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quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Fundo Soberano: mais um crime economico companheiro...

Dilapidando recursos do país numa coisa que nunca foi um fundo e muito menos soberano. Só mais uma das esquizofrenias econômicas dos companheiros. Enfim, um crime econômico dos piores que eles já cometeram. O Brasil deve ter perdido, por baixo, 5 a 7 bilhões de dólares nessa loucura.
Paulo Roberto de Almeida 

Brazil finds novel way to repair budget deficit 
Joe Leahy
Blog BeyondBrics, Financial Times, 24/09/2014

What is this? Brazil is withdrawing $1.5bn from its sovereign wealth fund to plug a hole in its budget.
President Dilma Rousseff justified the move saying the sovereign wealth fund was the equivalent of saving for a rainy day – and that a rainy day had arrived. With Brazil’s economy not growing, the government is missing its budget targets.

This from Itaú Unibanco:
In its 4th budget review of the year, the Planning Ministry reduced its GDP growth forecast to 0.9 per cent from 1.8 per cent and lowered expected revenues (net from transfers to state and municipalities) by R$10.5bn. This reduction was partially compensated by an expected withdrawal of R$3.5bn fromBrazil’s sovereign wealth fund… Our forecast for the primary fiscal surplus this year is 1.1 per cent of GDP (target: 1.9 per cent of GDP). The bulk of the difference from our forecast to the target is lower revenues.
Critics argue the sovereign wealth fund would be better used for investment in such a way as to avoid adding to inflationary pressures in the economy.
Marina Silva, Rousseff’s main challenger at elections on October 5, said the use of the fund to balance the public accounts “demonstrates clearly that the government has put at risk the country’s stability and growth.”
However, the government’s use of the funds to plug its budget deficit is unlikely to affect its electoral chances. Brazilian voters appear to be more concerned with jobs than with other macro-economic headlines. And unemployment is the one thing that is still going right for the government, with joblessness remaining low.
This and a determined campaign of attack by Rousseff against her chief electoral rival has helped the incumbent recover lost ground in the polls. This week, polls showed she is now numerically equal with or ahead of Silva in a second round run-off that would take place on October 26 if no candidate wins an outright majority.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Crimes economicos do lulo-petismo, e o gancho Mantega para o colunista Alexandre Schwartsman

Já prometi aqui escrever sobre os crimes econômicos do lulo-petismo, e na verdade já comecei por um dos maiores, quando a ocasião se ofereceu, ao lere uma matéria sobre o desastre que foi, e está sendo, o Fundo Soberano do Brasil, com imensas perdas para o país.
Prometo voltar ao assunto, pois tenho documentação sobre cada um, e eles são muitos e variados, dos crimes que desviaram bilhões do PIB brasileiro.
Atenção: não estou falando em crimes comuns, tipo fraude, roubo, desvio de dinheiro por métodos criminosos, enfim, tudo aquilo que se enquadra no Código Penal, e eles são incontáveis. Não sendo criminalista, nem penalista, sequer formado em direito, não tenho competência para me ocupar de crimes comuns, embora reconheça a existência de infinitos, na gestão companheira. Esses crimes comuns, por perversos que seja, por mais recursos que tenham desviado das contas nacionais -- na verdade, dos nossos bolsos -- devem ficar na esfera criminal, e não vou me ocupar deles.
Quando falo de crimes econômicos, quero me referir a todas as ações de políticas econômicas, conscientes ou não, voluntárias ou não -- e devemos também considerar que os companheiros são sumamente incompetentes, em qualquer coisa que empreendem -- estou falando de decisões perfeitamente legais (embora algumas estejam no limite da constitucionalidade, como o próprio Fundo Soberano, por exemplo) mas que causaram imensas perdas para o país.
E quando falo de PERDAS, não estou falando só do dinheiro atirado fora, em ações inconsequentes, mas estou falando também daquilo que os economistas chamam de custo-oportunidade, ou seja, todo o rendimento de um investimento alternativo que poderia ter sido feito com a decisão certa.
Mas, o artigo abaixo do meu colega Alexandre Schwartsman me permite relembrar alguns desses crimes econômicos. Onde ele vê sugestões para artigos, eu vejo lembranças para a minha série de crimes econômicos. Já tenho uma lista, e vou conferir para ver se esqueci algum.
Por enquanto fiquem com este artigo do Schwartsman, que também é um agradecimento aos que o apoiaram no caso insano da queixa-crime do bolivariano BC do Brasil.
Só num país fascista essas coisas poderiam acontecer: processo por opinião...
Paulo Roberto de Almeida

Fica, Guido!
Coluna: Alexandre Schwartsman
 Folha de S. Paulo, 10/09/2014

Para colunistas econômicos à busca de temas, presença de Mantega é uma garantia contra bloqueios criativos.

