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quarta-feira, 21 de julho de 2021

Celso Lafer na ABL faz discurso crítico ao presidente da República - Lauro Jardim (O Globo)

Recebido de um amigo: 

"Celso Lafer hoje na venerável Academia Brasileira de Letras (ABL) colocou o dedo na ferida: chega de tanta ignorância. Ninguém nem com um mínimo de neurônios é capaz de aguentar tanto obscurantismo e narrativa imbecil por tanto tempo. O País precisa sair dessa era das trevas e do negacionismo tacanho que deitou raizes por aqui com os arrivistas desse bolsonarismo sem eira nem beira."

Eis o artigo de Lauro Jardim, no Globo desta quarta-feira, 21/07/2021


Orador da solenidade (virtual) que comemorou os 124 anos da Academia Brasileira de Letras, terminada há pouco, Celso Lafer fez um discurso de tom político inédito da história da entidade.
O chanceler dos governos Collor e FHC fez críticas acerbas a Jair Bolsonaro, "sua postura negacionista" e suas "omissões". Ressaltou a falta de decoro do presidente e afirmou que as palavras de Bolsonaro dividem o país.
Eis alguns trechos da fala de Lafer:
* (...)Daí a inconformidade com este estado lamentável das coisas em nosso país provenientes da postura negacionista do Presidente e de seu governo quanto ao papel da ciência e do conhecimento no enfrentamento da crise do coronavírus, que aprofunda um “mundo às avessas”.
*"O negacionismo se expressa por ações e omissões. São agravados pelas palavras do Presidente. Estas ignoram o proceder com a dignidade e o decoro do cargo, que é o “standard” de conduta presidencial lícita, prevista na lei 1.079 de 10 de abril de 1950. (...). Decoro, que como dignidade, provém do latim decet, o que convém, o que é apropriado, manifesta-se pela compostura no exercício da função pública.
Nem uma nem outra encontram-se nas palavras de ruptura e de improvisações mal concebidas do Presidente, que alimentam a insegurança, correm a confiança e dividem o país.
*"Não atendem ao papel que se espera de liderança que é o de definir construtivamente rumos para a sociedade. É incompatível com o zelo que deve presidir as políticas públicas de saúde numa situação-limite como a da pandemia".
*"Ensina o Pe. Antonio Vieira: “O verdadeiro zelo teme o perigo e trata dos remédios”, advertindo que “O maior perigo não é quando se teme o perigo, é quando se teme o remédio”. Os remédios são aqueles que o estágio atual do conhecimento e da ciência, validados pelos pesquisadores nacionais e internacionais indicam em matéria de contenção e mitigação dos riscos da pandemia. Entre eles, vacinas e o seu papel imunizador, máscaras, isolamento social, administração da sobrecarga dos cuidados hospitalares a serem implantados sem atropelos e desvios de qualquer natureza e sem o ímpeto desagregador das competências concorrentes da União, dos Estados e dos Municípios".

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