Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53
Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks
quarta-feira, 22 de outubro de 2014
A frase da semana (do ultimo meio seculo): Carlos Alberto Montaner sobre Cuba
Carlos Alberto Montaner, sobre a triste situação da miséravel ilha caribenha (que os companheiros do Brasil também sustentam, com o nosso dinheiro).
Leiam todo o artigo aqui:
http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/10/enquanto-isso-numa-ilha-miseravel-do.html
Mas, também vale ler esta outra nota:
http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/10/diplomacia-petralha-entrega-dinheiro.html
Diplomacia petralha entrega dinheiro a ditaduras, secretamente - Leandro Mazzini
Leandro Mazzini
Opinião e Notícia, 21/10/2014
A situação da presidente Dilma se complica nas relações binacionais econômicas.
O MP Federal está de olho na generosidade da administração do PT com países amigos como Bolívia, Cuba e Venezuela.
A operação do Porto de Mariel, perto de Havana, financiado com dinheiro do BNDES, está sendo leiloada pelos irmãos Castro com EUA e Rússia.
Enquanto ministro do Desenvolvimento e Indústria, Fernando Pimentel, eleito governador de Minas, doou R$239 milhões para o regime cubano com contrato secreto. Nada visto antes.
E a Bolívia acaba de receber, em setembro, meio bilhão de dólares da Petrobras, num adicional não previsto – para pagamento de gás retroativo – num trato de aliados. O episódio causou abertura de investigação no MPF.
O programa Mais Médicos, em parceria com Cuba, é outro mistério. A Saúde repassa cerca de R$ 10 mil a Cuba por profissional. O médico recebe menos que R$ 3 mil.
terça-feira, 21 de outubro de 2014
Enquanto isso, numa ilha miseravel do Caribe, dirigentes desesperados esperam ajuda externa...
Mas não é dessa ilha devastada que eu quero falar.
É de outra ilha devastada, mas não tanto pelo desmatamento dos pobres e pela rapina da burguesia, quanto pela autocracia comunista dos irmãos Castro e sua Nomenklatura pior que as elites haitianas: eles simplesmente acabaram com a economia da ilha, até 1959 um dos países de maior renda per capita da América Latina, junto com a Argentina e a Venezuela, e também com desigualdade, como acontece em qualquer país capitalista.
Eles deixaram todos os cubanos na miséria, igualmente, à exceção da ditra Nomenklatura, os sanguessugas do povo cubano, que antes viviam de mensalão soviético e, depois que o socialismo soviético acabou e com a aparição de Chávez, agora de bolsa chavista e de mesada companheira (nem sabemos quantos milhões os companheiros já mandaram para aquela ditadura abjeta).
Os ditadores cubanos estão desesperados, pois a Venezuela, de estúpidos que são os bolivarianos, enveredou pelo caminho cubano, e agora estão na pior, para não dizer que estão na m....., só lhes sobrando o petróleo, que mantém duas ditaduras de pé, por enquanto.
Um cubano, exilado, como centenas de milhares de outros, escreve sobre a situação atual da ilha.
Paulo Roberto de Almeida
Carlos Alberto Montaner: Cuba y EE.UU
La desesperada ofensiva de Raúl Castro
Miami, 20 octubre 2014
Por Carlos Alberto Montaner
La situación es apremiante. Raúl tiene 83 años y se siente abrumado. Se ha comprometido a dejar el poder en el 2018. Para entonces habrá gobernado inútilmente durante 12 años. Ya sabe que su reforma económica no funciona. Aumenta exponencialmente el número de balseros y desertores. Nadie tiene ilusiones con sus “lineamientos”. La consigna es huir.
Cada día que pasa las auditorías que le presenta su hijo Alejandro le confirman que el magro aparato productivo estatal está en manos de tipos corruptos, incompetentes e indolentes. (En realidad el sistema los moldea de esa manera, pero todavía Raúl no lo admite).
Su problema más urgente es la falta de divisas para importar comida, combustible y otros bienes esenciales. El país se está cayendo a pedazos. Cuba es asombrosamente improductiva. Se trabaja poco y mal.
La Isla vive, por este orden, de siete rubros: El subsidio venezolano. El alquiler y explotación de profesionales sanitarios en el extranjero. Las remesas de los exiliados. El níquel que extraen los canadienses. El turismo. La mendicidad revolucionaria que sostienen Brasil, Angola, Ecuador, y hasta la pobrísima Bolivia. El tabaco y otras minucias de exportación, algunas de ellas indignas, como la venta de sangre y de vísceras hmanas para trasplantes (por más de 100 millones de dólares). Comenzaron emulando a Stalin y han terminado imitando a Drácula.
De todas las fuentes de divisas la más importante es el subsidio venezolano. Raúl Castro teme que se seque a corto plazo. Lo ve venir. El precio del petróleo cae y el caos sembrado por la ineficiencia absoluta del chavismo tiene a Venezuela a punto de cerrar el grifo. Los cubanos elegieron a Maduro, pero ha resultado un desastre absoluto. Es una cuestión de supervivencia. Dos ahogados no pueden salvarse mutuamente.
Por eso la ofensiva. Raúl necesita, desesperadamente, que le saquen las castañas del fuego. ¿Qué requiere? Un torrente de turistas norteamericanos que inunden los hoteles con sus dólares frescos. Hoy no pueden viajar a Cuba libremente. La ley lo impide. También desea crédito para importar insumos estadounidenses. Le venden la comida y las medicinas, pero tiene que pagar en efectivo y carece de dólares.
