Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
terça-feira, 25 de setembro de 2018
Como escolher o seu candidato - Paulo Roberto de Almeida
segunda-feira, 10 de setembro de 2018
NAO sou eleitor de Bolsonaro, nem vou integrar seu governo; ja tenho candidato firme, e tendencia de voto util - Paulo Roberto de Almeida
Pela terceira vez no mesmo período, sou obrigado a desmentir formalmente tais informações, como declarei abertamente em julho último:
3300. “Uma revelação surpreendente, uma explicação necessária”, Brasília, 15 julho 2018, 3 p. Sobre um boato de que eu estaria trabalhando na equipe de certo candidato de direita e integraria seu ministério, meus comentários. Divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2018/08/sobre-alguns-boatos-persistentes-um.html).
Já tenho candidato e já declarei meu voto, em João Amoedo aqui expresso:
3312. “Por que votarei em João Amoedo?”, Brasília, 3 agosto 2018, 4 p. Digressão sobre um Brasil melhor. Publicado no blog Diplomatizzando(link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2018/08/por-que-votarei-em-joao-amoedo-paulo.html); publicado na revista digital Amálgama (27/08/2018; link: https://www.revistaamalgama.com.br/08/2018/por-que-votarei-em-joao-amoedo/),
com tendência a exercer voto útil, caso necessário, em Geraldo Alckmin.
Não sou candidato a nenhum cargo em nenhum governo, de qualquer tendência.
Sou apenas candidato a escrever dois novos volumes de continuidade à minha obra sobre a história da diplomacia econômica do Brasil, o que já estou devendo há muitos anos, depois de meu livro:
1257. Formação da Diplomacia Econômica no Brasil: as relações econômicas internacionais no Império. 3ra. edição, revista; Brasília: Funag, 2017, 2 volumes; Coleção História Diplomática; ISBN: 978-85-7631-675-6 (obra completa; 964 p.); Volume I, 516 p.; ISBN: 978-85-7631-668-8 (link:http://funag.gov.br/loja/index.php?route=product/product&product_id=907) e Volume II, 464 p.; ISBN: 978-85-7631-669-5(link: http://funag.gov.br/loja/index.php?route=product/product&product_id=908).Divulgado no blog Diplomatizzando(link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/09/formacao-da-diplomacia-economica-no_9.html). Relação de Originais n. 1351 (prefácio à 2aedição) e 3083 (prefácio à 3aedição).
Para desmentir uma terceira vez tais assertivas, e aproveitando a publicação do programa do candidato da direita, publiquei esta crítica em meu blog:
3321. “Um programa insuficiente de política externa: comentários pessoais”, Brasília, 15-16 agosto 2018, 5 p. Comentários à parte de política externa do programa do candidato Bolsonaro. Divulgado no blog Diplomatizzando (https://diplomatizzando.blogspot.com/2018/08/um-programa-insuficiente-de-politica.html).
Quem acredita que eu teria escrito, colaborado ou contribuído com esse ajuntamento de frases desconexas sobre algumas interfaces externas do Brasil, não me conhece, não conhece meus escritos sobre diplomacia e política externa e se baseia em informações infundadas.
A que posso atribuir esses boatos e especulações, sobre os quais não sou responsável?
Acredito que pelo fato de ter sido um crítico declarado, quando não um inimigo reconhecido dos horrores da diplomacia lulopetista, da política externa esquizofrênica conduzida pela organização criminosa travestida de partido político, pelo bando de meliantes mafiosos que subordinaram nossa política externa aos comunistas cubanos, por essas posições sem ambiguidades, denunciando a máfia petista, talvez eu possa ter sido confundido com algum partidário da direita, o que não sou, absolutamente.
Os que pretendem conhecer meu pensamento em matéria de política externa e de diplomacia brasileira fariam melhor em ler este meu livro:
Nunca Antes na Diplomacia...: a política externa brasileira em tempos não convencionais
(Curitiba: Appris, 2014; e-book: 2017).
