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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Paraguai, o rato que ruge, e o Mercosul que mia

América Latina

Paraguai volta ao Mercosul sem acatar todos os protocolos

País não irá respeitar o acordo de Ushuaia II, que estipula sanções no "caso de ruptura da ordem democrática" entre integrantes do bloco

Horacio Cartes, presidente do Paraguai
Horacio Cartes, presidente do Paraguai (Andrés Cristaldo/EFE)
O governo do Paraguai esclareceu nesta quinta-feira que o regresso do país ao Mercosul não implica na aceitação do que foi decidido durante sua ausência do bloco. "O Paraguai se reserva alguns direitos, como ignorar a vigência do Protocolo de Ushuaia II", destacou o texto da chancelaria de Assunção. O Protocolo de Ushuaia II, firmado no dia 20 de dezembro de 2011 na Cúpula de Montevidéu, se refere à aplicação de sanções no "caso de ruptura ou ameaça da ordem democrática" entre os integrantes do bloco.
Tais sanções podem suspender o direito de participar de distintos órgãos do Mercosul no processo de integração, como o fechamento das fronteiras, limitação do tráfego aéreo e marítimo, suspensão das comunicações e fornecimento de energia, e sanções políticas e diplomáticas. O Paraguai firmou o tratado Ushuaia I, a chamada Cláusula Democrática do Mercosul, que determina a exclusão do bloco do país que viole a ordem democrática.

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Senado do Paraguai aprova entrada da Venezuela no Mercosul

Dilma recebe Cartes e defende volta do Paraguai ao Mercosul
Na cúpula de junho de 2012, três integrantes do Mercosul: Brasil, Argentina e Uruguai decidiramsuspender o Paraguai, o quarto sócio pleno do grupo, devido ao impeachment relâmpago do presidente Fernando Lugo, e imediatamente depois a Venezuela foi incorporada.
O ingresso da Venezuela no bloco estava exatamente bloqueado pela falta de aprovação do Senado paraguaio, uma condição prevista nos estatutos do Mercosul. Em 18 de dezembro passado, a Câmara dos Deputados do Paraguai aprovou, de forma definitiva, oprotocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul, retirando também uma declaração de "persona non grata" que mantinha desde 2012 contra o atual presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
(Com agência France-Presse)

domingo, 24 de novembro de 2013

Paraguai: boicote do comercio a politicos coniventes com a corrupcao

Bom exemplo de comportamento civico, a ser seguido no Brasil, embora Brasilia possa ficar esvaziada se tal medida for de fato aplicada. 
Paulo Roberto de Almeida 

Paraguai

Restaurantes proíbem entrada de senadores que protegem corrupto

Cerca de 50 pontos comerciais prometeram não prestar serviços para congressistas que votaram contra perda de imunidade do senador Victor Bogado

Victor Bogado
Victor Bogado (Divulgação)
Restaurantes, academias, mercados e outros 50 pontos comerciais de Assunção, capital do Paraguai, se uniram neste sábado para proibir a entrada de 23 congressistas paraguaios que votaram, na última quinta-feira, contra a perda de imunidade do senador do Partido Colorado Victor Bogado, investigado por corrupção.
Cerca de três mil pessoas protestaram na última sexta-feira em frente ao Congresso, ao qual acusam de salvar Bogado de enfrentar a Justiça, que pediu que fosse investigado por contratar uma babá com dinheiro público. No mesmo dia, quando o também senador colorado, Óscar González Daher, foi expulso de uma pizzaria, entre xingamentos e gritos, segundo o jornal local ABC Color.
O jornal relatou que Daher chegou acompanhado de uma mulher e que, logo após sentar-se, começou o murmúrio das pessoas. Em seguida, um garçom se aproximou para pedir-lhe que deixasse o local porque não eram bem-vindos os senadores que votaram contra a perda de imunidade de Víctor Bogado.
"'O povo já não aguenta mais, não são bem-vindos. Já somos 35 restaurantes, além de academias e outros locais, Se isto continuar assim, não vão ter onde comer", disse Pedro Valente, proprietário do restaurante Bolsi, localizado a poucos metros do Congresso. Valente assegurou que por seu restaurante costumam passar vários congressistas e explicou que manterão o protesto por tempo indefinido. Além de restaurantes, bares e casas noturnas, uma agência de viagens prometeu que também não venderá passagens a esses senadores, segundo o jornal Última Hora.
(Com agência EFE)

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Protecionismo comercial argentino: nao apenas contra o Brasil...

Argentina destrabará paso de piñas y bananas paraguayas
Martín Riveros, enviado especial
ABC Color (Paraguai), 15/11/2013

El Gobierno argentino de Cristina Fernández de Kirchner se comprometió a destrabar el paso de los productos paraguayos como la banana y la piña, informó ayer el canciller Eladio Loizaga tras culminar la reunión de ministros y goberna- dores de Argentina y Paraguay. Dijo que una comisión hará seguimiento del cumplimiento de los acuerdos.

En el Palacio de San Martín, sede de la Cancillería de la Argentina, en Buenos Aires, culminó ayer la reunión del nuevo mecanismo de relación bilateral de ministros de Argentina y Paraguay y de gobernadores argentinos y paraguayos de la frontera común.

Todo el gabinete de ministros, a excepción del titular de Hacienda, Germán Rojas, estuvo presente para abordar con sus pares la amplia agenda y algunos conflictivos temas bilaterales, como las trabas al comercio y las restricciones para el paso de las barcazas nacionales por la hidrovía. Por el lado argentino no asistió el polémico Guillermo Moreno, titular de Comercio Exterior, sindicado como el defensor a ultranza del proteccionismo argentino denunciado hasta por sus socios del Mercosur.

Consultado si la reunión dio soluciones concretas a las quejas de los empresarios y productores paraguayos, el canciller Loizaga informó que mantuvo con su colega Héctor Timerman un encuentro privado de más de dos horas, y en la ocasión le señaló cada una de las preocupaciones y dificultades en la relación bilateral.

“Hemos tocado los problemas que existen en frontera, especialmente hoy en día con la exportación de banana y con la exportación de piña, y se comprometió a destrabar todo y salvar esa dificultad que existe en el campo del comercio”, subrayó el canciller.

Al ser insistido sobre qué garantías existen de que las autoridades argentinas cumplan lo acordado, Loizaga apuntó que la reunión binacional “es la oportunidad para avanzar porque hay metas fijadas”. Indicó que la Cancillería nacional conformará una comisión especial de monitoreo para analizar el cumplimiento de los compromisos asumidos en la víspera.

Loizaga refirió que se ha establecido un canal directo de relaciones bilaterales para dar cumplimiento al mandato que en septiembre pasado dieron el presidente Cartes y su colega Cristina Fernández.