Alexandre Schwartsman, 51, é doutor em economia pela Universidade da Califórnia (Berkeley), ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central do Brasil, sócio-diretor da Schwartsman & Associados Consultoria Econômica e professor do Insper. Escreve às quartas nesta coluna.

Passei o fim de semana desnorteado. A presidente antecipou a demissão do ministro da Fazenda, que agora que desfruta da inédita condição de ex-ministro em atividade, com consequências funestas para a temperatura de seu cafezinho (pelo que me lembro, o café da Fazenda já era particularmente abominável; frio então...), assim como para qualquer iniciativa que ainda pretenda tomar no campo da política econômica.
Funestas serão também as implicações para minha vida de colunista. Desde que aceitei o convite para escrever uma vez por semana neste espaço, sempre me angustiei com o tema da coluna. Suores frios, insônia, o tique-taque implacável, o cursor piscando na tela em branco... Nestas horas, porém, sempre pude contar com a contribuição inestimável de Guido Mantega: quase toda semana ele me ofereceu, de forma mais que graciosa, ideias para meus artigos, ideias que, francamente, minha parca imaginação jamais atingiria.
O desmantelamento do tripé macroeconômico, por exemplo, rendeu dezenas de colunas. A possibilidade de avaliar a tal da "nova matriz macroeconômica", em particular prever seu fracasso com anos de antecedência (não estou me gabando: qualquer bom aluno de graduação chegaria às mesmas conclusões), foi imprescindível para o enorme sucesso desta coluna entre todos os meus 18 leitores.
Não foram poucas também as chances de detalhar as várias instâncias de contabilidade criativa: o fundo soberano, os empréstimos para o BNDES, a contabilização da venda de ações da Petrobras em troca de direitos de exploração de petróleo como receita da União e, mais recentemente, a "pedalada", entre tantos outros. Cada uma destas foi objeto de mais de um artigo e, para ser sincero, este veio ainda não se esgotou.
Isso sem contar as oportunidades únicas de comparação de declarações ministeriais prestadas em momentos distintos e geralmente contraditórias. No dia 30 de maio deste ano, por exemplo, ao comentar o pibículo do primeiro trimestre, o ministro disse que "a Copa do Mundo deve ajudar a melhorar a economia do país, e que o resultado do PIB no segundo trimestre provavelmente será melhor que no primeiro".
Confrontado, porém, com a queda do PIB no segundo trimestre e a revisão para baixo do desempenho no primeiro, "o ministro culpou o cenário internacional, a seca (...) e a redução de dias úteis em razão da Copa pelo resultado negativo da economia brasileira". Por outro lado, segundo ele, não devemos nos preocupar, pois "provavelmente vai chover muito em 2015"...
Desconfio ter me empolgado, mas, pelos exemplos acima deve ficar claro que a presença de Guido Mantega no Ministério da Fazenda é garantia contra bloqueios criativos, pelo menos no caso de colunistas econômicos à busca de temas. Não é outro o motivo da minha preocupação com a crônica da demissão anunciada.
Ao contrário da revista " The Economist", que tempos atrás pediu de forma irônica a permanência do ministro, apelando à psicologia reversa, eu sou franco em meu apelo, ainda mais porque se trata, como se viu, de matéria do meu mais profundo interesse.
Acredito, inclusive, que seria caso de mantê-lo como ministro qualquer que seja o resultado da eleição. Não é que eu deseje o mal do país, mas poderíamos deixá-lo na mesma posição que hoje ocupa, isto é, sem qualquer relevância para a formulação ou execução da política econômica; apenas para nosso entretenimento.
Agradecimento
Aproveito o espaço para agradecer às muitas expressões de apoio e solidariedade referentes à tentativa frustrada do Banco Central em abrir queixa-crime contra mim por críticas à política adotada pela instituição, refletida na taxa de inflação acima da meta bem como acima do intervalo de dois pontos percentuais ao seu redor.
Tivesse mais do que os cerca de 3.800 caracteres desta coluna, agradeceria a cada um pessoalmente; na impossibilidade, manifesto aqui minha gratidão a todos.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Crimes Economicos do Lulo-Petismo: a sabotagem do acordo de Alcantara - Rubens Barbosa