Paulo Roberto de Almeida
Brasília 10 de setembro de 2018
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quarta-feira, 28 de março de 2018
Eleicoes presidenciais 2018 - mais um blog Paulo Roberto de Almeida
O que me interessa, na verdade, é a dimensão da Política Externa, e o impacto das eleições nas relações internacionais do Brasil.
Informo, por oportuno, que compilação numa edição de autor meus trabalhos mais importantes sobre a interface partidos, campanhas e política externa, neste registro:
Brasil, Eleicoes presidenciais 2018
IPSOS: popularidade de Bolsonaro segue consistente
FSP entrevista eleitores de Bolsonaro (25/03/2018)
Financiamento eleitoral: um abuso contra o contribuinte - Jairo Nicolau
segunda-feira, 26 de março de 2018
Jair Bolsonaro em entrevista diz que vai vencer no 1ro turno
Sem um delator, caso Marielle “dificilmente” será desvendado, diz Bolsonaro
Se eleito, privatizará “umas 70” estatais
Bolsonaro já fala em vencer no 1º turno
Poder 360, 23.mar.2018 (sexta-feira) - 5h55
atualizado: 25.mar.2018 (domingo) - 0h12
Eu respeito as mortes no Rio de Janeiro. Respeito opiniões completamente contrárias à minha que ela [Marielle] sempre tinha.
Houve quase uma unanimidade por parte da mídia: me criticaram por causa do silêncio. A resposta que eu dou: eu tenho comparecido a enterros, basicamente policiais do Rio de Janeiro. Ontem [21.mar.2018], três ou mais perderam a vida lá.
São mortes de difícil apuração, mas é uma sinalização que a sociedade e aqueles que estão do lado da lei têm de se preocupar sobre o que está sendo feito de errado.
O meu diagnóstico é que [há uma] política de direitos humanos equivocada. As audiências de custódia, que não são uma lei, têm que acabar com isso aí. O politicamente correto, políticas de desencarceramento, de progressões de pena: você tem que mudar tudo isso aí. Até mesmo –apesar de estar garantido na Constituição– a questão do auxílio-reclusão. Tem que rever tudo isso aí.
E o mais importante de tudo: a questão do estatuto do desarmamento. O Estado que desarma apenas o cidadão de bem e deixa o outro lado a vontade, inclusive, com armas de guerra, é o Estado que não está preocupado com segurança pública.
E não é só o caso dela. Mais de 90% dos crimes não são elucidados no Brasil. É uma Polícia Civil que não tem meios para exercer seu trabalho e que foi também, em grande parte, politizada no Rio de Janeiro ao longo dos tempos.
Qualquer partido que queira conversar conosco, a gente conversa. Mas não podemos lotear a máquina pública. As indicações políticas são a origem da ineficiência e da corrupção por parte do Estado.
Quando parlamentares chegam para conversar conosco nesse projeto, eles falam abertamente. Nós não podemos fazer política do ‘toma lá, dá cá’.
Sobre a reforma da Previdência, você tem que priorizar a mais importante: a pública ou a privada? Eu acredito que seja a pública. Dá para conversar sobre esse assunto sem prejudicar ninguém.
Para servidor público pode ser o homem se aposentar com 60 anos de idade e 35 anos de contribuição. Se colocar 61 e 36, talvez dê para aprovar. Não é o que você quer. Depende do gargalo que é o Parlamento.
Quando você vai para a Previdência privada é necessário considerar o tipo de emprego. A pessoa que não tem muito conhecimento e tem 1 trabalho braçal não vai aguentar ‘virar massa’ com 60 anos de idade. Muito menos com 65. Então tem propostas que a gente vai discutir, mas ninguém quer inventar nada e falar: eu quero ou não quero. Você tem de procurar o consenso, mexer e melhorar.
