Paulo Roberto de Almeida
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
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quarta-feira, 14 de maio de 2014
Boletim de Economia e Política Internacional, n. 16 (Ipea) - artigo Paulo Roberto de Almeida
Paulo Roberto de Almeida
sexta-feira, 11 de abril de 2014
O Ipea-Venezuela envergonha o Ipea-Brasil, e todo o Brasil
quinta-feira, 10 de abril de 2014
O IPEA envergonha o IPEA, e o Brasil, com o IPEA-Bolivariano - Reinaldo Azevedo
O Ipea, o instituto que tentou fazer dos brasileiros um bando de potenciais estupradores, mantém um núcleo politicamente delinquente na Venezuela, que defende a ditadura e ataca a democracia… por princípio! Nós sustentamos essa vagabundagem intelectual!
sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
Transportes publicos gratuitos: governo enlouqueceu de vez (ou talvez o IPEA), ou faz demagogia eleitoral
Segundo o técnico do Ipea, que explicou a maravilha ao repórter da rádio, o transporte não seria exatamente gratuito, pois teria custo, mas este não seria coberto pelos beneficiários, mas sim pelo "poder público".
Como todo mundo sabe, o "poder público" é aquela entidade mágica que tira dinheiro do ar, ou inventa dinheiro, sem que isso tenha qualquer custo para a sociedade...
Eu já deixei de me surpreender com as demagogias eleitorais desse governo, que está simplesmente destruindo a economia nacional, com esse tipo de medida demagógica e absolutamente irracional no plano econômico.
Poucos dias atrás, o "ministro" da Aviação Civil anunciou que todo brasileiro passará a poder viajar de avião pelo custo de uma passagem de ônibus, sendo que o governo (mais uma vez, esse monstro metafísico, tão bonzinho) cobriria a diferença, como ele pensa fazer com os transportes coletivos urbanos.
O governo enlouqueceu, ou apenas recrudesce na demagogia barata.
Tudo isso vai custar muito caro, não necessariamente em termos absolutos, mas em desorganização completa da economia nacional e, sobretudo, na psicologia popular. Todo mundo vai passar a acreditar que basta ter "vontade política" -- como disse o técnico do Ipea, que deve ser um completo idiota -- que se pode fazer.
Pobres brasileiros, pobre Brasil...
Paulo Roberto de Almeida
sábado, 7 de dezembro de 2013
Inovacao tecnologica no Brasil: estagnando ou recuando - estudo do Ipea
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
Carta Capital (que deveria mudar o seu nome) faz intrigas sobre o IPEA - Mansueto Almeida
Sempre achei que esse jornaleco de esquerda, e simpatizante das causas estatais de maneira geral, deveria mudar de nome, e se chamar qualquer outra coisa que não Carta Capital, o que denota certa identificação ao próprio, certo? Pois não é exatamente o que se vê, mas uma oposição constante, tanto ao capital, quanto ao sistema que está identificado ao nome...
Paulo Roberto de Almeida
by mansueto, 27/10/2013 |
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
Brasil: decrescimo anual da produtividade na era do "nunca antes" - Ipea
Ipea: Produtividade da indústria diminuiu 0,8% ao ano de 2000 a 2009
terça-feira, 18 de junho de 2013
Os Brics na OMC: uma salada de frutas citricas? - livro do Ipea
Enfim, a despeito do ceticismo sadio deste bloguista, blogueiro, bloguense (?) sobre os fundamentos que unem, ou não, esse grupo bizarro, o livro é um excelente estudo sobre suas políticas comerciais, no sentido amplo.
Como se trata de uma perspectiva comparada, vai-se achar coisas similares, ou semelhantes, e coisas diferentes, entre eles. O que fazer com tudo isso? Com a resposta, os Brics. Eles acham que sim, que tem propostas positivas a fazer ao mundo. O mundo não espera deles nada de melhor...