Os crimes econômicos do lulo-petismo não começaram apenas com a posse do guia genial dos povos, mesmo se eles foram intensos, continuados, repetidos desde janeiro de 2003. Eles começaram antes, como a sabotagem dos acordos de investimento e, sobretudo, o de salvaguardas tecnológicas com os Estados Unidos, para o uso comercial de Alcântara.
Esse foi um dos maiores crimes, pois cortou do Brasil a possibilidade de ganhar milhões de dólares com lançamentos comerciais e de, pouco a pouco, absorver tecnologia de formas variadas.
Os petistas, com outros nacionalistas de araque, bloquearam o acordo, como bloquearam outros, causando imensos prejuizos ao Brasil.
Vou dedicar-me agora a fazer a história dos crimes econômicos do lulo-petismo: eles atingem todos os setores do Brasil, causando milhões, bilhões de prejuizo, sem falar do custo-oportunidade.
Criminosos econômicos, é o que eles são, sem falar de outros crimes, claro, alguns até ao estilo Renascimento...
Paulo Roberto de Almeida


                                                MISSÃO NÃO CUMPRIDA
 Rubens Barbosa
O Estado de S.Paulo, 26/08/2014

O aproveitamento do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) e o desenvolvimento de veículos lançadores de satélites (VLS) são prioridades no âmbito do Programa Nacional de Atividades Espaciais do Ministério da Defesa.
A situação privilegiada da Base de Alcântara, no Maranhão, criada para lançamento de satélites, previa grandes perspectivas comerciais para o Brasil. A estratégica localização geográfica da base, situada a dois graus de latitude sul da linha do Equador, poderia permitir o lançamento de foguetes com 13% de economia de combustível em relação ao consumido em Cabo Canaveral, nos Estados Unidos, e com 31% comparado com Baikonur, no Cazaquistão.
          O funcionamento de um centro de lançamento competitivo permitiria a entrada do Brasil no importante nicho de mercado de satélites de telecomunicações e de meteorologia.
, porém, um detalhe importante. Um programa desse porte só será possível se houver um entendimento com o governo dos EUA para a negociação de um acordo de salvaguarda tecnológica. Mais de 85% dos satélites comerciais lançados no mundo são de propriedade de empresas americanas. A Base de Alcântara só poderá tornar-se viável comercialmente quando um novo acordo de salvaguardas entre o Brasil e os EUA tiver sido negociado, uma vez que, por razões ideológicas, o anterior nunca foi ratificado.
A oposição do PT a esse acordo, que iria regulamentar o uso comercial da base de lançamento de foguetes de Alcântara por empresas norte-americanas, na prática, excluiu o Brasil de um mercado anual de US$ 12 bilhões.
          Procurando contornar essa dificuldade, o Brasil está tentando desenvolver um VLS próprio, outro com a Ucrânia e conduzindo um programa de lançamento de satélites com a China. Anuncia-se para o dia 29, como parte desse esforço, o lançamento em Alcântara de foguete de sondagem, que pela primeira vez testará n Brasil combustível liquido embarcado.
Vale lembrar que, ainda no primeiro governo do presidente Lula, o Brasil assinou um acordo de salvaguarda tecnológica com a Ucrânia, bastante similar ao firmado com os EUA, e que foi rapidamente aprovado pelo Congresso. Apesar de seguir em vigor, o entendimento com a Ucrânia não teve qualquer conseqüência comercial para o Brasil em vista das dificuldades econômicas que atravessa aquele país e por restrições políticas por parte dos EUA.
Como de costume, é a ideologia acarretando prejuízo para o Brasil.
A grande ironia em todo esse affair é que, sem o acordo com os EUA, nem o programa com a Ucrânia poderá avançar apesar dos milhões de dólares investidos pelo Brasil. Telegramas da Embaixada dos EUA em Brasília, de janeiro de 2009, vazados pelo wikileaks, informam que o governo ucraniano pediu ao governo norte-americano que reconsiderasse a sua negativa de apoiar a parceria Brasil-Ucrânia para atividades na Base de Alcântara e permitisse que firmas americanas de satélite pudessem usar aquela plataforma de lançamentos. A resposta foi clara. Os EUA estão preparados para apoiar o projeto conjunto Brasil-Ucrânia, desde que o acordo de salvaguardas Brasil-EUA entre em vigor. Do contrário os EUA não apoiarão o programa brasileiro dos veículos de lançamento espacial.
          Não haveria dificuldades internacionais para o estabelecimento da base pelo fato do Brasil ser membro do Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis (MTCR, na sigla em inglês). O tratamento seria idêntico ao dispensado a outros países, como a Rússia e a China, que assinaram acordos de salvaguarda com os EUA.
Quando este acordo estiver em vigor e o CLA e o programa brasileiro de lançadores de satélites forem viabilizados, as equipes brasileiras que eventualmente ali trabalhassem, poderiam se beneficiar do conhecimento adquirido pelo contato com os técnicos prestando serviços na base e as empresas nacionais poderiam ampliar seus conhecimentos tecnológicos. 
           No final da visita do presidente Obama ao Brasil, em março de 2011, ficou decidido que os entendimentos sobre o acordo de salvaguarda seriam retomados com o objetivo de renegociar o texto para consideração do Congresso Nacional. Com isso poderia ser viabilizado o programa de lançamento de satélites com a Ucrânia e ficaria aberta a porta para a cooperação entre empresas brasileiras e norte americanas na área de lançamento de satélites tornando de fato efetivo o uso da Base de Alcântara. Com a divulgação da espionagem feita pela NSA na presidente Rousseff e a relação entre os dois países bastante dificultada, os entendimentos nem chegaram a começar e estão paralisados até hoje.
          Além dos problemas políticos, o programa espacial, dito prioritário, enfrenta não só uma crônica falta de recursos, como também a oposição dos quilombolas, que reclamam as terras adjuntas à área já ocupada pela Base.
Espera-se que, nos próximos quatro anos, sem preconceitos partidários e com razoável dose de pragmatismo, o futuro governo empreste ao programa espacial brasileiro uma efetiva prioridade. Com a conclusão da negociação do acordo de salvaguarda tecnológica com os EUA e com recursos financeiros adequados para garantir a continuidade dos esforços - que, por falta de apoio caminham com grande dificuldade - os programas poderão avançar e ser concluídos com êxito.
          Em agosto de 2003, sério acidente na Base de Alcântara paralisou o projeto por algum tempo e fez desaparecer uma elite técnica que conduzia o programa do veiculo lançador de satélite. O VLS-1, que estava sendo preparado, explodiu e matou 21 cientistas, adiando ainda mais o projeto de veículos lançadores de satélites que colocaria o Brasil numa posição competitiva no mercado de satélites comerciais.
          É urgente recuperar o tempo perdido.

