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sábado, 23 de julho de 2016

Manual de Economia para candidatos a carreira diplomatica - Samo Goncalves, Renato Bauman (livro disponivel na Funag)

Recomendo para todos, não apenas para os candidatos à carreira diplomática, mas para todas as carreiras em quaisquer áreas de trabalho:


NOVO MANUAL DE ECONOMIA

A FUNAG publicou o novo Manual do Candidato: Economia, de autoria dos professores Renato Baumann e Samo S. Gonçalves.

Espera-se que o candidato que aspira ingressar no Instituto Rio Branco possa encontrar no Manual, assim como nas referências bibliográficas indicadas após cada capítulo, fonte de conhecimento do instrumental básico/conceitual da teoria econômica e informações sistematizadas sobre as características da evolução recente da economia brasileira que o capacitem para um desempenho aceitável no processo de seleção. (Texto extraído da Apresentação da obra)

Baixe GRATUITAMENTE em http://goo.gl/4zFBJG

Saiba mais em http://goo.gl/cG4Qpc

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Concurso para a carreira diplomatica: perguntas bizarras e arbitrarias

Já tinha postado esta matéria do Correio Braziliense aqui, que volto a transcrever pois o problema permanece atual: a subjetividade de algumas questões colocadas aos candidatos. Eu provavelmente não conseguiria responder nenhuma delas e talvez tivesse sido reprovado.
Paulo Roberto de Almeida

Tradicionalmente um dos mais difíceis do país, o concurso para o Instituto Rio Branco - que forma os diplomatas brasileiros - está especialmente concorrido neste ano.

Cerca de 4.000 inscritos disputam apenas 18 vagas, com salário inicial de R$ 14.290,72. A seleção, que teve a primeira etapa no início de abril, entrou na segunda fase neste sábado e se encerra em 17 de maio.
Candidatos descontentes com os atuais critérios de seleção criaram no Facebook o grupo 'Por um CACD (Concurso de Admissão à Carreira Diplomática) mais objetivo'. Na sexta, o grupo contava 199 membros.
Eles querem que os formuladores da prova comentem os gabaritos e que as questões sejam elaboradas a partir de uma bibliografia, para evitar interpretações divergentes sobre os temas cobrados. Defendem ainda que, se os candidatos tiverem negados pedidos de revisão da prova, os examinadores justifiquem suas decisões.
Uma candidata que concorria ao exame pelo quarto ano seguido e não se classificou para a segunda fase diz ter desistido da carreira porque 'a prova se tornou muito subjetiva'.
Ela afirma ainda que boa parte dos conteúdos cobrados nos últimos concursos dificilmente será aplicada na carreira. A candidata cita a prova de inglês em 2013, em que se exigia a tradução do inglês para o português de um texto que mencionava diversos tipos de sons emitidos por pássaros.
O candidato deveria saber as palavras em português correspondentes aos termos 'cackle', 'croak', 'whistle' e 'squawk' - segundo o dicionário Michaelis, as traduções mais próximas são, respectivamente, 'cacarejar', 'coaxar', 'assobiar' e 'grasnar'.
Também pesaram - em sua decisão de desistir - os gastos que teria com mais um ano de preparação. Hoje, por causa da dificuldade da prova, grande parte dos aprovados no Instituto Rio Branco recorre a cursos preparatórios para o exame.
O curso mais popular, o Clio, cobra cerca de R$ 30 mil por cinco meses de aulas para todas as disciplinas exigidas no exame. A prova requer conhecimentos de geografia, história, português, política internacional, direito, economia, inglês, espanhol e francês.
Alguns candidatos concorrem ao exame quatro ou cinco vezes até serem aprovados. A maioria, porém, desiste de tentar a vaga após alguma reprovação.
O Ministério de Relações Exteriores disse que o rigor da seleção se deve ao grande número de candidatos. Segundo a pasta, outros concursos públicos para carreiras concorridas têm grau de dificuldade equivalente.
O ministério afirmou que a elaboração das provas é responsabilidade do Cespe (Centro de Seleção e de Promoção de Eventos), da UnB (Universidade de Brasília).
Em nota, o Cespe afirmou que a prova 'é estabelecida com base na complexidade e nas características do cargo público para o qual a seleção está destinada'.
— A explicitação da referida estrutura é feita no edital de abertura do certame, ao qual o candidato adere ao efetuar a sua inscrição. O Cespe/UnB esclarece, ainda, que os editais de abertura de todos os concursos, que contêm as regras que regem os certames, são definidos em comum acordo entre as instituições contratante e contratada.
Menos vagas
Nos últimos anos, outro fator tem desencorajado aspirantes a diplomata. Após contratar cem diplomatas ao ano entre 2006 e 2010, em movimento concomitante à abertura de embaixadas brasileiras no exterior, o Itamaraty vem reduzindo o número de admissões anuais.
O número de postos oferecidos neste ano, 18, é o menor desde que o Instituto Rio Branco passou a registrá-los, em 1996, quando 30 diplomatas foram contratados.
O Itamaraty disse à BBC Brasil que o número de vagas obedece a decisão do Ministério do Planejamento e reflete os esforços de contenção de gastos em todo o governo.
Porém, para Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas, as vagas ofertadas neste ano são insuficientes para atender às necessidades da política externa brasileira.
— O número, que é historicamente baixo, mostra que o governo atual não tem um compromisso muito sério com o projeto da política externa e não se importa muito com questões globais.
Corpos diplomáticos
Segundo Stuenkel, mesmo com a expansão de postos nos anos Lula, o Brasil segue com um dos menores corpos diplomáticos entre todos os países emergentes.
— A decisão de não continuar com a expansão tem consequências importantes, porque o Brasil não terá capacidade de analisar a situação em vários países e dependerá de análises de outros países, feitas conforme interesses diferentes dos seus.
Stuenkel elogia, contudo, o caráter meritocrático da seleção de diplomatas. Segundo ele, "o Itamaraty é o único ministério do governo brasileiro que um novo presidente não consegue encher com seus aliados".
A imunidade do órgão a apadrinhamentos e indicações políticas, diz ele, fez com que os diplomatas ganhassem boa reputação no país.
Por outro lado, afirma Stuenkel, num país desigual como o Brasil, a meritocracia acaba por privilegiar "um grupo bastante elitizado".
— O Itamaraty já mudou bastante, já tem uma composição étnica diferente, diplomatas de origem mais humilde. Mas, como todas as instituições de elite no Brasil, ainda não conseguiu refletir a diversidade da sociedade brasileira.
O Itamaraty diz que tem se esforçado para ampliar a diversidade étnica e social dos seus quadros. Por meio de sua assessoria de imprensa, o órgão citou seu programa de ação afirmativa, iniciado em 2002.
O programa concede bolsas para que candidatos negros se preparem para o concurso para o Instituto Rio Branco. Uma reportagem da BBC Brasil em 2012 revelou, porém, que apenas 2,6% dos candidatos aprovados desde o início do programa eram negros que se beneficiaram das bolsas
O professor Oliver Stuenkel questiona, ainda, o grande peso que se dá ao conhecimento acadêmico na seleção e formação de diplomatas no país.
Segundo ele, o trabalho do diplomata brasileiro se distancia cada vez mais da 'diplomacia clássica' e se aproxima de áreas técnicas do governo, como agricultura e educação.
'Isso requer pessoas com interesses diversificados e que idealmente tenham experiência de trabalho, e não só jovens academicamente brilhantes'.
Já para o diplomata e ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero, o concurso para diplomatas já atrai candidatos com formações e competências variadas.
— Há muita gente brilhante e que se destacou nas várias áreas de que o Itamaraty cuida, como comércio, meio ambiente e direitos humanos.
Ele defende que a formação de diplomatas continue privilegiando uma 'abordagem de cultura humanística geral'.
'Embora tenda a exigir uma especialização, a diplomacia é em grande parte uma atividade política, que exige uma personalidade dotada de cultura ampla para compreender outros povos e mentalidades'.
Quanto à diminuição de vagas nos últimos concursos, Ricupero diz se tratar de processo natural após o forte crescimento do ministério na gestão do então chanceler Celso Amorim (2003-2011).
— O Brasil já tem uma das maiores redes [diplomáticas] do mundo, não dá para continuar expandindo muito mais.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Concurso de ingresso na carreira diplomatica: cada vez mais arbitrario? - BBC Brasil