Raúl Castro no está dispuesto a cambiar el sistema, ni a tolerar libertades, pero cree que puede cambiar a Obama y eliminar las restricciones impuestas o mantenidas por 11 presidentes norteamericanos.
Su hipótesis es que lo logrará tras las elecciones de noviembre, en los últimos dos años del gobierno de Obama. En esa dirección tiene trabajando a todo su servicio de inteligencia y a unos cuantos exiliados que suscriben el extraño e ilógico razonamiento de que la forma de acabar con la tiranía es dotándola de recursos.
El gran obstáculo –supone La Habana—es el senador demócrata Bob Menéndez, presidente del importante Comité de Relaciones Internacionales del Senado. En consecuencia, los servicios cubanos montaron una operación para destruirlo inventando la calumnia de que se había acostado con prostitutas menores de edad en República Dominicana. Finalmente, se descubrió la repugnante mentira.
Los tentáculos del lobby cubano son muy extensos. Llegan al Congreso, a la prensa, al mundo académico y artístico. Han logrado infiltrarse hasta en el Pentágono. Quien evaluaba las actividades de La Habana para la Casa Blanca era la analista principal de inteligencia Ana Belén Montes, una espía de Cuba, capturada en el 2001 y condenada a 25 años de cárcel. Desde el 85 espiaba para los Castro.
Scott W. Carmichel, el agente que la descubrió, opina que hay muchos más topos colocados o seducidos por Cuba en diversos estamentos del gobierno y de la sociedad civil norteamericana. Probablemente tiene razón. Todos trabajan hoy febrilmente para conseguir los objetivos de Raúl Castro.
En todo caso, para que la ofensiva tenga éxito, primero Raúl tiene que conseguir que eliminen a Cuba de la lista de países que apoyan al terrorismo. La tarea no es nada fácil. En julio del 2013 fue detenido en Panamá un barco norcoreano con 250 toneladas de pertrechos de guerra procedentes de Cuba escondidos bajo miles de sacos de azúcar.
Si Obama sucumbe a la ofensiva y libera a la dictadura del vinculante calificativo de país “sponsor de terroristas”, Raúl supone que inmediatamente procederá a autorizar los viajes de los norteamericanos. De eso se trata.
Ese hipotético flujo de divisas que espera como agua de mayo servirá para aliviar la disminución sustancial del subsidio venezolano. Por una vez el Séptimo de Caballería irá en ayuda de los indios para salvar a la revolución. Si Custer levanta la cabeza no lo cree.
———
CAM es periodista y escritor. Su último libro es la novela Tiempo de Canallas.
segunda-feira, 20 de outubro de 2014
Ebola: o papel positivo e valoroso de Cuba no seu combate (editorialNYT)
La Impresionante Contribución de Cuba en la Lucha Contra el Ébola
quarta-feira, 1 de outubro de 2014
Cuba: Kissinger fez planos para um ataque armado em 1976
Cuba: minha primeira experiencia com o Facebook
Mas é que Cuba foi o objeto de minha primeira postagem no FaceBook, em 2010, quando eu ainda resistia a esta ferramenta, e na verdade fiquei ausente por mais três anos depois dessa experiência isolada e pioneira.
Quando decidir testar o novo instrumento, resolvi fazer um comentário sobre o anúncio pelo governo ditatorial em torno das mudanças econômicas na ilha, que pareciam prenunciar uma revolução capitalista no regime castrista, em direção de um sistema de tipo chinês, ou pelo menos vietnamita.
Nada disso aconteceu, como se sabe, mas aproveito para postar aqui o texto que fiz em setembro de 2010, em plena campanha eleitoral no Brasil.
Quatro anos depois, Cuba não mudou muito, ou quase nada, e o Brasil, se mudou alguma coisa, foi para pior, talvez no caminho de Cuba (aliás, ainda não se discutia a sustentação financeira da ditatura pelos companheiros totalitários do partido hegemônico brasileiro.
Em todo caso, rever antigos textos é sempre inspirador...
Paulo Roberto de Almeida
O desenvolvimento do capitalismo em Cuba
quarta-feira, 10 de setembro de 2014
Cuba, a triste realidade da miseria de um povo, pelo nuncio apostolico
Paulo Roberto de Almeida
Cuba: el nuncio y el "notición"
Por Armando F. Valladares. E-mail: armandovalladares2012@gmail.com
Miami (Fla.), 08 de septiembre de 2014
El 25 de agosto pp. el periódico "Lecce News", de la ciudad de Lecce, al sureste de la península italiana, publicaba impresionantes declaraciones sobre la realidad cubana del nuncio de la Santa Sede en Cuba, monseñor Bruno Musarò, que se encontraba en visita a la región de la cual es oriundo.
El nuncio Musarò diagnosticó en pocas palabras "las condiciones de pobreza absoluta y de degradación humana y civil en la que se encuentran los ciudadanos cubanos, que son víctimas de una dictadura socialista que los tiene subyugados desde hace 56 años".
"El Estado controla todo", y "la única esperanza de vida para la gente es huir de la isla", explicó el nuncio Musarò, describiendo la situación de degradación, penuria y opresión de los cubanos. Y concluyó diciendo que, inexplicablemente, "hasta hoy, transcurrido más de medio siglo, se continúa hablando de la Revolución y se la alaba, mientras las personas no tienen trabajo y no saben cómo hacer para dar de comer a sus propios hijos".