Rubens  Barbosa, presidente do Conselho de Comercio Exterior da Fiesp 

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Maquiagem contabil: mais um dos crimes economicos do lulo-petismo -Editorial O Globo

Maquiagem das contas públicas
Editorial O Globo, 26/08/2914

Uma das causas do rebaixamento da nota de risco do Brasil, em março, pela agência Standard & Poor’s, a “contabilidade criativa” continua sendo aplicada para melhorar as aparências das contas públicas. Por reduzir a transparência da contabilidade oficial, ajudou naquela espécie de cartão amarelo recebido pela economia brasileira. Sob o impacto da má notícia, autoridades econômicas, na tentativa de restabelecer alguma confiança nas estatísticas oficiais, se comprometeram com um superávit primário de 1,9% do PIB, sem maiores contorcionismos contábeis.

Não cumprem a promessa, e há mesmo analistas que preveem que, sem contabilidade criativa, não haja, este ano, qualquer superávit, ou ocorra até algum déficit primário, um resultado muito ruim do ponto de vista da administração da dívida pública. Logo, com reflexos negativos no custo dos financiamentos externos ao Brasil.

A usina de criatividade que aparece na Secretaria do Tesouro já produziu efeito paradoxal de transformar endividamento público em receita primária — sempre para embonecar o superávit primário, a fim de transmitir aos mercados uma ideia de austeridade fiscal que na realidade inexiste. Isso acontece quando o Tesouro lança títulos para captar recursos, repassa-os ao BNDES, Caixa ou Banco do Brasil e estes antecipam o pagamento de dividendos ao Tesouro. Neste passeio, o dinheiro vai como proveniente de dívida e volta como lucro distribuído pelas estatais. Uma “lavagem”.

Outra manobra criativa, descoberta há pouco, tema de reportagem do GLOBO no sábado, é o Tesouro retardar repasses obrigatórios para, novamente, melhorar o superávit. Essas “pedaladas”, no jargão dos analistas, não chegam a ser novidade. Devido a elas, a rubrica “restos a pagar” costuma ser robusta nas viradas de ano: o Tesouro retém transferências no final de dezembro, para eles serem contabilizados apenas em janeiro, no novo exercício fiscal. A preocupante novidade é o aumento do volume dos atrasos em repasses que o Tesouro tem de fazer à Caixa Econômica, para ressarci-la pelo pagamento de benefícios como o Bolsa Família e seguro desemprego. Em entrevista exclusiva ao jornal, o secretário do Tesouro, Arno Agustin, negou qualquer artifício, tudo ocorreria normalmente no fluxo de créditos e débitos no relacionamento Tesouro/CEF.

