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sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Por que votarei em Joao Amoedo? - Paulo Roberto de Almeida

Por que votarei em João Amoedo?

Paulo Roberto de Almeida
 [Objetivo: declaração de voto; finalidade: divulgação geral]


Não sou homem de partido, nunca serei. O que não quer dizer que eu não possa tomar partido por certas causas. Todos, absolutamente todos, na vida, tomamos partido todos os dias por alguma causa, alguma opção, alguma escolha ou preferência pessoal, ou mesmo coletiva, por algo que corresponda às nossas inclinações, desejos, percepções do que pode ser útil, gratificante espiritualmente, intelectualmente satisfatório ou mesmo materialmente benéfico, para nós mesmos, ou para os que nos são próximos, familiares, amigos, colegas ou parceiros em alguma condição social. 
Ou seja, sempre temos, conscientemente ou não, afinidades eletivas, isto é, empatia, com algo, com pessoas, com situações ou posturas, próprias ou de outrem, com aquilo com que nos identificamos, para resumir em uma expressão, essa sensação de partilha e de simpatia por algumas coisas, de preferência a outras. Assim ocorre também na vida política, pois ela permeia, quer queiramos ou não, toda a nossa condição de vida, a situação econômica, o conforto (ou desconforto) que sentimos em pertencer a uma determinada comunidade, de origem ou adquirida. A vida política está presente em cada momento das atividades cotidianas, pois acordamos e dormimos pagando por bens e serviços, impostos, taxas e contribuições: eletricidade, água, comunicações, provimento de bens essenciais, regulamentos quanto a transportes, trabalho, remuneração, poupança, investimento, viagens, tudo isso, do nascimento até a morte. Ou seja, ao viver em sociedade – e ninguém é eremita neste mundo, nem mesmo os pretensos eremitas – somos condicionados o tempo todo, cada segundo, por normas, leis, regulamentos, proibições e condicionalidades que nos são impostas pela política, em todas as dimensões desse termo.
Se quisermos resumir, a situação é a seguinte: somos todos prisioneiros de uma ordem, com a qual não necessariamente concordamos, mas que se impôs a cada um de nós, desde que viemos ao mundo, com todas as modificações subsequentes, passadas e futuras, e que nos acompanharão até o fim de nossas vidas, e depois continuarão se impondo aos nossos filhos, netos, descendentes. Somos absolutamente condicionados pela política, e dela não conseguimos escapar.
Eu, pessoalmente, dotado de um espírito bem mais libertário e contestador do que conformista e acomodado, considero essa situação como sendo horrível e opressiva. Regras me são impostas sem que eu tenha discutido e decidido o que elas seriam, o que elas são, as mais compatíveis (ou não) com meu estilo de vida, caráter, espírito, inclinações e desejos. Claro, não se pode ter tudo o que se deseja, mas se eu pudesse escolher meu modo de vida seria uma biblioteca recheada de milhões de livros (talvez a Library of Congress), com uma boa ducha num canto e uma máquina de café expresso no outro; o resto viria de acompanhamento, sem esquecer, claro, a melhor companhia de livre eleição (de preferência, a que eu já tenho, Carmen Lícia Palazzo, que lê ainda mais do que eu).
Pronto, estão feitas as minhas escolhas básicas, ainda não satisfeitas, claro. Mas pensemos no nosso Brasil. Você, caro leitor, está satisfeito com este nosso paisinho medíocre, com políticos corruptos no comando do Estado, com corporações tribais atuando como os mandarins do antigo Império do Meio, ou como a aristocracia do Ancien Régime, com capitalistas promíscuos alimentando a cupidez dos primeiros, apenas para continuar a extrair renda do resto da sociedade, em primeiro lugar do próprio Estado?
Eu não estou, mas sei que vai ser difícil mudar tudo isso, libertar o Brasil desse bando de sanguessugas oficiais, desses marajás arrogantes, que se acham no direito de espoliar toda a sociedade para continuar desfrutando de suas mordomias indecentes, desses empresários que vivem grudados nas tetas do Estado, sem qualquer remorso ou vergonha por proceder como rentistas inconfessos. Vai ser difícil, mas nada mudará se não nos mobilizarmos para acabar com esse festival de deformações que foram sendo acumuladas ao longo tempo, enquanto a pátria dormia distraída, e os oportunistas se mobilizavam para capturar a riqueza criada duramente por empresários honestos e simples trabalhadores do setor privado. 
Acredito que nem tudo se fará rapidamente e nada acontecerá do dia para a noite. Mas é preciso começar a mudar, e antes de mais nada as mentalidades. Aquela que herdamos de nossos ancestrais, baseada em “ismos” inaceitáveis, precisa ser aposentada pelo voto, para que possamos inaugurar uma nova fase na vida publica.