Tres días después, el jueves 28 de agosto pp., en los jardines vaticanos, se entronizaba una réplica de la Virgen de la Caridad, patrona de Cuba, con la presencia de seis obispos cubanos que habrían viajado especialmente de la isla-cárcel para esa ocasión, y del ex secretario de Estado de la Santa Sede, cardenal Tarcisio Bertone.
Llamó la atención el hecho de que el nuncio Musarò, representante diplomático de la Santa Sede en Cuba, que estaba en Italia, no hubiera comparecido. La periodista María García, corresponsal en Europa de Martí Noticias, preguntó al cardenal Bertone su opinión sobre las palabras del nuncio, a lo que el cardenal, conocido por sus posiciones favorables al régimen cubano, respondió en tono contrariado: "No conozco esta declaración. Me parece que los periodistas han exagerado sobre esta declaración. Pero no la conozco, no la conozco". El obispo de Santa Clara, monseñor Arturo González Amador, trató de restar trascendencia al análisis del nuncio Musarò, diciendo que "lo hemos comentado con el embajador del Estado cubano ante la Santa Sede y, bueno, pues ha quedado así, sin mayor importancia". Por su parte, monseñor Emilio Aranguren, también entrevistado en los jardines vaticanos por la periodista María García, dijo en tono apaciguador: "Las que el nuncio ha manifestado son realidades del pueblo cubano, pero creo que no es para hacer de eso un notición".
En realidad, el diagnóstico del nuncio Musarò sobre la Revolución comunista y sobre el drama del pueblo cubano subyugado parece constituir un "notición" de no poca envergadura, si se considera la colaboración eclesiástica con el comunismo cubano en las últimas décadas. Aún existen muchas interrogaciones en torno del episodio, y podrían levantarse diversas hipótesis. La nunciatura en La Habana informó que el nuncio retornaría a la isla después de pasar tres semanas en Italia. Aguardemos indicios que eventualmente sirvan para responder a las interrogaciones que han quedado flotando en el aire.
Armando Valladares, escritor, pintor y poeta. Pasó 22 años en las cárceles políticas de Cuba. Es autor del best-seller "Contra toda esperanza", donde narra el horror de las prisiones castristas. Fue embajador de los Estados Unidos ante la Comisión de Derechos Humanos de la ONU bajo las administraciones Reagan y Bush. Recibió la Medalla Presidencial del Ciudadano y el Superior Award del Departamento de Estado. Ha escrito numerosos artículos sobre la colaboración eclesiástica con el comunismo cubano y sobre la "ostpolitik" vaticana hacia Cuba.
Links relacionados:
Jóvenes cubanos lamentan colaboracionismo del cardenal Ortega
http://www.cubdest.org/1406/c1409jovenesav.htm
Francisco, pro-castristas y confusión
http://www.cubdest.org/1406/c1408vallfrancisco.htm
El pontífice Francisco y el test cubano
http://www.cubdest.org/1306/c1304franciscoav.html
El cardenal Bertone y la fraudulenta "política religiosa" castrista
http://www.cubdest.org/0806/c0803av2.html
quinta-feira, 4 de setembro de 2014
Venezuela: seria normal ir a Cuba duas vezes no mesmo mes?
Maduro dice que Venezuela cumplirá con el pago de compromisos internacionales | ||||||
El presidente venezolano, Nicolás Maduro, afirmó que Venezuela tiene la capacidad y cumplirá con los "compromisos internacionales" que se vencen en las próximas semanas tal y como lo ha hecho en los 15 años de la llamada revolución bolivariana y anunció la creación de un fondo "estratégico" de reservas que se colocará en una cuenta única del Banco Central (BCV) y que se abrirá "inmediatamente" con 750 millones de dólares para "fortalecer las cuentas internacionales" del país.
Maduro limita su “sacudón” a un cambio de gabinete y elude el ajuste económico | ||||||
[ver artículo completo...] | ||||||
(Especial Infolatam).- "Lo que hizo el gobierno de Maduro fue un “enroque” político entre su misma gente de confianza y seguir sin tomar decisiones en materia de política económica, lo que pone en evidencia que sigue al pie de la letra el guion diseñado por el régimen castrista. No por casualidad, el presidente Maduro viajó a Cuba en dos oportunidades en el último mes para entrevistarse con la plana mayor de ese gobierno dictatorial".
[ver artículo completo...] | ||||||
(Infolatam por Rogelio Núñez)-. Venezuela se encuentra paralizada desde 2011, cuando se le detectó un cáncer a Hugo Chávez que finalmente acabaría con la vida del comandante.
[ver artículo completo...] | ||||||
(Prodavinci. Venezuela)-. "... lamento tener que decir que tengo una lectura negativa de los anuncios del presidente Nicolás Maduro. O quizás deba decir que de lo que tengo una lectura negativa es de sus no-anuncios.
[ver artículo completo...]=========== Maduro se aferra al inmovilismo para conservar el poder en Venezuela
El presidente convirtió el llamado “sacudón” en un conjunto de suaves medidas
El País, 3/09/2014
La intriga sobre el anunciado “sacudón” que Nicolás Maduro había prometido como una “revolución dentro de la revolución” se despejó el martes por la noche de una manera anticlimática. Se hicieron largas las tres horas que se tomó el presidente venezolano para dar a conocer la reestructuración de su Gobierno. Al final de la transmisión en cadena nacional, quedó claro que esta consistía en poco más que la creación de seis vicepresidencias sectoriales, la fusión de algunas carteras, el enroque de posiciones entre varias figuras ya añejas del elenco ministerial, y la ratificación de más de la mitad del dimitido Gabinete Ejecutivo, incluyendo al Vicepresidente Ejecutivo y yerno del comandante Hugo Chávez, Jorge Arreaza.
