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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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quinta-feira, 5 de março de 2020

Comunicado do Partido Novo: João Amoedo deixa a presidência

Comunicamos que João Amoêdo deixa hoje (05/03) o Diretório Nacional e o cargo de presidente nacional do Partido Novo, sendo substituído na presidência por Eduardo Ribeiro, atualmente integrante do Diretório Nacional, diretor executivo da Fundação Brasil Novo e ex-presidente do Diretório Estadual de Santa Catarina.
Eduardo foi eleito por unanimidade pelos demais membros do Diretório Nacional, em conformidade com o estabelecido no Estatuto do NOVO. Ele é catarinense, empresário, formado em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Federal de Santa Catarina e tem toda a sua atuação profissional voltada ao setor de saúde.
João Amoêdo permanecerá na Fundação Brasil Novo, como membro do Conselho Curador e como filiado, divulgando e defendendo os princípios e valores do NOVO. Ele escreveu uma carta que pode ser lida aqui.
O NOVO agradece todo o inestimável esforço de João Amoêdo, que se dedicou por quase uma década para a construção do partido.
O NOVO segue com o objetivo de se consolidar como uma instituição inovadora e diferenciada na política brasileira, crescendo com coerência, qualidade, sem atalhos, de forma sustentável, sem dinheiro do pagador de impostos e fiel aos seus princípios e valores.
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Renovação Na Presidência Do NOVO

5 De Março De 2020
Após 10 anos dedicados à idealização, construção e administração do NOVO, deixo hoje o Diretório Nacional do partido. Serei substituído, no cargo de presidente, por Eduardo Ribeiro, ex-presidente do diretório do NOVO de Santa Catarina e atualmente integrante do Diretório Nacional.
Acredito que toda instituição, baseada em valores e ideias, como é o NOVO, precisa de renovação nos seus comandos, para seguir amadurecendo e crescendo.
Em 2010, apesar da economia em alta e de nossas potencialidades como nação, não vislumbrava um futuro próspero para o nosso País. Tínhamos um Estado intervencionista, que cobrava altos impostos e devolvia péssimos serviços para a população. As oportunidades para a maioria eram poucas e os privilégios para poucos, eram muitos. Concluí que era preciso mudar o nosso modelo de Estado, e o único caminho seria pela política.
A partir daquele ano, decidi me dedicar, junto com um pequeno grupo, a criar uma plataforma política diferente, que atraísse novas lideranças e inovasse na forma de se fazer política. Era fundamental que esse projeto fosse baseado na criação de uma instituição que, com princípios e valores, invertesse a lógica em vigor na política tradicional. Os políticos dessa nova instituição deveriam ser pessoas admiradas pela população e, ao chegarem ao poder, ter como principal objetivo devolver o poder ao cidadão. Esse era o sonho. O legado que gostaríamos de deixar.
O trabalho, desde o início, se mostrou desafiador: a descrença da população com a política; a burocracia para a montagem de um partido; a associação e dependência de parte da nossa elite com status-quo e a falta de bons modelos foram alguns dos obstáculos enfrentados.
A história que se seguiu vocês já conhecem e fazem parte dela. Gostaria de agradecer por terem assumido esse árduo trabalho, saindo da indignação e partindo para a ação. Sempre acreditei que a frustração de não tentar seria maior do que a de não conseguir.
Com 4 anos e meio do nosso registro no TSE, somos ainda uma instituição jovem, mas que já apresenta resultados relevantes e serve como exemplo de boas práticas na política. Entretanto, somos e seremos continuamente testados e inúmeras vezes pressionados para utilizar atalhos e adotar procedimentos usuais da velha política. A separação entre a atuação política e a gestão partidária, uma das inovações do NOVO, e a nossa visão de longo prazo, são os antídotos para isso.
Temos que lembrar sempre o nosso objetivo primordial: melhorar de forma sustentável a qualidade de vida do maior número de pessoas, o mais rápido possível. Manter a coerência, a humildade e fazer o certo fazem parte do DNA do NOVO.
Deixo o diretório, mas continuarei atuando ativamente na vida política do País. Permanecerei na Fundação Brasil Novo, como membro do Conselho Curador, auxiliando as candidaturas que teremos e na defesa e divulgação dos nossos princípios e valores, contribuindo assim para o crescimento do Partido.
Gostaria de finalizar essa mensagem agradecendo a cada um de vocês que participaram e tornaram o NOVO uma realidade. Temos ainda um longo trabalho pela frente na construção de um País para ser admirado. Muito obrigado.
João Amoêdo