Uma ideia que surgiu aqui nos últimos dias e a gente vai adotar: para que Ministério das Cidades? Você pode pegar o dinheiro que está aqui e dar diretamente para o prefeito. Não tem dor de cabeça. É 1 problema do prefeito junto com seus vereadores e Tribunal de Contas do município.
terça-feira, 2 de setembro de 2014
Eleicoes 2014: debate entre presidenciaveis - UOL, SBT, Jovem Pan
Há o link para os que quiserem ver e ouvir os próprios falando, que parece um pouco pior do que a transcrição, mas se pode verificar certos matizes e tiques de linguagem, assim como as caras, bocas e trejeitos dos candidatos...
Paulo Roberto de Almeida
Aécio passa imagem positiva, mas não se sobressai, afirma consultora
Dilma passa imagem de mulher forte, afirma consultora
Marina mostrou calma, diz fonoaudióloga
Cientista político vê Dilma em situação difícil e diz que Marina se sobressaiu
Convidados comentam debate entre presidenciáveis
Aécio Neves diz que Dilma não vai ganhar e critica Marina
Marina diz que números de Dilma não batem com a realidade
Após debate, Marina Silva conversa com jornalistas
Dilma Rousseff diz que homofobia deve ser criminalizada
Após debate, Dilma Rousseff conversa com jornalistas
Debate chega ao fim; transmissão do UOL continua
Considerações finais de Pastor Everaldo Pereira (PSC)
Considerações finais de Luciana Genro (PSOL)
Considerações finais de Aécio Neves (PSDB)
Considerações finais de Dilma Rousseff (PT)
Considerações finais de Levy Fidelix (PRTB)
Considerações finais de Marina Silva (PSB)
Considerações finais de Eduardo Jorge (PV)
sexta-feira, 8 de agosto de 2014
Perguntas sobre politica externa aos candidatos e aos candidatos a diplomatas ou a estadistas (tambem pode ser...)
Retomo aqui a postagem que já fiz neste blog Diplomatizzando neste link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/08/eleicoes-2014-aecio-neves-e-eduardo.html
Os candidatos Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) enviaram as suas respostas no prazo de tempo que foi dado a todos. A candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) não enviou suas respostas.
terça-feira, 8 de abril de 2014
Eleicoes 2014: Aecio Neves fala aos capitalistas
Carlos José Marques
Uma lufada de otimismo tomou conta do ambiente empresarial quando propostas concretas de modernização da economia entraram no horizonteUma lufada de otimismo tomou conta do ambiente empresarial quando propostas concretas de modernização da economia entraram no horizonte. Aconteceu na semana passada e o arauto da boa-nova era o presidenciável Aécio Neves. Em dois encontros com representantes do PIB – de uma parcela gorda do PIB, registre-se –, o candidato à sucessão estabeleceu uma verdadeira carta-compromisso de mudanças que, caso adotada, pode decerto recolocar o País no trilho do crescimento sustentável. Havia ali um projeto de governo substancioso.Com tudo incluso: da simplificação tributária ao aumento de renda; do corte nos gastos públicos à redução pela metade do número de ministérios; das reformas trabalhista e política à ampliação da Lei de Responsabilidade Fiscal, que deve abranger também a União. No conjunto, as ideias causaram boa impressão, de maneira unânime, e significaram para aquele público mais que meras promessas eleitoreiras. Demonstraram que o aspirante ao Planalto Aécio estava propositivo, olhando para a frente e oferecendo saídas. Era tudo que CEOs e empresários esperavam e queriam ouvir.O entusiasmo geral ficou visível. Ao aceitar sugestões dos interlocutores e ir além da crítica pura e simples contra o atual estado de letargia, o tucano encantou a fauna de líderes e obteve uma resposta tão vigorosa que foi, por vezes, aplaudido de pé nos convescotes. É algo sintomático. A falta de canais de diálogo com o poder tem sido uma das queixas recorrentes dessa turma. Não por menos, nos últimos dias o mercado vem manifestando sua clara insatisfação com o