Paulo Roberto de Almeida
OS BRICS NA OMC: Políticas Comerciais Comparadas de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul
Organizadores: Vera Thorstensen e Ivan Tiago Machado Oliveira
Brasília: Ipea, 2012, 470 p.; ISBN 978-85-7811-154-0.
disponível: http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/livros/livros/web_brics_na_omc.pdf
SINOPSE
O objetivo deste livro é realizar uma análise comparada das políticas comerciais de cada integrante do BRICS, tendo a Organização Mundial de Comércio (OMC) como quadro de referência. Assim, busca-se examinar a inserção de cada um deles no comércio internacional, bem como sua participação no regime multilateral de comércio, tanto em seu pilar diplomático-jurídico, o sistema de solução de controvérsias, quanto em seu pilar político-negociador, as negociações da Rodada Doha, nas quais se observa um importante exercício de articulação entre os países do grupo. O capítulo I apresenta os principais momentos do desenvolvimento da interação política dos BRICS e revive a história da participação de Brasil, Índia e África do Sul no GATT e na OMC, além de traçar as fases de acessão da China e da Rússia à organização. O capítulo II traz análises do perfil do comércio internacional de cada país, apresentando a evolução dos principais indicadores de comércio desde o início da década de 2000. A partir deste quadro geral, os dez capítulos seguintes, do capítulo III ao XII, examinam os principais temas de política comercial: tarifas de bens agrícolas e não agrícolas; agricultura; barreiras técnicas, sanitárias e fitossanitárias; defesa comercial (antidumping, medidas compensatórias, salvaguardas); serviços; propriedade intelectual; investimentos; acordos plurilaterais (tecnologia da informação e compras governamentais); novos temas (temas de Cingapura e meio ambiente); e acordos preferenciais. No capítulo XIII, destaca-se a participação de cada país do BRICS em uma das instâncias mais relevantes da OMC, o Órgão de Solução de Controvérsias (OSC), fórum de resolução de conflitos comerciais e de interpretação de importantes conceitos que, devido ao esforço de se concluir a Rodada Uruguai, foram deixados na ambiguidade. O capítulo XIV trata da participação de cada integrante do BRICS na Rodada Doha, examinando suas principais propostas e posições. Analisam-se detalhadamente as primeiras iniciativas de articulação política em diferentes temas de negociação, como o G20 Agrícola e o Grupo sobre Acesso ao Mercado de Produtos Não Agrícolas (Nama-11). Por fim, no capítulo de síntese e conclusões, destacam-se os pontos de convergência e os de divergência em cada tema de política comercial analisado nesta obra, com o objetivo de ilustrar as dificuldades enfrentadas para coordenar posições e identificar os temas em que a cooperação poderia ser realizada de forma mais ativa.
Palavras-chave: BRICS; OMC; política comercial; comércio internacional.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO, 9
SINOPSE, 11
INTRODUÇÃO, 13
CAPÍTULO I
OS BRICS COMO ATORES NA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL
DO COMÉRCIO, 17
Vera Thorstensen
Daniel Ramos
Carolina Müller
Thiago Nogueira
CAPÍTULO II
O PERFIL DOS BRICS NO COMÉRCIO INTERNACIONAL, 29
Vera Thorstensen
Daniel Ramos
Carolina Müller
José André Stucchi
Thiago Nogueira
Fernanda Bertolaccini
CAPÍTULO III
PERFIL TARIFÁRIO DOS BRICS, 37
Abrão Miguel Árabe Neto
