Não conheço o livro, mas já gostei. Não é difícil explicar.
Isso porque, quase dez anos atrás escrevi um capítulo num livro "dedicado" (que palavra feia) ao AI-5 sobre o papel do Itamaraty nesses anos de chumbo, aqui referido:
Paulo Roberto de Almeida, “Do
alinhamento recalcitrante à colaboração relutante: o Itamaraty em tempos de
AI-5”, in: Oswaldo
Munteal Filho, Adriano de Freixo e Jacqueline Ventapane Freitas (orgs.), “Tempo Negro, temperatura sufocante":
Estado e Sociedade no Brasil do AI-5 (Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio,
Contraponto, 2008; 396 p. ISBN 978-85-7866-002-4; p. 65-89); disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/5794095/066_Do_alinhamento_recalcitrante_%C3%A0_colabora%C3%A7%C3%A3o_relutante_o_Itamaraty_em_tempos_de_AI-5_2008_).
Vou tentar comprar imediatamente o livro do Jamil...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 19 de março de 2019
Porto Alegre: Jamil Chade lança em maio “O caminho de Abraão”. O livro é o primeiro “romance-denúncia” do jornalista autor de livros que mostraram a corrupção na FIFA e Comitê Olímpico Internacional
Nos encontramos só uma vez, foi em 2015 no estúdio da Rádio Guaíba, quando Jamil Chade lançou por aqui o maravilhoso “Política, Propina e Futebol”, denunciando a corrupção na Fifa. Depois disso viramos “amigos virtuais” e comecei a prestar mais atenção no trabalho do correspondente do jornal O Estado de São Paulo na Europa. Jamil faz parte de um seleto time de correspondentes brasileiros no exterior. Em 2014, foi um dos pesquisadores que colheu material para a Comissão Nacional da Verdade. Seu trabalho consistiu em pesquisar os arquivos da ONU para entender qual foi a participação da diplomacia brasileira na defesa do regime militar. É autor junto com o jornalista búlgaro Momchil Indjov, do livro “Rousseff”: A história de uma família búlgara marcada por um abandono, o comunismo e a Presidência do Brasil., que conta em paralelo as histórias da presidente Dilma Rousseff e de seu meio-irmão Luben-Kamen Russev, a quem ela jamais conheceu pessoalmente. A obra explica como Dilma e seu meio-irmão búlgaro formaram suas visões de mundo, ambos perseguidos por aparelhos repressores estatais. Enquanto a brasileira foi presa e torturada por se identificar com o marxismo e opor-se à ditadura militar, Luben-Kamen foi perseguido por não apoiar o regime comunista.”Observar esse paralelo é mapear a tragédia do século 20. Ambos viveram a ditadura, mas cada um de um lado da Cortina de Ferro”, explica Chade.Com missões a mais de 70 países, Chade viajou com Papa Bento XVI e Papa Francisco ao Brasil, percorreu a África com o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, acompanhou refugiados no Iraque, Somália, Darfur e Libéria, e centenas de outras histórias. Suas reportagens sobre os bastidores do esporte mundial renderam ao repórter diversos prêmios, além de participações na CNN, BBC, canais espanhóis, canadenses, suíços e de diversos países. Chade tem três livros publicados. “O Mundo Não é Plano” (2010) foi finalista do Prêmio Jabuti. Na Suíça, o livro venceu o prêmio Nicolas Bouvier, principal reconhecimento jornalístico do país. Em 2011, ele publicou “Rousseff” e, em 2014, lançou o e-book “A Copa como ela é” pela editora Cia das Letras. Em 2014, (...) [sic]
JAMIL CHADE é o correspondente do jornal O Estado de S. Paulo na Europa desde 2000 e colunista da Radio Estadão. Em 2011 e em 2013, Chade foi premiado como o melhor correspondente brasileiro no exterior pela entidade Comunique-se. Com missões a mais de 65 países, Chade viajou com Papa Bento XVI e Papa Francisco ao Brasil, percorreu a África com o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, acompanhou refugiados no Iraque, Somália, Darfur e Libéria, e centenas de outras histórias. Suas reportagens sobre os bastidores do esporte mundial renderam ao repórter diversos prêmios, além de participações na CNN, BBC, canais espanhóis, canadenses, suíços e de diversos países. Chade tem três livros publicados. “O Mundo Não é Plano” (2010) foi finalista do Prêmio Jabuti. Na Suíça, o livro venceu o prêmio Nicolas Bouvier, principal reconhecimento jornalístico do país. Em 2011, ele publicou “Rousseff” e, em 2014, lançou o e-book “A Copa como ela é” pela editora Cia das Letras. Em 2014, Chade foi um dos pesquisadores que colheu material para a Comissão Nacional da Verdade. Seu trabalho consistiu em pesquisar os arquivos da ONU para entender qual foi a participação da diplomacia brasileira na defesa do regime militar.
Política, Propina e Futebol, sobre os bastidores da Rio 2016 fazem parte do livro Rio 2016: Olympic dreams, hard realities (Brookings Institute Press),
Chega às livrarias em maio meu primeiro “romance-denúncia”. “O caminho de Abraão” (Editora Planeta) Logo anunciaremos lançamentos em São Paulo, Rio, Porto Alegre e Brasilia. Trata-se de um grito desesperado contra o populismo, demagogia e a xenofobia. Contra líderes de todos os lados que, em nome do suposto bem de uma comunidade, defendem injustiças abomináveis contra outros seres humanos. O livro é, acima de tudo, um apelo para que passemos a ver o mundo em sua complexidade e o impacto profundo da desigualdade e da perda de direitos fundamentais. Desejaria que esse livro fosse apenas uma ficção. Mas, lamentavelmente, não o é. Vivemos um período perigoso. Liberdades de pensamento e conquistas garantidas nas últimas décadas estão sob ameaça. Um mundo em que líderes populistas contam meias-verdades e vendem soluções fracassadas. Em partes do mundo, essa política é traduzida na construção de muros. Em outras, num extremismo religioso à serviço de um projeto de poder. Não temos líderes, mas charlatões e vendedores de ilusão, sustentados pela arma do ódio e do medo. Como humanidade, estamos perdemos todas as grandes batalhas das últimas décadas: Afeganistão, Iraque, Líbia, a das drogas na América Latina, a da criminalidade no Brasil, a do terrorismo. A paz sustentável e a segurança jamais virão da mera vitória militar em uma guerra. Mas da garantia de que todos tenham seus direitos assegurados, inclusive aqueles que não pensam como nós.
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