Por su parte, el embajador paraguayo en la Argentina, Nicanor Duarte Frutos, declaró sobre el punto que el encuentro entre los ministros y gobernadores es el comienzo de la recuperación de las relaciones y un importante inicio para destrabar los problemas con las embarcaciones.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

O Paraguai humilha o Brasil, literalmente...

Calma, calma, é só no terreno da economia, mas talvez em outras coisas também. Como livrar-se de presidentes populistas, ineficientes, mentirosos, por exemplo.
Se a Constituição do Brasil tivesse um dispositivo, como tem a do Paraguai, que permite iniciar um processo ao presidente por incapacidade em suas funções, talvez o Brasil pudesse ser consertado mais facilmente.
Ou não. Podemos prever, também, que com um partido totalitário comprando políticos de todos os tipos, de todas as tendências, com dinheiro do próprio Estado, talvez chegássemos, então, à ditadura perfeita...
Enfim, tem gente que gosta de ineficiência: pode-se roubar mais facilmente, por exemplo.
Em todo caso, todo mundo gosta de crescimento: ladrões e virtuosos, pois sempre terá mais dinheiro para fazer u maior número de pessoas mais ricas, honestamente, e para roubar, também.
Pensando bem, é melhor que o Brasil esteja crescendo pouco.
Já imaginaram se houvesse mais dinheiro para roubar?
Nem quero pensar...
Paulo Roberto de Almeida

Paraguay economía

PIB de Paraguay creció un 13,3 % en segundo trimestre

Infolatam/Efe
Montevideo, 29 de septiembre de 2013

Las claves
  • El BCP manifestó este viernes que el sector agrícola mostró "una gran recuperación con significativos aumentos en los niveles de producción de los principales cultivos", generando un crecimiento del sector del 45,9% durante el segundo trimestre de 2013.
El producto interior bruto (PIB) de Paraguay creció un 13,3 % en el segundo trimestre del año, gracias a la recuperación del sector agrícola y de las exportaciones de carne, informó el Banco Central.
El sector agrícola, que supuso un 6,2 % del crecimiento total del PIB, impulsó la economía de Paraguay, país que este año lidera la expansión económica en América Latina, y que en 2012 registró una retracción del 0,9 % debido a la sequía que afectó a las cosechas de soja, según el organismo emisor.
La tasa de crecimiento para 2013 sólo se conoció en el año 2010: la economía paraguaya creció un 4,5 % de media en el periodo 2004-2008, tuvo una retracción del 4 % en 2009 para volver a subir un 13,1 % en 2010 y un 4,3 % en 2011.
El Banco Central de Paraguay (BCP) pronosticó en abril un “fuerte crecimiento” de un 13 % del PIB en 2013 por la “rápida recuperación de la agricultura de los embates climáticos del periodo 2011-2012, la expansión de la ganadería y su cadena productiva” y al esperado aumento de las construcciones, tanto públicas como privadas.
La Comisión Económica para América Latina y el Caribe (Cepal) redujo en abril esa estimación al 10 %, aunque destacó a Paraguay como el país con mayor empuje económico de América Latina.
El BCP manifestó este viernes que el sector agrícola mostró “una gran recuperación con significativos aumentos en los niveles de producción de los principales cultivos”, generando un crecimiento del sector del 45,9% durante el segundo trimestre de 2013.
El buen comportamiento del clima, esencial para la agricultura, ayudó a impulsar la producción de soja, el principal rubro exportador del país suramericano.
El sector servicios creció un 11 por ciento con respecto al mismo periodo del año anterior, aportando un 5 por ciento al crecimiento del PIB, siendo de esta manera el segundo que más contribuyó al crecimiento.
La expansión del PIB del 13,3 % en el segundo trimestre del año se debió también a la expansión tanto de la demanda interna como de la externa, según el BCP.
La demanda externa supuso un 8,7 % en el PIB del trimestre analizado, según el informe que destacó que las exportaciones y las importaciones de bienes y servicios aumentaron debido a la mayor oferta, como los granos y sus derivados y la recuperación de los mercados externos para la carne vacuna, como el de Chile, que Paraguay había perdido tras sufrir un brote de fiebre aftosa en 2011.
El sector ganadero, forestal y la pesca creció un 8,9 % con respecto a los niveles de del mismo trimestre del año anterior, beneficiado por la producción de ganado vacuno, que presentó un significativo aumento.
La minería y la industria progresaron un 8,2 % en relación al mismo trimestre del 2012, mientras que la construcción lo hizo en un 10,5 %, detalló el organismo emisor.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Historiadores do futuro: confiem nos arquivos da NSA: sao fiaveis... - Augusto Nunes

Os papeis confidenciais americanos -- e isto é a constatação de quem já pesquisou em arquivos americanos, inclusive em papéis da CIA -- são extremamente objetivos e profissionais: descrevem meticulosamente o que acontece em cada país, desde os mais altos escalões de certos governos (hummm...) até os mais baixos escalões de certos movimentos "sociais" (que também podem ser sindicais, de juízes, professores, etc).
Ou seja, não tenho nenhuma dúvida de que se os historiadores quiserem reconstituir certos episódios de nossa diplomacia dentro de 10, 15 ou 25 anos (dependendo do grau de sigilo dos documentos), melhor fariam, ou farão, se confiarem mais nos documentos americanos -- que serão inevitavelmente liberados, em prazos certos -- do que em eventuais documentos da região.
Pelo que eu conheço da história do Mercosul, por exemplo, afirmo com todas as letras que seria impossível refazer a história dos processos decisórios que levaram a certos atos do bloco -- a Tarifa Externa Comum, entre outras -- com base em papéis argentinos, brasileiros, uruguaios ou paraguaios. E não porque eles estivessem contaminados pelo zelo conspiratório dos amigos do Foro de S.Paulo, pelo secretismo doentio dos stalinistas de Havana, ou por quaisquer outras deformações institucionais que passaram a ocorrer na república do nunca antes, mas pela bagunça mesmo, pela falta de registros, atas, minutas de reuniões, que possam ajudar na reconstituição de certos processos.
Confio mais nos papéis americanos, que cobrem tudo com um zelo missionário, informando tudo o que é relevante para seus patrões de Washington.
Quem quer tenha trabalhado em arquivos americanos, sabe do que estou falando.
Contentes, historiadores?
Paulo Roberto de Almeida

