sábado, 25 de junho de 2016

Fim da travessia do deserto? Chegando ao seu termo? - Paulo Roberto de Almeida


Num dos muitos tournants de uma carreira diplomática razoavelmente feliz, na qual pude desempenhar funções profissionais, ou funcionais, durante muito tempo, temporariamente interrompidas por circunstâncias alheias à minha vontade, e combinar essas atividades com lides acadêmicas igualmente gratificantes, durante algum tempo exclusivas, período também no qual estive particularmente engajado numa espécie de quilombo de resistência intelectual contra certos desvios em algumas das políticas públicas que constituem um dos focos de meus estudos, reflexões e escritos, num desses tournants, retomo, estou vendo, se não me engano, alguns traços de terra na beira do oceano, ou alguns vestígios de vegetação e habitat humano ao final do deserto.
Neste momento, cabe uma palavra aos que não esmoreceram na defesa de um serviço profissional, em condições por vezes adversas de manutenção dos princípios permanentes da política externa brasileira, e que lutaram pela preservação dos valores da carreira diplomática, por parte de um colega que, por acaso, é também acadêmico, e que sempre levou um duplo combate, nas duas frentes, em prol da ideia de honestidade intelectual e do princípio do interesse nacional.
A minha palavra é apenas esta: vale perseverar...

Paulo Roberto de Almeida  
Brasília, 25 de junho de 2016
(adaptado do frontspício de um dos meus livros).

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