De vez em quando me lembro de acessar o site da revista:
1266. “Prata da
Casa, junho de 2017 a novembro de 2017” [Mini-resenhas sobre os seguintes
livros: (1) Jaime Pinsky (org.), O Brasil
no contexto, 1987-2017 (São Paulo: Contexto, 2017, 224 p.; ISBN:
978-85-7244-992-2); (2) Gustavo Westmann (org.): Novos
olhares sobre a Política Externa Brasileira (São Paulo: Contexto, 2017, 272 p.;
ISBN: 978-85-7244-986-1); (3) Rogério de Souza Farias: Edmundo P. Barbosa da
Silva e a construção da diplomacia econômica brasileira (Brasília: Funag,
2017, 589 p.; ISBN: 978-85-7631-682-4);
(4) Sergio de Queiroz Duarte:
Desarmamento e temas correlatos (Brasília: Funag, 2014, 244 p.; ISBN:
978-85-7631-507-0; Coleção Em Poucas Palavras). (5) Sérgio Eduardo Moreira Lima
(org.): A importância da Espanha para o
Brasil: história e perspectivas (Brasília: Funag, 2017, 217 p.; ISBN:
978-85-7631-670-1); (6) Martin Normann Kämpf: Ilha da Trindade: a ocupação britânica e o
reconhecimento da soberania brasileira (1895-1896) (Brasília:
Funag, 2016, 221 p.; ISBN: 978-85-7631-584-1)]. Publicados apenas os livros 3, 4, 5 e 6,
na Revista da ADB, Associação dos
Diplomatas Brasileiros (ano XIX, n. 96, julho de 2017 a novembro de 2017, p. 39-41;
ISSN: 0104-8503; link: https://adb.org.br/revista-adb/#revista-adb-96/page40-page41).
Relação de Originais n. 3137.
Paulo Roberto de Almeida
[Miniresenhas; Revista
da ADB, Associação dos Diplomatas Brasileiros (ano XIX, n. 96, julho a novembro
de 2017, p. 40-41; ISSN: 0104-8503)]
(1) Jaime Pinsky (org.): [Não Publicada]
O Brasil no contexto, 1987-2017
(São
Paulo: Contexto, 2017, 224 p.; ISBN: 978-85-7244-992-2)
A Contexto é uma
editora tipicamente acadêmica, cujo editor comemora, a cada dez anos, sua
continuada existência, publicando coletâneas nas quais analisa o “Brasil no
contexto”. Assim foi nos primeiros dez anos, depois nos vinte, e agora nos
trinta anos, recém comemorados. O embaixador Sérgio Florêncio, já autor de um
livro sobre Os mexicanos, na série
sobre povos e culturas da Contexto, assina na obra um capítulo sobre a política
externa brasileira entre a redemocratização e o governo atual, realizando a
extraordinária performance de resumir todas as presidências em menos de 13
páginas. Lula, por exemplo, é abordado como indo “do prestígio internacional à
queda na credibilidade externa”, e Dilma merece um adequado “declínio da política
externa e desprestígio da diplomacia”. Parabéns pela capacidade de síntese.
Vale ler...
(2) Gustavo Westmann (org.): [Não Publicada]
Novos
olhares sobre a Política Externa Brasileira
(São
Paulo: Contexto, 2017, 272 p.; ISBN: 978-85-7244-986-1)
(3) Rogério de Souza Farias:
Edmundo P. Barbosa da
Silva e a construção da diplomacia econômica brasileira
(Brasília: Funag, 2017, 589 p.; ISBN: 978-85-7631-682-4)
Assim como as memórias de Roberto Campos, Lanterna na Popa, constituem, bem mais que mera autobiografia, uma
verdadeira história econômica do Brasil, esta densa biografia de um dos grandes
construtores da diplomacia econômica no Itamaraty representa, igualmente, uma
verdadeira reconstrução historiográfica de toda a história econômica do Brasil
na segunda metade do século XX, sendo, como a obra de Campos, de leitura
obrigatória por todos aqueles que pretendem abordar, doravante, as relações
econômicas internacionais do Brasil, e as políticas econômicas, em especial a comercial
e a industrial no período. Enriquecida por um belo e substantivo prefácio do
colega de Edmundo, embaixador Marcílio Marques Moreira, a biografia se estende
do século XIX ao XXI, e representa um monumento à inteligência econômica, como feita
no Itamaraty.
(4) Sergio de Queiroz Duarte:
Desarmamento e temas correlatos
(Brasília:
Funag, 2014, 244 p.; ISBN: 978-85-7631-507-0; Coleção Em Poucas Palavras)
A coleção costuma ter 120 páginas: o tema tratado por Sérgio Duarte
exigiu, porém, o dobro da extensão. Ele descreve todo o complexo compreendido
no vasto universo das armas de destruição em massa, desde os primeiros esforços
de desarmamento, como o programa dos “Átomos para a Paz”, os tratados
pertinentes às diversas categorias de armas (químicas, bacteriológicas e
biológicas, nucleares), bem como as zonas livres destas últimas, ademais dos
vetores (mísseis e foguetes), dos regimes de controle e dos organismos
vinculados a esse interminável, e talvez insuperável, esforço. Isso dentro das
120 páginas tradicionais da coleção: as restantes são ocupadas pela listagem
dos principais acordos no campo do desarmamento e pela transcrição dos
relevantes (Tlatelolco, TNP e Proibição completa de testes nucleares).
(5) Sérgio Eduardo Moreira Lima (org.):
A importância da Espanha para o Brasil: história e
perspectivas
(Brasília: Funag, 2017, 217
p.; ISBN: 978-85-7631-670-1)
A Espanha está presente na história do Brasil muito antes da União
Ibérica (1580-1640), pois que portugueses e castelhanos disputaram de longa
data porções do continente meridional do Novo Mundo, e o reino espanhol foi um
dos últimos a reconhecer a independência do Brasil, entre outros motivos por
disputas monárquicas. Luiz Felipe de Seixas Corrêa assina, nesta obra
resultante de um seminário organizado pela Funag e pela embaixada da Espanha, um
interessante ensaio histórico – “O governo dos reis espanhóis em Portugal
(1580-1640): um período singular na formação do Brasil” – que demonstra como
essa “União Ibérica” constituiu um momento decisivo na organização da colônia
até então relativamente descurada. O efeito mais importante foi a expansão do
território, consolidado um século depois por Alexandre de Gusmão!
(6) Martin Normann Kämpf:
Ilha
da Trindade: a ocupação britânica e o reconhecimento da soberania brasileira
(1895-1896)
(Brasília: Funag, 2016, 221 p.; ISBN: 978-85-7631-584-1)
Depois dos clássicos livros de história diplomática de Hélio Vianna e
Delgado de Carvalho, raramente a literatura em torno da política exterior do
Brasil nas questões de limites tocou na questão da ilha da Trindade,
limitando-se em geral aos casos mais conhecidos de limites territoriais
tratados pelo Barão do Rio Branco. Este estudo que resulta de dissertação de
mestrado no Instituto Rio Branco sob a direção do professor Francisco Doratioto
inova inclusive sobre os estudos diplomáticos tradicionais (Araújo Jorge,
Delgado de Carvalho), ao consultar arquivos primários que ainda não tinham sido
explorados pelos pesquisadores. Numa era de predomínio quase absoluto, e
prepotente, do imperialismo britânico, o Brasil conseguiu, unicamente pela
força do direito, ou seja, da diplomacia, vencer o direito da força. A
diplomacia construiu o Brasil moderno!
[Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 3137: 7 de julho de 2017]
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