Fabrízio Sardelli Panzini
Frederico Arana Meira
José Luiz Pimenta Júnior
CAPÍTULO IV
AGRICULTURA, 99
Vera Thorstensen
Ivan Tiago Machado Oliveira
Daniel Ramos
Carolina Müller
Fernanda Bertolaccini
CAPÍTULO V
BARREIRAS TÉCNICAS, SANITÁRIAS E FITOSSANITÁRIAS, 123
Vera Thorstensen
Daniel Ricardo Castelan
Daniel Ramos
Carolina Müller
CAPÍTULO VI
DEFESA COMERCIAL, 139
Vera Thorstensen
Daniel Ramos
Carolina Müller
CAPÍTULO VII
SERVIÇOS , 167
Vera Thorstensen
Ivan Tiago Machado Oliveira
Daniel Ricardo Castelan
Daniel Ramos
Carolina Müller
Thiago Nogueira
CAPÍTULO VIII
PROPRIEDADE INTELECTUAL, 193
Vera Thorstensen
Daniel Ricardo Castelan
Daniel Ramos
Carolina Müller
CAPÍTULO IX
INVESTIMENTOS , 215
Vera Thorstensen
Daniel Ricardo Castelan
Daniel Ramos
Carolina Müller
José André Stucchi
Thiago Nogueira
CAPÍTULO X
ACORDOS PLURILATERAIS, 253
Vera Thorstensen
Ivan Tiago Machado Oliveira
Daniel Ramos
Carolina Müller
Thiago Nogueira
CAPÍTULO XI
NOVOS TEMAS, 301
Vera Thorstensen
Daniel Ramos
Carolina Müller
Thiago Nogueira
CAPÍTULO XII
ACORDOS PREFERENCIAIS DE COMÉRCIO, 323
Vera Thorstensen
Belisa Eleotério
CAPÍTULO XIII
ATUAÇÃO DOS BICS NO ÓRGÃO DE SOLUÇÃO
DE CONTROVÉRSIAS DA OMC, 331
Abrão M. Árabe Neto
Jacqueline Spolador Lopes
CAPÍTULO XIV
PARTICIPAÇÃO DOS BICS NA RODADA DOHA, 399
Vera Thorstensen
Daniel Ricardo Castelan
Daniel Ramos
Carolina Müller
OS BRICS NA OMC: SÍNTESES E CONCLUSÕES, 449
NOTAS BIOGRÁFICAS, 469
LISTA DE SIGLAS, 471
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Livro sobre o Brasil e as operacoes de paz das Nacoes Unidas
Lançamento do livro “O Brasil e as Operações de Paz em um Mundo Globalizado: entre a tradição e a inovação faz uma análise sobre as operações de paz da Organização das Nações Unidas (ONU)” – IPEA
Segundo Neri, mesmo quando se atingiu altos níveis de violência, o veto das superpotências fazia-se presente, como ocorreu durante a Guerra do Vietnã (1945-1975), a guerra civil na Nigéria (1967-1970), a guerra civil na Etiópia (1974-1991) e a guerra civil no Afeganistão (1979-1989). “A solução multilateral dos conflitos deve ser realizada no presente, a partir da avaliação das condições políticas, econômicas, sociais e culturais dos países e das regiões de conflitos, bem como das possibilidades que Estados, organizações multilaterais e outras instituições possuem para contribuir neste processo”, conclui o presidente do Instituto.
Estudos de caso
Leia o livro “O Brasil e as Operações de Paz em um Mundo Globalizado”
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Desigualdade no Brasil: um novo, e excelente estudo do Ipea
Meu comentário inicial:
O estudo do Ipea é realmente muito bem feito, destoando, finalmente, daqueles comunicados da era MP, fortemente enviesados pelo tom ideológico, ou frequentemente carentes de maior embasamento técnico e até de consistência intrínseca, que caracterizavam algumas apresentações do bizarro ex-presidente. Meus parabens, portanto, aos seus autores.
Um defeito, porém, talvez explicado pela pressa com que foi editado e publicado o referido comunicado (mais do que isso, pois com tantas páginas é um documento de trabalho): a ausência de indicação do seu autor, ou autores.
Não há, na parte editorial, qualquer menção a quem preparou esse estudo, o que é uma pena.
Mas, na parte final, existe uma menção pessoal não identificada, o que nos deixa curiosos sobre seu autor.
