Depois que postei novamente, neste domingo 28/05/2022, minha entrevista ao Brasil Paralelo, de outubro de 2016, quando eu desconhecia completamente a ideologia e a postura política de seus organizadores, recebi um pedido para dar a minha opinião sobre essa “empresa”.
De fato, minha opinião mudou, logo depois dessa entrevista, aqui linkada:
Naquela ocasião, eles me deram total liberdade para expressar minha opinião, que naquele ano, hoje distante, 2016, foi basicamente concentrada nas politicas econômicas e na diplomacia partidária do lulopetismo, e no, então recente, impeachment, com outras considerações de natureza geral sobre desenvolvimento do Brasil. Montaram a entrevista, com alguns cortes aqui e ali, talvez porque correspondesse ao antipetismo então vigente naquela conjuntura.
Um ano depois, no segundo semestre de 2017, convidaram-me para uma nova “entrevista”, sobre a globalização e o globalismo. Achei algumas perguntas, previamente elaboradas, um pouco idiotas, sobretudo sobre o fantasmagórico “globalismo” (na acepção dos paranoicos antiglobalistas), outras inclusive denotando certo anti-islamismo. Mas respondi num texto e me preparei para a “entrevista”, que imaginava exclusiva.
Qual não foi minha surpresa quando, no dia aprazado, apareceu do outro lado da tela, o tal “filósofo” do bolsonarismo. Tudo bem: dei o meu recado, mas no meio da conversa, OC começou a me atacar, achando um absurdo eu não concordar com as suas teorias conspiratórias sobre a ameaça globalista para a soberania das nações. Não me xingou na gravação, mas passou a me xingar barbaramente depois, no seu blog, secundado por um bando de olavófilos idiotas. Tenho toda a história registrada em algumas postagens do blog Diplomatizzando:
3202. “Globalismo e globalização: os bastidores do mundo”, Brasília, 7 dezembro 2017, 8 p. Notas preparadas para entrevista pessoal, via hangout, para um programa da série Brasil Paralelo, gravada em companhia de, e em contraposição a Olavo de Carvalho, formato não previsto originalmente, sobre o processo de globalização e o conceito de globalismo. Blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/12/globalizacao-e-globalismo-como.html). Transmitido em 11/12/2017 (link: https://www.youtube.com/watch?feature=youtu.be&utm_campaign=inscritos_-_o_primeiro_debate_do_webinario_ja_esta_no_youtube&utm_medium=email&utm_source=RD%2BStation&v=6Q_Amtnq34g); no Canal YouTube (link: https://youtu.be/6Q_Amtnq34g); divulgado no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/12/globalismo-e-globalizacao-ou-vice-versa.html); divulgado via Twitter-Youtube: https://shar.es/1MxLDO). Relação de Publicados n. 1279.
3215. “Um “debate” involuntário com Olavo de Carvalho: materiais disponíveis”, Brasília, 20 dezembro 2017, 3 p. (+3 OC). Questões sobre o globalismo e a globalização, como consequência do debate na gravação do Brasil Paralelo. Postado no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/12/um-debate-involuntario-com-olavo-de.html).
3228. “Dossiê Globalismo: Brasil Paralelo e seu seguimento”, Brasília, 16 janeiro, 23 p. Compilação de todos os materiais relativos a esse assunto controverso. Postado parcialmente no blog Diplomatizzando (https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2018/01/dossie-globalismo-brasil-paralelo-e-seu.html) e disponibilizado na plataforma Academia.edu (http://www.academia.edu/35667769/Dossi%C3%AA_Globalismo_Brasil_Paralelo_e_seu_seguimento).
Agora, minha resposta ao questionamento:
O empreendimento Brasil Paralelo deve ter começado como uma reação ao marxismo vulgar da academia e a interpretação esquerdista da história, dominantes na academia e no jornalismo, durante décadas e até hoje, inclusive em certas idiotices do politicamente correto.
Mas ele logo descambou para o extremo da visão direitista da história e até para um fundamentalismo religioso basicamente anacrônico. Seus promotores deformam os fatos históricos também, por ideologia, de maneira mais ou menos simétrica ao que é feito pelos esquerdistas.
Considero Brasil Paralelo um esforço equivocado de se contrapor de forma exagerada ao esquerdismo dominante na academia e no jornalismo, caindo num reacionarismo pueril e até ridiculo, ou seja, ficando na igrejinha da extrema-direita.
Espero que se corrijam, mas não se pode aguardar muito de fundamentalistas.
Paulo Roberto de Almeida
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