Ou cada vez mais alucinado?
Ou cada vez mais aloprado?
Acredito que não, mas algumas perguntas são impossíveis de serem respondidas por pessoas normais.
Eu, pelo menos, se dependesse dessas perguntas para ser admitido, provavelmente seria reprovado, a menos de "chutar" algumas respostas e ter sorte com isso...
Paulo Roberto de Almeida

Prova de seleção para diplomata revolta candidatos
João Fellet, da BBC Brasil em Brasília
BBC Brasil,  8 de maio, 2014

Em que ano a Indonésia e o Suriname se tornaram independentes? O que dizia a Lei Agamenon Magalhães, de 1945, que tratou do registro de partidos políticos no país? Quais os critérios para a classificação de exportações brasileiras por fator agregado?
Para que acertassem três questões da seleção em curso para a carreira diplomática, os candidatos deveriam saber responder as perguntas acima. Os critérios para a formulação da prova revoltaram postulantes ao cargo e trouxeram à tona um debate sobre a seleção de diplomatas no Brasil.
Tradicionalmente um dos mais difíceis do país, o concurso para o Instituto Rio Branco - que forma os diplomatas brasileiros – está especialmente concorrido neste ano.
Cerca de 4 mil inscritos disputam apenas 18 vagas, com salário inicial de R$ 14.290,72. A seleção, que teve a primeira etapa no início de abril, entrou na segunda fase neste sábado e se encerra em 17 de maio.
Candidatos descontentes com os atuais critérios de seleção criaram no Facebook o grupo "Por um CACD (Concurso de Admissão à Carreira Diplomática) mais objetivo". Na sexta, o grupo contava 199 membros.
Eles querem que os formuladores da prova comentem os gabaritos e que as questões sejam elaboradas a partir de uma bibliografia, para evitar interpretações divergentes sobre os temas cobrados. Defendem ainda que, se os candidatos tiverem negados pedidos de revisão da prova, os examinadores justifiquem suas decisões.
Uma candidata que concorria ao exame pelo quarto ano seguido e não se classificou para a segunda fase diz ter desistido da carreira porque "a prova se tornou muito subjetiva".
Ela afirma ainda que boa parte dos conteúdos cobrados nos últimos concursos dificilmente será aplicada na carreira. A candidata cita a prova de inglês em 2013, em que se exigia a tradução do inglês para o português de um texto que mencionava diversos tipos de sons emitidos por pássaros.
O candidato deveria saber as palavras em português correspondentes aos termos "cackle", "croak", "whistle" e "squawk" – segundo o dicionário Michaelis, as traduções mais próximas são, respectivamente, "cacarejar", "coaxar", "assobiar" e "grasnar".
Também pesaram - em sua decisão de desistir - os gastos que teria com mais um ano de preparação. Hoje, por causa da dificuldade da prova, grande parte dos aprovados no Instituto Rio Branco recorre a cursos preparatórios para o exame.
O curso mais popular, o Clio, cobra cerca de R$ 30 mil por cinco meses de aulas para todas as disciplinas exigidas no exame. A prova requer conhecimentos de geografia, história, português, política internacional, direito, economia, inglês, espanhol e francês.
Alguns candidatos concorrem ao exame quatro ou cinco vezes até serem aprovados. A maioria, porém, desiste de tentar a vaga após alguma reprovação.
O Ministério de Relações Exteriores disse que o rigor da seleção se deve ao grande número de candidatos. Segundo a pasta, outros concursos públicos para carreiras concorridas têm grau de dificuldade equivalente.
O ministério afirmou que a elaboração das provas é responsabilidade do Cespe (Centro de Seleção e de Promoção de Eventos), da Universidade de Brasília (UnB).
Em nota, o Cespe afirmou que a prova "é estabelecida com base na complexidade e nas características do cargo público para o qual a seleção está destinada".
"A explicitação da referida estrutura é feita no edital de abertura do certame, ao qual o candidato adere ao efetuar a sua inscrição. O Cespe/UnB esclarece, ainda, que os editais de abertura de todos os concursos, que contêm as regras que regem os certames, são definidos em comum acordo entre as instituições contratante e contratada."
Menos vagas
Nos últimos anos, outro fator tem desencorajado aspirantes a diplomata. Após contratar cem diplomatas ao ano entre 2006 e 2010, em movimento concomitante à abertura de embaixadas brasileiras no exterior, o Itamaraty vem reduzindo o número de admissões anuais.
O número de postos oferecidos neste ano, 18, é o menor desde que o Instituto Rio Branco passou a registrá-los, em 1996, quando 30 diplomatas foram contratados.
O Itamaraty disse à BBC Brasil que o número de vagas obedece a decisão do Ministério do Planejamento e reflete os esforços de contenção de gastos em todo o governo.
Porém, para Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas, as vagas ofertadas neste ano são insuficientes para atender às necessidades da política externa brasileira.
"O número, que é historicamente baixo, mostra que o governo atual não tem um compromisso muito sério com o projeto da política externa e não se importa muito com questões globais", ele diz à BBC Brasil.