O Ministério Público, por não concordar, aciona o Tribunal de Contas da União, e o próprio Banco Central faz consulta à Procuradoria-Geral da Fazenda sobre essas operações. Afinal, na prática, a CEF está financiando o Tesouro, algo proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Nem mesmo banco privado pode liberar crédito aos controladores.

O Tesouro usa um banco estatal assim como, no passado, governadores se valeram de bancos estaduais para criar moeda. Quebraram as instituições financeiras. Repetir hoje a manobra é abalar os alicerces da estabilização da economia.

sábado, 2 de agosto de 2014

Pequenos assassinatos econômicos do lulo-petismo: inflacao

Não classifico esta ação entre os crimes econômicos stricto sensu, talvez porque eu compreenda as dificuldades de um país que sempre conviveu com inflação alta, mas por isso eu chamo de pequenos (talvez grandes) assassinatos econômicos.
O fato é que o governo, caro leitor, encomenda, todo ano, uma perda de pelo menos 8 ou 10% de perda no seu poder de compra, que deve ser a média da sua "cesta de compras", que diferentemente da maioria dos brasileiros, compreende -- como cidadão incluído digitalmente -- serviços, ou seja, non-tradables, que geralmente têm uma taxa de inflação maior do que a cesta de bens tradables.
Desde 2005, o governo se recusa a abaixar a meta de inflação, o que corresponde à concepção econômica desses furtadianos de botequim, aplicando mal as prescrições de Celso Furtado, para quem era melhor ter um "pouquinho" de inflação, desde que isso garantisse crescimento, emprego e renda para os trabalhadores. Foi esse tipo de concepção que nos levou a surtor hiper-inflacionários, que não vão ocorrer novamente, mas que contribuem para mantê-la nesses patamares insuportáveis para todos, provocando greves e conflitos distributivos.
Pequenos assassinatos econômicos, como vários outros, sem esquecer os grandes crimes econômicos contra o povo brasileiro.
Paulo Roberto de Almeida

Brazil
Itaú Macroeconômica, 1/08/2014

The main highlight next week will be July’s IPCA consumer inflation, scheduled for Friday. We forecast a 0.09% gain, a low reading but still consistent with twelve-month inflation increasing to 6.59% from 6.52% in the previous month. The main upward contribution is expected to come through housing items (+0.17pp to the monthly gain), because of rising energy prices. On the other hand, we expect deflation in prices of foods (contributing with -0.05pp) and transportation (-0.14pp).

We currently forecast IPCA inflation at 6.5% by year-end, but recent deflation in producer price indexes, weaker economic activity, a stronger exchange rate and declining global grain prices all entail a more favorable balance of risks for inflation throughout the second half.

On the activity front, ANFAVEA vehicle production for July (Wednesday) will be the main release. We forecast 240k, which means a 1.3% month-over-month seasonally-adjusted increase, after a 10.6% decline in the previous month. Due to the high volatility observed in the last two months (caused by the World Cup), a small deviation from our estimate may cause a substantial change in the seasonally-adjusted series. The SERASA retail index for July (Tuesday) is also noteworthy, because it is a good tracker of retail sales.

Crimes econômicos do lulo-petismo (0): estabelecendo a lista (aberta)