quarta-feira, 6 de março de 2019

Uma homenagem de Joao Amoedo e um pequeno segredo - Paulo Roberto de Almeida

Uma homenagem de João Amoedo e um pequeno segredo

Paulo Roberto de Almeida

Aproveito esta mensagem elogiosa do meu amigo João Dionisio Amoêdo, a quem agradeço a homenagem (texto transcrito in fine), para agora revelar um pequeno segredo, que cumpre contar por inteiro.
Estive com a equipe econômica do atual governo em meados de 2018, meses antes que o chanceler olavista fosse sequer cogitado pela equipe de Bolsonaro. Isso foi no escritório de Paulo Guedes, no RJ, com vários outros colegas que estão agora ocupando altos cargos, aos quais já conhecia desde algum tempo.
Quando entrei na sala, me receberam como se eu já fosse o futuro chanceler, o que descartei de imediato, com palavras quase iguais a estas (cito de memória):
"Não sou candidato a nada, só vim aqui conversar com vocês sobre economia e política externa. Não sou eleitor de Bolsonaro, não vou votar por ele, e sinceramente eu o acho um candidato muito fraco. Já tenho candidato no primeiro e no segundo turno e ele se chama João Dionisio Amoêdo."
Meus interlocutores ficaram um pouco chocados com a rudeza de minhas palavras, mas depois conversamos por aproximadamente duas horas, e eu tive de corrigir certas percepções deles sobre o Mercosul, sobre o Itamaraty e assuntos correlatos.
Nos despedimos em bons termos, e eu continuei a enviar para eles alguns papeis que eu também havia feito especialmente para o João Dionisio Amoêdo, sem no entanto que eles tivessem sido refletidos no programa de Bolsonaro quando este foi elaborado.
Quando finalmente saiu esse programa, eu os cumprimentei pela parte econômica, que achei bem elaborada, mas critiquei duramente a parte, medíocre, horrível, pequena, sofrível, relativa à política externa, que achei indigna de um programa de governo para inserir o Brasil no mundo. Escrevi isso num paper que continha 3 páginas de críticas contundentes à mediocridade dessa parte, e mais 3 com propostas que me pareciam adequadas de política externa. Um dia vou revelar esse documento (mas ele já pode ter circulado por aí).
Depois que enviei esse documento, os membros da equipe econômica de certa forma “romperam” comigo, o que não me causou nenhum problema, pois eu não estava trabalhando, e não pretendia trabalhar para um governo Bolsonaro. Estava apenas colaborando voluntariamente com a equipe econômica.
Nunca mais falei com qualquer um deles, e assim permanece até hoje. Estou sempre aberto a colaborar com todos aqueles que pretendam fazer reformas reais no Brasil, segundo as minhas condições.
De toda forma, quero novamente agradecer ao João Dionisio Amoêdo as palavras abaixo, e confirmar-lhe que continuo partilhando da maior parte (não todas) das propostas do NOVO.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 6 de março de 2019

Homenagem de João Dionísio Amoedo, em postagem sobre uma das entrevistas que concedi na tarde de ontem:
Qualificação técnica, firmeza de princípios e coragem para falar o que pensa, são características do PRA. O governo erra ao afastá-lo. Ele deveria, ao contrário, ser mais ouvido e convidado a assumir responsabilidades ainda maiores.

PS.: Permito-me apenas uma pequena correção: não foi o “governo” que me demitiu, e sim o chanceler Ernesto Araújo, e não, como alegam os itamaratecas a seu serviço, porque eu tenha criticado pessoalmente o chanceler. Não é verdade. Eu critiquei, sim, e duramente, dois esteios desse governo, um que leva o nome Olavo, outro que leva o nome Bolsonaro. Foi isso. Não tenho culpa se o chanceler os admira e não estabeleço qualquer correlação entre uma e outra coisa. Eu os criticaria em qualquer hipótese, mesmo se o chanceler não tivesse com ambos quaisquer relações, de amizade, de admiração ou de distanciamento. PRA
  

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Por que votarei em Joao Amoedo? - Paulo Roberto de Almeida

Por que votarei em João Amoedo?

