O que escreveram os editores nos números inaugurais de revistas de História
“Com o objetivo de descrever mais detalhadamente para os nossos leitores o ponto de vista e a direção na qual o empreendimento que aqui começa deseja seguir, transcrevemos estas passagens do prospecto que distribuimos aos nossos colaboradores.
Este periódico deverá ser, acima de tudo, científico. Sua primeira tarefa, assim, deverá ser o de representar o verdadeiro método da pesquisa histórica.
Por um lado, não é nosso objetivo discutir questões não resolvidas da agenda política corrente, nem nos comprometer com um partido político particular.
Por outro lado, não queremos estabelecer uma revista de simples “antiguidades”. Mas, queremos, sim, tratar preferencialmente de matérias e de relações documentais que possuam uma ligação essencial com a vida atual.”
Prefácio ao número inaugural de
Historische Zeitschrift
Munique, fevereiro de 1859
“O estudo da história em nossos dias está se tornando crescentemente importante e é de mais em mais difícil, mesmo para o estudioso profissional, manter-se atualizado com todas as descobertas e com as novas pesquisas que estão sendo produzidas a cada dia nesse vasto campo.
Desejamos estabelecer um terreno comum de trabalho com todos aqueles que, independentemente de suas orientações particulares, apreciam a história pelos seus méritos próprios e com aqueles que não usam a história como uma arma em defesa de suas convicções filosóficas ou sus idéias políticas. Ao mesmo tempo em que deixamos nossos colaboradores livres e responsáveis por suas próprias opiniões, pedimos a eles para tratar as questões de que se ocupam com o rigor metodológico e a ausência de preconceitos e partidarismos como requerido pela ciência, e não procurar argumentos históricos a favor ou contra as doutrinas que estão apenas indiretamente envolvidas.
Não vamos criar, dessa forma, nem uma revista de polêmicas, nem de simples vulgarização, assim como nossa revista não será uma obra de pura erudição.”
Prefácio à
Revue Historique
Gabriel Monod (1876)
“Muitos estudiosos de temas contemporâneos afirmam discernir um descontentamento generalizado com os resultados da pesquisa histórica, tal como conduzida atualmente. Admitindo-se que este sentimento seja fundado, eles atribuem a suposta debilidade da produção histórica contemporânea a estas causas: um método pouco científico, a necessária complexidade dos temas e a incapacidade do regime democrático em estimular a imaginação, seja de tipo científico, seja de tipo literário”.
William M. Sloane, “History and democracy”
The American Historical Review(vol. I, nº 1, outubro 1895)
Pela compilação: Paulo Roberto de Almeida
Com base, para as duas primeiras transcrições, no livro de Fritz Stern (org.), The Varieties of History, from Voltaire to the Present (2a. ed.: New York: Vintage Books, 1973).
Filadélfia, 3 de julho de 2003
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