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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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segunda-feira, 5 de junho de 2017

Uma Grande Estrategia para o Brasil, gaining traction, segundo o Academia.edu

Hi Paulo Roberto, 
Congratulations! You uploaded your paper 2 days ago and it is already gaining traction. 
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The Academia.edu Team

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Midia leva a culpa por falta de autonomia da politica externa (acredite se quiser...)

Eu já tinha ouvido várias explicações sobre a natureza da atual política externa. Esta é, sem dúvida alguma, uma das mais originais. Seu autor deve ter muita imaginação, ou falta total...
Paulo Roberto de Almeida

Concentração de mídia dificulta diplomacia autônoma, diz assessor de Dilma

Guilherme de Aguiar Patriota afirmou que grandes veículos brasileiros são "nostálgicos" da Alca e críticos do Mercosul
Opera Mundi, 18/07/2013
Um dos assessores da presidente Dilma Rousseff para assuntos internacionais, o embaixador Guilherme de Aguiar Patriota lamentou nesta quarta-feira (17/07) que a legislação brasileira ainda permita a propriedade cruzada nos meios de comunicação. No penúltimo dia de debates da conferência “2003-2010: Uma nova política externa”, na Universidade Federal do ABC, Patriota argumentou que a concentração dos grandes veículos da imprensa nas mãos de poucos grupos dificulta a implementação de uma diplomacia autônoma em relação aos Estados Unidos.
Vitor Sion/Opera Mundi
“A imprensa é um ator importante na formulação da nossa política externa, pois a opinião pública é formada basicamente por grandes jornais e canais de televisão. E aqui ainda é permitida a propriedade cruzada dos meios. Então é muito difícil executar uma diplomacia contra a grande imprensa, pois eles vão criticar o governo de maneira muito contundente, não vão economizar recursos para isso”, afirmou o embaixador.
Leia mais: Diplomacia brasileira antes de Lula era excessivamente domesticada, afirma Celso Amorim
Patriota, que é irmão do chanceler Antonio Patriota, classificou o posicionamento da mídia nacional como defensor de um aprofundamento da relação bilateral com os Estados Unidos, crítico do Mercosul e nostálgico da Alca (Área de Livre Comércio das Américas), iniciativa dos EUA rechaçada pelos países latino-americanos. “Esse cenário poderá ser quebrado com a internet. Espero que o meio digital não tenha concentração como a grande mídia. O governo deve ficar atento para que isso não ocorra”, argumentou.
O tema da democratização dos meios de comunicação já havia aparecido no seminário da UFABC nesta terça-feira. Na ocasião, o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, um dos principais formuladores da política externa do governo Lula (2002-2010), considerou que uma mudança nessa área é “essencial”.
“O primeiro passo seria dividir melhor a verba de propaganda do governo, que hoje é distribuída pelo critério de audiência, dando prioridade aos grandes oligopólios. Uma ideia seria tentar analisar a qualidade da informação e criar uma cota máxima para cada veículo, como nos EUA, mas é muito difícil que um projeto desse passe pelo Congresso”, lamentou.
Leia mais: Aliança do Pacífico não tem relevância econômica, diz Marco Aurélio Garcia
Pinheiro Guimarães também lembrou que os Estados que tentaram democratizar a imprensa na América Latina, como Argentina e Venezuela, têm sofrido “intensa campanha contrária na mídia brasileira”. A conferência “2003-2010: Uma nova política externa” termina hoje, em São Bernardo do Campo, com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Brasil muda estratégia por vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU

Diplomacia de Dilma deixa de falar sobre o assunto para não ter que fazer concessões a países aliados por votos futuros
A busca por uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU, um dos principais objetivos da política externa do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2002-2010), ganhou nova estratégia com a presidente Dilma Rousseff. Desde 2011, o Brasil passou a atuar mais nos bastidores e a se pronunciar menos sobre o assunto.

“A vaga permanente segue sendo um de nossos pleitos prioritários, mas o assunto não é  tratado no dia a dia, mas sim de forma subterrânea. Se você deixa como prioridade publicamente, vira objeto de chantagem e tem que fazer concessões constantes”, argumentou Guilherme de Aguiar Patriota, assessor de Dilma para assuntos internacionais.
Para o embaixador, irmão do chanceler Antonio Patriota, a reforma do Conselho de Segurança da ONU “vai ocorrer por si só, de maneira espontânea”.

Como parte da nova estratégia, a professora Monica Hirst, que também participou da conferência “2003-2010: Uma nova política externa”, da Universidade Federal do ABC, avalia que o governo Dilma tem aproveitado os últimos três anos “para avançar em outras áreas, como as operações de paz no Haiti e no Congo, o que vai dando força e angariando votos para a candidatura brasileira”.

