
As ações
da Petrobras subiram nesta terça, depois que a empresa anunciou a venda
de mais de US$ 15 bilhões em ativos. Esculhambei o PT por isso,
ironizei, lembrei a quantidade de besteiras e safadezas que os
companheiros fizeram por lá. Mas era evidente que as ações subiriam.
Aí alguns
seres relinchantes, do PCC (Partido dos Companheiros com Cagaço de
Banânia), vieram encher meu saco: “Ah, tá vendo? Você criticou a venda,
mas as ações subiram…”. Até algumas bestas que pensam ser liberais — um
tipo que vem se multiplicando, estranhamente — vieram me patrulhar, como
se eu estivesse contra a venda dos ativos por princípio.
É próprio
da besta ao quadrado tirar as patinhas do chão e agitá-las nervosamente
antes de ler um texto até o fim. Relembro como termina aquele meu post:
“Já tracei o meu plano para a
Petrobras. Anunciaria a privatização de toda a empresa em 2017. As ações
disparariam. Em vez da privatização petista a preço de banana, teríamos
uma a peso de ouro”.
A
Petrobras quer que as ações subam ainda mais? Basta anunciar novos
“desinvestimentos”. Se, por exemplo, o regime de partilha do pré-sal
mudasse para o de concessão, a exemplo do que vigora no pós-sal, e a
estatal não fosse obrigada a ser sócia de todos os campos, haveria novo
ciclo de valorização.
Sim, meus
caros: a Petrobras não está na pindaíba apenas por causa da roubalheira.
Não desprezem o peso que tem a tacanhice ideológica quando aliada à
incompetência.
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