Corpos diplomáticos
Segundo Stuenkel, mesmo com a expansão de postos nos anos Lula, o Brasil segue com um dos menores corpos diplomáticos entre todos os países emergentes.
"A decisão de não continuar com a expansão tem consequências importantes, porque o Brasil não terá capacidade de analisar a situação em vários países e dependerá de análises de outros países, feitas conforme interesses diferentes dos seus".
Stuenkel elogia, contudo, o caráter meritocrático da seleção de diplomatas. Segundo ele, "o Itamaraty é o único ministério do governo brasileiro que um novo presidente não consegue encher com seus aliados".
A imunidade do órgão a apadrinhamentos e indicações políticas, diz ele, fez com que os diplomatas ganhassem boa reputação no país.
Por outro lado, afirma Stuenkel, num país desigual como o Brasil, a meritocracia acaba por privilegiar "um grupo bastante elitizado".
"O Itamaraty já mudou bastante, já tem uma composição étnica diferente, diplomatas de origem mais humilde. Mas, como todas as instituições de elite no Brasil, ainda não conseguiu refletir a diversidade da sociedade brasileira".
O Itamaraty diz que tem se esforçado para ampliar a diversidade étnica e social dos seus quadros. Por meio de sua assessoria de imprensa, o órgão citou seu programa de ação afirmativa, iniciado em 2002.
O programa concede bolsas para que candidatos negros se preparem para o concurso para o Instituto Rio Branco. Uma reportagem da BBC Brasil em 2012 revelou, porém, que apenas 2,6% dos candidatos aprovados desde o início do programa eram negros que se beneficiaram das bolsas
O professor Oliver Stuenkel questiona, ainda, o grande peso que se dá ao conhecimento acadêmico na seleção e formação de diplomatas no país.
Segundo ele, o trabalho do diplomata brasileiro se distancia cada vez mais da "diplomacia clássica" e se aproxima de áreas técnicas do governo, como agricultura e educação.
"Isso requer pessoas com interesses diversificados e que idealmente tenham experiência de trabalho, e não só jovens academicamente brilhantes".
Já para o diplomata e ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero, o concurso para diplomatas já atrai candidatos com formações e competências variadas.
"Há muita gente brilhante e que se destacou nas várias áreas de que o Itamaraty cuida, como comércio, meio ambiente e direitos humanos."
Ele defende que a formação de diplomatas continue privilegiando uma "abordagem de cultura humanística geral".
"Embora tenda a exigir uma especialização, a diplomacia é em grande parte uma atividade política, que exige uma personalidade dotada de cultura ampla para compreender outros povos e mentalidades".
Quanto à diminuição de vagas nos últimos concursos, Ricupero diz se tratar de processo natural após o forte crescimento do ministério na gestão do então chanceler Celso Amorim (2003-2011).

"O Brasil já tem uma das maiores redes (diplomáticas) do mundo, não dá para continuar expandindo muito mais".

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Carreira diplomatica: Portaria abre o concurso de 2014: 18 vagas apenas

Atenção, interessados em seguir a carreira diplomática: foi publicada no Diário Oficial da União a portaria que estabelece as normas para o Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata de 2014.

PORTARIA N° 77, DE 13 DE FEVEREIRO DE 2014

O MINISTRO DE ESTADO, INTERINO, DAS RELAÇÕES EXTERIORES, no uso de suas atribuições, de acordo com o estabelecido no Decreto nº 6.944, de 21 de agosto de 2009 e tendo em vista o disposto nos artigos 1º e 5º do Regulamento do Instituto Rio Branco, aprovado pela Portaria de 20 de novembro de 1998, publicada no Diário Oficial da União de 25 de novembro de 1998, resolve:

Art. 1º. Ficam estabelecidas as normas que se seguem para o Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata de 2014.

Art. 2º. O Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata de 2014 constará, na Primeira Fase, de prova objetiva, de caráter eliminatório e classificatório, constituída de questões de Português, de História do Brasil, de História Mundial, de Geografia, de Política Internacional, de Inglês, de Noções de Economia e de Noções de Direito e Direito Internacional Público.
Parágrafo Único. Será estabelecida reserva de vagas na Primeira Fase para candidatos afrodescendentes.

Art. 3º. A Segunda Fase constará de prova discursiva eliminatória e classificatória de Português.
Parágrafo Único. Será estabelecida nota mínima para a prova de Português.

Art. 4º. A Terceira Fase constará de provas discursivas de: a) História do Brasil; b) Geografia e Política Internacional; c) Língua Inglesa; d) Noções de Economia; e) Noções de Direito e Direito Internacional Público; f) Língua Espanhola e Língua Francesa.
Parágrafo 1º. As seis provas da Terceira Fase terão peso equivalente.
Parágrafo 2º. Será estabelecida nota mínima para o conjunto das provas da Terceira Fase.