Augusto Nunes, 10/09/2013

No fim da tarde de 22 de junho de 2012, uma sexta-feira, o Senado paraguaio aprovou por 39 votos a 4 o afastamento do presidente Fernando Lugo. Graças a informações repassadas pela Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), a Casa Branca não se surpreendeu com o desfecho da crise política, escancarada por 23 tentativas de impeachment. Surpresos ficaram os governos do Brasil e da Venezuela, constataram os agentes da NSA incumbidos de vigiar também a movimentação dos vizinhos decididos a mandar às favas a soberania do Paraguai.
Inconformados com o despejo do reprodutor de batina, Dilma Rousseff e Hugo Chávez resolveram por telefone que o companheiro Lugo merecia continuar no emprego, que a ofensiva deveria começar de imediato e que seria conduzida pelos chanceleres dos dois países. Despachados para Assunção no meio da noite, o brasileiro Antonio Patriota apareceu sem aviso prévio no Senado paraguaio e o venezuelano Nicolás Maduro baixou sem ser convidado na sede do Poder Executivo.
O emissário de Dilma tentou anular a decisão quase unânime do Senado e reinstalar Fernando Lugo na presidência da República. O enviado de Chávez fez o que pôde para convencer os chefes das Forças Armadas a desfazer com um golpe de Estado o que fizera o Poder Legislativo. Ambos fracassaram miseravelmente. O vice-presidente Federico Franco assumiu sem sobressaltos o lugar do ex-bispo, que voltou a ter tempo de sobra para cuidar das ovelhas do rebanho.
A vingança dos parceiros trapalhões foi tramada com a ajuda da Argentina e do Uruguai: 150 anos depois da Guerra do Paraguai, a Tríplice Aliança reeditada por Dilma, Cristina Kirchner e Jose Mujica suspendeu do Mercosul o vizinho insubordinado e oficializou o ingresso da Venezuela, obstruído havia anos pelo mesmo Senado que afastara Fernando Lugo. Sorte do Paraguai: alheio ao assédio dos quatro patetas, que hoje imploram pela volta do país ao mais anêmico bloco econômico do planeta, o novo governo de Assunção prefere noivar com a Aliança do Pacífico e costurar acordos bilaterais muito mais vantajosos.
“Um dia, talvez, se conheça o histórico, as reflexões, os motivos e a atuação de cada um dos protagonistas brasileiros nesses episódios”, registrou o jornalista José Casado no artigo publicado pelo Globo em que divulgou essas informações. “Até lá, continuarão como segredos enterrados nos arquivos de um anexo virtual da Casa Branca: NSA”. O governo lulopetista não costuma deixar provas materiais das safadezas acumuladas pela política externa da cafajestagem (veja o post na seção Vale Reprise). Mas a documentação produzida pela espionagem ianque deixará de ser sigilosa daqui a alguns anos.

O pouco que vazou sobre o caso é suficiente para atestar que os americanos sabem detalhadamente o que Patriota e Maduro andaram fazendo em Assunção no inverno passado. E sabem muito sobre muitas outras coisas. Ainda bem. Deve-se sempre ressalvar que, em matéria de espionagem, o governo dos EUA tem ultrapassado com frequência os limites do tolerável. Mas certos efeitos colaterais são extraordinariamente positivos. Um deles: os documentos que pioraram o permanente mau humor de Dilma  ajudarão a contar a verdadeira história do Brasil.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Paraguai, moderado, de volta ao Mercosul e a Unasul - ABC Color

ABC Color, 02 DE SETIEMBRE DE 2013 13:34


“Ya estamos en el Mercosur”

El canciller paraguayo Eladio Loizaga dijo que Paraguay “ya está en el Mercosur”, solamente que con una participación limitada. Reconoció que hubo avances en la relación con Venezuela.
“Nosotros ya estamos en el Mercosur, nuestra participación solo tiene una limitación del Congreso”, expresó hoy el ministro de Relaciones Exteriores.
Dijo que tras la cumbre de Unasur de jefes de Estado en Surinam, Paraguay logró fortalecer las relaciones diplomáticas con los países que no asistieron a la asunción del presidente Horacio Cartes, especialmente con Venezuela.
Loizaga destacó la actitud del mandatario venezolano Nicolás Maduro, lo que significó un avance para ambos países. Adelantó que próximamente se tendrán otras reuniones para “seguir avanzando”.
“Aquí no se abdicó ningún principio ni se compensó la dignidad paraguaya con nada, eso quiero dejar bien claro”, manifestó el canciller en contacto con Radio Ñandutí. Dijo que lo último que se agotará es el diálogo, y que se buscará la vía más prudente para reestablecer las relaciones.
Cartes participó en su primera actividad como mandatario en el exterior en la cumbre de la Unión de Naciones Suramericanas (Unasur) y oficializó su reingreso al bloque, del que fuera suspendido tras el juicio político a Fernando Lugo.
Paraguay fue suspendido por la misma causa del Mercado Común del Sur (Mercosur). Luego, sin su participación, se aprobó el ingreso de Venezuela como país miembro, hecho que se retrasaba por la oposición del Congreso paraguayo.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

O Brasil e a nao-intervencao: ABC Color lembra a intervencao nos assuntos internos do Paraguai

Dilma dice que su gobierno “no interfiere en vida de otros países”
ABC Color (Paraguai), 29/08/2013

La presidenta brasileña, Dilma Rousseff, afirmó ayer que su gobierno no interviene en asuntos internos de otros países, a poco más de un año de que, junto a los otros miembros del Mercosur y Unasur buscara impedir que el Paraguay cambiase el gobierno que, en ese momento, le era adicto.

“No interferimos en la vida de otros países, no colocamos la vida de quien quiera que sea en riesgo, adoptamos rigurosamente el concepto de la no intervención y solo respaldamos acciones excepcionales si pasamos por el debido escrutinio de la ONU”, dijo Dilma Rousseff, olvidando obviamente lo que su gobierno llevó a cabo hace poco más de un año en el Paraguay.

En Sudamérica, dijo Rousseff, “somos 12 países hermanos, iguales en derechos, merecedores del mismo respeto, democráticos, en un continente como el nuestro, que estuvo marcado por dictaduras y que hoy vive un estadio de modernización política”.

El año pasado, en junio de 2012, una “patota” de cancilleres llegó hasta el “hermano” Paraguay para intentar impedir que sus representantes políticos (el Congreso) aplique una norma de la Constitución paraguaya (el juicio político) para cambiar legalmente a un presidente que le era adicto, el entonces mandatario Fernando Lugo.

Estas declaraciones las pronunció la Presidenta en el Palacio del Planalto durante la ceremonia de toma de posesión del nuevo canciller brasileño, Luiz Alberto Figueiredo, en reemplazo de su predecesor Antonio Patriota, quien fue el enviado de Rousseff al Paraguay en 2012.