Eis a frase:
"Tenho feito e recebido visitas de lugares diferentes, tais como África do Sul, China, Índia, Indonésia e Nova York, cujo tema tem sido os progressos e desafios da pioneira experiência brasileira consolidada no programa Bolsa Família (PBF)."
Quem "Tenho feito"?
O presidente atual do Ipea?
Outro autor?
Valeria um esclarecimento e minha saudação e renovados cumprimentos ao autor ou autores.
Paulo Roberto de Almeida
Addendum em 26/09/2012: O autor do estudo é o próprio presidente atual do Ipea, Marcelo Neri, também prefaciador da 3a. edição do livro de Carlos Geraldo Langoni, Distribuição da Renda e Crescimento Econômico do Brasil (Rio de Janeiro: FGV, 2005), cujo texto pode ser lido aqui: http://books.google.com.br/books?id=mLAl1DO7T_EC&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false
A década inclusiva pode se repetir?
É importante destacar que, apesar renda domiciliar per capita ter sido puxada principalmente pelo crescimento da renda do trabalho, parte do que se chama de renda do trabalho incorpora o efeito das politicas sociais no salário de reserva dos trabalhadores não qualificados: o salário mais baixo exigido pelo trabalhador para que ele troque um benefício social por um salário no mercado de trabalho.
Acontece que hoje há diversos instrumentos mais eficazes do que o reajuste real do salário mínimo para aumentar o salário reserva dos trabalhadores menos qualificados e continuar com a redução das desigualdades de renda, sem pressionar as contas públicas. Essa é a interpretação que faço do estudo do IPEA.
Hoje, o bolsa-família e o programa Brasil carinhoso são os melhores programsa em termo de custo-benefcio para termos mais uma década inclusiva. Esses programas são baratos -juntos não chegam a 0,5% do PIB- e como disse o presidente do IPEA, Marcelo Neri: “É difícil alguém achar que programas tão baratos poderiam alterar a trajetória de crescimento da dívida pública”. Concordo totalmente com essa afirmação.
A questão para debate é como continuar com o progresso social, dado que temos hoje, no Brasil, uma regra de reajuste real do salário mínimo que pesa muito na conta da previdência e, assim, toma o espaço das outras políticas públicas e do investimento público. Na década anterior, com o boom de commodities, isso não parece ter sido um problema. Mas o que falar da próxima década que será um período de crescimento mais baixo no mundo todo?
Acho difícil manter a dinâmica de redução da desigualdade de renda e da pobreza da última década sem modificar o mix do gasto público, o que implica duas coisas: (1) modificar a regra de reajuste real do salário mínimo, e (2) aumentar da taxa de investimento. Sem recursos ociosos, é difícil achar que vamos crescer mais rápido puxado pelo efeito demanda decorrente da manutenção da política de valorização do salário mínimo.
Assim, até acho que é possível manter o progresso social da década anterior, mas não com o mesmo mix do gasto público vigente na década anterior: baixo investimento público + alta carga tributária + forte crescimento real do salário mínimo.
Se a preocupação for com educação (e produtividade), priorizar políticas distributivas sem pesar na conta fiscal e sem prejudicar a competitividade da indústria brasileira, o ideal é olhar mais para o bolsa-família e o para Brasil Carinhoso e menos para a política de valorização real do salário mínimo. Dito de outra forma, não acho que seja possível ter ao longo da próxima década a mesma valorização real do salário mínimo da “década inclusiva”.
E se quisermos continuar com a mesma política de recuperação real do salário mínimo? Bom, neste caso temos que decidir se queremos: (1) continuar com a carga tributária elevada; e/ou (2) reduzir nossa capacidade de investimento.
Felizmente ou infelizmente, manter a progressividade dos resultados da política social significa mudar o mix do gasto fiscal, i.e. modificar a regra de reajuste real do salario mínimo.