Art. 5º. Serão oferecidas, no Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata de 2014, 18 (dezoito) vagas para a classe inicial da Carreira de Diplomata.

Art. 6º. O Diretor-Geral do Instituto Rio Branco fará publicar o Edital do Concurso.

Art. 7º. O prazo de realização da primeira prova, com relação à data de publicação do Edital do Concurso, será reduzido para 48 (quarenta e oito) dias, nos termos do Art. 18, §2º. do Decreto nº 6.944, de 21 de agosto de 2009.

EDUARDO DOS SANTOS

http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=14%2F02%2F2014&jornal=1&pagina=39&totalArquivos=176

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Concurso do Itamaraty: ah, esse anti-imperialismo instintivo, esse antihegemonismo viceral...

Neste caso, o Itamaraty não tem a ver, diretamente, com a formulação das questões, embora devesse, talvez, se interessar pela natureza das questões, para ver se não há nada em contradição com a postura anti-hegemônica oficial. O redator, entusiasmado com os novos tempos, deve ter sido mais realista do que o rei, ou melhor, mais anti-imperialista do que a Casa mãe. Prova de que os sinais são confusos. Em todo caso, ele pensou estar contentando seus patrões, tão, tão, como diríamos?, engajados em certas causas anti-hegemônicas...
Mas neste caso específico, como deveria responder o candidato?
Se ele concordasse que a França é perversamente imperialista, ele poderia seguir essa assertiva. Mas se achasse, e esse era um direito seu, que a França só agiu motivada apenas por nobres intenções, ele responderia pela negativa. E, segundo o examinador, estaria errado, e perderia pontos.
Como saber, no entanto, qual a posição correta, já que dificilmente se pode certificar, subjetivamente, de uma posição ou outra? Ambas posições poderiam estar certas. Oh, God, dilema cruel...
Bizarro, pois não?
Remeter ao formulador não resolve a questão.
Paulo Roberto de Almeida

ITAMARATY
 Prova para Itamaraty faz crítica à França
FLÁVIA MARREIRO DE SÃO PAULO
Folha de S.Paulo, 22/08/2013 

Teste de candidatos a diplomata diz que intervenção no Mali visa proteger jazida de urânio

A intervenção militar liderada pela França no Mali "foi motivada, de fato, pela necessidade de proteção da zona de extração de urânio do vizinho Níger, que alimenta as usinas nucleares francesas."
A asseveração --contrastando com as notas do Itamaraty sobre o tema, que tratam Paris de forma bem mais suave-- era a resposta correta na prova aplicada a candidatos à carreira diplomática brasileira no último domingo.
Parte do teste múltipla escolha de geografia, a questão tem provocado controvérsia em fóruns de candidatos ao Itamaraty na internet, que prometem tentar anulá-la porque ela não se alinharia à posição oficial do Brasil.
"Achei o de fato' forte. [...] Na verdade, ofensivo. Se essa for a certa, mandamos para a embaixada da França e vamos causar uma tensão Brasil x França", brincou um candidato, num fórum.
Em janeiro, a França iniciou uma intervenção militar no Mali, colônia francesa até os anos 1960, para auxiliar no combate a grupos islâmicos. Alinhados à Al Qaeda, ameaçavam derrubar o governo do país da África ocidental.
A ONU havia aprovado uma intervenção, mas sob condições, como o treinamento prévio do Exército do Mali. Após apressar a ação, a França teve a chancela do Conselho de Segurança.
Oficialmente, o Brasil insiste que resolução da ONU tem de ser respeitada. A presidente Dilma Rousseff chegou a dizer, em janeiro, que a intervenção não deveria "reavivar antigas tentações coloniais". Mas nem Itamaraty nem Dilma falaram explicitamente de controle de reservas minerais, como citado no enunciado.
"É uma questão muito pouco diplomática. Preparo alunos há dez anos para a prova e é a primeira vez que vejo algo assim", disse à Folha Paulo Afonso Velasco, do Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro).
Velasco diferencia o caso da intervenção no Mali das ações no Iraque e na Líbia, às quais o governo brasileiro se opôs formalmente. "É mais uma possível saia justa com a França, um parceiro estratégico do Brasil, do que um erro. Mas a banca pode decidir anular para evitar um possível problema", diz. "Essa não é uma prova qualquer. É a prova para a escola de formação de diplomatas brasileiros, que vão amanhã negociar com a França."
Itamaraty disse que cabe ao elaborador da prova, o Cespe (Centro de Seleção e de Promoção de Eventos) ligado à UnB, manifestar-se.
A pasta citou notas oficiais do Brasil sobre o Mali e lembrou que o prazo para recorrer formalmente do gabarito da prova termina hoje.
A embaixada francesa no Brasil não quis se pronunciar.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Concurso do Itamaraty: at last!

Itamaraty abre edital com 30 vagas
Larissa Domingues e Lorena Pacheco
Correio Braziliense, 19/06/2013

O Itamaraty deu a largada para a seleção de novos diplomatas. O Instituto Rio Branco (IRBr) publicou ontem o edital com a oferta de 30 vagas — das quais duas para pessoas com deficiência — ao posto, que exige formação de nível superior em qualquer área. O salário é de R$ 13.623,19. O profissional é responsável por representar, negociar, informar e proteger os interesses do Brasil em países estrangeiros.
Os interessados podem se inscrever de 25 de junho a 9 de julho, pelo site www.cespe.unb.br, do Centro de Seleção de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe/UnB), a banca organizadora. A taxa de é de R$ 160. Serão quatro etapas de avaliação. Marcada para 18 de agosto, a primeira delas será a prova objetiva. Apesar de os candidatos serem lotados apenas em Brasília, as provas acontecerão em todas as capitais brasileiras. Em seguida, vêm duas fases discursivas e, por fim, a dos exames escritos de espanhol e francês.
Dicas
Os aprovados nesse processo seletivo assumem como terceiros-secretários enquanto fazem o curso de formação, que tem duração de três semestres. O professor João Daniel de Almeida, coordenador do curso Clio, sugere aos candidatos que, nos dois meses que faltam para a prova, se voltem para a revisão dos conteúdos, sobretudo aqueles com maior peso, que correspondem por 70% da nota: português, inglês, história do Brasil e política internacional.
Almeida ressalta que mesmo quem ainda vai começar a estudar tem chances. “O atraso na publicação do edital (que acontece, geralmente, entre dezembro e janeiro) criou uma ansiedade muito grande e fez com que muita gente que vinha se preparando desistisse. Esse é então um bom momento para quem está estudando a menos tempo concorrer, porque equilibra o nível de conhecimento”, explicou.

