A descida para a indignidade como forma de governo
Paulo Roberto de Almeida
Poucos momentos na história do Brasil foram tão baixos em matéria de dignidade da pessoa humana, como resultado de ações ou declarações vindas das mais altas autoridades.
Não me lembro de nenhum, nem na repressão oficial a revoltas populares; sim, tivemos, na Inconfidência, forca e esquartejamento, e, nas revoluções de Pernambuco, fuzilamentos.
Mas foram precedidos de julgamentos, ainda que simulacros. Temos registros.
Talvez, em matéria de indignidades, só degola de prisioneiros não julgados.
Sim, tivemos disso também; os gaúchos sabem do que estou falando.
Os nazistas fizeram igual, ou muito pior.
Nunca houve nada semelhante, na história da humanidade, aos bárbaros crimes dos hitleristas, contra civis inocentes, a começar pelo povo judeu, como registrado sob a tirania de um psicopata, com a conivência de servidores do Estado, convertidos em serviçais do tirano.
Os japoneses, no famoso e tristemente célebre estupro de Nanjing, foram responsáveis pelos mais bárbaros crimes contra inocentes chineses, mas também contra prisioneiros: oficiais disputavam quem decapitava mais rapidamente o maior número de soldados capturados.
Conquistadores ordenando o massacre de derrotados: sim, não existem limites à indignidade de certos déspotas ou até de simples servidores do poder absoluto.
Mas, na história registrada, são finalmente poucos os exemplos desse tipo de indiferença absoluta pela vida humana.
E a gente pensando que Cristo tinha vindo justamente para proclamar o respeito à vida e a fraternidade...
Não esperávamos que certos exemplos horríveis viessem de quem se proclama cristão.
Brasília, 30/04/2020
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