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Ver o estudo do IPEA neste link:
http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/comunicado/120925_comunicado0155.pdf
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
Ipea: a caminho da normalizacao?
sábado, 23 de junho de 2012
Ipea: uma triste historia a caminho da decadencia institucional
este comentário, que me cabe destacar, proveniente de um texto de Joel Pinheiro da Fonseca, que pode ser encontrado neste link: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1395:(...) novo comentário sobre a sua postagem "Ipea: uma triste historia a caminho da decadencia ...":
-- Setor público mais produtivo do que o setor privado? --
"Não é de hoje que o Ipea goza de pouca credibilidade. Embora ainda haja gente séria dentro dele, há anos que sua especialidade deixou de ser medir a realidade ou fazer previsões. (...) Pesquisadores e cientistas igualmente sérios podem ter visões divergentes de como conduzir a ciência. O Ipea dos últimos anos, por outro lado, abandonou a seriedade científica e tem se dedicado cada vez mais a fazer propaganda vulgar do mais puro estatismo. Tudo com dinheiro de impostos, claro. De um estudo como o aqui analisado, não cabe divergir; cabe desmontar e acusar o embuste. (...) É notório que os gastos com esse questionável instituto, que saem do nosso bolso, não param de subir, chegando a mais de R$ 300 milhões anuais. Para que tanta verba? Acho que agora, finalmente, entendemos o motivo: pela definição do próprio Ipea, gastar mais dinheiro já é, por si só, aumento de produtividade. Todos os que prezam a ciência econômica podem apenas torcer para que a chegada do novo presidente, Marcelo Neri, mude os rumos da instituição."
O trecho acima finaliza uma avaliação crítica sobre o desastroso "estudo" do Ipea, publicado como documento de trabalho, sobre a suposta produtividade excepcional do setor público, bem superior ao do setor privado e excepcionalmente elevado nos estados que tiveram custos ampliados e pessoal contratado, comparativamente aos estados que fizeram reformas administrativas e de fato aumentaram a produtividade.
Nada mais desastroso do que isso poderia ocorrer em 50 anos de história do Ipea. Esperamos que seus autores se penitenciem três vezes pelo monumental equívoco deliberado, alias de total desonestidade acadêmica (mas acho que não se poderia esperar nada melhor do ex-presidente).
Só me resta desejar que o novo presidente tenha uma gestão profícua, que ele consiga restaurar a antiga credibilidade perdida do Ipea, destacando apenas o mérito e a seriedade acadêmica, que devem prevalecer sobre quaisquer outros critérios políticos em vigor nestepaiz desde alguns anos.
Paulo Roberto de Almeida
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Notícia do site do Ipea:
27/08/2012 17:02
Neri já trabalhou no Ipea durante cinco anos, primeiro como pesquisador associado e depois como técnico de Planejamento e Pesquisa concursado. Seus estudos concentram-se especialmente em políticas sociais, microeconometria e educação. Atualmente exerce o cargo de economista-chefe do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas.
Bacharel e mestre em economia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, PhD em economia pela Universidade de Princeton (Estados Unidos), o presidente nomeado é autor dos livros Microcrédito: o Mistério do Nordeste e o Grameen Brasileiro; Cobertura Previdenciária: Diagnóstico e Propostas; Ensaios Sociais; Diversidade; Inflação e Consumo e A Nova Classe Média. Neri tomará posse nos próximos dias e substituirá a presidenta interina do Ipea Vanessa Petrelli Corrêa.
sábado, 25 de agosto de 2012
Ipea: do maoismo delirante para o keynesianismo inteligente (ufa!)
Creio que vamos voltar a ter no Ipea trabalhos decentes, e não os arremedos de "pesquisa aplicada" que tentavam provar a produtividade fantástica do setor público, seu peso insuficiente na economia, a modesta carga fiscal do Estado e outros delírios do maoista de fancaria que ridicularizou o Ipea durante alguns anos e produziu sobretudo descrédito para uma instituição que já foi muito séria.
Nosso voto de confiança na nova administração.