La remodelación del Gobierno no solo se quedó corta con respecto a las expectativas que se habían creado, sino que también apenas tuvo conexión con los apremios económicos por los que atraviesa Venezuela. Maduro dijo confiar en el modelo “social económico de la revolución bolivariana” al que calificó de “exitoso”. En cambio, reveló que el llamado sacudón apuntaba a demoler los últimos resabios “del Estado burgués”, con lo que se busca garantizar la “irreversibilidad” de la revolución.
En lo que Maduro sí puso empeño fue en asegurarse de que los movimientos internos en su Gobierno preservaran el frágil equilibrio ya existente entre las facciones del chavismo que se disputan el poder. En ese sentido, la novedad más difícil de interpretar es la mudanza del hasta ayer poderoso vicepresidente del Área Económica, ministro de Petróleo y Minería y presidente de la petrolera estatal Pdvsa, Rafael Ramírez.
Ramírez era visto como el propulsor de medidas pragmáticas, como el aumento del precio de los combustibles y la simplificación del esquema de cambio de divisas, para rescatar la economía venezolana de su estado comatoso. También era la figura más confiable y conocida en el Gobierno para los inversionistas internacionales.
El funcionario —pariente de Carlos Ilich Ramírez, El Chacal, un célebre terrorista de los años 70 que está convicto en Francia— pasó a encargarse del Ministerio de Relaciones Exteriores y de la nueva Vicepresidencia de Soberanía Política, responsable de coordinar los despachos de carácter político y de impulsar la reforma del Estado.
Los mercados financieros recibieron de mala gana el desplazamiento de Ramírez, que interpretaron como una posposición de los ajustes macroeconómicos en Venezuela. Los bonos venezolanos que vencen en 2027 experimentaron este miércoles en Nueva York su mayor caída en 10 meses, al perder 4,5 centavos de dólar en dos días.
A Ramírez le suceden en la Vicepresidencia de Economía el exgeneral Marcos Torres, un participante de las intentonas golpistas que Hugo Chávez lideró en 1992, que ha estado al frente de las instituciones bancarias del Estado; en el Ministerio de Petróleo y Minería, Asdrúbal Chávez, un primo del fallecido comandante; y en la presidencia de Pdvsa, Eulogio del Pino, un técnico considerado como ficha del propio Ramírez.
“Solo a un gobernante ajeno al deterioro actual del país se le ocurre poner a Marcos Torres y Asdrúbal Chávez al frente de economía y petróleo”
Orlando Ochoa, un reconocido economista venezolano
“Solo a un gobernante ajeno al deterioro actual de Venezuela se le ocurre poner a Marcos Torres y Asdrúbal Chávez al frente de economía y petróleo”, criticó el economista Orlando Ochoa, un reputado experto, desde su cuenta en Twitter. “Ellos no tienen capacidad para atender la crisis”.
Por el contrario, apenas finalizada la alocución presidencial, en el principal canal de televisión del Estado celebraban los anuncios. “Maduro sacudió a la derecha”, proclamaba Pedro Carvajalino, conductor del programa Zurda Konducta que se transmite al filo de la medianoche por Venezolana de Televisión (VTV). “La derecha ya creía que se iba a aumentar el precio de la gasolina y a negociar con el Fondo Monetario”.
En la pagina web Aporrea, —una revista allegada a la revolución, pero independiente del Gobierno— Stalin Pérez Borges, vocero de Marea Roja, corriente crítica del oficialismo, se permitía ironizar sobre las medidas gatopardianas del presidente: “Los anuncios que nos anunciaron, ¿ya nos los habían anunciado?”, tituló su columna en clave de sorna. De acuerdo a Pérez, en los anuncios solo se ve “como algo nuevo a los nuevos ministros que se incorporan ahora”.
Por su parte, el excandidato presidencial de oposición y gobernador del estado de Miranda, Henrique Capriles Radonski, reaccionó con escepticismo: “Ayer vimos las mismas caras cambiando de sillas. Pero esto no se resuelve poniendo un ministro de aquí para allá, el sacudón debe traducirse en un cambio de modelo”.
Todavía con un débil soporte político, el Gobierno de Nicolás Maduro carece de los arrestos necesarios para cambiar el status quo después de 16 meses de atribulada gestión. Se contenta con mantener el poder y con ello alentar a los distintos grupos intestinos cuyas ambiciones antes aplacaba el liderazgo de Chávez. Presa de intereses con frecuencia contrapuestos, la Administración se limita a enfrentar la grave crisis socioeconómica con globos de ensayos improvisados que apenas asoma para, también con frecuencia, ponerlos en retirada.
|
terça-feira, 5 de agosto de 2014
Mai$$$$ Medico$$$$ = Mais $$$$$ para Cuba, para a Opas, para os companheiros - Leonardo Coutinho (Veja)
Uma coisa, porém, me surpreendeu: os valores envolvidos, que são substanciais. Não imaginava que fosse tanto dinheiro assim. Os montantes são, sim, estarrecedores. Não estamos falando apenas de uns poucos milhões de dólares (o que é isso para os companheiros, não é mesmo?; desde 2003 eles nadam em dinheiro, sobretudo dinheiro da Petrobras, e esse dinheiro dos cubanos é como se fosse uma corrida de taxi, digamos assim), mas de dezenas de milhões de dólares.