El relevo en Itamaraty se produjo luego de la huida de la Embajada del Brasil, en La Paz, del senador opositor boliviano Roger Pinto, asilado en esa legación desde hacía más de un año.

Esa acción, según el Gobierno brasileño, no contaba con el conocimiento ni consentimiento del Ministerio de Relaciones Exteriores ni de la Presidencia del Brasil.

La gobernante brasileña reiteró la postura oída frecuentemente en las alocuciones oficiales referentes a las relaciones internacionales en la región.

“El fundamento de nuestra política externa es la relación armoniosa y respetuosa con nuestros hermanos latinoamericanos, a ellos siempre debemos dar lo mejor de nosotros, la mayor de nuestras prioridades es la integración regional”.

La Presidenta brasileña realizó estas declaraciones en relación al caso ocurrido con el senador boliviano, días atrás.


Sus palabras, no obstante, hacen referencia a los “12 países hermanos” de Sudamérica, donde queda incluido el Paraguay, una nación que aún recuerda la intervención brasileña (y de otros países) en sus asuntos constitucionales, tras lo cual fue suspendido de diversos órganos internacionales, en un intento de aislarlo diplomáticamente, al haber cambiado de Gobierno, en contra de lo que aquellos países pretendían.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Paraguai: o "MST" paraguaio passou 'a acao - A Gazeta do Iguaçu

Insegurança no Paraguai

Editorial A Gazeta do Iguaçu, 21/08/2013


O Exército do Povo Paraguaio classificado pelo Governo e imprensa do vizinho país como "Grupo Criminoso" e "Delinquente" fez seu primeiro ataque menos de dois dias após a posse do novo presidente Horacio Cartes. Morreram cinco guardas contratados de uma empresa de segurança pela empresa agropecuária. O grupo conhecido pela sigla EPP (Exército do Povo Paraguaio), além do ataque que resultou na morte dos seguranças, fez pelo menos mais dois ataques a viaturas da Polícia Nacional. O atentado, pois não pode ser menos do que isso, ocorreu, segundo o jornal Ultima Hora na Estância(Fazenda) Lagunita que pertence ao magnata brasileiro do açúcar e do álcool Renato Eugênio Barboza.

O empresário que viajou de São Paulo para a posse do presidente havia acabado de anunciar sua intenção de investir pelo menos US$ 150 milhões no Paraguai. A princípio o grupo pensava em dedicar 10 mil, das 50 mil hectares, para o plantio de cana de açúcar. A imprensa paraguaia especulou que com o atentado contra a fazenda com perda de vidas humanas pudesse servir como mensagem negativa para o empresariado que deseje investir no Paraguai - país tido como o de maior crescimento no momento o que o transforma na bola da vez. Foi anunciado que o atentado ocorreu porque a fazenda, ao contratar homens armados para fazer a segurança, violava a ordem imposta pelo grupo contra a posse de armas na área de guerrilha.

O governo anunciou que dará uma resposta à altura e que prentende manter a promessa de que o Paraguai receberá os investidores estrangeiros com tapete vermelho. Reduzir a miséria no país, passa pela criação de empregos e renda para a população. Parte do sucesso extraordinário que faz do Paraguai a bola da vez se deve ao sucesso do agronegócio especialmente a produção de grãos variados e a soja acima de tudo. O governo adotou a política de não divulgar ações. A comunidade pressiona exigindo ações que evitem o crescimento do grupo criminoso. A situação preocupa a todos e especialmente a comunidade brasiguaia que, graças à aposta no país, não só realizaram sonhos pessoais como ajudaram a transformar o Paraguai.

O país promete pulso forte para reverter a situação - uma vez que essa foi uma das principais razões para a reprovação do governo anterior e vitória generalizada do atual presidente. Ontem, os ministérios ligados a defesa e segurança discutiam reforço para a Polícia Nacional do Paraguai na região do EPP e também discutiam maneira de utilizar as forças armadas para combater o grupo rebelde.

O alto comando das Forças Armadas disse que as tropas estão preparadas para agir. Para que isso aconteça tudo o que é necessário é que o presidente ordene. Nos diferentes círculos do governo discute-se o uso ou não das forças armadas. Há opiniões divergentes. O Comando da Polícia Nacional afirma que a instituição dá conta do trabalho e que só necessita apoio especialmente em material, carros blindados e outros meios que protejam os policiais e que evitem que disparos aleatórios possam parar na polícia. Um dos acontecimentos de ontem foi a taxativa resposta do governo de que não necessita ajuda externa para combater os rebeldes. Algo que chegou a ser cogitado em alguns círculos.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Paraguai, Mercosul: stand-by, em todos os temas... - ABC Color

Senado no obstaculizaría el retorno al Mercosur, dice titular del Congreso
 ABC Color (Paraguai), 17/08/2013

Si el Ejecutivo marca una hoja de ruta, el Senado apoyaría el retorno al Mercosur, dijo ayer el titular del Congreso, Julio Velázquez. Sin dar detalles, expresó que el gobierno de Cartes “planteó algunos temas y se está buscando esa reivindicación”.

Ante una consulta periodística, Velázquez manifestó que no recibió ninguna nota de parte del presidente de Venezuela y pro témpore del Mercosur, Nicolás Maduro, en la cual supuestamente le abre las puertas al Paraguay para su retorno al bloque.

El regreso de Paraguay al Mercosur tropieza con dos visibles obstáculos: primero de orden constitucional porque la Cámara de Senadores de nuestro país rechazó el 23 de agosto de 2012 el Protocolo de Adhesión de Venezuela como socio pleno. Es decir, el Estado paraguayo no aprobó su ingreso y pese a ello Argentina, Brasil y Uruguay (los tres socios restantes) violaron el Tratado de Asunción y lograron la adhesión venezolana. Pero antes suspendieron a Paraguay supuestamente porque con la destitución del presidente Fernando Lugo el 22 de junio de 2012 se produjo un quiebre democrático.

El segundo problema es que la Cámara de Diputados de nuestro país declaró el 28 de junio de 2012 persona no grata al entonces canciller Maduro (hoy presidente) por amenazar al Parlamento durante el desarrollo del juicio político a Lugo e intervenir en asuntos internos.

La medida de la Cámara Baja fue planteada sobre tablas y tuvo el apoyo de prácticamente todo el pleno. La única que se opuso fue la diputada luguista Aida Robles, quien pidió dejar constancia de su postura.

Embajadas
Velázquez manifestó también que el Senado está atento a los candidatos a embajadores paraguayos que remitirá el Ejecutivo para cubrir las vacancias en las embajadas de la región.