Paulo Roberto de Almeida
 [Objetivo: declaração de voto; finalidade: divulgação geral]


Não sou homem de partido, nunca serei. O que não quer dizer que eu não possa tomar partido por certas causas. Todos, absolutamente todos, na vida, tomamos partido todos os dias por alguma causa, alguma opção, alguma escolha ou preferência pessoal, ou mesmo coletiva, por algo que corresponda às nossas inclinações, desejos, percepções do que pode ser útil, gratificante espiritualmente, intelectualmente satisfatório ou mesmo materialmente benéfico, para nós mesmos, ou para os que nos são próximos, familiares, amigos, colegas ou parceiros em alguma condição social. 
Ou seja, sempre temos, conscientemente ou não, afinidades eletivas, isto é, empatia, com algo, com pessoas, com situações ou posturas, próprias ou de outrem, com aquilo com que nos identificamos, para resumir em uma expressão, essa sensação de partilha e de simpatia por algumas coisas, de preferência a outras. Assim ocorre também na vida política, pois ela permeia, quer queiramos ou não, toda a nossa condição de vida, a situação econômica, o conforto (ou desconforto) que sentimos em pertencer a uma determinada comunidade, de origem ou adquirida. A vida política está presente em cada momento das atividades cotidianas, pois acordamos e dormimos pagando por bens e serviços, impostos, taxas e contribuições: eletricidade, água, comunicações, provimento de bens essenciais, regulamentos quanto a transportes, trabalho, remuneração, poupança, investimento, viagens, tudo isso, do nascimento até a morte. Ou seja, ao viver em sociedade – e ninguém é eremita neste mundo, nem mesmo os pretensos eremitas – somos condicionados o tempo todo, cada segundo, por normas, leis, regulamentos, proibições e condicionalidades que nos são impostas pela política, em todas as dimensões desse termo.
Se quisermos resumir, a situação é a seguinte: somos todos prisioneiros de uma ordem, com a qual não necessariamente concordamos, mas que se impôs a cada um de nós, desde que viemos ao mundo, com todas as modificações subsequentes, passadas e futuras, e que nos acompanharão até o fim de nossas vidas, e depois continuarão se impondo aos nossos filhos, netos, descendentes. Somos absolutamente condicionados pela política, e dela não conseguimos escapar.
Eu, pessoalmente, dotado de um espírito bem mais libertário e contestador do que conformista e acomodado, considero essa situação como sendo horrível e opressiva. Regras me são impostas sem que eu tenha discutido e decidido o que elas seriam, o que elas são, as mais compatíveis (ou não) com meu estilo de vida, caráter, espírito, inclinações e desejos. Claro, não se pode ter tudo o que se deseja, mas se eu pudesse escolher meu modo de vida seria uma biblioteca recheada de milhões de livros (talvez a Library of Congress), com uma boa ducha num canto e uma máquina de café expresso no outro; o resto viria de acompanhamento, sem esquecer, claro, a melhor companhia de livre eleição (de preferência, a que eu já tenho, Carmen Lícia Palazzo, que lê ainda mais do que eu).
Pronto, estão feitas as minhas escolhas básicas, ainda não satisfeitas, claro. Mas pensemos no nosso Brasil. Você, caro leitor, está satisfeito com este nosso paisinho medíocre, com políticos corruptos no comando do Estado, com corporações tribais atuando como os mandarins do antigo Império do Meio, ou como a aristocracia do Ancien Régime, com capitalistas promíscuos alimentando a cupidez dos primeiros, apenas para continuar a extrair renda do resto da sociedade, em primeiro lugar do próprio Estado?
Eu não estou, mas sei que vai ser difícil mudar tudo isso, libertar o Brasil desse bando de sanguessugas oficiais, desses marajás arrogantes, que se acham no direito de espoliar toda a sociedade para continuar desfrutando de suas mordomias indecentes, desses empresários que vivem grudados nas tetas do Estado, sem qualquer remorso ou vergonha por proceder como rentistas inconfessos. Vai ser difícil, mas nada mudará se não nos mobilizarmos para acabar com esse festival de deformações que foram sendo acumuladas ao longo tempo, enquanto a pátria dormia distraída, e os oportunistas se mobilizavam para capturar a riqueza criada duramente por empresários honestos e simples trabalhadores do setor privado. 
Acredito que nem tudo se fará rapidamente e nada acontecerá do dia para a noite. Mas é preciso começar a mudar, e antes de mais nada as mentalidades. Aquela que herdamos de nossos ancestrais, baseada em “ismos” inaceitáveis, precisa ser aposentada pelo voto, para que possamos inaugurar uma nova fase na vida publica.