Paulo Roberto de Almeida
domingo, 29 de janeiro de 2012
Desfios do Desenvolvimento (Ipea) - resenhas de livros
O alerta foi este:
Não parte de imagens pré-concebidas, mas de fontes documentais, e tira do limbo historiográfico um período crucial na formação da diplomacia brasileira.
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E o que surgiu?
Tchan, tchan, tchan...: dois textos meus!
Incrível!
Material de 2007, ressurgindo assim agora, do nada, de graça?
Ou o Google é muito bom, ou o pessoal do Ipea está revisando os arquivos e republicando material antigo com novos links.
Eis o que apareceu:
(neste link: http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=1809:catid=28&Itemid=23)
PS.: Quero deixar registrado que colaborei voluntariamente com a revista do Ipea, "Desafios do Desenvolvimento", publicando inúmeras resenhas de livros, gaciosamente, quando essa instituição era dirigida por pessoas normais, e fazia coisas normais. Depois que ela passou para mãos (e pés, mas muito pouco cérebros) algo anormais, deixei de colaborar. O Ipea vem publicando alguns estudos ridículos nos últimos tempos...
Paulo Roberto de Almeida
Livros e Publicações |
Paulo Roberto de Almeida Do leão britânico para a águia americana?
Entre América e Europa: a política externa brasileira na década de 1920 Eugênio Vargas Garcia:
Editora UnB-Funag, 2006, 672 p., R$ 89,00 A revisão é bem-vinda,já que o período é movimentado.Versalhes, que efetuou o primeiro ordenamento da era moderna,foi uma repetição - sem bailes nem diplomacia secreta - do Congresso de Viena: a Liga das Nações tentou diminuir,sem conseguir, os ímpetos guerreiros dos velhos imperialismos. O Brasil, presente na criação da nova ordem, abandonou essa "ONU frustrada" poucos anos depois. Projetou-se na América do Sul, livre dos constrangimentos do século XIX,com as fronteiras já delimitadas por Rio Branco. O autor segue os passos da diplomacia brasileira no triângulo Europa-EUA-América do Sul.Organiza seu roteiro em torno de sete grandes eixos: 1) "rumo à Europa", isto é, a presença na Conferência de Versalhes; 2) "diplomacia econômica", com a defesa do café e a atração de capitais; 3) "equilíbrio estratégico na América do Sul" e os ensaios de corrida armamentista; 4) "comércio e finanças", em que é mais visível a substituição de hegemonias; 5) "experiência da Liga das Nações", tentativa precoce de entrar em outro "Conselho"; 6) "de volta à América": o distanciamento da velha Europa e a reafirmação do americanismo; 7) "a diplomacia anti-revolução das oligarquias", em que cuida dos problemas do século (comunismo, anticomunismo, imigração) e da gestão diplomática da Revolução de 1930. O presidente se "intrometia" demais nos assuntos diplomáticos, como visto na saída,"batendo a porta", da Liga das Nações. As grandes potências, então como agora, tratavam o Brasil com negligência benigna, o que refletia, aliás, a pouca importância do país, simples fornecedor de produtos de sobremesa, no equilíbrio mundial. O desejo de uma "aliança" com os Estados Unidos também é típica dessa fase, que assiste à hegemonia ideológica do pan-americanismo,mais do que do pró-americanismo (cuja vigência foi limitada em nossa história). Não existia ainda o "imperialismo americano", pela razão de que os europeus preenchiam esse papel. Os americanos eram amigos e os novos donos do dinheiro fácil. O autor pratica um saudável revisionismo,que emerge da leitura dos documentos e dos fatos reais, não das concepções conspiratórias dos que vêem no manifesto destino da nova Roma a referência obrigatória da diplomacia brasileira no século XX. Não falta oportunidade para crises... Nove entre dez palestrantes empresariais, ao falarem de crises, começam lembrando a surrada explicação do ideograma chinês que congrega os dois sentidos utilizados como título nesse livro. É óbvio que eles não conhecem nada de chinês e essa chinoiserie cansa a quem assiste. Não é o caso dessa obra, uma excelente oportunidade para repensar algumas das crises que atingiram o Brasil e um alerta para outras que poderão sobrevir se não corrigirmos alguns rumos. Vinte autores, economistas à exceção de dois, preenchem as quatro partes do livro - investimentos diretos, fluxos de capitais, macroeconomia e competitividade externa - com catorze estudos, alguns mais propositivos do que outros,mas todos dotados de forte sustentação empírica.Apenas Luiz Carlos Prado foge à regra e faz digressões sóbrias e intelectualmente estimulantes sobre o conceito de globalização. O enfant terrible do Banco Central (BC) - e âncora cambial do Plano Real -,Gustavo Franco, abre o volume tirando as lições dos dois censos do BC sobre o capital estrangeiro. Demonstra que o investimento estrangeiro direto (IED) deve ser considerado um "ativo estratégico",que traz muitos benefícios ao sistema produtivo brasileiro, bem longe daquela visão de "passivo externo" ou parte da "vulnerabilidade externa". Pedro da Motta Veiga refaz, em seguida, a trajetória cambaleante dos acordos de investimento: multilaterais (TRIMs), regionais (Nafta) e plurilaterais (o frustrado MAI,da OCDE), lembrando ainda os acordos bilaterais de investimentos de última geração, bastante abrangentes e bem ao gosto do capital. Justamente,Maria Helena Zockun, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), identifica os incríveis obstáculos impostos pelo Brasil à entrada de IED,desde a burocracia infernal até a selva legal das regras contraditórias de União, estados e municípios.
Crise e Oportunidade: o Brasil e o cenário internacional Antonio Corrêa de Lacerda (organizador)
O ex-assessor internacional da Fazenda, Otaviano Canuto, e Pablo Santos fazem uma análise comparada do risco-soberano em economias emergentes, concluindo que ainda carregamos, a despeito da flutuação cambial e do aumento das exportações, uma elevada vulnerabilidade externa. Daí o alto prêmio de risco pago pelas emissões.Essa vulnerabilidade é confirmada no estudo seguinte, por Marcos Cintra e Daniela Prates, que examinam os fluxos voluntários de capitais para o Brasil entre 1995 e 2004. Carlos Kawall e Adriana Beltrão analisam as condições sob as quais o Brasil poderia adquirir a classificação de "grau investimento": o peso da dívida diminuiu, mas as exportações e as receitas correntes são ainda insuficientes para um salto antes de seis ou sete anos.Editora Lazuli, 2006, 328 p., R$ 40,00 Carlos Eduardo Carvalho tira, em seu texto, algumas lições das crises cambiais e da dependência do financiamento externo: o Brasil respondeu bem a esses desafios, comparado à tragédia argentina,dada sua maior flexibilidade fiscal. Corrêa de Lacerda e Fernando Leite constatam que o setor público "seqüestra"a poupança do setor privado, que só pode, assim, financiarse mediante endividamento externo. Paradoxalmente, ao mesmo tempo em que se procurava transferir ativos do Estado para o setor privado, aumentava, via carga tributária, o peso do Estado no conjunto da economia. Renato Baumann discute o paradoxo dos países latino-americanos nos anos 1990, quando ganhos sobre a inflação não trouxeram a esperada retomada do crescimento econômico.O embaixador Rubens Barbosa traça um decálogo para aumentar a competitividade, mas admite que, pelo menos no plano dos valores,o Brasil parece preparado para enfrentar a globalização. Finalmente, um estudo analisa os fatores de competitividade associados às subsidiárias de multinacionais, reconhecendo o papel central das políticas de governo. Seria a volta da velha aliança entre o Estado e o capital estrangeiro? Talvez. Esse livro representa, em todo caso, uma saudável contribuição de pesquisa empírica ao ambiente, por vezes impressionista, em que se desenvolvem certos trabalhos acadêmicos.Os estudos devem ser continuados, de modo a criar oportunidades de afastar novas crises. |
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