Só encontro duas explicações para isso: (1) os ditadores cubanos estão realmente precisando de muito dinheiro, agora que os venezuelanos enfrentam sérias dificuldades para manter o nível do mensalão chavista e fizeram um apelo desesperado aos seus companheiros brasileiros, a quem eles ajudaram no passado, inclusive como investimento...; (2) estes últimos estão fazendo uma operação triangular, dessas clássicas, na qual o dinheiro sai para fins aparentemente legais, e termina alimentando dutos menos legais, ou muito mais legais, dependendo do ponto de vista, claro.
Tenho uma dúvida e ele é absolutamente pertinente, para saber se ainda vivemos em uma democracia normal, ou se já estamos numa ditadura companheira: saber se esse acordo foi formalmente aprovado pelo Senado brasileiro, como compete cada vez que existe uma operação financeira externa. Se não houve aprovação congressual, ou se o dinheiro foi remetido antes que houvesse a ratificação formal pelo Senado, as remessas são claramente ilegais e inconstitucionais, e pode haver neste caso crime de responsabilidade política da parte do ministro da Saúde -- o anterior e o atual -- e provavelmente até da presidente da República. Está na constituição: qualquer acordo gravoso para o país tem de ser submetido à aprovação do Congresso brasileiro.
E não me venham dizer que não se trata de um acordo com Cuba, e sim com a OPAS, que isso não cola e não vale igual. Mesmo que o dinheiro fosse para o Espírito Santo, no Vaticano, ele teria antes de ser aprovado pelo Congresso.
Assusta-me viver num país em que os dirigentes se arrogam o direito de afrontar a Constituição, como se vivêssemos em ditadura. Talvez já seja o caso e ainda não percebemos...
Paulo Roberto de Almeida
5/08/2014
“MAIS MÉDICOS”: Estava tudo combinado — um jeitinho para enviar dinheiro a Cuba
ESTAVA TUDO COMBINADO
Documentos oficiais mostram que o Mais Médicos foi concebido para enviar dinheiro à ditadura de Cuba — e que o governo brasileiro escondeu o acordo durante meses
Desde o colapso da União Soviética, no início dos anos 90, Cuba ficou à míngua, sem um padrinho para financiar sua ditadura comunista. Na década passada, esse papel passou a ser desempenhado pela Venezuela de Hugo Chávez e por outros países latino-americanos governados por simpatizantes.
Com o PT no poder, o Brasil tem contribuído sem alarde com empréstimos camaradas do BNDES e, descobre-se agora, com a importação de médicos.
Em maio passado, o então chanceler Antonio Patriota anunciou o plano de trazer 6.000 médicos da ilha para atuar nos rincões do Brasil. O que Patriota não disse é que o “plano” era, na verdade, um fato consumado. O acordo para a importação de médicos cubanos já havia sido assinado no mês anterior, valendo-se de um subterfúgio para não tornar pública a verdadeira natureza do negócio.
O contrato falava, em termos genéricos, de uma “contratação de profissionais temporários” e em nenhum trecho citava Cuba ou médicos cubanos. Isso era possível porque, formalmente, o acordo foi fechado entre o Ministério da Saúde e a Organização Panamericana de Saúde (Opas).
Na prática, a entidade vinculada à ONU era apenas a intermediária da transferência de recursos dos contribuintes brasileiros para a ditadura cubana (o que também não era dito no acordo original).
Tanto esforço para omitir Cuba do acordo intermediado pela Opas se explica pela reação negativa da opinião pública brasileira, especialmente das associações médicas, ao anúncio feito por Patriota. Afinal, a importação de médicos cubanos viola uma série de leis brasileiras, além de pôr em risco a saúde da população por causa da qualificação duvidosa dos profissionais.
Criticado pelo “plano”, o governo federal deu sinais de que recuaria. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, chegou a dizer que a prioridade não era trazer médicos cubanos, mas portugueses e espanhóis. Puro diversionismo, pois nos bastidores os trâmites burocráticos para a contratação dos cubanos seguiam em ritmo acelerado.
Em meio aos protestos de junho, a presidente Dilma Rousseff ressuscitou o tema, prometendo na TV “trazer de imediato milhares de médicos do exterior para ampliar o atendimento do SUS”. Daí nasceu o programa Mais Médicos, sob medida para esquentar o acordo já firmado para importar profissionais cubanos.
A abertura de inscrições para médicos de outros países e de brasileiros que trabalham no exterior foi só uma maneira de legitimar a vinda dos cubanos, pois já se sabia que estes viriam em maior número. O documento assinado por Padilha em 22 de agosto foi apenas um termo de ajuste do acordo assinado em abril na surdina.
Eis por que três dias depois os primeiros 400 médicos cubanos já desembarcavam no Brasil. Uma semana antes, o governo brasileiro havia pago 11,5 milhões de reais à Opas, valor que coincide com o custo das passagens.
Um dos arquitetos da triangulação Brasil-Opas-Cuba foi o dentista Joaquín Molina, ex-coordenador da Cooperação Técnica Internacional, o departamento do Ministério da Saúde de Cuba responsável pela exportação de mão de obra médica. Em 29 de março de 2012, Molina assumiu o posto de representante da Opas no Brasil – um dia antes de a entidade firmar com Cuba um convênio, que ele ajudou a negociar, para intermediar a venda de serviços de saúde da ilha.
A missão de Molina em Brasília era bem definida e servia com perfeição aos planos de Padilha. Em 17 de dezembro, Molina protocolou no Ministério da Saúde o projeto Fortalecimento da Atenção Básica no Brasil, em que a Opas pedia quase 512 milhões reais para ajudar o país a combater “as iniquidades sociais e limites de acesso aos serviços de saúde”.