governo em vigor. E de tal ordem é essa frustração que a bolsa de valores chega a subir a qualquer rumor de pesquisas eleitorais apontando uma queda na popularidade de Dilma.Aécio como potencial rival parece, ao contrário, estar cativando. De forma sólida e gradativa. E não se trataria de uma preferência movida por coloração partidária. O que anima os empreendedores é a perspectiva de um novo modelo de gestão. Aécio, ciente desse anseio, vem vocalizando alternativas e atendendo às demandas. Diga-se do candidato que ele, positivamente, vem se cercando de bons quadros para dar cabo a ameaças monetárias, como o repique inflacionário, e ao desequilíbrio da balança comercial.O ex-presidente do BC Armínio Fraga, que fez escola pela rigidez no controle do cofre, já está escalado como possível ministro da Fazenda de seu governo, caso eleito. A plataforma de Aécio talvez soe subversiva aos ouvidos daqueles que aparelharam o Estado, degradaram estatais e não querem perder o status quo. Mas é notável a carga simbólica da claque desse presidenciável em meio aos que sonham com um país desenvolvido, empenhado em superar suas limitações.IstoÉ Dinheiro - O dia em que Aécio encontrou o PIB
Pré-candidato do PSDB à Presidência da República, o senador mineiro Aécio Neves apresenta a empresários as suas principais propostas econômicas. E sai de São Paulo aplaudido de péPor Luís Artur NogueiraA insatisfação com os rumos da economia brasileira não é um fenômeno restrito aos investidores do mercado financeiro, cuja reação nas últimas semanas tem sido a de comprar papéis na mesma velocidade em que surgem rumores de queda da popularidade da presidenta DilmaRousseff. A inércia do governo federal, que não consegue promover um diálogo franco com o setor produtivo nem virar o jogo das expectativas econômicas, está claramente deixando inquietos os empresários, que buscam na oposição um futuro promissor para os seus negócios.Na segunda-feira 31, em um rápido movimento oportuno, o senador por Minas Gerais Aécio Neves, neto do presidente Tancredo Neves e pré-candidato do PSDB à Presidência da República, atraiu a atenção de mais da metade do PIB privado brasileiro em dois eventos promovidos pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais), em São Paulo. Neles, o senador mineiro transmitiu a mensagem exata que soou como música aos ouvidos corporativos e, praticamente, selou o apoio da maior parte da classe empresarial à sua campanha. Por volta do meio-dia, centenas de homens engravatados e executivos em trajes formais se aglomeravam no saguão do Hotel Grand Hyatt, na zona sul da capital paulista, à espera do político tucano.A presença recorde de 518 convidados já era um indicativo do interesse que a palestra de Aécio despertava. Ainda no aperitivo, antes de entrar no auditório principal, empresários e executivos de grandes companhias conversavam, com um indisfarçável sorriso, sobre como seria o Brasil nos próximos quatro anos em caso de vitória da oposição. “Já escrevi a minha pergunta sobre como o Aécio pretende corrigir os preços de energia, gasolina e transporte público sem explodir a inflação”, disse Davide Marcovitch, presidente do Grupo Moët Hennessy na América Latina, que se sentou à mesma mesa do diretor-geral da Dell no Brasil, Luis Gonçalves.“Quero conhecer as alternativas que talvez ainda não estejam no nosso radar”, afirmou Gonçalves. Ao iniciar sua palestra, Aécio demonstrou estar inteiramente à vontade naquele ambiente. Dispensou a formalidade das apresentações em PowerPoint e falou durante 45 minutos sob os olhares atentos da plateia, que degustava o frugal salmão servido como prato principal. Na abertura, falou sobre a “indignação” dos brasileiros com o atual momento do País. Ao contrário do que costumam fazer os seus adversários, o tucano não ignorou os acertos deles, em particular do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Mas agora