Pensamentos do chanceler acidental
Paulo Roberto de Almeida
Antigamente, no tempo em que os animais falavam, havia o famoso livrinho vermelho dos “Pensamentos do Presidente Mao”, a bíblia dos jovens estudantes que estavam à frente da Revolução Cultural que o tirano chinês promoveu para se defender das acusações de seus adversários no PCC de que havia provocado a morte de 40 milhões de concidadãos com seu plano demencial do Grande Salto Para a Frente (1959-62).
Mao conseguiu matar mais 4 milhões de chineses (inclusive membros do partido) e destruir as universidades chinesas, superando largamente Stalin e Hitler (juntos) na sua sanha genocida.
Esqueçam tudo isso: depois, sob Deng Xiaoping, o PCC se transformou na maior máquina de construção do capitalismo num só país de toda a história econômica mundial, e conseguiu triunfalmente.
Agora, um poder mais alto se alevanta: o “Pensamento do Camarada Ernesto”, o patético chanceler acidental que conseguiu DESTRUIR uma das mais cultas instituições do Estado brasileiro, o Itamaraty, que afundou na lama o prestígio da diplomacia profissional brasileira, que rebaixou a níveis inimagináveis a imagem do Brasil no mundo e que ainda insiste em propagar a mediocridade sumamente ridícula de seu “pensamento” (sic três vezes), fazendo sua escolinha da pataquadas — no que ele transformou a Funag — publicar suas pérolas demenciais em referência de leitura para os diplomatas.
Mas isso ele vinha costurando desde o final de 2020, da mesma forma como já tinha feito uma coleção das bobagens que proclamou ao longo de 2019 no início do ano seguinte.
Nunca, em nenhum tempo na história do Itamaraty e da Funag, se tinha empenhado o tempo e o esforço de funcionários das duas instituições no esforço rigorosamente inútil de coletar tantas bobagens por centimetro quadrado, para tentar imitar a demência do presidente Mao.
Nunca antes na história deste país, a loucura de um diplomata desequilibrado conseguiu ser difundida sob o abrigo, não de um, mas de dois ISBNs, que são os códigos sob os quais se catalogam os livros, esses discretos objetos de propagação de pensamentos úteis ao progresso da Humanidade.
Ainda falta mais uma contribuição da Funag para a difusão da mais demencial obra de confusão mental que um chanceler destrambelhado conseguiu imprimir ao já constrangido Itamaraty: coletar e publicar mais três meses (janeiro a março de 2021) do “pensamento” do camarada Ernesto, sem esquecer a culminação dessa loucura, que foi o seu mentiroso “balanço de gestão”, que eu estraçalhei numa avaliação que fiz e tornei disponível aos curiosos (neste link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/04/mentiras-falcatruas-e-falacias-do-ex.html?m=1).
O infeliz, patético e destruidor ex-chanceler acidental não se peja de se expor ao ridículo e de arrastar em sua demência precoce uma instituição tão respeitável quanto o Itamaraty. Mas não passa pelo meu crivo de resenhista implacável.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 26/04/2021
Itamaraty publica livro com o pensamento de Ernesto Araújo
Volume disponível para download gratuito traz discursos, entrevistas e artigos do ex-chanceler ao longo de 2020
Raphael Veleda
Metropoles, 25/04/2021 20:27
Demitido do cargo de ministro das Relações Exteriores há quase um mês, no dia 29 de março, o diplomata Ernesto Araújo está divulgando um livro que o Itamaraty publicou. Na obra “Política externa: soberania, democracia e liberdade”, figuram discursos, textos e entrevistas concedidas pelo então ministro ao longo de 2020.
Segundo a apresentação, trata-se de “fonte primária fundamental para todos os que se interessem por conhecer e estudar a nova política externa brasileira, baseada nos eixos da democracia; da transformação econômica e do desenvolvimento; da soberania; e dos valores da nação brasileira, eixos conjugados pelo conceito de liberdade”.
Entre os registros no livro está uma entrevista ao canal Terça Livre, do influenciador bolsonarista Allan dos Santos, investigado pelo Supremo Tribunal Federal no inquérito dos atos antidemocráticos e no das fake news, ambos sob a relatoria do ministro Alexandre de Morais.
Nessa entrevista, em fevereiro de 2020, Ernesto falou sobre “tecno-totalitarismo”, “democracias pós-nacionais” e “aliança liberal conservadora”, além de atacar o globalismo ao estilo de seu guru intelectual, o escritor Olavo de Carvalho.
Na época, o então chanceler compartilhou um trecho em vídeo de sua fala.
O volume traz ainda um dos textos mais famosos (e polêmicos) do ex-chanceler, intitulado “Chegou o comunavírus“, que ele publicou em seu blog em abril do ano passado, fazendo comparações entre a quarentena contra o coronavírus e os campos de concentração nazistas, gerando protestos da comunidade judaica no Brasil e até nos Estados Unidos.
O livro está disponível para download gratuito e foi editado pela Fundação Alexandre Gusmão (Funag), um braço do Itamaraty voltado à documentação.
Veja a divulgação que Ernesto fez de seu livro neste domingo (25/4):
Pensamento completo do ex-chanceler
A Funag já havia editado um livro com textos e entrevistas de Ernesto em 2019, o “A nova política externa brasileira: seleção de discursos, artigos e entrevistas do Ministro das Relações Exteriores”.
O link para baixar o novo livro do ex-chanceler é este. São, ao todo 62 textos, que ocupam mais de 700 páginas.
https://www.metropoles.com/brasil/itamaraty-publica-livro-com-o-pensamento-de-ernesto-araujo
Nao posso, nao devo e nao discordo dessas afirmacoes sobre o mediocre e nefasto diplomata e ex-ministro do Itamaraty.
ResponderExcluirMas posso, devo e contesto essa suposta cultura, cinhecimento, capacidade ou sabedoria da diplomacia brasileira. Ela e apenas mais uma expressao da elite colonial brasileira, os colonos a servico dos colonizadores que sequer precisam sustentar um exercito colonial, posto que ate isso esta colonia oferece de graca.
Se as forcas armadas estao a servico da colonizacao, porque a diplomacia nao estaria.
Arnesto e so um dos milhoes de colonos que povoam este pais e suas instituicoes publicas e privadas, em que se dedicam a tarefa de subjugar o povo e mante-lo afastado do controle de seu proprio destino em proveito deles proprios e das diversas metropoles para a qual eles trabalham assiduamente.
Peco perdao pela falta de acentuacao deste teclado.