Antes do Natal, o documento venceu cinco degraus da burocracia, mais rápido do que qualquer outra proposta feita ao ministério na mesma data. Em fevereiro, a diretora da Opas, a dominiquense Carissa Etienne, veio a Brasília para dar mais um empurrãozinho na “cooperação médica” com Cuba, pela qual a Opas viria a receber 24,3 milhões de reais de comissão.
Em meio às mentiras e dissimulações envolvendo a contratação de médicos cubanos, há um dado intrigante: o valor de mais de 500 milhões de reais (dos quais 100 milhões foram pagos no mês passado e os outros 400 milhões já foram reservados no Orçamento federal) pleiteado pela Opas em dezembro de 2012 é rigorosamente o mesmo do contrato-encenação feito por Padilha oito meses depois para a importação de 4 000 médicos.
Patriota, porém, havia anunciado em abril a vinda de 6.000 cubanos. Ou seja, o Brasil está pagando a mesma quantia por menos profissionais. Considerando a má qualidade do ensino médico em Cuba, talvez seja melhor não reclamar.
sexta-feira, 1 de agosto de 2014
Cuba: Brasil financia mais US 150 milhoes - vai receber de volta? - O Globo
Henrique Gomes Batista
O Globo, 31/07/2014
Financiamento é para que a Odebrecht faça a modernização dos terminais
O BNDES aprovou um financiamento para a modernização de aeroportos cubanos, que será feita pela Construtora Odebrecht. Embora o banco não forneça o valor , a data de aprovação e quais aeroportos serão beneficiados, fontes do negócio confirmam que serão destinados US$ 150 milhões (cerca de R$ 336 milhões) e que o acordo foi fechado há cerca de 30 dias. O banco confirma, apenas, que o financiamento está em fase de contratação. É provável, segundo fontes do mercado, que os valores comecem a ser liberados ainda neste ano. O financiamento para a melhoria dos aeroportos cubanos está dentro da linha de exportações brasileiras de bens e serviços de engenharia. O banco afirma que isso é uma tendência internacional e que beneficia empresas brasileiras, com o BNDES auxiliando a competitividade das companhias nacionais. "Os desembolsos de recursos são efetuados em reais, no Brasil, diretamente ao exportador brasileiro, com base nas exportações efetivamente realizadas e comprovadas", informou o banco.
LINHA JÁ HAVIA SIDO USADA COM PORTO
O modelo de financiamento aprovado pelo BNDES é o mesmo utilizado pelo banco para que a Odebrecht modernizasse o por to de Mariel, também em Cuba. Na época, o financiamento foi de US$ 802 milhões (cerca de R$ 1,796 bilhão pelo câmbio atual). A primeira parte do dinheiro foi liberada em 2009. Em sua recente visita à ilha, em janeiro, a presidente Dilma Rousseff anunciou outro financiamento de US$ 290 milhões (cerca de R$ 650 milhões) para a criação de uma área especial industrial junto ao porto. Na ocasião, a presidente lembrou que esse tipo de operação beneficia empresas brasileiras, é estratégico e gera uma relação "ganha-ganha" , lembrando que esse financiamento não significa que o país não está investindo em portos no Brasil. O BNDES não informou o valor total dos financiamentos em empreendimentos de empresas brasileiras em Cuba. O governo brasileiro também está apoiando a construção de um grande porto no Uruguai, que poderá, até, concorrer com terminais do Sul do Brasil, conforme noticiou O GLOBO em maio. Embora esse apoio ainda esteja em fase inicial, a operação pode significar mais um empréstimo do BNDES para alguma construtora brasileira, e, segundo fontes, o valor do negócio pode chegar a US$ 1 bilhão (R$ 2,24 bilhões).
No momento, o Brasil está apoiando o país vizinho com informações técnicas, mas operadores portuários brasileiros reclamam dessa parceria, por se tratar de um concorrente direto dos portos brasileiros, que terá uma capacidade maior e menos custos burocráticos. A Odebrecht confirma as negociações para o Projeto de Ampliação e Modernização da Infraestrutura Aeroportuária de Cuba, mas a empresa não conseguiu, até o fechamento desta edição, informar detalhes do projeto e quando as obras devem começar. A empresa divide a liderança no ranking de financiamento do BNDES nessa modalidade de crédito com a Embraer desde 2009. Em 2013, a construtora obteve financiamentos que somam US$ 908 milhões, abaixo do US$ 1,072 bilhão da Embraer, sendo que esta linha somou, no total, US$ 2,5 bilhões. No primeiro trimestre de 2014, dos US$ 367,2 milhões liberados nesse tipo de financiamento, a Odebrecht recebeu US$ 153 milhões, contra US$ 142 milhões da fabricante de aviões.
TURISMO É FONTE DE RECEITA IMPORTANTE
A reforma dos aeroportos cubanos é importante para a economia combalida do país. No ano passado, o setor gerou US$ 1,8 bilhão (R$ 4 bilhões) para a ilha de 11 milhões de habitantes. No total, entraram no país 2,851 milhões de turistas, número 0,5% acima do registrado no ano anterior, mas ainda distante da meta de 3 milhões de turistas por ano. Os canadenses são o principal grupo de turistas do país — com mais de um milhão de viajantes — , seguidos de residentes do Reino Unido, Alemanha, França, Argentina, Itália, México, Espanha, Rússia e Venezuela.
quarta-feira, 16 de julho de 2014
Our MEN in Havana? Back to good old days...