precisamos de correção de rumo”, afirmou.A despeito da deferência com Lula, com quem sempre manteve relações cordiais quando esteve à frente do governo de Minas Gerais, Aécio, quase ao final de sua intervenção, adotou uma postura desafiadora em relação ao pleito de outubro. “Ouço sempre que pode haver até mesmo uma mudança de candidatura no campo governista. Eu quero dizer aqui: não importa se será o presidente Lula ou a presidente Dilma”, afirmou. “O que precisamos é de uma mudança de modelo econômico.” Mas foram suas propostas para a economia que mais lhe renderam aplausos. Na área fiscal, Aécio criticou a explosão dos gastos públicos e prometeu cortar pela metade a quantidade de ministérios – atualmente são 39.“É fundamental enxugar a máquina pública”, diz Flávio Rocha, presidente da Riachuelo e do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV). “Não é sustentável o gasto crescer acima do PIB.” Aécio prometeu ainda apresentar um plano para reduzir a carga tributária logo nos seis primeiros meses de um eventual mandato. A ideia, no caso, é criar, já no dia da posse, uma supersecretaria de duração transitória, encarregada de apresentar uma proposta de simplificação fiscal e tributária. Ele insistiu, também, na importância da lei de responsabilidade fiscal, que não deve ficar restrita aos Estados e municípios.“Prometo aos senhores que a lei de responsabilidade será estendida ao governo federal.” O senador não deixou de comentar a atual situação da Petrobras, que recebe críticas por conta de sua gestão em refinarias nos Estados Unidos, no Japão e na Argentina, e o controle de preços da gasolina e do diesel promovido pelo governo federal. “Vamos reestatizar a Petrobras”, afirmou Aécio, salientando que vai tirar os políticos que ocupam cargos na estatal. “A Petrobras não é instrumento de política econômica.” Ao lado do governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, ele ressaltou os resultados obtidos no Estado desde a sua primeira gestão, em 2003, e defendeu a concessão de bônus para os gestores eficientes.“Gostei da ideia de se adotar a meritocracia no serviço público”, afirmou Sônia Hess, presidente da Dudalina. No topo da lista atual de preocupações dos empresários estão a inflação e os seus impactos em 2015. A alta dos preços tem, inclusive, obrigado o Banco Central a elevar os juros (leia reportagem AQUI). Aécio criticou o controle de preços de energia, combustíveis e transporte público e garantiu que “a tampa da panela de pressão será aberta”. Na avaliação do presidente da Boa Vista Serviços, Dorival Dourado, o próximo governante precisa ter a mesma atitude das empresas privadas. “A eficiência operacional, a racionalização dos custos e as melhorias de processo devem fazer parte da pauta de qualquer governo”, diz o executivo.O pré-candidato do PSDB também criticou a política comercial dos governos petistas e prometeu aprimorar o Bolsa Família. Ao término do seu discurso, a plateia, de pé, o aplaudiu durante 34 segundos. “Em dez anos de eventos, nunca vi um convidado ser aplaudido de pé”, diz João Doria Jr., presidente do Grupo Lide. Aécio ainda levaria mais dez minutos até conseguir deixar o salão principal, tamanho o assédio dos empresários – alguns até fizeram “selfies” ao lado do senador. No cafezinho e na longa espera do serviço de valet, a palestra continuaria sendo comentada – com satisfação, diga-se – pelos convidados.CARTA COMPROMISSO A investida de Aécio sobre o PIB empresarial teria ainda uma segunda etapa. À noite, na residência do presidente do Lide, João Doria Jr., no bairro nobre do Jardim Europa, o pré-candidato tucano se encontraria com um grupo de 150 pesos-pesados do setor produtivo. Entre os convidados, líderes do setor financeiro, como Luiz Carlos Trabuco (Bradesco), Rodrigo Xavier (Bank of America) e André Esteves (BTG). Da área de serviços e do varejo estavam diversos empresários, como Acacio