Em lugar de patrimonialismo, meritocracia; em lugar de protecionismo, abertura econômica e liberalização comercial; em lugar desse nacionalismo tosco, um patriotismo sem qualquer ingenuidade; em lugar de dirigismo, liberdades econômicas as mais amplas; em lugar de estatismo, livre iniciativa com regulações mínimas, estritamente necessárias a proteger o direito de cada um também se lançar nos negócios; em lugar de intervencionismo doentio, livre arbítrio no plano individual, com plena responsabilização dos agentes privados; em lugar cotas raciais ou exclusivismos religiosos, verdadeira integração de todas as raças, cores e religiões, abolição total do apartheid racialista que pretendem nos impingir os verdadeiros racistas, em nome de uma justiça social que deve ser conquistada pelo acesso igualitário a escolas de boa qualidade para todos; em lugar da extorsão tributária, um regime de Estado mínimo, com serviços individuais e coletivos oferecidos o mais possível em bases de mercado; em lugar de concessões, privilégios e reservas de mercado, abertura total à livre concorrência, ou seja, competição desenfreada aos ofertantes de quaisquer serviços ou bens de consumo, sem barreiras à entrada de novos competidores; liberdade a mais plena possível para que os indivíduos possam viver de acordo com a sua consciência, sem atentar contra direitos ou garantias de terceiros, sem que quaisquer tipos de fundamentalismos, de ordem moral ou religioso, venha cercear o direito de conduzir nossas vidas de acordo com o que consideramos correto, adequado e necessário; total liberdade de escolher as melhores moedas para nossas transações de mercado, sem mais monopólios e limitações à nossa liberdade de transacionar livremente com o resto do mundo; respeito a todas as crenças, proteção aos mais fracos e desvalidos, solidariedade conduzida de forma voluntária, sem que o Estado venha impor programas oficiais de assistencialismo demagógico.
Enfim, ouso resumir: liberdades as mais amplas, o exato contrário do que temos hoje no Brasil. Estas são as minhas reivindicações como cidadão, como eleitor, como simples trabalhador, tendo escolhido as profissões (duas) que me trazem mais satisfação pessoal, intelectual e espiritual: sou diplomata e professor, ou seja, um servidor do Estado e um mestre absolutamente voluntário de uma instituição privada. Gostaria que o “meu” Estado fosse menos burocrático, mais libertário – o que é, evidentemente, impossível –, mas que ele fosse, sobretudo, menos injusto para com os mais pobres, menos fascista no regulacionismo alucinante com que ele nos cerca, menos propenso a ser capturado por oportunistas, rentistas, corporatistas, demagogos, ladrões e meliantes de alto coturno. Tudo isso vai ser duro de conseguir, mas nada conseguiremos se não nos mobilizarmos a cada nova oportunidade de elegermos representantes e executivos.
Estamos próximos de uma nova oportunidade. Cabe não desperdiçá-la. Eu sei exatamente em quem NÃO votar: naqueles que exibem as más qualidades já devidamente denunciadas nos parágrafos anteriores. Mas sempre hão de existir bons candidatos, comprometidos, pelo menos parcialmente, com as coisas que valorizamos, ou que consideramos necessárias, para nós, para o Brasil.
Existem muitos, certamente, mas precisamos nos informar, buscar, selecionar, separar o joio do trigo (sem correr o risco de escolher o joio, claro), pesquisar com todo cuidado o currículo de cada um dos candidatos, e fazer as escolhas certas no momento devido. Por tudo isso que escrevi nos parágrafos precedentes, meu candidato preferencial no primeiro turno das eleições presidenciais é João Dionísio Amoedo, assim como também serão, nas legislativas, os candidatos do Partido Novo – o que mais se identifica com o que penso – mas também candidatos de outros partidos que, no plano puramente individual, dos valores e princípios, se aproximem um pouco, se possível bastante, com algumas coisas já explicitadas acima.
Não votem nulo, em branco, não se ausentem das eleições. Esse é o meu pedido a todos. Quem deixar de votar, precisa estar consciente, de que estará contribuindo para a eleição dos piores, dos bandidos que vão continuar a roubar todos nós, pois são esses que dispõem de caixa 2, de cabos eleitorais, que vão usar e abusar da demagogia política e do populismo econômico. O não voto também é uma escolha: o ausentismo, a renúncia a contribuir para a construção de um Brasil melhor, o conformismo com a continuidade de todas as bandalheiras que já existem, e que continuarão a existir se renunciarmos a fazer as boas escolhas.
Vote consciente, vote certo, vote para mudar o Brasil.
O meu voto, no primeiro turno, é João Amoedo, junto com outros candidatos aos cargos proporcionais e legislativos. No segundo também, se isso for possível. Depois verei o que fazer. Uma coisa é certa: não serei um cidadão passivo e conformado: meu espírito anarco-libertário não o permitiria. 
Vale!
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 3 de agosto de 2018