Russia to Reopen Spying Post in Cuba
By ANDREW E. KRAMER
NYT, JULY 16, 2014
terça-feira, 8 de julho de 2014
Fidel Castro: a vida capitalista (mais, nababesca) de um ditador comunista
Mas reparem: Cuba não é miserável por que o seu ditador ordinário tem uma ilha particular, com todos os luxos da aristocracia do dinheiro. Cuba é miserável por causa do regime socialista.
Fidel, como presidente, ou mesmo como ditador ordinário, poderia ter a sua ilha paradisíaca e sua vida de nababo, e ainda assim o povo cubano desfrutar de uma vida razoável, se estivesse num sistema capitalista ordinário.
Mas, o que eles tem, naquela ilha infeliz, é um socialismo miserável, ordinário, disfuncional, afrontoso do ponto de vista dos direitos humanos, da democracia, da simples razão e do bom senso.
E pensar que os companheiros protegem, sustentam, subsidiam, gostam desse ditador, sancionam o tipo de vida miserável que ele imprime ao seu povo.
Os companheiros devem ser esquizofrênicos, ou então de muita má fé, totalitários em potencial...
Paulo Roberto de Almeida
UM ESPANTO: Fidel Castro e sua inacreditável ilha particular (que não é Cuba)
Revelado o segredo dos altos índices de desenvolvimento humano em Cuba.
Eles devem estar sendo medidos na ilha privativa de Fidel Castro, um paraíso nababesco
Reportagem de Leonardo Coutinho publicada em edição impressa de VEJA
Cultuado pelos partidos de esquerda do Brasil e da América Latina, Fidel Castro vende com facilidade a falsa imagem do revolucionário despojado, metido antes em farda de campanha e, agora, na decrepitude, em agasalhos esportivos Adidas que ganha de presente da marca alemã.
Inúmeros relatos de pessoas que privaram da intimidade de Fidel haviam arranhado a aura de asceta do ditador cubano. Sabia-se que ele manda fazer suas botas de couro, sob medida, na Itália; que tem um iate e um jato particulares; come do bom e do melhor – enfim, nada diferente da vida luxuosa levada, em despudorado contraste com a miséria do povo, por tantos ditadores de todos os matizes ideológicos no decorrer da história.
Mas, como manda o manual do esquerdismo latino-americano, que nunca conseguiu se afastar do culto ao caudilhismo populista, se a realidade sobre Fidel desmentir a lenda, que prevaleça a lenda. Assim, a farsa sobrevive. Assim, as novas gerações vão sendo ludibriadas.
Resta ver se a farsa vai resistir às revelações sobre a corte de Fidel que aparecem na autobiografia de um ex-guarda-costas do ditador, Juan Reinaldo Sánchez. O livro, que está chegando às livrarias brasileiras no fim de junho com o título A Vida Secreta de Fidel (Editora Paralela), revela excentricidades que seriam aberrantes mesmo para um bilionário capitalista.
Algum rentista de Wall Street tem uma criação particular de golfinhos destinados unicamente a entreter os netos?
Fidel tem.
Os líderes das empresas mais valorizadas do mundo, Google e Apple, que valem centenas de bilhões de dólares, são donos de ilhas particulares secretas, vigiadas por guarnições militares e protegidas por baterias antiaéreas?
Fidel tem tudo isso em sua ilha – e não se está falando de Cuba, que, de certa forma, é também sua propriedade particular.
O que o ex-guarda-costas revela em detalhes é a existência de uma ilha ao sul de Cuba onde Fidel Castro fica boa parte do seu tempo livre desde a década de 60. Nada mais condizente com uma dinastia absolutista do que uma ilha paradisíaca de usufruto exclusivo da família real dos Castro.
Juan Reinaldo Sánchez narra a liturgia diária do séquito de provadores oficiais que experimentam cada prato de comida e cada garrafa de vinho que chegam à mesa do soberano para garantir que não estejam envenenados. “A vida inteira Fidel repetiu que não possuía nenhum patrimônio além de uma modesta cabana de pescador em algum ponto da costa”, escreve Sánchez no seu livro.
A modesta cabana de Fidel é uma imensa casa de veraneio de 300 metros quadrados plantada em Cayo Piedra, ilha situada a 15 quilômetros da Baía dos Porcos, no mar caribenho do sul de Cuba. Quando Fidel conheceu Cayo Piedra, logo depois do triunfo de sua revolução de 1959, o lugar lhe pareceu o refúgio ideal para alguém decidido a nunca mais deixar o poder.
Eram duas ilhotas desertas sobre um banco de areia com uma rica fauna marinha. Condições excelentes para a caça submarina, um dos passatempos do soberano resignatário de Cuba. Muito se especulava sobre a existência do resort de Fidel, mas sua localização só se tornou conhecida agora, depois da publicação do livro de Sánchez.
O escritor colombiano Gabriel García Márquez, falecido recentemente, frequentava esse refúgio e, claro, nunca revelou o segredinho do amigo Fidel.
As coordenadas da casa principal de Cayo Piedra são: latitude 21°57¿52.06″N e longitude 81°7¿4.09″O. Além dela, o paraíso caribenho de areias branquinhas e mar transparente foi equipado com alojamento para a guarda pessoal, casa de criados, estação de geração de energia, baterias antiaéreas, um viveiro de tartarugas (Fidel as adora numa sopa), uma casa de hóspedes de 1 000 metros quadrados, piscina semiolímpica e um delfinário – que podemos apelidar, por que não, de a “Sea World do castrismo”.