O professor destaca ainda que, apesar de ser reconhecidamente uma carreira para pessoas mais velhas, o perfil dos aprovados está mudando. Segundo ele, é cada vez mais comum o ingresso de pessoas entre 28 e 30 anos no curso de formação do Rio Branco.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Carreira Diplomatica: dicas, leituras, sugestões... - Paulo Roberto de Almeida

Semana sim, a outra também, sou acometido por ações conspiratórias, que visam subtrair-me de meu natural reservoso, todo ele dedicado a leituras, livros, jornais, revistas, sites, redação e reflexão, para tentar atender curiosidades suspeitas, pelo que faço e em relação ao que outros pretendem fazer.
Muita gente me escreve pedindo conselhos, dicas, sugestões de leituras e várias informações sobre a carreira diplomática, sobre o concurso de entrada e até sobre quanto se ganha nessa vida nômade, como são as férias e os fins de semana, o que fazemos quando não temos nada para fazer e por aí vai. Alguns até pretendem que eu faça o romance de minha vida e renuncie a qualquer copyright sobre ele, ou ela...
Enfim, a curiosidade humana, como outras coisas humanas também, é infinita e insaciável.
Como diria o Einstein.... bem, deixa para lá...
Sinceramente não tenho tempo para toda essa distração, e não preciso me repetir, pois já escrevi muito sobre tudo isso. Mas, as pessoas não buscam, nem no Google, e querem tudo mastigado.
Assim, eu recomendo duas coisas:
1) Ir ao meu site (www.pralmeida.org), nestas seções:
  • Carreira diplomática: algumas dicas

  • Profissionalização em RI e mercados
  • Tem também a possibilidade de busca, por palavras-chave, no retangulozinho que fica embaixo à direita, etc...

    2) Usar o instrumento de busca neste blog e colocar todas as palavras chaves que possam ser imaginadas, testadas, usadas, para satisfazer essa insaciável curiosidade: carreira diplomática, concurso do Itamaraty, ou quaisquer outras.
    Acho que deve dar umas 2 mil páginas de leituras divertidas, como se vê abaixo.
    Divirtam-se...(ou não).
    Paulo Roberto de Almeida

    Busca neste blog, por "carreira diplomática" (tem mais oito páginas)

    21 Mar 2013
    Esta retiro do excelente blog de meu colega de carreira e amigo, ex-embaixador de Portugal no Brasil, Francisco Seixas da Costa. Acredito que, mutatis mutandis, deveriam se aplicar os mesmos critérios no Brasil.
    21 Mai 2009
    Carreira Diplomática: respondendo a um questionário. Paulo Roberto de Almeida (www.pralmeida.org) Respostas a questões colocadas por graduanda em administração na UFSC. 1. Como você se sente por ter escolhido ...
    11 Mar 2010
    Meu colega Renato Godinho, atualmente residindo em Roma, preparou essas "Perguntas mais frequentes" sobre a carreira diplomatica varios anos atras, mas elas ainda parecem uteis, com alguns ajustes inevitaveis.
    02 Abr 2010
    Dois estudantes de um curso de Relações Internacionais São Paulo, me contataram para um trabalho acadêmico. Abaixo minhas respostas a seu questionário. Carreira Diplomática: um questionário acadêmico
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    terça-feira, 11 de junho de 2013

    Instituto Rio Branco: concurso 2013; deu chabu?

    O Instituto Rio Branco poderia, quem sabe?, colocar uma nota explicativa aos milhares de candidatos ao concurso para a carreira diplomática?
    O que existe, no momento, é uma nota burocrática, só lisível para quem adentrar nos arcanos deste link:

    http://sistemas.mre.gov.br/kitweb/datafiles/IRBr/pt-br/file/concurso/2013/crono_site_cacd.pdf

    E tem também uma Portaria convocando o concurso para o dia de São Nunca...


    quinta-feira, 5 de abril de 2012

    Concurso do Itamaraty: o CESPE hors concours (1)

    Bem, com a ajuda dos leitores deste blog, parece que vou ter de abrir uma seção toda ela dedicada aos erros do CESPE, no exame geral de início do concurso de seleção para a carreira de diplomata, especialmente voltada, mas não exclusivamente, para os erros de Português, como estes exemplos que me envia um leitor:


    Fora os erros supramencionados, houve erros de português grosseiros, que demonstram a falta de revisão. No enunciado da questão 8, o nome da autora está "ClariSSe Lispector". Na questão 61, um das questões diz "Sabendo-se que a função de serviços administrativos de determinado órgão público exiJe um computador para cada funcionário..." Lamentavelmente, o nível exigido dos candidatos está superior àqueles que redigem a prova. Uma falta de respeito! 

    Eu me pergunto o que fazem os professores do CESPE -- ou seja UnB -- que elaboram as provas, o que fazem os professores revisores, e o que fazem os diplomatas, supostamente revisores dos revisores, e aqueles que, por último, têm o dever de verificar a prova antes que ela seja aplicada.