Crimes Econômicos do Lulo-Petismo

Paulo Roberto de Almeida

Introdução
São tantos os crimes econômicos cometidos pela gestão economicamente irresponsável do lulo-petismo que eu hesito em estabelecer uma lista fechada, pois eles são inúmeros, continuados, alguns que se encerraram contabilmente, mas que deixaram um enorme prejuízo atrás de si -- como por exemplo o catastrófico Banco Popular do Brasil, que só fez publicidade, desviou recursos e fechou melancolicamente -- e outros que continuam provocando prejuízos pelo futuro previsível (como a gestão criminosa da Petrobras).
Este post leva o número 0, depois do anterior, número 1, sobre o Fundo Soberano do Brasil, porque justamente trata-se de fazer uma lista tentativa, o que acabo de fazer, apenas ao fio da memória, como se diz, mas a lista está aberta a quem quiser contribuir.
Todos os itens abaixo estão documentados neste blog, nem sempre (ou raramente) sob esse epíteto de "crimes econômicos", geralmente apenas sob o próprio assunto da matéria, com ou sem comentários iniciais de minha parte.
Em todo caso, aceito colaborações para esta série, devidamente documentadas, ou seja, com evidências comprovadas ou circunstanciais que sustentem a acusação de crime econômico.
Este conceito não se refere apenas a crimes deliberados -- como eu acho que foi o de Pasadena, por exemplo -- mas a ações tomadas pelos incompetentes do PT que redundaram em perdas incomensuráveis ao país.
Mais uma vez, alerto: não estou considerando os crimes efetivos, tipo desvio de recursos, superfaturamento, corrupção ativa, falcatruas, extorsões e outros atos criminosos tipificados no Codigo Penal. 
Estou apenas tratando de atos e iniciativas "normais" de gestão econômica, que por incompetência, teimosia, ideologia, distorção mental, ignorância econômica, irresponsabilidade administrativa, redundaram em perdas imensas para o país e para todos os brasileiros.
Convido a todos se manifestaram para aumentar esta lista (ela ainda é reduzida, como todos veem).
Com seriedade, não com acusações levianas e não substanciadas.
Paulo Roberto de Almeida 

Lista aberta em 2/08/2014 (não exaustiva):
1) Expropriação aceita passivamente da refinaria da Petrobras na Bolívia
2) Revisão do Tratado de Itaipu e triplicação dos pagamentos ao Paraguai
3) Banco do Sul e Banco dos Brics (apenas assinados, ainda não integralizados)
4) Fundo Soberano do Brasil (ver a postagem a respeito)
5) “Investimentos” do BNDES
6) Política Industrial (várias, todas fracassadas)
6) Modificação da Lei de 1997 sobre a exploração de Petróleo e criação da estatal do pré-sal
7) Biodiesel com base na mamona e na agricultura camponesa
8) Congelamento dos preços da gasolina (e seus efeitos sobre o etanol)
9) Multiplicação dos gastos com a refinaria Abreu e Lima, PE
10) Sobre-preços não explicados com a refinaria Pasadena, Texas,
11) Banco Popular do Brasil (já encerrado, com prejuízo)
12) Transposição de Águas do São Francisco (ainda não parou de causar perdas)
13) Prorrogação da Zona Franca de Manaus até 2073
14) Destruição econômica do Mercosul (conjunto de ações continuadas)
15) Criação de estatais inúteis (fazer a listagem das empresas criadas)
16) Desconstrução e aparelhamento das agências setoriais
17) Manipulações e maquiagens contábeis no Tesouro Nacional
18) Empréstimos secretos a Cuba e a Angola
19) Conteúdo nacional em compras governamentais
20) Aceitação de até 25% de sobre-preço em compras governamentais nacionais
21) Mecanismo de redução insustentável das tarifas de eletricidade
22) contando...

Crimes economicos do lulo-petismo (1): o Fundo Soberano do Brasil

Dentre todos os crimes econômicos do lulo-petismo - e eu não estou considerando as patifarias deliberadas, que são muitas, apenas os erros catastróficos de gestão - este avulta como um dos maiores, disputando acirradamente o primeiro lugar com as incompetências no setor de energia (todas as formas: eletricidade, combustíveis, exploração de petróleo, etc), os gastos inacreditáveis com as refinarias (Pasadena, Abreu e Lima, Maranhão), os "investimentos" do BNDES ou a ainda mais inacreditável transposição das águas do São Francisco.
Começa que o FSB não é um Fundo, não é Soberano e tampouco é do Brasil, sendo mais apropriadamente uma Falcatrua Surpreendente dos Bolcheviques do PT, uma inacreditável história de incompetência, de má gestão e desastres sucessivos, que causaram um imenso prejuízo contábil efetivo, e uma outra perda incomensurável, pouco aferível, do lado do custo-oportunidade. Começa pelo fato de que o Brasil, comparado a todos os demais países que mantêm FSs, é justamente um país que reúne todas as condições para NÃO ter um FS. Ele não tem nem superávit fiscal, nem de transações correntes. De onde saíram os recursos para o FSB? Como é que um país, administrado por idiotas e criminosos econômicos, se endivida em Selic - média de 11% - para obter um rendimento abaixo de 4%??? Como se fez isso? Quem permitiu? Onde estão o Congresso, o TCU, o MP, a PG-FN, que nunca controlaram isso? Onde estão os relatórios de gestão do FSB?
Esses criminosos econômicos do PT, a começar pelo Ministro da Fazenda e pelo Secretário do Tesouro, deveriam ser processados por crimes repetidos de responsabilidade econômica, serem demitidos e enfrentar cadeia, o que aconteceria em qualquer país sério. 
Procurem neste blog tudo o que eu já escrevi contra o FSB, um dos maiores crimes econômicos, dentre muitos outros, cometidos pelos lulo-petistas, neste caso petralhas, contra o Brasil. 
Paulo Roberto de Almeida