Um lazer obsceno, quando se sabe que os cubanos não têm recursos para frequentar praias, reservadas aos turistas estrangeiros e seus dólares. Quando vão à praia, é para tentar um bico como guia ou se prostituir.
Em Cayo Piedra há também um heliporto, que serve apenas para o recebimento de suprimentos e para uma eventual emergência. Segundo Sánchez, Fidel só viajava para a ilha a bordo de seu iate – pelo menos até o seu câncer no intestino se agravar, em 2006.
O Aquarama II é uma versão melhorada e ampliada de uma embarcação que ele confiscou de um milionário local depois de derrubar o governo de Fulgencio Batista, em 1959. Construído nos anos 70, o iate de Fidel tem 27,5 metros de comprimento e leitos para dezesseis pessoas, as mais privilegiadas no conforto de duas suítes.
O interior é revestido de madeiras nobres de Angola e há quatro motores – presentes do então líder soviético Leonid Brejnev – capazes de desenvolver a velocidade de 78 quilômetros por hora. No salão principal estão seis poltronas de couro negro. Uma delas, a maior, era exclusiva de Fidel. Ele costumava passar os 45 minutos da viagem bebendo uísque da marca Chivas Regal, o seu preferido, com gelo.
Em Cuba, uma garrafa custa 45 dólares, o dobro do salário mensal de um cidadão comum. Iate, mesmo que setentão? Um luxo, sem dúvida, ainda mais num país em que até os pescadores são proibidos de ter canoas, para evitar que fujam para os Estados Unidos, a 200 quilômetros de Cuba.
A residência de Fidel em Havana é uma casa de dois pavimentos com área construída de cerca de 1 200 metros quadrados e situada no centro de uma propriedade de 30 hectares, o equivalente a 36 campos de futebol. Conhecida como Ponto Zero, a área concentra ainda um conjunto de mansões onde vivem alguns de seus filhos.
Há casas de hóspedes, academia de ginástica, piscina, lavanderia industrial e até uma sorveteria exclusiva para a família Castro. As ruas dos arredores são inacessíveis para qualquer outro morador da cidade. O sítio urbano e cercado por muralhas de Fidel também tem um pomar, uma horta orgânica, um galinheiro e um curral.
O ditador é obcecado por suas vacas. No período em que Sánchez frequentou sua casa, cada integrante da família bebia o leite de uma vaca específica. A do ditador era a de número 5, o mesmo da camisa de basquete que ele usava na juventude.
Fidel dizia que o leite de cada vaca tinha um nível de acidez e que, depois de muitos testes e cruzamentos genéticos, ele havia encontrado o sabor de leite ideal para cada um dos cinco filhos que teve com Dalia del Valle, sua segunda mulher, com quem vive até hoje. (No total, Fidel tem nove filhos, incluindo um do primeiro casamento e três de relações extraconjugais.)
A farra das vacas leiteiras de Fidel é um acinte em um país em que apenas crianças de até 7 anos têm acesso garantido ao leite, e ainda assim limitado a 1 litro por dia.
Houve um tempo, conta o seu ex-segurança, em que Fidel guardava suas preciosas vacas na mesma casa em que morava uma de suas amantes, a revolucionária de primeira hora Celia Sánchez, no bairro de Vedado, um dos melhorzinhos de Havana. Celia, falecida em 1980, ocupava o 4º e último andar de um dos melhores imóveis da quadra.
No 3º andar, ficavam quatro vacas, que foram alçadas ao estábulo especial por meio de guindastes. Elas tinham em seus aposentos mais espaço do que a maioria dos seres humanos da capital, onde é comum que duas ou mais famílias sejam obrigadas a dividir um apartamento no qual deveria caber apenas um casal com dois filhos.
A relação obsessiva de Fidel com as vacas limita-se, aparentemente, à produção de leite. Uma delas, que chegou a figurar no Guinness por produzir 109 litros de leite em um único dia, está exposta no Museu da Revolução. Empalhada. À mesa, o ditador preferia peixe, lagosta, presunto espanhol e ovelha, enquanto os seus súditos se consideram afortunados quando têm carne de porco e, ainda mais raramente, de frango para comer.
Frutos do mar, para os cubanos, só em restaurantes turísticos e ao custo de um salário mensal. Não é difícil encontrar em Havana adultos que nunca comeram um bife de boi ou um assado de ovelha na vida. Pelo menos eles não convivem com a paranoia de morrer envenenado, como ocorre com Fidel, que exige que cada prato feito por seus dois chefs particulares seja provado antes por um funcionário ou pelo guarda-costas. Suas roupas, depois de lavadas e passadas, são submetidas a um teste de detecção de radiação.
Com o fim dos repasses de dinheiro da União Soviética para Cuba, no início da década de 90, conta o ex-guarda-costas, Fidel organizou um esquema de venda no mercado negro de diamantes contrabandeados de áreas de conflito na África e passou a vender serviços a traficantes colombianos. “Para Fidel, o narcotráfico era uma arma de luta revolucionária antes de ser um meio de enriquecimento ilícito”, escreveu Sánchez, que trabalhou com Fidel entre 1977 e 1994.
Ele foi demitido depois que o seu irmão fugiu de balsa para os Estados Unidos. Para Fidel, era inadmissível ter ao seu lado alguém que não previu que dentro de sua família havia “traidores da revolução”. Sánchez foi preso. Depois de dois anos na cadeia, passou uma década tentando fugir do país. Conseguiu em 2008, e levou consigo alguns segredos de Fidel.