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quinta-feira, 18 de julho de 2013

Midia leva a culpa por falta de autonomia da politica externa (acredite se quiser...)

Eu já tinha ouvido várias explicações sobre a natureza da atual política externa. Esta é, sem dúvida alguma, uma das mais originais. Seu autor deve ter muita imaginação, ou falta total...
Paulo Roberto de Almeida

Concentração de mídia dificulta diplomacia autônoma, diz assessor de Dilma

Guilherme de Aguiar Patriota afirmou que grandes veículos brasileiros são "nostálgicos" da Alca e críticos do Mercosul
Opera Mundi, 18/07/2013
Um dos assessores da presidente Dilma Rousseff para assuntos internacionais, o embaixador Guilherme de Aguiar Patriota lamentou nesta quarta-feira (17/07) que a legislação brasileira ainda permita a propriedade cruzada nos meios de comunicação. No penúltimo dia de debates da conferência “2003-2010: Uma nova política externa”, na Universidade Federal do ABC, Patriota argumentou que a concentração dos grandes veículos da imprensa nas mãos de poucos grupos dificulta a implementação de uma diplomacia autônoma em relação aos Estados Unidos.
Vitor Sion/Opera Mundi
“A imprensa é um ator importante na formulação da nossa política externa, pois a opinião pública é formada basicamente por grandes jornais e canais de televisão. E aqui ainda é permitida a propriedade cruzada dos meios. Então é muito difícil executar uma diplomacia contra a grande imprensa, pois eles vão criticar o governo de maneira muito contundente, não vão economizar recursos para isso”, afirmou o embaixador.
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Patriota, que é irmão do chanceler Antonio Patriota, classificou o posicionamento da mídia nacional como defensor de um aprofundamento da relação bilateral com os Estados Unidos, crítico do Mercosul e nostálgico da Alca (Área de Livre Comércio das Américas), iniciativa dos EUA rechaçada pelos países latino-americanos. “Esse cenário poderá ser quebrado com a internet. Espero que o meio digital não tenha concentração como a grande mídia. O governo deve ficar atento para que isso não ocorra”, argumentou.
O tema da democratização dos meios de comunicação já havia aparecido no seminário da UFABC nesta terça-feira. Na ocasião, o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, um dos principais formuladores da política externa do governo Lula (2002-2010), considerou que uma mudança nessa área é “essencial”.
“O primeiro passo seria dividir melhor a verba de propaganda do governo, que hoje é distribuída pelo critério de audiência, dando prioridade aos grandes oligopólios. Uma ideia seria tentar analisar a qualidade da informação e criar uma cota máxima para cada veículo, como nos EUA, mas é muito difícil que um projeto desse passe pelo Congresso”, lamentou.
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Pinheiro Guimarães também lembrou que os Estados que tentaram democratizar a imprensa na América Latina, como Argentina e Venezuela, têm sofrido “intensa campanha contrária na mídia brasileira”. A conferência “2003-2010: Uma nova política externa” termina hoje, em São Bernardo do Campo, com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Brasil muda estratégia por vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU

Diplomacia de Dilma deixa de falar sobre o assunto para não ter que fazer concessões a países aliados por votos futuros
A busca por uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU, um dos principais objetivos da política externa do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2002-2010), ganhou nova estratégia com a presidente Dilma Rousseff. Desde 2011, o Brasil passou a atuar mais nos bastidores e a se pronunciar menos sobre o assunto.

“A vaga permanente segue sendo um de nossos pleitos prioritários, mas o assunto não é  tratado no dia a dia, mas sim de forma subterrânea. Se você deixa como prioridade publicamente, vira objeto de chantagem e tem que fazer concessões constantes”, argumentou Guilherme de Aguiar Patriota, assessor de Dilma para assuntos internacionais.
Para o embaixador, irmão do chanceler Antonio Patriota, a reforma do Conselho de Segurança da ONU “vai ocorrer por si só, de maneira espontânea”.

Como parte da nova estratégia, a professora Monica Hirst, que também participou da conferência “2003-2010: Uma nova política externa”, da Universidade Federal do ABC, avalia que o governo Dilma tem aproveitado os últimos três anos “para avançar em outras áreas, como as operações de paz no Haiti e no Congo, o que vai dando força e angariando votos para a candidatura brasileira”.

“É um processo de aprendizado, mas, inegavelmente, a aspiração na época de Lula elevou o status do Brasil de maneira importante, deu maior visibilidade à nossa agenda global”, analisa a titular do Departamento de Economia e Administração da Universidade Nacional de Quilmes (Argentina).

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O embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, por sua vez, chegou a dizer que o Brasil tinha deixado a busca por uma vaga permanente no CS da ONU “à margem, devido a posições contraditórias”. O ex-ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (2009-2010) e secretário-geral do Itamaraty (2003-2009) também comentou com Opera Mundi o tema da espionagem dos EUA, o que não considerou “uma novidade, pois é realizada em alguma medida por satélite desde 1948”.

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