Queiroz (Chubb Seguros), Chieko Aoki (Blue Tree Hotels), Claudio Lottenberg (Albert Einstein), João Pedro Paro Neto (Mastercard), Luiza Trajano (Magazine Luiza), Manoel Correa (Telhanorte), Marcos Eduardo Ferreira (Mafre) e Rômulo Dias (Cielo), além de Caco Alzugaray (Editora Três) e Fábio Barbosa (Abril), do ramo de comunicações.A indústria foi representada por nomes como o de Artur Piñeiro (BMW), Carlos Sanchez (EMS), Carlos Tilkian (Estrela), Carlos Terepins (Even), Fernando Bomfiglio (Souza Cruz), Francesco Abbruzzesi (Citroën), Guilherme Leal (Natura), Horácio Lafer Piva (Klabin), José Luis Cutrale (Cutrale), Jose Varela (3M), Paulo Campbell (Pepsico), Roberto Cortes (MAN) e Jorge Gerdau Johannpeter (Gerdau), que atualmente coordena a Câmara de Gestão e Planejamento do governo Dilma Rousseff. Por duas vezes, o empresário gaúcho referiu-se ao pré-candidato como presidente.Numa delas, Gerdau “exigiu” de Aécio uma carta compromisso de que dobrará a renda brasileira sem aumentar a carga tributária. Além de um discurso ainda mais informal, o jantar, preparado pela chef paulistana Morena Leite, do restaurante Capim Santo, apresentou um cardápio à altura dos convivas. Entrada de blinis de tapioca com surubim defumado, ravióli de abóbora recheado com queijo da Serra da Canastra e mignon de cordeiro, regados a vinhos como o Sancerre Comte Lafond Blanc 2010 e o Brunello di Montalcino 2006. Mas a peça de resistência da noite ficou por conta, mesmo, das duas surpresas reservadas aos participantes.A primeira foi a presença do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que dividiu com Aécio a cabeceira da mesa principal de 18 lugares e as atenções dos convidados. “Digo o quanto para mim têm sido importantes o seu apoio e os seus conselhos”, afirmou o senador ao “craque” FHC, como se referiu ao ex-presidente. A outra surpresa da noite foi o destaque dado ao ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, um dos inúmeros quadros com os quais o senador pretende contar em um eventual governo tucano e conquistar a confiança do mercado, segundo suas próprias palavras. Nas entrelinhas, ficou claro que Aécio já escolheu o seu ministro da Fazenda, em caso de vitória. Após responder a uma pergunta de Esteves, do BTG, o tucano pediu um complemento ao seu “ministro”. “Fala Armínio, para já ir se acostumando.”O ponto mais forte do discurso de Aécio, feito enquanto os convidados saboreavam macaron de baba de moça com sorvete de coco, tendo como pano de fundo uma parede forrada até o teto com telas do pintor Di Cavalcanti, foi político. “Defendo o mandato de cinco anos, sem reeleição, para que tenhamos paz para governar”, afirmou durante resposta à presidente do Instituto Ayrton Senna, Viviane Senna, que perguntara sobre reformas trabalhistas, tributárias e política. “Foi um discurso bem armado”, afirma Piva, do grupo Klabin. “O desafio é fazer com que essa mensagem chegue à população.” Nos dois eventos, os empresários mostraram-se entusiasmados com o que ouviram do pré-candidato. “Ele tem uma história bárbara em Minas Gerais”, disse Sônia Hess, da Dudalina.Ainda no almoço, o senador tucano receberia com indisfarçável satisfação o resultado de uma enquete, feita com voto secreto e eletrônico junto aos convidados do Lide. Do total dos participantes, 56% disseram que Aécio vai ganhar as eleições, 28% apostam na presidenta DilmaRousseff e 13%, no governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Sob condição de anonimato, muitos empresários admitem estar em busca de alternativas ao nome da presidenta Dilma, apontada como favorita nas pesquisas eleitorais. Ciente da inquietação empresarial, Aécio foi ao PIB e proclamou: “Se o preço de ajustar o País for ficar quatro anos com impopularidade, pagarei esse preço”, afirmou. “Que venha outro depois de mim.” Para os empresários, era como se as vozes deles estivessem finalmente ressoando em Brasília