    Ou seja, o erro que prejudicou tantos candidatos derivava de algo absolutamente estúpido: a inversão de letras na folha de resposta (ou na própria prova impressa, não tenho certeza agora). Mas o que estamos falando aqui são exemplos de erros primários.
    E eu ainda não entrei nas bobagens substantivas, ou politicamente motivadas...
    Paulo Roberto de Almeida 


    quarta-feira, 4 de abril de 2012

    Concurso do Itamaraty: erros graves do CESPE prejudicam milhares de candidatos, provavelmente todos

    Como ocorre com todo monopólio construído na base da troca de favores, e na suposta "especialidade" do fornecedor do serviço, o CESPE, que monopoliza as provas do concurso de ingresso para a carreira diplomática comete não apenas erros materiais -- alguns deles graves, como esse relatado abaixo -- mas sobretudo erros substanciais, com uma visão politicamente distorcida, muitas vezes enviesada dos processos diplomáticos, o que obriga os candidatos a tentar saber o que anda pela "cabeça" -- se o termo se aplica -- do formulador da questão, para tentar responder, não o que seria ou é o certo, mas o que seria correto nessa versão distorcida sobre alguns fatos históricos, sobretudo contemporâneos, e especialmente de certa época de nossa história recente.
    Eu já postei aqui reclamações de candidatos, que podem ter a correção de suas provas simplesmente inviabilizada pour erros graves na organização dos cadernos de respostas, sem falar, claro, dos erros substanciais que poderemos constatar por uma leitura da prova.
    Abaixo nova mensagem de um dos candidatos envolvidos, malgré lui, nessa triste questão, para o qual eu talvez só possa reafirmar o que já disse: burocratas arrogantes não vão querer corrigir o tremendo "malfeito" -- como diria certo personagem tristemente famoso -- e vão deixar o prejuízo todo para esses candidatos já prejudicados.
    Paulo Roberto de Almeida 


    Muito obrigado pela atenção, PRA!
    Nosso grupo está tentando evitar que eles simplesmente anulem essas 5 questões, uma vez que a anulação concede 5 pontos para todos os candidatos, igualando os que tiveram pontuação menor que 5 (porque erraram ou deixaram em branco) aos que acertaram todos os itens destas 5 questões. Embora pareçam insignificantes, 5 pontos representam aproximadamente 7% de uma prova em que os candidatos erram uma média de 10-12% para serem aprovados.
    Além de o CESPE e o IRBr estarem ignorando, muitos candidatos prejudicados são completamente céticos, e a imprensa não tem muito interesse porque "não dá leitura" esse tipo de notícia. Enfim, o fato de o Sr. ter-se solidarizado com nossa causa é de inestimável valor.
    Muito obrigado,
    [Nome]

    A mensagem anterior era esta aqui:

    On 01/04/2012, at 01:49, Anônimo wrote:

    Mensagem enviada pelo formulário de Contato do SITE.

    Nome: Anônimo
    Cidade:
    Estado:
    Email: @gmail.com
    Assunto: Opiniao

    Mensagem: Na prova da primeira fase do concurso do IRBr, no último domingo, havia, em vários modelos de provas, entre 1 e 4 questões com alterações na ordem dos itens (a saber, são as questões 7, 8, 15 e 55, mas no site do CESPE, obviamente, a ordem está correta no caderno modelo). Em algumas provas, apenas uma questão tinha problema. Em outras, as quatro estavam problemáticas. Por exemplo, os itens no caderno de provas poderiam estar na ordem “1 4 2 3”, enquanto no gabarito a ordem estava correta, “1 2 3 4”.
    Além disso, em uma questão de múltipla escolha (questão 24) estavam, em alguns cadernos, constando itens com as letras “a b c a b”, em vez da ordem natural, “a b c d e”.

    Pois bem, a confusão aumentou quando os fiscais, após um tempo considerável de prova, começaram a receber reclamações de candidatos que perceberam os erros. Daí em diante, enquanto em algumas salas os fiscais ignoraram o problema, calando-se, em outras eles disseram para preencher de acordo com a ordem da prova; em mais outras salas, diziam para responder de acordo com a ordem no gabarito, enquanto, talvez os piores casos, fiscais asseguravam em outras salas que as questões seriam todas anuladas, e que os candidatos deveriam tranquilizar-se e ignorar aquelas questões. Enfim, instruções contraditórias em cada local, causadas por falta de coordenação do CESPE.
    Como resultado, houve completa quebra de isonomia do concurso, com claro comprometimento de toda a prova, com alguns candidatos ignorando as questões, enquanto outros desesperaram-se buscando quais questões estariam com erro, e outros tantos sequer sabiam o que se passava – marcando o gabarito de maneir!
    a errada, por sua vez. Mais grave ainda, as instruções, por pior que fossem, foram passadas no momento em que vários candidatos já haviam marcado o gabarito definitivo. Isso tudo foi na parte da manhã. Na parte da tarde da
    prova, os candidatos foram recepcionados com uma mensagem padrão, novamente ambígua, escrita nos quadros de cada sala, a respeito de como proceder caso houvesse mais erros (nessa segunda etapa, “apenas” a questão 55 apresentou problema). Como a mensagem não era clara, vários procuraram os fiscais pedindo maiores explicações e, novamente, as instruções em cada sala foram contraditórias.

    Então chegamos à terça-feira, ontem, dia da divulgação do gabarito provisório da primeira fase. Embora tantos candidatos já cogitassem até a possibilidade de anulação do concurso, devido a toda a confusão no dia da prova, o gabarito simplesmente ignorou quase todos os problemas. Apenas a questão problemática de múltipla escolha (24) veio anulada. Todas as outras tiveram gabarito divulgado, como se nada tivesse acontecido. Como se não tivessem dito a vários candidatos que deveriam ter marcado de outra forma.
    Como se outros tantos não tivessem sido instruídos a ignorar as questões, já que lhes asseguraram que seriam anuladas.

    O fato é que, já no dia, alguns candidatos chegaram a protocolar reclamações por escrito no próprio local de prova; outros solicitaram inclusão de relato sobre o problema em ata exarada pelos fiscais. Outros, ainda, estão encaminhando processo judicial.

    sábado, 31 de março de 2012

    Concurso do Itamaraty: confusao na certa (e já sei o que vai dar...)