“É um processo de aprendizado, mas, inegavelmente, a aspiração na época de Lula elevou o status do Brasil de maneira importante, deu maior visibilidade à nossa agenda global”, analisa a titular do Departamento de Economia e Administração da Universidade Nacional de Quilmes (Argentina).

Leia mais: Diplomacia brasileira antes de Lula era excessivamente domesticada, afirma Celso Amorim

O embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, por sua vez, chegou a dizer que o Brasil tinha deixado a busca por uma vaga permanente no CS da ONU “à margem, devido a posições contraditórias”. O ex-ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (2009-2010) e secretário-geral do Itamaraty (2003-2009) também comentou com Opera Mundi o tema da espionagem dos EUA, o que não considerou “uma novidade, pois é realizada em alguma medida por satélite desde 1948”.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Tragedia educacional brasileira: a farsa do computador a 100 dolares

Em 2005 ou 2006, quando eu trabalhava no Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, o guru da internet e promotor do programa "One Laptop Per Child", Nicholas Negroponte, visitou o presidente Lula e vendeu-lhe a ideia -- atrativa, mas equivocada -- do programa "um computador por criança", como a receita maravilha capaz de resolver de vez todos os problemas da educação brasileira.
O presidente ignorante, mas sempre adepto do stalinismo industrial, entusiasmou-se pela ideia, assim tão simples -- vejam vocês, não precisa mais nada, basta distribuir um computador a 100 dólares para cada criança e tudo estará resolvido -- e mandou fazer imediatamente. Os boçais que assessoram o presidente, na tal de inclusão digital -- outra bobagem monumental, que serve para dar cargos e dinheiro a companheiros analfabetos e a capitalistas espertos -- começaram imediatamente a se movimentar para fazer o tal de computador a 100 dólares.
Asi no más, sem qualquer estudo técnico de factibilidade, sem qualquer avaliação econômica, os companheiros decidiram premiar os capitalistas nacionais e encomendar algumas centenas de milhares de computadores a 100 dólares, para teste (depois seriam milhões, um para cada criança, claro).
Tentei argumentar, desde o início, que isso não iria JAMAIS resolver os problemas da educação brasileira, que isso era uma ilusão, que tecnologia, era apenas um instrumento, uma ferramenta, nunca a solução para problemas sistêmicos e estruturais, que estavam vinculados ao ensino, em si, não a simples métodos de aprendizagem.
De fato, me opus, frontalmente a esse programa, que achava – sempre achei e ainda acho – pernicioso para o ensino no Brasil, suscetível apenas de criar cargos, despesas, benesses para os burocratas no poder, e uma chuva de dinheiro para os capitalistas espertos.
Argumentei que o problema da educação brasileira não estava no hardware, nas ferramentas, e sim no software, no conteúdo, e isso nem mesmo o soft dos programas do tal de computador a 100 dólares, e sim o soft do professor, o simples conhecimento honesto, direto, das matérias, para transmitir aos alunos.
Argumentei ainda – e isso ainda antes de o programa ser deslanchado – que os capitalistas espertos diriam que não poderiam fazer o tal computador a 100 dólares, mas que poderiam fazê-lo a 200 dólares, desde que devidamente agraciados com isenções fiscais, proteção tarifaria, subsídios públicos, financiamento generoso, promessa de compra de tantos milhares, enfim, um programa inteiro para satisfazer capitalistas espertos, e que, no final, o computador iria sair a 300 dólares, mas que aí o Estado já se tinha comprometido a comprar tantos milhares (centenas de milhares) e que tudo isso iria sair muito caro.