Em lugar de patrimonialismo, meritocracia; em lugar de protecionismo, abertura econômica e liberalização comercial; em lugar desse nacionalismo tosco, um patriotismo sem qualquer ingenuidade; em lugar de dirigismo, liberdades econômicas as mais amplas; em lugar de estatismo, livre iniciativa com regulações mínimas, estritamente necessárias a proteger o direito de cada um também se lançar nos negócios; em lugar de intervencionismo doentio, livre arbítrio no plano individual, com plena responsabilização dos agentes privados; em lugar cotas raciais ou exclusivismos religiosos, verdadeira integração de todas as raças, cores e religiões, abolição total do apartheid racialista que pretendem nos impingir os verdadeiros racistas, em nome de uma justiça social que deve ser conquistada pelo acesso igualitário a escolas de boa qualidade para todos; em lugar da extorsão tributária, um regime de Estado mínimo, com serviços individuais e coletivos oferecidos o mais possível em bases de mercado; em lugar de concessões, privilégios e reservas de mercado, abertura total à livre concorrência, ou seja, competição desenfreada aos ofertantes de quaisquer serviços ou bens de consumo, sem barreiras à entrada de novos competidores; liberdade a mais plena possível para que os indivíduos possam viver de acordo com a sua consciência, sem atentar contra direitos ou garantias de terceiros, sem que quaisquer tipos de fundamentalismos, de ordem moral ou religioso, venha cercear o direito de conduzir nossas vidas de acordo com o que consideramos correto, adequado e necessário; total liberdade de escolher as melhores moedas para nossas transações de mercado, sem mais monopólios e limitações à nossa liberdade de transacionar livremente com o resto do mundo; respeito a todas as crenças, proteção aos mais fracos e desvalidos, solidariedade conduzida de forma voluntária, sem que o Estado venha impor programas oficiais de assistencialismo demagógico.
Enfim, ouso resumir: liberdades as mais amplas, o exato contrário do que temos hoje no Brasil. Estas são as minhas reivindicações como cidadão, como eleitor, como simples trabalhador, tendo escolhido as profissões (duas) que me trazem mais satisfação pessoal, intelectual e espiritual: sou diplomata e professor, ou seja, um servidor do Estado e um mestre absolutamente voluntário de uma instituição privada. Gostaria que o “meu” Estado fosse menos burocrático, mais libertário – o que é, evidentemente, impossível –, mas que ele fosse, sobretudo, menos injusto para com os mais pobres, menos fascista no regulacionismo alucinante com que ele nos cerca, menos propenso a ser capturado por oportunistas, rentistas, corporatistas, demagogos, ladrões e meliantes de alto coturno. Tudo isso vai ser duro de conseguir, mas nada conseguiremos se não nos mobilizarmos a cada nova oportunidade de elegermos representantes e executivos.
Estamos próximos de uma nova oportunidade. Cabe não desperdiçá-la. Eu sei exatamente em quem NÃO votar: naqueles que exibem as más qualidades já devidamente denunciadas nos parágrafos anteriores. Mas sempre hão de existir bons candidatos, comprometidos, pelo menos parcialmente, com as coisas que valorizamos, ou que consideramos necessárias, para nós, para o Brasil.
Existem muitos, certamente, mas precisamos nos informar, buscar, selecionar, separar o joio do trigo (sem correr o risco de escolher o joio, claro), pesquisar com todo cuidado o currículo de cada um dos candidatos, e fazer as escolhas certas no momento devido. Por tudo isso que escrevi nos parágrafos precedentes, meu candidato preferencial no primeiro turno das eleições presidenciais é João Dionísio Amoedo, assim como também serão, nas legislativas, os candidatos do Partido Novo – o que mais se identifica com o que penso – mas também candidatos de outros partidos que, no plano puramente individual, dos valores e princípios, se aproximem um pouco, se possível bastante, com algumas coisas já explicitadas acima.
Não votem nulo, em branco, não se ausentem das eleições. Esse é o meu pedido a todos. Quem deixar de votar, precisa estar consciente, de que estará contribuindo para a eleição dos piores, dos bandidos que vão continuar a roubar todos nós, pois são esses que dispõem de caixa 2, de cabos eleitorais, que vão usar e abusar da demagogia política e do populismo econômico. O não voto também é uma escolha: o ausentismo, a renúncia a contribuir para a construção de um Brasil melhor, o conformismo com a continuidade de todas as bandalheiras que já existem, e que continuarão a existir se renunciarmos a fazer as boas escolhas.
Vote consciente, vote certo, vote para mudar o Brasil.
O meu voto, no primeiro turno, é João Amoedo, junto com outros candidatos aos cargos proporcionais e legislativos. No segundo também, se isso for possível. Depois verei o que fazer. Uma coisa é certa: não serei um cidadão passivo e conformado: meu espírito anarco-libertário não o permitiria. 
Vale!
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 3 de agosto de 2018

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