    Lamento terrivelmente, e me solidarizo com os candidatos prejudicados.
    Lamento também ter de lhes dar uma triste notícia: conhecendo o serviço público como eu conheço, burocratas jamais vão reconhecer o erro, e vão deixar o prejuízo com os prejudicados.
    Esse é o Brasil, esqueceram?
    Transcrevo abaixo mensagem muito bem escrita por um candidato, que me foi remetida anonimamente.
    Minha solidariedade e meus agradecimentos ao seu autor...
    Paulo Roberto de Almeida 



    Mensagem enviada pelo formulário de Contato do SITE.
    Nome: Anônimo
    Cidade: 
    Estado: 
    Email: xxxxxxxxx@gmail.com
    Assunto: Opiniao

    Mensagem: Na prova da primeira fase do concurso do IRBr, no último domingo, havia, em vários modelos de provas, entre 1 e 4 questões com alterações na ordem dos itens (a saber, são as questões 7, 8, 15 e 55, mas no site do CESPE, obviamente, a ordem está correta no caderno modelo). Em algumas provas, apenas uma questão tinha problema. Em outras, as quatro estavam problemáticas. Por exemplo, os itens no caderno de provas poderiam estar na ordem “1 4 2 3”, enquanto no gabarito a ordem estava correta, “1 2 3 4”. Além disso, em uma questão de múltipla escolha (questão 24) estavam, em alguns cadernos, constando itens com as letras “a b c a b”, em vez da ordem natural, “a b c d e”.

    Pois bem, a confusão aumentou quando os fiscais, após um tempo considerável de prova, começaram a receber reclamações de candidatos que perceberam os erros. Daí em diante, enquanto em algumas salas os fiscais ignoraram o problema, calando-se, em outras eles disseram para preencher de acordo com a ordem da prova; em mais outras salas, diziam para responder de acordo com a ordem no gabarito, enquanto, talvez os piores casos, fiscais asseguravam em outras salas que as questões seriam todas anuladas, e que os candidatos deveriam tranquilizar-se e ignorar aquelas questões. Enfim, instruções contraditórias em cada local, causadas por falta de coordenação do CESPE. Como resultado, houve completa quebra de isonomia do concurso, com claro comprometimento de toda a prova, com alguns candidatos ignorando as questões, enquanto outros desesperaram-se buscando quais questões estariam com erro, e outros tantos sequer sabiam o que se passava – marcando o gabarito de maneir!
    a errada, por sua vez. Mais grave ainda, as instruções, por pior que fossem, foram passadas no momento em que vários candidatos já haviam marcado o gabarito definitivo. Isso tudo foi na parte da manhã. Na parte da tarde da prova, os candidatos foram recepcionados com uma mensagem padrão, novamente ambígua, escrita nos quadros de cada sala, a respeito de como proceder caso houvesse mais erros (nessa segunda etapa, “apenas” a questão 55 apresentou problema). Como a mensagem não era clara, vários procuraram os fiscais pedindo maiores explicações e, novamente, as instruções em cada sala foram contraditórias.

    Então chegamos à terça-feira, ontem, dia da divulgação do gabarito provisório da primeira fase. Embora tantos candidatos já cogitassem até a possibilidade de anulação do concurso, devido a toda a confusão no dia da prova, o gabarito simplesmente ignorou quase todos os problemas. Apenas a questão problemática de múltipla escolha (24) veio anulada. Todas as outras tiveram gabarito divulgado, como se nada tivesse acontecido. Como se não tivessem dito a vários candidatos que deveriam ter marcado de outra forma. Como se outros tantos não tivessem sido instruídos a ignorar as questões, já que lhes asseguraram que seriam anuladas.

    O fato é que, já no dia, alguns candidatos chegaram a protocolar reclamações por escrito no próprio local de prova; outros solicitaram inclusão de relato sobre o problema em ata exarada pelos fiscais. Outros, ainda, estão encaminhando processo judicial.

    Concurso do Itamaraty: requisitos - SOS Concurseiro

    Não costumo frequentar blogs de concursos, e na verdade acho essa mania nacional deplorável, mas já estou na área, e já postei algo a respeito, vamos sintetizar o que se sabe...


    Como conquistar uma das 30 vagas para o Itamaraty

    Letícia Nobre e Carlos Bafutto
    SOS Concurseiro, sábado, 14 de janeiro de 2012
    como-conquistar-uma-das-30-vagas-para-o-itamaraty
    A diplomacia é uma daquelas carreiras dos sonhos. Além de trabalhar em diferentes países, em contato com culturas diversas, e representar o Brasil pelo mundo, quem segue a carreira diplomática tem a oportunidade de atuar em iniciativas que podem fazer a diferença para muita gente em projetos de cooperação e políticas internacionais. Os candidatos mais experientes sabem, no entanto, que este é um dos concursos mais exigem em termos de conteúdo. Eles também estão cientes de que a aprovação depende de muita dedicação e preparação, o que pode levar anos. Em 2012, o Itamaraty abrirá somente 30 oportunidades para o Instituto Rio Branco com remuneração inicial de R$ 12.962. O concurso será organizado pelo Cespe/UnB.



    Apesar do glamour que faz brilhar os olhos dos mais inexperientes, o conteúdo cobrado e o nível de exigência nas seleções representam um grande filtro de candidatos. Nos últimos três anos, o número de concorrentes não passou dos 9,2 mil em cada concurso. Em 2011, a concorrência foi de 276,15 inscritos por vaga (veja edital do último concurso). Uma disputa muito mais acirrada, por exemplo, do que a registrada no último vestibular para o curso de medicina da Universidade de Brasília (UnB), no qual cada candidato concorreu com outros 82 pelas vagas disponíveis.

    A seleção é feita todos os anos e o número de postos em missões diplomáticas brasileiras vem crescendo. De acordo com o Itamaraty, o governo federal abriu 20 novos postos somente no continente africano entre 2003 e 2011.  As regras que vão nortear o próximo concurso foram divulgadas na semana passada. Foram mantidas as quatro fases de provas bem como as disciplinas exigidas, o que não significa que as avaliações serão mais simples. Uma das fases mais temidas, porém, já não é realizada há algumas seleções: a prova oral.