Canciller ratifica la postura de pedir respeto a la legalidad en el Mercosur
El canciller Eladio Loizaga, en su discurso de posesión al cargo, expresó ayer que “Paraguay quiere convivir en una sociedad internacional, donde se respete el estado de derecho” y en que la igualdad jurídica “sea una realidad y no una mera declaración”. Reivindicó el derecho de tránsito de los ríos internacionales.

Con la presencia de prácticamente todos los excancilleres, el nuevo ministro de Relaciones Exteriores asumió ayer el cargo en un acto realizado en el salón principal del Palacio Benigno López. Tras recibir formalmente el cargo, inició su discurso recordando que la política exterior la trazó el presidente de la República, Horacio Cartes, antes de asumir, en su comunicado del 12 de julio pasado, donde pedía el respeto del estado de derecho y cuestionaba la legalidad del ingreso de Venezuela al bloque.

Loizaga dijo que en el documento, divulgado tras la finalización de la Cumbre del Mercosur en Uruguay, señalaba claramente que nuestro país quiere convivir en una sociedad internacional donde “la autodeterminación de los pueblos sea respetada en la misma dirección que todos queremos que sea, que la soberanía de nuestro país no sea en ningún momento puesta en duda ni socavada”.

El secretario de Estado dijo que con el apoyo de los excancilleres se “irá construyendo una política internacional de Estado, teniendo en cuenta los intereses más importantes de nuestro país, que es el respeto que merecemos de transitar libremente por los ríos internacionales como país sin litoral consagrado en las normas y tratados internacionales, como las Naciones Unidas”.

Instó a los diplomáticos
Loizaga hizo un llamado a los funcionarios diplomáticos de la Cancillería “a respetar la carrera”. “Les pido que pongan toda la voluntad. Aunemos esfuerzos porque lo que hagamos bien es para el bien del país y lo que hagamos mal es el mal para todos nosotros”, subrayó.

Fernández es asesor
El exministro de Relaciones Exteriores del gobierno anterior, José F. Fernández Estigarribia señaló en su discurso que el canciller Loizaga asume una Cancillería que prestó un invalorable servicio al país en momentos difíciles. Dijo que la secretaría “cree que la mejor forma de integración es el respeto de la autodeterminación de los pueblos”.

Fernández informó a los periodistas que volverá a su cargo de asesor jurídico de la Cancillería. El diplomático aseguró que desconoce si irá al servicio exterior.

ABC Color (Paraguai) - Cartes dice que hay voluntad para resolver la crisis en el Mercosur

El presidente de la República, Horacio Cartes, brindó ayer su primera conferencia de prensa a medios nacionales e internacionales. Habló de los más diversos temas. Indicó que hay voluntad para resolver la crisis con el Mercosur, defendió la designación de sus colaboradores y pidió a los colorados un “poco de crédito”. Dijo también que en las binacionales hay que ser firmes y serios para tener resultados.

Cancilleres buscan arreglo
Uno de los temas recurrentes ayer en la conferencia de prensa del Primer Mandatario fue el conflicto que mantiene el Mercosur con nuestro país. Empezó el tema aclarando que no recibió ninguna carta del presidente de Venezuela, Nicolás Maduro, como publicaron agencias internacionales, y confirmó que en breve visitará el Brasil. Reveló también que en las conversaciones que tuvo con las presidentas de Brasil y Argentina durante los actos de asunción de mando encontró la mejor predisposición para buscar una salida al conflicto. “Nosotros hemos hablado tanto con la Presidenta del Brasil como con la de Argentina.


Hemos hablado de Venezuela, y a ambas presidentas les dije: ‘Nuestra predisposición es total. Nosotros tenemos un problema jurídico a arreglar. Apelé al conocimiento y experiencia de ambas Presidentas para pedir a nuestros cancilleres, que ya han iniciado gestiones para que vayan encontrando la solución, porque acá lo que importa es, sobre todo, que haya predisposición... Hay problemas, puntos a solucionar jurídicamente. Es el tema (en) que Paraguay tuvo una posición. Y pedí colaboración a ellas, ya han empezado a trabajar. A veces el tiempo es el mejor médico”, aseguró.

domingo, 18 de agosto de 2013

Paraguai-Argentina: usina de Yacireta inviavel segundo novo presidente paraguaio

Paraguay energía

Cartes dice que la represa de Yacyretá es “inviable”

Yacyretá represa hidroelectrica
Infolatam/Efe
Asunción, 18 de agosto de 2013

Las claves
  • La hidroeléctrica, en la que Paraguay puso un 80 por ciento del territorio y Argentina los fondos, cubre en torno al 20 por ciento de las necesidades energéticas argentinas.
  • Cartes dijo que está a la espera de un informe para conocer la dimensión de la deuda y abogó por llevar adelante las obras previstas de ampliación de Yacyretá (cinco nuevas turbinas sobre un brazo lateral de la represa) para hacerla sustentable financieramente.
El presidente paraguayo, Horacio Cartes, calificó de “inviable” la represa de Yacyretá, que Paraguay comparte con Argentina, país con el que, dijo, hay “intereses comunes” y proyectos y obras “importantes” por desarrollar.
“Hemos hecho inviable un negocio como una gran represa, los intereses (de la deuda por su construcción) son mayores a toda la generación de riqueza de Yacyretá”, dijo Cartes en su primera aparición pública tras su investidura del jueves.
El presidente repitió la queja del nuevo director paraguayo de la hidroeléctrica, Juan Schmalko, quien hace unos días dijo que Yacyretá genera energía por valor de 900 millones de dólares cuando su deuda y cargas financieras alcanzan los 1.000 millones de dólares.
Fruto de un tratado suscrito en 1973, la represa de Yacyretá, sobre el río Paraná, tardó 38 años en completarse, 12 de los cuales estuvo parada por el Gobierno del expresidente argentino Carlos Menem (1989-1999), y costó al menos 12.500 millones de dólares.
Paraguay cuestiona el importe de su deuda, que a fines de 2011 se situaba en 15.652 millones de dólares, de los cuales 14.459 millones son con el Tesoro argentino: 5.773 millones de principal y el resto de intereses y actualizaciones.
La hidroeléctrica, en la que Paraguay puso un 80 por ciento del territorio y Argentina los fondos, cubre en torno al 20 por ciento de las necesidades energéticas argentinas.
Paraguay cede a Argentina su excedente energético a cambio de compensaciones económicas que, en 2012, alcanzaron los 120 millones de dólares.
Cartes dijo que está a la espera de un informe para conocer la dimensión de la deuda y abogó, como Schmalko, por llevar adelante las obras previstas de ampliación de Yacyretá (cinco nuevas turbinas sobre un brazo lateral de la represa) para hacerla sustentable financieramente.
Tras compartir con los periodistas el “dolor” que le causa el “destrozo” ocasionado por la construcción de Yacyretá en el lado paraguayo, dijo que no quiere “condenar a futuras generaciones” manteniendo la mala gestión de la hidroeléctrica.
El mandatario aludió a la breve reunión que tuvo con la presidenta argentina, Cristina Fernández, poco después de su investidura, y en la que constató “una gran atmósfera de recomponer todas las relaciones”.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Paraguai, parceiro estratégico - Rubens Antonio Barbosa

Paraguai, parceiro estratégico

RUBENS BARBOSA *

O Estado de S.Paulo, 13/08/2013

Em momento delicado para as relações com os parceiros do Mercosul, assume no Paraguai, no próximo dia 15, um novo presidente: Horacio Cartes.

