Num dos muitos tournants de uma carreira diplomática
razoavelmente feliz, na qual pude desempenhar funções profissionais, ou
funcionais, durante muito tempo, temporariamente interrompidas por
circunstâncias alheias à minha vontade, e combinar essas atividades com lides
acadêmicas igualmente gratificantes, durante algum tempo exclusivas, período
também no qual estive particularmente engajado numa espécie de quilombo de
resistência intelectual contra certos desvios em algumas das políticas públicas
que constituem um dos focos de meus estudos, reflexões e escritos, num desses tournants, retomo, estou vendo, se não
me engano, alguns traços de terra na beira do oceano, ou alguns vestígios de vegetação
e habitat humano ao final do deserto.
Neste momento, cabe uma palavra aos
que não esmoreceram na defesa de um serviço profissional, em condições por
vezes adversas de manutenção dos princípios permanentes da política externa
brasileira, e que lutaram pela preservação dos valores da carreira diplomática,
por parte de um colega que, por acaso, é também acadêmico, e que sempre levou
um duplo combate, nas duas frentes, em prol da ideia de honestidade intelectual
e do princípio do interesse nacional.
A minha palavra é apenas esta: vale
perseverar...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 25 de junho de 2016
(adaptado do frontspício de um dos meus livros).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários são sempre bem-vindos, desde que se refiram ao objeto mesmo da postagem, de preferência identificados. Propagandas ou mensagens agressivas serão sumariamente eliminadas. Outras questões podem ser encaminhadas através de meu site (www.pralmeida.org). Formule seus comentários em linguagem concisa, objetiva, em um Português aceitável para os padrões da língua coloquial.
A confirmação manual dos comentários é necessária, tendo em vista o grande número de junks e spams recebidos.