    Longa batalha

    Luiz de Andrade Filho, de 29 anos, sabe bem como a preparação é longa: desde 2009 está estudando para conquistar uma das vagas para diplomatas. Além do curso preparatório específico para área, ele dedica de 20 a 25 horas semanais aos livros, exercícios e apostilas. Ele admite que os investimentos, até agora, foram elevados. “Já gastei o equivalente a um carro popular usado”, explica. No entanto, segundo o candidato, os investimentos e os anos de dedicação têm sido válidos. “Sinto que, a cada ano, estou mais perto. Já cheguei até as últimas fases em concursos anteriores, e espero ser aprovado em breve”, anima-se.

    A escolha pela carreira no Ministério das Relações Exteriores foi pensada quando Luiz optou por se graduar em Relações Internacionais. “Tinha isso em mente, mas não como a única opção. Acabei percebendo que era uma excelente opção de carreira, por poder me proporcionar o que chamo de ‘estabilidade instável’: ser servidor público e estar em constantes mudanças de país e fazendo novos amigos”.

    Confiante, o candidato já pensa em como será o trabalho após o curso de formação, que dura dois anos. “Será ótimo acompanhar a atual emergência do nosso país como um pólo importante de poder e, ao mesmo tempo, defender as ideias de um corpo diplomático reconhecido como um dos melhores do mundo”, afirma.

    Confira as etapas que Luiz e os demais candidatos devem passar para fazer parte do corpo diplomático brasileiro:
    Requisitos e etapas do concurso para diplomatas

    Concurso do Itamaraty: que vergonha, o CESPE errou feio, muito feio

    O mal parece que está feio, e a confusão vai ser grande.
    Não tenho a menor ideia do que ocorreu, pois estou fora do país e não tomei conhecimento da prova -- que sempre é maluca, em pelo menos um terço das perguntas -- e acho lamentável erros desse tipo. Sinal de desmazelo, rotina burocrática, ausência de controles de qualidade, enfim, tudo, sobretudo desrespeito aos candidatos.
    Acho que pode parar na justiça.
    Solidarizo-me com os atingidos.
    Vou tentar ver a prova.
    Paulo Roberto de Almeida

    Erro gráfico prejudica candidatos a diplomataerro-grafico-prejudica-candidatos-a-diplomata

    Letícia Nobre

    Nem o glamoroso concurso do Itamaraty está a salvo de denúncias de irregularidade. Um erro de impressão em quatro questões na prova de diplomatas, aplicadas no último domingo, provocou confusão e informações desencontradas. A seleção prevê o preenchimento de 30 vagas para terceiro secretário, cargo que tem remuneração inicial de R$ 12,9 mil. A concorrência foi uma das maiores dos últimos anos: 214,1 inscritos por vaga.

    As provas foram divididas nos turnos matutino e vespertino. De acordo com relato de candidatos ao SOS Concurseiro/Congresso em Foco, quatro perguntas tinham ordem errada de impressão das opções. Ou seja, ao invés da ordem alfabética “a, b, c, d”, os itens estavam aleatórios “a, c, d, b”, por exemplo. Houve casos também de questões foram da ordem número: em vez de "1, 2, 3, 4", as questões estavam numeradas como "1, 3, 4, 2", por exemplo. Ao perceber o equívoco, ainda pela manhã, muitos inscritos se manifestaram e solicitaram explicações aos fiscais de prova que responderam com alternativas desencontradas.

    “Uns informaram que nada poderiam fazer, que todas as instruções estavam no caderno de questões; outros disseram para ignorar o erro e preencher as respostas conforme aparecem os itens; e, ainda, houve fiscais que, para nos tranquilizar, garantiram que perguntas seriam anuladas”, comenta um candidato de 24 anos que fez prova no Rio de Janeiro e prefere o anonimato.

    Ao chegarem para a segunda etapa de provas, no período vespertino, os concorrentes encontraram avisos escritos nos quadros das salas de aula informando que houve um erro de impressão na questão 55. Novamente, as explicações mais confundiram que solucionaram o impasse.

    Nem todos os 6,5 mil inscritos concurso passaram por esse transtorno. Com a mescla de itens feita pelo sistema que criou cinco tipos de cadernos, houve variação na quantidade de questões com problemas de impressão. “No meu caso, apenas uma questão tinha problema. Em outros, as quatro estavam problemáticas”, relatou uma das concorrentes, que preferiu não se identificar. Ela realizou a prova “sequencial: 021” no Colégio Leonardo da Vinci, na Asa Norte, em Brasília e encontrou incoerência na questão 15, de Política Internacional.
    Na prova do Itamaraty, as questões estavam fora da ordem numérica

    Quebra de isonomia

    As reclamações dos candidatos em Brasília e no Rio de Janeiro configuram quebra de isonomia, segundo o professor Rodrigo Francelino. Para ele, o ideal seria a reaplicação das provas para todos os candidatos. “Estamos falando de um dos cargos mais importantes do Poder Executivo. Quando há uma discriminação na aplicação das provas motivada por um erro na gráfica, tem-se um problema, a quebra do princípio de isonomia”, explica.

    A melhor solução talvez fosse anular o concurso, mas o custo poderia ser muito alto. “Um concurso como este tem um alto custo. Desconheço os detalhes no contrato do MRE com o Cespe, mas reaplicar as provas poderia gerar um alto custo para o Governo”. Como alternativa para reestabelecer a igualdade de competição, ele sugere a anulação das questões que apresentaram desordem nos itens para todos os candidatos. ”É a opção mais coerente”.

    Investigação

    O Cespe/UnB, organizadora responsável pelo concurso garante que está investigando os relatos. Em nota, a empresa informou que “está averiguando as atas de sala de aplicação das provas da primeira fase do concurso [...] em busca de registros de incidentes durante a aplicação. Caso seja constatada alguma anormalidade, serão tomadas as devidas providências para evitar prejuízos aos candidatos”.
    A organizadora também esclareceu que “os candidatos contaram com período de interposição de recursos, das 9h do dia 28 às 18h do dia 29, relativos às questões da prova objetiva. A avaliação dos recursos será feita por banca competente, que analisará a necessidade de anulação de alguma questão”.