Os presidentes dos países-membros do bloco, em recente reunião em Montevidéu, decidiram cancelar, a partir desse dia, a suspensão do Paraguai do Mercosul. Cartes, contudo, por meio de comunicado oficial, já informou que o seu país, enquanto a Venezuela ocupar a presidência rotativa do bloco, não retomará o seu lugar no Mercosul nem participará de nenhuma reunião, por considerar que o ingresso de Caracas não ocorreu "de acordo com as normas legais". Por pressão da opinião pública e do Parlamento paraguaios, Cartes endureceu sua posição e diz não abrir mão da defesa da dignidade e da soberania de seu país, exigindo respeito ao império do Direito no tocante às circunstâncias do ingresso da Venezuela.

Tudo indica que o Paraguai vai privilegiar a normalização de suas relações bilaterais com o Brasil, a Argentina e o Uruguai, mas vai boicotar o Mercosul até dezembro, quando outro país, a Argentina, passará a coordenar o grupo. Caso isso efetivamente ocorra, os entendimentos com a União Europeia para fazer avançar as negociações de acordo comercial, que se arrastam há mais de dez anos, terão de avançar sem o Paraguai. O Brasil havia prometido definir a lista comum de produtos a ser entregue aos países europeus até setembro. No último trimestre, os entendimentos seriam retomados antes de expirar o mandato da Comissão Europeia, em dezembro, evitando a interrupção das negociações.

O relacionamento com o Paraguai é exemplo de desacertos recentes na área externa e mostra como a ideologização pode ser contrária ao interesse nacional. É longa a sequência de equívocos. O então presidente Fernando Lugo conseguiu de Lula um aumento na sobretaxa paga ao Paraguai pela energia de Itaipu, com custo de bilhões de dólares para a sociedade brasileira. Enquanto negociava, Lugo permitiu, se é que não incentivou, uma perseguição impiedosa aos brasiguaios, apesar de a imensa maioria daquela comunidade ter nascido no Paraguai e possuir cidadania guarani.

Quando o Congresso paraguaio, por imensa maioria e de acordo com as regras definidas em sua Constituição, destituiu Lugo por "mau desempenho de suas funções", a decisão foi referendada pela Corte Suprema e pelo próprio ex-presidente. O Brasil e seus vizinhos do Mercosul, no entanto, alegando violação da cláusula democrática, resolveram que nem as instituições nem o povo paraguaio - que em sua maioria apoiou a decisão - sabiam o que era legítimo ou melhor para eles, trataram de suspender o país do bloco e de retirar seus embaixadores do Paraguai. Com a sanção política ao parceiro estratégico, a Venezuela pôde ser aceita como membro pleno do Mercosul, já que o Senado paraguaio era (e continua sendo) o único a não aprovar a entrada do novo membro no bloco. Talvez o mais irônico seja que esse exemplo de ingerência nos assuntos internos do Paraguai tenha sido feito com a desculpa de "resguardar a democracia", como se Argentina, Bolívia e Venezuela fossem exemplos a ser seguidos.

O vazio político-diplomático deixado por esse episódio só não causou um mal maior porque os setores privados brasileiro e paraguaio se articularam e avançaram numa agenda de interesse mútuo, visando a aumentar os investimentos brasileiros no Paraguai, estimulados pelo diferencial de competitividade entre os dois países (lá o custo de produção é cerca de 35% mais baixo do que no Brasil) e pela construção em fase final de linha de transmissão levando a energia de Itaipu até Assunção. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) promoveu na capital paulista seminário sobre oportunidades de negócios no Paraguai e planeja encontros entre empresas dos dois países após a posse do novo presidente.

Nos últimos anos o Brasil definiu uma série de parcerias estratégicas com outros países. Poucas, no entanto, podem ser mais relevantes do que aquela com o Paraguai: 350 mil brasileiros lá vivem e trabalham, ajudando o país a tornar-se um grande produtor agrícola; 20% de toda energia consumida na região mais industrializada de nosso país depende da potência gerada por Itaipu, inclusive a não consumida pelo Paraguai.

O que ganhou a sociedade brasileira com o abandono dos princípios de respeito aos contratos e de não ingerência nos assuntos internos de outros países, para defender um governo como o de Lugo? A opção preferencial pela Venezuela e pela Argentina deixa em segundo plano nossos interesses mais permanentes com o Paraguai e lega um custo a ser arcado e administrado por nossos futuros governos.

O relacionamento com os países da América do Sul, em razão desse e de outros equívocos, será o maior problema que o Itamaraty deverá enfrentar nos próximos anos.

Não resisto uma referência à opinião do então ministro do exterior, barão do Rio Branco, sobre as relações Brasil-Paraguai. De forma lapidar, o patrono da diplomacia brasileira, com clara percepção dos interesses brasileiros e com visão de futuro, definiu qual deveria ser o tom das relações bilaterais. Em 1903, num contexto que ainda tinha bem presente os acontecimentos militares e as disputas na Bacia do Prata, Rio Branco deixou registrado para a História que "o Brasil é e será sempre amigo do Paraguai, quaisquer que sejam seus governantes". É importante resgatar essa percepção, no momento em que altos funcionários do governo de Assunção recordam a formação da Tríplice Aliança (Argentina, Brasil e Uruguai) contra o Paraguai no conflito do século 19, repetida, por coincidência, agora na questionável punição ao Paraguai pelo Mercosul.

Cem anos depois, o ensinamento de um dos maiores estadistas brasileiros foi esquecido em nome de afinidades ideológicas e de uma agenda que não favorece o Brasil.
* RUBENS BARBOSA É PRESIDENTE DO CONSELHO DE COMÉRCIO EXTERIOR DA FIESP.

sábado, 10 de agosto de 2013

Paraguai, a Alianca do Pacifico e o Mercosul - Rogério Mendelski

O VELHO PARAGUAI DE GUERRA
Postado por Rogério Mendelski em 28 de julho de 2013

O Paraguai deu uma banana das grandes para o Mercosul e hoje é integrante da Aliança do Pacífico, um novo bloco econômico formado pelo Chile, Peru, Colômbia e México e que já controla quase 50% do comércio exterior da América Latina, movimentando em apenas um ano de existência 556 bilhões de dólares em exportações e 551 bilhões de dólares em importações.