[Nota sobre a matéria: Vejam o que ela diz: "Parte dos 150 mil laptops comprados pelo governo por R$ 82, 5 milhões está subaproveitada." Ou seja, cada computador custou mais de 300 dólares, ou bem mais de 500 reais...]
Argumentei ainda, encore et toujours, que esses computadores, se jamais fabricados a 300 dólares ou mais, seriam distribuídos sem critério a crianças – algumas milhares para teste, mas que depois políticos iriam reclamar e a benesse seria estendida a outras tantas dezenas de milhares – e que eles seriam usados para joguinhos e outras atividades lúdicas, mas jamais para educação – já que os professores estavam excluídos do processo – e que depois iriam se deteriorar nas casas e escolas dos alunos, por falta de software, por falta de interesse, por falta de tudo, e que seria um empreendimento inútil, portanto, mas altamente custoso.
Argumentei extensiva e intensamente contra esse tal de programa maluco, até o ponto da exaustão, provocando raiva e desprazer em meus companheiros de trabalho, militares que deviam acreditar nas benesses do capitalismo dirigista brasileiro, nesse stalinismo industrial que sempre caracterizou o Brasil, um stalinismo para os ricos, jamais para os pobres.
Sem argumentos para responder aos meus argumentos, eles responderam que o presidente tinha ordenado, e que tínhamos de cumprir. Argumentei em retorno que o presidente estava ABSOLUTA E RELATIVAMENTE ERRADO, e que tínhamos de fazê-lo ver que esse programa era uma ilusão absoluta, que jamais iria resolver os problemas da educação brasileira, necessitada de soluções mais simples e mais custosas – formação de professores, basicamente – e não de uma ferramenta que seria mal utilizada e perdida no caos total que era (e é) a educação brasileira, dominada pelas “saúvas freireanas” que são os funcionários do MEC, todos esses pedagogos e pedagogos absolutamente deformados pelas idiotices desse vendedor de ilusões que foi Paulo Freire.
Não preciso dizer que meus argumentos jamais foram aceitos, e que os companheiros prosseguiram com seu inútil, dispendioso, equivocado programa para premiar capitalistas espertos e companheiros mal intencionados (atrás apenas dos programas que o presidente mandava fazer, sem qualquer respaldo em estudos técnicos).
Um dia, um sistema de controle da racionalidade dos programas governamentais – que poderia ser o TCU – deveria fazer uma contabilidade de todas as bobagens cometidas ao longo do reino dos companheiros, de todo o custo imenso para a sociedade de programas equivocados, de todas essas bobagens cometidas contra o interesse público e o desenvolvimento nacional, alguns até sem aferição qualitativa ou qualitativa adequada.
Como aferir, por exemplo, o custo, absoluto e relativo, ou seja, o custo-oportunidade qualitativo, de programas idiotas como estudos afro-brasileiros e portunhol (sim, portunhol) obrigatórios no básico, de estudos de sociologia e filosofia obrigatórios no médio (um programa para marxistas desempregados), de todas as inutilidades “sociais” criadas por militantes ignaros e oportunistas espertos? A cifra deve montar a milhões, senão a bilhões de reais – quando computamos os programas para os capitalistas espertos – e os resultados são pífios magros, senão inexistentes.
Quero crer que este é mais um dos programas inúteis, custosos, totalmente equivocados. Quem paga o prejuízo?
Os companheiros idiotas que o conceberam, o presidente ignaro que mandou fazer, os capitalistas espertos que se oferecem para cumprir continuam por aí, sugando o dinheiro de todos nós e se apresentando como amigos da “inclusão social”. Idiotas completos é o que são.
Paulo Roberto de Almeida