REUTERS/Ueslei Marcelino



REVISTA EXAME

O Fundo Soberano do Brasil é um desastre



Tatiana Bautzer
Tatiana Bautzer, de Revista EXAME

São Paulo - "Se colocarem o governo para administrar o deserto do Saara”, disse certa vez o economista Milton Friedman, “vai faltar areia em cinco anos.” O Prêmio Nobel Friedman, como se sabe, era um notório crítico das intervenções estatais na economia de mercado. Mas pensava nos burocratas americanos quando disse o que disse.
Imagine o que aconteceria se o governo brasileiro recebesse a missão de administrar o Saara. Logo no início, o preço do transporte por camelo seria congelado para segurar a inflação. O imposto provisório sobre o movimento de dunas (IPMD) ajudaria a cobrir o buraco orçamentário.
Atendendo a uma demanda da bancada do oásis do PMDB, uma norma do Ministério das Areias obrigaria beduínos e tuaregues a adotar rotas diferentes das estabelecidas por seus ancestrais. O resultado, além da falta de areia, seria uma confusão completa.
Pode parecer uma parábola exagerada, mas uma história real (e recente) ajuda, de forma didática, a entender o que acontece quando o governo brasileiro se mete a fazer o que não sabe. Nesse caso, gerir um fundo de investimento — o Fundo Soberano do Brasil.
Em dezembro de 2008, o mundo vivia os efeitos do pânico causado pela quebra do banco americano Lehman Brothers. Em meio ao pacote de medidas destinadas a proteger o Brasil da crise estava a criação de um fundo soberano — nome dado aos fundos de investimento controlados por países e que aplicam, basicamente, no exterior.
Ao anunciar o novo fundo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que aquele era um passo para financiar empresas brasileiras que investissem fora do país. No futuro, esse fundo seria engordado com parte dos royalties pagos à União pela exploração das reservas do petróleo do pré-sal, como fazem Arábia Saudita, Emirados Árabes, Noruega e outros produtores. A expectativa era grande.
O fundo começou com 14 bilhões de reais, e sua administração foi delegada à Secretaria do Tesouro Nacional, comandada por Arno Augustin. Começava, ali, uma das lambanças financeiras mais impressionantes da história recente do país.
No primeiro ano, os gestores do fundo não fizeram nada do que haviam prometido. O dinheiro ficou, basicamente, parado em títulos públicos brasileiros. Mas em 2010 a criatividade tomou conta do governo federal, que precisava de uma força para financiar a gigantesca capitalização da Petrobras — feita para levantar recursos para a exploração do pré-sal.
A equipe de Arno Augustin comprou nada menos que 12 bilhões de reais em ações da Petrobras. Pagou 29,65 reais pelas ações ordinárias e 26,30 reais pelas preferenciais e passou a ter 3,9% do capital da companhia. Além de não ter absolutamente nada a ver com os objetivos do fundo, esse investimento foi desastroso.
As ações da Petrobras perderam cerca de 40% de seu valor nos dois anos seguintes. Mas foi aí que surgiu o inexplicável. Arno e seus magos das finanças inverteram a lógica mais básica que rege investimentos e decidiram vender tudo.
Compraram na alta e venderam na baixa — e jogaram na lata do lixo 4,4 bilhões de reais. Até o fechamento desta edição, ninguém havia sido responsabilizado por isso. 