O ingresso do Paraguai na AP não foi fácil por que o Brasil tentou prejudicá-lo, não satisfeito com a suspensão daquele país do Mercosul, depois que Fernando Lugo foi cassado pelo Congresso paraguaio. Diplomatas do Paraguai e da Colômbia informaram ao diário ABC Color, de Assunção, que o Brasil quis impedir a entrada dos nossos vizinhos alegando as “cláusulas democráticas” do Mercosul como se este bloco tivesse alguma influência sobe a AP.

As tais “cláusulas democráticas” foram motivo de discretas chacotas entre a diplomacia dos países que saudaram o Paraguai pela decisão tomada. “Os membros da Aliança do Pacífico estão muito contentes e agradecidos pela disposição do Paraguai em fazer parte desse foro”, disse o chanceler mexicano José Antonio Meade.

Mas o que é mesmo esse bloco econômico que com um ano de funcionamento tem 210 milhões de habitantes e representa um terço do PIB da América Latina e se coloca como a oitava economia do planeta?
A resposta é bem simples: Chile, Peru, Colômbia e México – e agora o Paraguai – se uniram em torno de objetivos democráticos e capitalistas na definição do presidente chileno Sebastián Piñera: “O compromisso da Aliança é o de compartilhar valores comuns como a democracia, o respeito aos direitos humanos, a liberdade econômica privada, o direito à propriedade produtiva, intelectual e empresarial, assim como a economia de mercado e a liberdade de expressão”.

Pensando bem, são valores ausentes em alguns paises do Mercosul e, por isso mesmo, o Paraguai não reclamou de sua saída do bloco que ajudou a fundar em 1991. E não quer voltar por que já disse que não senta na mesma mesa onde estiver a Venezuela. Este é o velho Paraguai de guerra cujo povo sabe muito bem o que é ditadura, democracia e farsas como a que Fernando Lugo tentou implantar no país.

AS TENTATIVAS

Em 2005, na Cúpula das Américas, em Mar del Plata (Argentina) os países que hoje integram a AP tentaram estabelecer tratados de livre comercio entre os paises da América Latina, mas Hugo Chavez influenciou os membros do Mercosul e apoiado por Nestor Kirchner a idéia não prosperou. Era o momento de alguns paises democráticos como o Chile, Colômbia e México começarem a pensar num novo bloco econômico.

BONS NEGÓCIOS

Os países integrantes da AP já eliminaram as tarifas de importação e exportação em 90 por cento de seus produtos para o incremento do livre comércio entre si. Quando negociam em bloco olham para a Ásia e buscam atrair investimentos que irão beneficia-los também em bloco.

APOIO DO SENADOR

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) saudou a posição do Paraguai. Diz ele: “Quando ocorreu o impeachment de Fernando Lugo e o Mercosul decidiu pelo seu afastamento, abrindo a porta para o ingresso da Venezuela, imaginou-se que o Paraguai teria poucas alternativas. Hoje, o Paraguai está na Aliança para o Pacífico e agora pode dar uma banana para aqueles que o expulsaram do Mercosul”.

ACORDOS ECONÔMICOS

O que para Hugo Chavez e Nestor Kirchner tinha cheiro de enxofre – acordos com os EUA – para a Aliança do Pacífico é puro perfume de progresso e bons negócios.
Quem estabelece acordos comerciais com os EUA precisa cumprir altos níveis de exigência e complexidade, mas depois de estabelecidos nada mais muda. Ao final das negociações, o país se torna apto para firmar qualquer acordo comercial no mundo. A opinião é do diplomata Rubens Ricupero, ex-embaixador do Brasil nos EUA e ex-secretário-geral da Conferência nas Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento.

FRACASSO

Enquanto o Mercosul patina e não sai do lugar desde 1991, a Aliança do Pacífico atrai investimentos e negocia com todos os países oferecendo vantagens aduaneiras e taxas atraentes.
No ano passado o Chile cresceu 5,5 % e recebeu 30 bilhões de dólares em investimentos externos. O México firmou 13 acordos comerciais na mesma linha, o Peru 12 e a Colômbia 11.

No Brasil, caminhões com gêneros perecíveis ficam dias parados em Uruguaiana esperando pela boa vontade da burocracia argentina. E vice-versa.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Brasil: capital Caracas - Julio Maria Sanguinetti

"Brasil está subordinado à Venezuela"
Entrevista: Julio Maria Sanguinetti, ex-presidente do Uruguai
Senador que governou o Uruguai duas vezes critica o Brasil, a quem acusa de ter ciúme do México e não ser um líder de fato
ABC Color, Assunción, 5/08/2013

