Empresas japonesas alertam: Trump pode ser um desastre para os negócios
Tarifas mais altas, guerra comercial com a China e ameaças à indústria automotiva estão no centro das preocupações dos empresários japoneses, segundo pesquisa
Por Camila Pati
Revista Veja, 22/02/2025
Nove em cada dez empresas japonesas dizem que as políticas de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos são ruins para os negócios. A pesquisa divulgada pela Reuters nesta quinta-feira, 20, mostra a crescente preocupação no Japão que é o investidor estrangeiro direto dos Estados Unidos. Tarifas mais altas, guerra comercial com a China e ameaças à indústria automotiva estão no centro das preocupações dos empresários japoneses. O levantamento foi feito pela Nikkei Research, queentrevistou 233 empresas anonimamente.
Cerca de 86% dos entrevistados disseram que as medidas políticas de Trump teriam um efeito adverso ou ligeiramente adverso em seu ambiente de negócios, enquanto o restante espera um impacto positivo ou ligeiramente positivo.
Desde que assumiu a presidência dos Estados Unidos, há um mês, Trump impôs tarifas de 25% sobre aço e alumínio, além de 10% sobre produtos chineses, e ameaçou Canadá e México com novas tarifas, queacabaram suspensas por 30 dias, após acordo. Ele também ordenou planos para tarifas recíprocas contra países que taxam importações dos EUA e medidas contra barreiras não tarifárias. Nesta quinta-feira, 20, o presidente Lula, em entrevista à rádio Tupi do Rio de Janeiro, voltou a dizer que se o presidente americano impuser tarifas, o Brasil vai reagir e afirmou que Trump está tentando ser imperador do mundo.
A percepção negativa das políticas de Trump entre as empresas japonesas aumentou significativamente em relação ao mês anterior, quando o percentual de empresas que viam impacto adverso foi de 73% .
Entre as empresas que veem as políticas de Trump de forma positiva, 37% destacaram a desregulamentação e os cortes de impostos, enquanto outros 37% apontaram o incentivo à produção de combustíveis fósseis. Apesar disso, 16% das empresas adotaram uma postura mais cautelosa em relação a investimentos nos EUA, enquanto 80% não planejam mudanças.