O que explica esse desastre? Os recursos obtidos com a venda das ações da Petrobras foram para a conta do Tesouro e ajudaram a cumprir a meta de superávit fiscal de 2012, no auge do que ficou conhecido como contabilidade criativa do governo federal.
O Tesouro se defende alegando que, como vendeu suas ações da Petrobras para o BNDES, o país não perdeu dinheiro.
“Essas operações não devem ser vistas só do ponto de vista financeiro. A economia se beneficiou dos investimentos no pré-sal, e cumprir o superávit foi importante porque abriu espaço para mais gastos dos estados e dos municípios, o que também incentivou a economia”, diz um funcionário do Tesouro, sob a condição de não ter seu nome revelado.
O secretário Arno Augustin não quis dar entrevista.
Desde o tombo de 2012, as coisas melhoraram um pouco. Em 2013, a rentabilidade do fundo foi de 9,5%. Bizarramente, porém, o fundo soberano ainda é dono de 2,5 bilhões de reais em ações do Banco do Brasil, e ninguém explica por quê.
O rendimento razoável no ano passado é fácil de entender. Cerca de 80% do patrimônio do fundo está aplicado numa conta do Tesouro, que rende 98% da taxa básica de juro da economia, a Selic. 
No último relatório anual, os gestores do fundo afirmam que esse desempenho ficou acima do mínimo estabelecido no regulamento, que é de 5% ao ano, equivalente à taxa de juro TJLP, usada como referência para financiamentos subsidiados do BNDES.
Ou seja, os gestores acham normal que o fundo capte seus recursos pagando cerca de 11% (a taxa Selic) e dê um retorno de menos da metade disso. “Há um problema na concepção do fundo”, diz Ricardo Almeida, professor de finanças da escola de negócios Insper. 
Entre os grandes fundos soberanos do mundo, nenhum tem uma estratégia parecida. Mesmo os fundos da China, cuja gestão também é subordinada ao governo, e do Oriente Médio, que são administrados como patrimônio dos príncipes que governam os países, têm uma carteira de investimentos mais diversificada.
O Adia, dos Emirados Árabes, aplica 35% dos recursos na América do Norte, 20% na Europa e 15% em países emergentes, em ações, títulos públicos e privados e imóveis, entre outros.
No maior fundo do mundo, o da Noruega, as diretrizes gerais de investimento — por exemplo, o objetivo de rentabilidade e os níveis de volatilidade tolerados — são definidas pelo banco central e pelo Ministério da Fazenda e têm de ser aprovadas pelo Congresso. Mas a execução é feita por uma equipe de gestão independente, que escolhe o que e quando comprar e vender.
No fim do ano passado, 62% do patrimônio de 840 bilhões de dólares estava aplicado em ações de empresas como a fabricante americana de celulares e computadores Apple e a companhia suíça de alimentos Nestlé. Outra parcela estava em títulos públicos de mais uma dezena de países, entre eles o Brasil (o fundo não aplica em papéis públicos na Noruega).
A principal meta é ter uma rentabilidade de 4% acima da inflação, cumprida com folga desde 2008. Já o fundo brasileiro perdeu, na média, 1,7% ao ano. Imagine o Saara na mão dessa turma.
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Addendum
Algumas das minhas postagens anteriores sobre mais esse crime econômico do lulo-petismo (mas existem muitas outras no mesmo blog, bastando buscar sob esse conceito):
27 Mai 2014
Eu já havia detectado aqui -- podem buscar no blog -- os crimes cometidos, até do ponto de vista constitucional, nesse assunto do Fundo Soberano, a começar pelo fato de que o Brasil NUNCA teve os requerimentos básicos ...
04 Nov 2012
Curioso essa troço: não é bem um fundo, pois o governo não dispõe de excedentes orçamentários, ou fiscais, e sequer de transações correntes; se houve endividamento adicional, inclusive externo, ele não é bem soberano, ...
22 Set 2010
Não sei se as pessoas sabem, e se os parlamentares, que aprovaram o Fundo sabem, ou se sabem preferiram ignorar, o tal Fundo Soberano JÁ TEVE impacto sobre o orçamento e já constituiu uma despesa pública, apenas ...
09 Out 2011
Aquele que não é exatamente um Fundo, muito menos Soberano e sobretudo não é do Brasil, mas do governo, que cuida dele tão mal quanto de todo o resto do patrimônio que ficou, tão mal, sob sua supervisão ...
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27 Mai 2014
Eu já havia detectado aqui -- podem buscar no blog -- os crimes cometidos, até do ponto de vista constitucional, nesse assunto do Fundo Soberano, a começar pelo fato de que o Brasil NUNCA teve os requerimentos básicos ...
04 Nov 2012
Curioso esse troço: não é bem um fundo, pois o governo não dispõe de excedentes orçamentários, ou fiscais, e sequer de transações correntes; se houve endividamento adicional, inclusive externo, ele não é bem soberano, ...
22 Set 2010
Não sei se as pessoas sabem, e se os parlamentares, que aprovaram o Fundo sabem, ou se sabem preferiram ignorar, o tal Fundo Soberano JÁ TEVE impacto sobre o orçamento e já constituiu uma despesa pública, apenas ...
09 Out 2011
Aquele que não é exatamente um Fundo, muito menos Soberano e sobretudo não é do Brasil, mas do governo, que cuida dele tão mal quanto de todo o resto do patrimônio que ficou, tão mal, sob sua supervisão ...