O ex-presidente uruguaio e senador Julio Maria Sanguinetti (1985-1990 e 1995-2000), entrevistado pelo jornal paraguaio ABC Color, afirmou na quinta-feira que o Paraguai deve retornar ao Mercosul, mas antes disso o órgão deve voltar às suas origens como rampa de lançamento para o mundo e não um "espartilho que nos amarra".
O político uruguaio criticou o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e a presidente do Brasil, Dilma Rousseff. Sobre a líder brasileira, disse que o governo dela está "subordinado aos ímpetos da Venezuela". Os principais trechos da entrevista:
* Dentro de alguns dias deve assumir o novo governo eleito do Paraguai. Qual a sua avaliação do processo político paraguaio?
O Paraguai está no bom caminho. A crise envolvendo o presidente Fernando Lugo foi administrada dentro das normas constitucionais e esse foi um sintoma de amadurecimento político. Infelizmente isso não foi compreendido dentro do Mercosul, que agiu à margem do direito, como afirmou o próprio presidente José Mujica. Ele reconheceu expressamente isso ao afirmar que, em Mendoza, "o político superou amplamente o jurídico".
Agora há um retorno do Partido Colorado, que obteve um triunfo cabal. O mais importante é o presidente (Horacio) Cartes consolidar uma maioria e, desta maneira, preservar uma estabilidade que permitirá ao Paraguai dar um salto qualitativo. Há uma expectativa positiva na região e mais além. Virão investimentos e com eles a modernização do país e mais trabalho. O essencial é que a política não prejudique a economia.
* Por que o senhor acha que surgiu um Hugo Chávez na Venezuela o bolivarianismo se propagou para alguns países da região?
Nossa região viveu a partir de 2003 uma fase de bonança única, com preços internacionais que do ponto de vista fiscal enriqueceram os Estados. Os períodos de prosperidades às vezes têm esse filho espúrio, o populismo, que nasce com essa bonança. Ele se alimenta da nostalgia dos tempos em que todos desfrutavam. Assim nasceu o peronismo e assim nascerão todos os populismos.
* O senhor vê algo positivo no Socialismo do Século 21?
Não é uma doutrina. Apenas um discurso autoritário de um antiamericanismo anacrônico que divide as sociedades, as inflama e abre caminho para o autoritarismo.
* Quais são os aspectos mais negativos?
A restrição da liberdade de imprensa e a violação do princípio da separação dos poderes. Essas são as bases da democracia que os populismos atacam em primeiro lugar.
* O senhor acha que o processo bolivariano está consolidado e vai perdurar sem Hugo Chávez?
A última eleição na Venezuela mostrou uma oposição vigorosa apoiando Henrique Capriles, Hoje nada se assemelha aos tempos de Chávez, e assim como Chávez não foi Lula nem Dilma, Nicolás Maduro tampouco é Chávez. O desastre econômico da Venezuela, por outro lado, também abrirá muitos olhos.
* Qual deveria ser a atitude de Horacio Cartes diante da violação do direito e o menosprezo pela dignidade paraguaia por parte de seus parceiros do Mercosul em Mendoza?
O presidente Cartes tem agido, até hoje, com dignidade. Não foi ao Brasil, mesmo com seu desejo de encontrar-se com o papa Francisco. Anunciou que não terá nenhuma atuação no Mercosul sob a presidência da Venezuela, o que é mais lógico. Se foi arrogante e ilícito suspender o Paraguai, não é menos (arrogante) ratificar a presidência da Venezuela, justamente com um presidente que, como ministro do Exterior, esteve no Paraguai incentivando um golpe militar. O que ocorreria se esse mesmo comportamento fosse adotado por um secretário de Estado americano ou, ainda, um ministro do Exterior argentino? Confio e desejo que o Paraguai volte a ser um parceiro ativo no Mercosul, para defender um pacto que não continue traindo os valores estabeleci; dos quando da sua fundação.
* O senhor acredita que a crise do Mercosul é temporária? O Mercosul poderia desaparecer?
O Mercosul sobrevive, como sobrevivem todas as instituições internacionais que, depois de criadas, criam mecanismos para se sustentar. Mas hoje o Mercosul já não é o que construímos. Não existe uma liberdade comercial efetiva, não há uma coordenação macroeconômica, nem as sentenças emitidas pelo Judiciário são aceitas. Sua crise é muito profunda, mas a ideia continua válida. É incrível que estejamos marginalizando o Paraguai e aceitando o Suriname e a Guiana como parceiros. O mesmo ocorre com a Unasul, que abriga países alheios à nossa cultura e, por outro lado, deixa de fora o México, uma potência que se compara ao Brasil.
* Um país como o Paraguai podaria avançar à margem do Mercosul?
Pessoalmente acho que o Paraguai, dentro das simples normas comerciais da Organização Mundial do Comércio (OMC), poderia continuar crescendo como ocorre hoje, e até buscar melhores horizontes para se expandir. Acho que o Uruguai está nesta mesma situação. Mas na minha opinião tem sentido continuar no Mercosul se conseguirmos condições de flexibilidade para manter acordos comerciais fora dele, como fez o Uruguai com o México, por exemplo. Essa seria uma orientação política fundamental. O Mercosul deve ser uma rampa de lançamento para o mundo e não um espartilho que nos amarra.
* Se o senhor fosse presidente do Uruguai, o que faria em favor do Paraguai neste momento e nestas circunstâncias?
Não me coloco nessa posição, mas digo que os outros três países do Mercosul, incluindo o nosso, demonstram amplamente solidariedade com o Paraguai no seu processo de democratização, desde que iniciado pelo general Andrés Rodriguez, em cuja palavra acreditamos na época, felizmente, o que abriu um caminho valioso. Deveríamos hoje retomar essa; orientação e respeitar o Paraguai. Não é possível que o Brasil acabe sempre subordinado aos ímpetos da Venezuela. Infelizmente é o que ocorre.
* O que o Uruguai fez bem na última década que seria recomendável ao Paraguai?
O Uruguai retrocedeu na educação, segurança pública e na integração social. Mas conservou a mesma linha econômica, respeitando a economia de mercado e os equilíbrios ma! croeconômicos. Meu país e mesmo alguns setores da esquerda aprenderam essa lição: não há preço para a estabilidade política e a continuidade econômica, que dão segurança ao investidor, estrangeiro ou nacional. E uma economia forte é o único caminho para lutar seriamente contra a pobreza, a partir de uma educação popular que consiga inserir a nova geração no mundo global da sociedade do conhecimento, para o qual a maioria hoje não está preparada.
* O senhor não acha que há uma competição entre Estados Unidos e o Brasil pela liderança na América Latina e o Caribe?
Hoje, de maneira nenhuma. Os Estados Unidos não estão numa disputa dessa natureza. O Brasil pretende assumir um papel mais universal, mas fracassa no Mercosul, fracassa na Unasul e, não obstante sua relevância, não tem uma liderança de fato. Seus ciúmes do México tem apequenado o País. Digo tudo isso com pesar, porque a região necessita de um Brasil vigoroso e compreensivo.
* Socialismo do século 21, o Mercosul, Aliança do Pacífico, Brasil, Argentina, México, Estados Unidos, Europa, China, qual a sua visão geopolítica da região e do mundo nos próximos anos?
Hoje estamos fora do jogo. Os países do Pacífico avançam entre si e avançam para a Ásia. Os Estados Unidos estão em recuperação e continuam a potência de sempre, já não dominante, mas participando na frente asiática e aproximando-se também de uma Europa em crise, que, mesmo debilitada, continua economicamente um bloco maior. Permanecendo na periferia não vamos nos fortalecer. Estamos aqui, fechados, olhando como os grandes blocos se associam e nós, mergulhados em batalhas de pequenas aldeias. O Mercosul está em crise e isso, é admitido até pelos líderes do governo uruguaio atual.
* O senhor parece muito critico do Brasil. Por quê?
Paraguaios e uruguaios, somos "brasileirólogos" ontológicos, ou seja, o Brasil é parte da nossa razão de ser. Um Brasil grande e respeitoso, um Brasil a la Barão de Rio Branco é importante para todos nós. Infelizmente, hoje o País não vem agindo assim e nossos governos teriam de encontrar uni modo de superar esta situação. O Brasil é fundamental, mas arrastado pela retórica venezuelana e isolado do México, não age à altura do seu peso específico e da qualidade dos seus governantes. Tomara que possamos fazer com que ele entenda isso, para toda a região se inserir num mundo globalizado. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO