O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

Mostrando postagens com marcador Ocidente. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Ocidente. Mostrar todas as postagens

sábado, 25 de maio de 2024

O que a guerra de agressão de Putin contra a Ucrânia significa para a Rússia, para o próprio Ocidente? - Paulo Roberto de Almeida

O que a guerra de agressão de Putin contra a Ucrânia significa para a Rússia, para o próprio Ocidente? 

Paulo Roberto de Almeida

Pelas estatísticas do lado ucraniano, já se chegou à marca de meio milhão de perdas russas nas frentes de batalha da guerra de agressão de Putin contra a Ucrânia. Está se contando vitimas, não ainda o efeito mental que uma provável derrota militar causará na população russa. Outro tanto deve existir do lado ucraniano, onde aliás se encontram as maiores destruições materiais e perda de vidas humanas, animais e do patrimônio natural do país.

O que esse volume de perdas humanas do lado russo significa para o tirano de Moscou? Provavelmente nada.

Putin é completamente indiferente à vida das pessoas, inclusive a de seus próprios soldados. Está construindo uma bomba social que provavelmente só vai explodir depois do seu desaparecimento, quando mães, irmãs e filhas russas se derem conta da extensão das perdas individuais, além e acima dos efeitos demográficos maioresna sociedade russa.

Ele também deformou a economia da Rússia, tornando-a uma mera máquina de guerra. Para isso teve de colocar a Rússia como caudatária da economia chinesa, vinte vezes superior à do seu país, comprometendo os interesses do seu próprio povo. 

A Rússia emergirá dessa guerra insana diminuída economicamente, desprezada diplomaticamente e destruída moralmente, com talvez o início de um processo de recomposição psicológica da alma eslava, deformada durante vários séculos por uma arrogante impulsão de superioridade imperialista inculcada na população por elites irresponsáveis.

Durante séculos, a psiquê russa cresceu junto com formidável extensão do império na direção da Europa, do Pacífico e das terras meridionais, em detrimento de paises e populações dominadas por uma máquina de guerra feita mais de músculos do que de inteligência. Essa foi a História.

Por uma vez, o assim chamado Ocidente, animado ao que parece por valores do Iluminismo - Direitos Humanos, Democracia, Liberdades - e por princípios do Direito Internacional - respeito à soberania de outros Estados, não interferência nos seus assuntos internos, solução pacífica de controvérsias, cooperação em prol do bem-estar dos povos - tem a chance de se opor a esse fator desestruturador da paz e harmonia das Nações que se chama imperialismo russo. 

O Ocidente, enquanto conceito, não como simples realidade geográfica ou histórica, assim o fará? 

Parece existir mais no plano das intenções, mas menos ainda no terreno da prática, o que resta a ser confirmado pelas ações concretas em defesa da soberania da Ucrânia e da paz e da segurança da própria Europa e do Ocidente em geral, cuja resistência na preservação dos seus mais altos interesses tem sido desafiada por duas grandes autocracias.

O mundo se encontra num desses momentos decisivos, em que tudo parece depender da vontade de alguns estadistas, em face da vontade insana de alguns dirigentes. Em 1938 essa vontade falhou e o mundo foi arrastado para a voragem que começou em 1939 e só terminou seis anos depois, na maior destruição material e humana da história da Humanidade.

Desta vez é a própria civilização que está em jogo. A Ucrânia e talvez Taiwan representam nada menos do que isso: a preservação da vida e da dignidade humanas, assim como de algumas realizações civilizatórias acumuladas ao longo dos últimos 10 mil anos. Nem todos os dirigentes ao redor do mundo têm consciência da urgência do momento e da importância que têm certos valores e princípios como os da liberdade e da dignidade humanas em face de paixões e interesses de certos personagens animados de ódio e de ambições. Isso também existe.

A guerra de Troia não está muito longe de nós. Progredimos um pouco desde então? Por vezes creio que sim, em outros momentos não. A guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia não é uma simples expressão da vingança de um déspota contra um outro povo. Pode ser algo maior, como em 1939, quando dois tiranos se uniram para destruir um Estado independente. Putin é, de fato, um novo Hitler. O Ocidente está preparado e disposto a enfrentá-lo? Veremos se desta vez será diferente, ou não. As implicações são maiores agora.

Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 25/05/2024


quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

O impasse na Ucrânia: poucas armas, poucos avanços nas frentes de batalha: O Ocidente perdeu a vontade? - Ishaan Tharoor, Sammy Westfall (WP)

 

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Vitória da Rússia na Ucrânia levaria Ocidente a guerra contra China, diz ex-aliado de Putin, Mikhail Khodorkovski - Catherine Belton O Estado de S. Paulo,

Vitória da Rússia na Ucrânia levaria Ocidente a guerra contra China, diz ex-aliado de Putin

Para o magnata russo Mikhail Khodorkovski, exilado e crítico de Putin, uma vitória russa encorajaria Pequim a iniciar um conflito por causa de Taiwan
Por Catherine Belton
O Estado de S. Paulo, 15/02/2023

LONDRES - Uma vitória militar russa na Ucrânia encorajará Pequim e levará a uma guerra entre os Estados Unidos e a China por causa de Taiwan, alertou Mikhail Khodorkovski, o magnata russo exilado e crítico do regime de Vladimir Putin, em uma entrevista antes dos comentários que fará para líderes globais em uma grande conferência de segurança e defesa na Alemanha no próximo fim de semana.

“Uma guerra perdida na Ucrânia é um trampolim para a guerra na Ásia-Pacífico”, disse Khodorkovski em entrevista ao Washington Post em Londres, onde vive atualmente. “Você precisa entender que quando até mesmo um cara grande é atingido no rosto, vários outros caras começam a duvidar se aquele cara é realmente tão forte, e eles vão querer arrancar os dentes dele. … Se os EUA querem ir para a guerra na Ásia, então o caminho mais correto para isso é mostrar fraqueza também na Ucrânia.”

Khodorkovski, que passou uma década na prisão na Rússia antes de ser perdoado por Putin em 2013, disse que intensificar a ajuda militar ocidental à Ucrânia e garantir sua vitória é a única maneira de os EUA evitarem tal conflito militar com a China.

Khodorkovski deve falar neste fim de semana na Conferência de Segurança de Munique, onde ele e duas outras figuras da oposição, o ex-campeão mundial de xadrez Garry Kasparov, e Yulia Navalnaya, mulher do líder da oposição preso Alexei Navalny, foram convidados em vez de representantes oficiais do governo russo.

Seus convites representam uma clara repreensão ao Kremlin sobre a guerra de Putin na Ucrânia. É a primeira vez que membros da oposição foram convidados em vez de autoridades russas para a conferência de segurança, um evento de alto nível em que Putin fez um discurso histórico rejeitando o Ocidente em 2007 e onde o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, é normalmente um rosto familiar.

A Rússia se recusou a participar da conferência do ano passado, realizada pouco antes do início de sua invasão, dizendo que o evento estava “se transformando em um fórum transatlântico” e “perdendo sua inclusão e objetividade”.

Christoph Heusgen, presidente da conferência de segurança, disse que representantes oficiais da Rússia não seriam convidados enquanto Putin “negasse o direito de existência da Ucrânia”.

Três caminhos
Na entrevista, Khodorkovski, que já foi o homem mais rico da Rússia como principal proprietário da companhia petrolífera Yukos, disse que o Ocidente agora tem uma escolha entre três caminhos em sua estratégia de apoio à Ucrânia.

A trajetória atual, apesar dos acordos recentes para fornecer tanques de batalha avançados, representa apenas um apoio militar incremental e está abrindo caminho para uma guerra prolongada e cheia de riscos, disse Khodorkovski. Nesta situação, não há garantias de que a Ucrânia possa sustentar seu atual nível de baixas, enquanto as disputas políticas nos Estados Unidos antes da eleição presidencial de 2024 podem levar os legisladores a cortar o fornecimento de armas e a ajuda econômica.

“Se o Ocidente considerar que a Ucrânia tem força suficiente para continuar a perder de 350 a 500 pessoas por dia em mortos e feridos, e se puder garantir um fornecimento garantido e constante de armas e munições, tudo bem”, disse ele. “Mas isso é um risco muito grande.” Enquanto isso, disse ele, Putin poderia tentar responder “assimetricamente” desestabilizando governos na África, nos Bálcãs e no Oriente Médio, bem como potencialmente no Ocidente.

Um segundo caminho envolveria o Ocidente intensificar rápida e significativamente a assistência militar para incluir mísseis de longo alcance e caças que permitiriam à Ucrânia destruir as linhas de abastecimento russas.

“A única coisa que pode impactar a situação no campo de batalha é a aviação”, disse Khodorkovski. “Todo o resto é secundário.”

Embora o apoio ocidental à Ucrânia tenha sido muito maior do que muitos esperavam, “isso não cancela o fato de que o Ocidente precisa fazer muito mais”, disse ele. A assistência frequentemente acompanha os eventos no campo de batalha e “quando você começar a fornecer esses mísseis e tanques, já será tarde demais. … Se em três meses a frente se mover em direção a Kiev, eles darão aviões, mas será tarde demais porque não haverá mais aeródromos “, disse ele.

Uma terceira rota veria Washington e seus aliados eventualmente “dar meia-volta e partir como fizeram no Afeganistão e como fizeram na Síria e em outros lugares”, disse ele.

“Putin é uma pessoa que pensa retrospectivamente e considera que, se algo aconteceu antes, muitas vezes acontecerá novamente da mesma forma no futuro”, disse Khodorkovski. “E ele não costuma errar nisso. Pensando retrospectivamente, ele vê que cada vez que começa uma pequena e nova guerra, ele é capaz de consolidar a sociedade ao seu redor e vê os americanos irem embora várias vezes. … Mas se ele terminar a operação na Ucrânia com sucesso para si mesmo, então os patriotas nacionais que agora são sua principal fonte de apoio não permitirão que ele pare e a próxima guerra começará.”

Embora a agressão russa continue além da Ucrânia, disse Khodorkovski, qualquer vitória aparente de Putin na Ucrânia também encorajaria a China a avançar para Taiwan , ele disse. “Quando ouço americanos dizerem que precisamos escolher entre ajudar a Ucrânia e ajudar Taiwan porque não podemos estender a ambos, parece tão primitivo que tenho a sensação de que deve ser um truque”, disse ele.

Qualquer acordo negociado em que a Ucrânia seja forçada a concordar em ceder território, como as regiões de Donetsk e Luhansk, endureceria a posição dos falcões, em quem o presidente russo foi forçado a contar para angariar apoio público à guerra. Putin seria então “forçado sob pressão” a lançar novos ataques à Ucrânia, disse Khodorkovski.

Khodorkovski há muito usa sua Open Russia Foundation para combater o regime de Putin e agora patrocina uma série de projetos de oposição política russa. Seu livro mais recente, How to Slay a Dragon (Como matar um dragão, na tradução livre), conclama o Ocidente a começar a se preparar para um regime pós-guerra pós-Putin, no qual o sistema presidencial da Rússia deve ser desmantelado e substituído por uma república parlamentar.

Uma rápida escalada no apoio ocidental à Ucrânia para encerrar a guerra rapidamente, derrotando as tropas russas, seria “melhor para a Rússia”, disse Khodorkovski. “Menos pessoas morrerão e o acúmulo de força dos terríveis patriotas nacionais será menor”, disse ele.

Caso contrário, o país enfrentará um colapso muito mais profundo. Quanto mais a guerra continuar, maior a chance de que os russos parem de culpar seu governo pela morte de seus entes queridos e culpem a Ucrânia, disse ele.

De acordo com Khodorkovski, um conflito prolongado também é arriscado para Putin, que enfrenta ressentimentos de ambos os lados de uma elite profundamente dividida: o campo patriota nacionalista, que acredita que Putin deveria agir de forma mais decisiva e radical para conquistar a Ucrânia, e uma política mais liberal. campo mental que considera a guerra um erro terrível.

Até o momento, não há indícios de que alguém vá agir contra o presidente autoritário. Mas se ficar claro que Putin está perdendo a guerra, Khodorkovski disse que a história pode se repetir com os governadores regionais se recusando a receber ordens de Moscou, como fizeram em 1999, uma situação que acabou forçando o enfraquecido presidente Boris Yeltsin a renunciar.

Putin, até agora, está se mantendo firme. “A propaganda ainda é capaz de convencer as pessoas de que elas estão vencendo no front”, disse Khodorkovski, acrescentando que mesmo um esforço fracassado de recrutamento não prejudicou Putin. “A mobilização foi mais fácil para ele do que muitos esperavam”, disse, acrescentando: “Agora é uma questão do que acontece no campo de batalha. Tudo o mais tem um significado absolutamente marginal”.

terça-feira, 10 de maio de 2022

Pode-se isolar totalmente a Rússia? Seria inteligente fazê-lo? Funciona? - Ivan Krastev (Financial Times)

 To isolate Russia is not in the west’s power or interest

Treating the entire country as a geopolitical Chernobyl would be a strategic blunder

Ivan Krastev

Financial Times, Londres – 25.4.2022

 

As the world reeled from the shock of Russia’s invasion of Ukraine, one question was left unanswered. On whose behalf was the war declared? Are the majority of Russians hostage to Vladimir Putin’s imperial ambitions, or is Russian society the equivalent of Putin writ large? 

During the invasion’s first days, most Europeans leaned towards the hostage theory and expected ordinary Russians to voice their opposition. It took the revelation of the unfathomable atrocities in Bucha for public opinion to shift, reconceiving of Putin’s war as Russia’s war. 

The Kremlin’s total media control and growing repression were seemingly no longer sufficient to explain, let alone justify, the silence of Russian society. Did Russians not know the truth about Bucha or did they do not want to know it? Many Europeans were outraged by the way the country’s citizens swallowed hard and shut their eyes to their army’s barbarism. 

After the Chernobyl nuclear disaster in 1986, an exclusion zone was created around the reactor that exploded. For Europeans and for the western political mind generally, Russia has become a geopolitical Chernobyl: a site of moral disaster, a place of danger to be sealed off. And so many Europeans today are dreaming about a world without Russia. 

In their imagination the west no longer consumes Russia’s energy resourcesCultural contacts are severed and Europe’s borders are fortified. It would be as if Russia had disappeared. Even pathologically optimistic business leaders see little opportunity of reinvesting in Russian markets in the coming years. And while Putin remains in power, a significant easing of western sanctions appears a remote prospect. 

Many western policymakers have already given up on the hope of change in Russia. Instead they focus on measures aimed at limiting the country’s ability to achieve its foreign policy objectives. 

But any attempt to seal off Russia would be very different from the west’s cold war policy of containment of the Soviet Union. As George Kennan conceived it, containment was predicated on an assumption that over time the Soviet regime was destined to collapse because of its internal contradictions. A Chernobyl-style isolation would assume that Russia can never change. 

The cold war was rooted in a discourse in which the regime was to be blamed but the people declared innocent. The Soviet Union was depicted as a prison-house, and Soviet leaders were never recognised as legitimate representatives of their society. 

In contrast to this idea of an evil regime and a repressed people in which change is still imaginable, a policy that seeks to create an “isolated Russian zone” unconsciously adopts a discourse in which Russia as a civilisation is immutable. 

There are myriad moral reasons why Russia should be ghettoised as a geopolitical Chernobyl. But treating Russia as a collective Putin will be a strategic blunder. Here is why. 

First, this notion will primarily benefit the Russian leader. It unwittingly gives him the legitimacy to speak on behalf of the Russian people. Worse, it justifies his twisted narrative that the only Russia the west can tolerate is a weak or defeated one. If Russia is a geopolitical Chernobyl, the only reasonable strategy for any freedom-loving Russian is to bolt for the exits.

Second, an isolation strategy is probably self-defeating because it closes off interest in what is happening in Russia. It predicts that Russians’ failure to speak against the war means that the country will never change its attitude towards it. It will miss the fact that more than a few Russians support the war not because they support the regime but because they irrationally hope that the war will change the regime. 