Trocando nada por coisa nenhuma
domingo, 5 de fevereiro de 2012

Dilma Rousseff atrapalhou o programa "Um Computador por Aluno" apresentado pelo ex-presidente. A reportagem está no Estadão de ontem.
O projeto Um Computador por Aluno, apresentado com o costumeiro entusiasmo, (Vejam como sou dadivoso! deve ter pensado ele) - acabou virando sucata. Não só o projeto, mas muitos computadores que estão empilhados, quebrados e avariados.
Exemplos (péssimos exemplos):
Escola Basílio da Gama (Tiradentes-MG) - a internet não funciona, faltam armários e carteiras - avaliação encomendada pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE).
Santa Cecília do Pavão(PR) - Falta infraestrutura, não há capacitação adequada, e os professores "sentem a inovação como ameaça", palavras que estão no texto do relatório. Ameaça?!?  

Ao ser questionado sobre o desperdício, Aloizio Mercadante, que acabou de se transformar em ministro, entra em campo dizendo "Vamos mergulhar na reflexão". Anunciou a distribuição de tablets até o final de 2012. Pronto, está resolvido o problema.

Dilma trava programa de laptops de Lula

Relatório encomendado pela SAE avalia que situação do projeto Um Computador por Aluno ‘é caótica’

04 de fevereiro de 2012 | 20h 54
Marta Salomon, de O Estado de S. Paulo
Lançado com entusiasmo pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o projeto Um Computador por Aluno (UCA) praticamente foi abandonado na transição para o governo Dilma Rousseff. Parte dos 150 mil laptops comprados pelo governo por R$ 82, 5 milhões está subaproveitada. Há também registro de alto índice de laptops quebrados e avariados.
Dos 600 mil computadores oferecidos em 2010 a governadores e prefeitos, que supostamente dariam continuidade ao programa, pouco mais da metade foi comprada. O prazo da oferta venceu no final do ano passado e não houve nova licitação.
Na Escola Basílio da Gama, em Tiradentes (MG), os laptops do projeto continuavam encaixotados porque a internet não funciona e faltam armários e carteiras, relata avaliação encomendada pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE).
Em Santa Cecília do Pavão, no Paraná, outro dos cinco municípios alvo do projeto, a situação é "caótica", segundo o relatório ao qual o Estado teve acesso. Por falta de infraestrutura e sem capacitação adequada, os professores "sentem a inovação como ameaça", diz o texto do relatório, debatido reservadamente no governo.
"Vamos mergulhar na reflexão", reagiu o ministro da Educação, Aloizio Mercadante ao ser questionado sobre o destino do UCA. Na quinta-feira, o ministro anunciou da distribuição de tablets aos quase 600 mil professores do ensino médio, até o final de 2012.
"Começar pelo professor é mais seguro", repetiu o ministro Mercadante, marcando discretamente a mudança de rumo do programa de inclusão digital nas escolas.
Conclusão
Até aqui, o programa vem se comportando de forma errática, sugere o relatório encomendado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos num contrato de R$ 1,7 milhão com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O trabalho investigou com profundidade o impacto da segunda fase do projeto de distribuição de laptops a 10.500 alunos de todas as escolas municipais e estaduais de cinco municípios pequenos em Estados diferentes.
"O desenho do projeto subestimou as dificuldades de apropriação da tecnologia pelos professores do ensino fundamental e médio em comunidades relativamente carentes, o que levou a um subaproveitamento do UCA em sala de aula", resume o relatório final da SAE de mais de 200 páginas.
Depois de um ano de implementação do projeto, os pesquisadores concluíram que cerca de 20% dos professores não usam o laptop distribuído pelo governo; 22% declararam não ter passado por nenhum tipo de capacitação.
"Muitos se sentiram humilhados e desmotivados", diz o relatório final do trabalho coordenado por Lena Lavinas, convidada por Mercadante para um debate, junto com outros técnicos, para avaliar o destino do projeto UCA. "Vamos espancar o projeto até a nona casa decimal", adiantou o ministro, repetindo a senha usada na administração Dilma Rousseff para preparar ações do governo.
Dificuldades
Problemas na capacitação dos professores foram mais agudos no município de São João da Ponta, no Pará. Lá, segundo o relatório, professores e diretores teriam manifestado decepção e desencanto.
"Os alunos, com a posse e o domínio sobre os equipamentos, usando-os a seu bel prazer, parecem revestidos de um poder que, somado à pouca capacitação dos professores e à falta de estrutura das escolas, confunde o processo ensino-aprendizagem, assombra e inibe a ação e a autoridade dos professores e diretores", analisa o relatório.
A avaliação não menospreza os aspectos positivos da distribuição de laptops. Parte dos alunos descobriu a informática por meio do UCA e a maioria aprova a inovação. "É impossível não se comover com o deslumbramento dos jovens e de alguns adultos, que se sentem definitivamente parte de um mundo novo, o mundo da era digital", relatam os pesquisadores sobre o uso dos laptops do UCA na praça central de São João da Ponta.
"Não há dúvida de que houve um processo de aprendizado sobre a inclusão digital, porém com custos elevados e efeitos aquém do esperado", resume.
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Comentário final PRA: O governo gasta mais de 82 milhões para comprar de maneira totalmente caótica 150 mil laptops, que permanecem subaproveitados, e depois gasta mais 2 milhões apenas para avaliar a burrice que fez? Eu já sabia desde o início que não iria dar certo.
Quanto a essa balela de inclusão digital, isso é besteirol de companheiro para justificar emprego público para não fazer nada e ainda custar mais alguns milhões para a sociedade.
Inclusão digital é ter computador barato para todo mundo -- o que poderia ocorrer se não houve uma tributação de 40% ou mais na cadeia setorial, e se não houvesse carteis na oferta de conexão, para que tudo custasse barato. Sendo barato o povo compra, e ele mesmo se inclui digitamente, sozinho, sem precisar de um bando de companheiros idiotas para lhe dizer como precisa se incluir digitalmente.
A estupidez dos companheiros, e a desonestidade econômica, são proverbiais.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Ilusoes brasileiras: a parceria estrategica com a China...

Nunca me canso de me surpreender com o amadorismo de certos "dirigentes", com as ilusões mantidas por esses preclaros líderes da política nacional. Pergunto-me sempre o que faz alguém ser ingênuo: seria falta de instrução, de educação, de reflexão, de simples informação?
Essa gente acredita em qualquer coisa, até em transferência de tecnologia...
Será que essas pessoas não conseguem ler jornais, observar o mundo e tirar suas conclusões?
Será que elas vão continuar ingênuas e equivocadas a vida inteira?
Ou será que estou cansando de continuar a ser dirigido por néscios e ignorantes?
Enfim, seja qual for a razão, a resposta, a explicação, aqui vai mais uma demonstração de suprema ingenuidade, de amadorismo e de auto-ilusão...
Paulo Roberto de Almeida

Dilma quer produção binacional com a China
Vera Rosa - BRASÍLIA
O Estado de S.Paulo, 21 de abril de 2011

Presidente pediu que sejam identificadas áreas em que a associação do Brasil a empresas chinesas vá além da simples transferência de tecnologia

A presidente Dilma Rousseff encomendou a ministros que a acompanharam na viagem à China, na semana passada, a identificação de áreas nas quais o Brasil possa se associar com empresas do país asiático. Dilma quer que a parceria comercial passe agora pela produção de manufaturas binacionais e vai insistir no projeto ao receber, em maio, o ministro do Comércio da China, Chen Deming.

O ministro chefiará uma missão de empresários chineses que virão ao Brasil para "prospectar" negócios. A ideia é adotar o exemplo da TV digital - acordo que prevê o uso de tecnologia japonesa, com a incorporação de inovações desenvolvidas no Brasil - como modelo para convencer a China sobre a importância dessas parcerias.

"Queremos adotar projetos comuns com a China, como os feitos com os japoneses com a TV digital", afirmou Marco Aurélio Garcia, assessor especial de Dilma para Assuntos Internacionais. "Não se trata simplesmente de transferência de tecnologia, mas de uma espécie de recriação de produtos." O Brasil ainda faz estudos sobre associações, joint ventures ou acordos tecnológicos que possam gerar dividendos para os dois países.

Na prática, está de olho em parcerias binacionais que não se restrinjam ao programa aeroespacial sino-brasileiro, responsável pela fabricação de dois satélites e já na fase de pesquisa para a produção de outros dois.

Garcia deu pistas sobre os interesses brasileiros, embora as negociações não tenham começado. "Na conversa com a Foxconn, a ideia foi a de avançar na produção de produtos de nova geração lá", afirmou o assessor, numa referência ao encontro entre Dilma e o dono da Foxconn, Terry Gou, em Pequim. A maior fabricante de produtos eletrônicos do mundo, de capital taiwanês, anunciou a intenção de investir US$ 12 bilhões no Brasil, nos próximos cinco anos, para produzir displays.

Os exemplos citados por Garcia não pararam por aí. "A indústria automobilística chinesa quer entrar no Brasil? Então, por que não produzir um carro sino-brasileiro?", sugeriu ele.

Relatório produzido pelo Conselho Empresarial Brasil-China indica que três das maiores montadoras chinesas de veículos (JAC, Chery e Dongfeng) já anunciaram investimentos da ordem de US$ 420 milhões no Brasil. "Nós queremos que a China venha participar do nosso mercado, mas produzindo aqui, trabalhando no mesmo ambiente de negócios que as empresas brasileiras trabalham e apoiando a construção de uma infraestrutura no Brasil", disse o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade.

Chefe da missão que levou 307 empresários à China, na semana passada, Andrade apontou como complicador nas negociações com os chineses o fato de as empresas privadas também terem participação do Estado. "Na China, a gente não sabe qual é empresa de governo, qual é empresa privada", insistiu o presidente da CNI.

Mais otimista, o governo avalia que a visita de Dilma resultará em acordos para além das fronteiras das matérias-primas. Atualmente, a pauta do comércio bilateral - mesmo com superávit favorável ao Brasil, na casa dos US$ 5,2 bilhões - é dominada por commodities, como petróleo, minério de ferro e soja.

Pelos cálculos do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, o preço médio de uma tonelada vendida ao Brasil pela China é superior a US$ 3.000. Na outra ponta, a tonelada exportada pelo Brasil não passa de US$ 163. "Nós precisamos, agora, criar a Embrapa da indústria", resumiu Mercadante, numa alusão à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.

Novo modelo
MARCO AURÉLIO GARCIA, ASSESSOR ESPECIAL PARA ASSUNTOS INTERNACIONAIS:
"A indústria automobilística chinesa quer entrar no Brasil? Então, por que não produzir um carro sino-brasileiro?"

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Último comentário. Tem gente que ainda acha que basta uma "Embrapa da indústria" para tornar o Brasil competitivo. Os industriais da área já esfregam as mãos com gosto, na perspectiva de ganhar mais algum dinheiro público (ou seja, nosso).
Até quando vou ter de aguentar essas bobagens?
Paulo Roberto de Almeida