Como ocorre com todo monopólio construído na base da troca de favores, e na suposta "especialidade" do fornecedor do serviço, o CESPE, que monopoliza as provas do concurso de ingresso para a carreira diplomática comete não apenas erros materiais -- alguns deles graves, como esse relatado abaixo -- mas sobretudo erros substanciais, com uma visão politicamente distorcida, muitas vezes enviesada dos processos diplomáticos, o que obriga os candidatos a tentar saber o que anda pela "cabeça" -- se o termo se aplica -- do formulador da questão, para tentar responder, não o que seria ou é o certo, mas o que seria correto nessa versão distorcida sobre alguns fatos históricos, sobretudo contemporâneos, e especialmente de certa época de nossa história recente.
Eu já postei aqui reclamações de candidatos, que podem ter a correção de suas provas simplesmente inviabilizada pour erros graves na organização dos cadernos de respostas, sem falar, claro, dos erros substanciais que poderemos constatar por uma leitura da prova.
Abaixo nova mensagem de um dos candidatos envolvidos, malgré lui, nessa triste questão, para o qual eu talvez só possa reafirmar o que já disse: burocratas arrogantes não vão querer corrigir o tremendo "malfeito" -- como diria certo personagem tristemente famoso -- e vão deixar o prejuízo todo para esses candidatos já prejudicados.
Paulo Roberto de Almeida
Muito obrigado pela atenção, PRA!
Nosso grupo está tentando evitar que eles simplesmente anulem essas 5 questões, uma vez que a anulação concede 5 pontos para todos os candidatos, igualando os que tiveram pontuação menor que 5 (porque erraram ou deixaram em branco) aos que acertaram todos os itens destas 5 questões. Embora pareçam insignificantes, 5 pontos representam aproximadamente 7% de uma prova em que os candidatos erram uma média de 10-12% para serem aprovados.
Além de o CESPE e o IRBr estarem ignorando, muitos candidatos prejudicados são completamente céticos, e a imprensa não tem muito interesse porque "não dá leitura" esse tipo de notícia. Enfim, o fato de o Sr. ter-se solidarizado com nossa causa é de inestimável valor.
Muito obrigado,
[Nome]
A mensagem anterior era esta aqui:
On 01/04/2012, at 01:49, Anônimo wrote:
Mensagem enviada pelo formulário de Contato do SITE.
Nome: Anônimo
Cidade:
Estado:
Email: @gmail.com
Assunto: Opiniao
Mensagem: Na prova da primeira fase do concurso do IRBr, no último domingo, havia, em vários modelos de provas, entre 1 e 4 questões com alterações na ordem dos itens (a saber, são as questões 7, 8, 15 e 55, mas no site do CESPE, obviamente, a ordem está correta no caderno modelo). Em algumas provas, apenas uma questão tinha problema. Em outras, as quatro estavam problemáticas. Por exemplo, os itens no caderno de provas poderiam estar na ordem “1 4 2 3”, enquanto no gabarito a ordem estava correta, “1 2 3 4”.
Além disso, em uma questão de múltipla escolha (questão 24) estavam, em alguns cadernos, constando itens com as letras “a b c a b”, em vez da ordem natural, “a b c d e”.
Pois bem, a confusão aumentou quando os fiscais, após um tempo considerável de prova, começaram a receber reclamações de candidatos que perceberam os erros. Daí em diante, enquanto em algumas salas os fiscais ignoraram o problema, calando-se, em outras eles disseram para preencher de acordo com a ordem da prova; em mais outras salas, diziam para responder de acordo com a ordem no gabarito, enquanto, talvez os piores casos, fiscais asseguravam em outras salas que as questões seriam todas anuladas, e que os candidatos deveriam tranquilizar-se e ignorar aquelas questões. Enfim, instruções contraditórias em cada local, causadas por falta de coordenação do CESPE.
Como resultado, houve completa quebra de isonomia do concurso, com claro comprometimento de toda a prova, com alguns candidatos ignorando as questões, enquanto outros desesperaram-se buscando quais questões estariam com erro, e outros tantos sequer sabiam o que se passava – marcando o gabarito de maneir!
a errada, por sua vez. Mais grave ainda, as instruções, por pior que fossem, foram passadas no momento em que vários candidatos já haviam marcado o gabarito definitivo. Isso tudo foi na parte da manhã. Na parte da tarde da
prova, os candidatos foram recepcionados com uma mensagem padrão, novamente ambígua, escrita nos quadros de cada sala, a respeito de como proceder caso houvesse mais erros (nessa segunda etapa, “apenas” a questão 55 apresentou problema). Como a mensagem não era clara, vários procuraram os fiscais pedindo maiores explicações e, novamente, as instruções em cada sala foram contraditórias.
Então chegamos à terça-feira, ontem, dia da divulgação do gabarito provisório da primeira fase. Embora tantos candidatos já cogitassem até a possibilidade de anulação do concurso, devido a toda a confusão no dia da prova, o gabarito simplesmente ignorou quase todos os problemas. Apenas a questão problemática de múltipla escolha (24) veio anulada. Todas as outras tiveram gabarito divulgado, como se nada tivesse acontecido. Como se não tivessem dito a vários candidatos que deveriam ter marcado de outra forma.
Como se outros tantos não tivessem sido instruídos a ignorar as questões, já que lhes asseguraram que seriam anuladas.
O fato é que, já no dia, alguns candidatos chegaram a protocolar reclamações por escrito no próprio local de prova; outros solicitaram inclusão de relato sobre o problema em ata exarada pelos fiscais. Outros, ainda, estão encaminhando processo judicial.
Um comentário:
absurdo isso! vamos aguardar que a justiça seja feita...
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