Opposition-minded people hope that a defeat for the Russian army in Ukraine will bring Putin down. Many of his supporters relish the destruction of the despised, Putin-enabled offshore elite. In the words of a famous rock singer, after the west seized the property of the oligarchs, Russians finally became “equal like in 1917”. 

Third, to bet on a world without Russia is ultimately futile because the non-western world, which may not favour the Kremlin’s war, is hardly eager to isolate Russia. Many see the current barbarism as disgusting but not exceptional. They practice value-free realism. Many of the states that US president Joe Biden invited to his Summit for Democracy have not placed sanctions on Russia. 

Russia’s military offensive in the Donbas only intensifies the clash between those who view the country as morally irreparable and those who see it as an unavoidable reality in global politics. The offensive will force European public opinion to choose between “the peace party” (those who insist that the west’s priority should be to stop hostilities as soon as possible, even at the cost of major concessions from Ukraine) and “the justice party” (those who insist the priority should be to expel Russian troops from Ukrainian territory even at the cost of prolonged war). 

Peace and justice do not rhyme in European history. Whether you call the invasion of Ukraine Putin’s war or Russians’ war is not a matter of taste but a strategic choice. It signals the west’s expectations about its relations with post-Putin Russia, whenever that arrives.

 

The writer is chair of the Centre for Liberal Strategies, Sofia, and permanent fellow at IWM Vienna.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Boosting Transatlantic Technology Cooperation - Robert D. Atkinson (The Globalist) - A PARANOIA do "Ocidente"

 Meu pitaco sobre uma escorregada séria do boletim The Globalist (agora um pouco menos globaliza).

Paulo Roberto de Almeida

My God, até o diretor da The Globalist se perdeu na política de contenção da China, numa postura totalmente defensiva do que resta do suposto "Ocidente" em face do "desafio" de se contrapor aos avanços da China em C&T. 
Esses caras perderam completamente o rumo, pois acham que o Atlântico Norte (EUA e UE) precisam de unir para "enfrentar" o desafio da China nessa área. Eles devem achar que ainda existe uma diferença (ou oposição) entre essa coisa chamada "Ocidente" e o ROW, ou seja, o resto do mundo. 
Que loucura! Desse jeito, esse "Ocidente" na defensiva vai perder o que eles consideram, de forma totalmente equivocada, um "enfrentamento" entre dois sistemas opostos. 
Ora, a China, a despeito de ser uma ditadura, é uma economia totalmente de mercado (com participação estatal não muito distante de certas democracias de mercado, a despeito do planejamento, que é bom inclusive para o "Ocidente"), e deve se desenvolver com base nas mesmas tecnologias que o "Ocidente" (um conceito totalmente ridículo hoje em dia), embora com alguma espionagem industrial aqui e ali, pirataria, etc. (nada que as potências "ocidentais" também não façam, justamente contra a China, que agora passou na frente em várias áreas).
Enfim, acho que The Globalist está se tornando menos globalista...
Boosting Transatlantic Technology Cooperation - The Globalist
THEGLOBALIST.COM
Boosting Transatlantic Technology Cooperation - The Globalist
The EU and the U.S. need to engage in more transatlantic technology cooperation to address the real competitiveness challenge – China.


Boosting Transatlantic Technology Cooperation

The EU and the U.S. need to address the real technology competitiveness challenge, which is China. 

sábado, 25 de setembro de 2021

“I Have Eliminated 'the West’ from My Vocabulary” - Christoph Heusgen, Merkel's Foreign Policy Advisor (Der Spiegel)


 
French President Emmanuel Macron, German Chancellor Merkel and foreign policy adviser Christoph Heusgen in 2017 during a flight from Triest to Paris.

Foto: Energistyrelsen / Bundesregierung / Guido Bergmann / action press

Interview with Merkel’s Former Foreign Policy Adviser “I Have Eliminated 'the West’ from My Vocabulary”

Christoph Heusgen served for 12 years as Angela Merkel’s top foreign policy adviser. In an interview, he speaks about the chancellor’s successes, mistakes, the amateurish nature of Donald Trump’s government and the right approach to an ascendant China.
Interview Conducted by Christiane Hoffmann und Christoph Schult