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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Aspone olavista de assuntos internacionais da PR: enquadramento ideológico?

Bolsonaro transfere poderes de gabinete de Filipe Martins para militar

Conhecida como 'gabinete do ódio', Assessoria Especial será esvaziada em prol da área comandada pelo almirante Flávio Augusto Viana Rocha

Por Julia Braun - Veja, 14 fev 2020, 12h14
O assessor internacional de Bolsonaro, Filipe Martins: indicação de Olavo Carvalho e disseminação de conteúdos em favor da militância de extrema direita nas redes sociais - 03/05/2019 redes sociais/Reprodução
Em decreto publicado no Diário Oficial desta sexta-feira, 14, o presidente Jair Bolsonaro transferiu algumas das atribuições de sua Assessoria Especial – comandada, entre outros, pelo chefe adjunto Filipe Martins – para a Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos (SAE). A Assessoria Especial, que fica na sala 314 do Palácio do Planalto, recebeu o codinome “gabinete do ódio”.
Também nesta sexta-feira, Bolsonaro nomeou o almirante Flávio Augusto Viana Rocha para comandar a SAE, que a partir de agora fica responsável por novas funções, como assistir o presidente na preparação de material de informação e de apoio, de encontros e audiências com autoridades estrangeiras, de preparar a correspondência com autoridades e de encaminhar e processar as proposições e expedientes da área diplomática.
A SAE estava ligada à Secretaria-Geral da Presidência, uma das quatro pastas com status de ministério que funciona no Palácio do Planalto. Assim, o responsável pela secretaria respondia ao ministro Jorge Oliveira, titular da Secretaria-Geral. A partir de agora, a SAE ficará subordinada diretamente ao presidente da República.
A nomeação de Rocha, um oficial-general da ativa da Marinha que estava à frente do 1º Distrito Naval, também foi publicada no Diário Oficial desta sexta, junto com a exoneração de seu antecessor, Bruno Grossi.

Esvaziamento do ‘gabinete do ódio’

A Assessoria Especial foi apelidada de “gabinete do ódio” por sua função de comandar a disseminação de conteúdos em favor da militância conservadora e de extrema direita nas redes sociais. Ali opera o chefe adjunto Filipe Martins, de 31 anos, contratado para o aconselhamento do chefe de Estado sobre temas internacionais por indicação de Olavo de Carvalho, guru da família Bolsonaro.
No primeiro ano de governo de Jair Bolsonaro, Martins foi um dos mais influentes do grupo que gravita em torno do presidente. Com a rearticulação elaborada pelo governo, não ficou claro qual grau de atuação o assessor especial terá a partir de agora.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Inflexao de genero: quantas instituições já trocaram diplomas "masculinos" por "femininos"? ( e vice-versa, e outros generos...)

Desde que este estupor de ato governamental foi emitido, mais de um ano atrás, sempre tive curiosidade de saber, quantos, e quantas, iriam pedir correção dos seus diplomas, de TODOS os diplomas.
Vejamos o ato, em primeiro lugar:

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI Nº 12.605, DE 3 DE ABRIL DE 2012

Determina o emprego obrigatório da flexão de gênero para nomear profissão ou grau em diplomas.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA  
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o As instituições de ensino públicas e privadas expedirão diplomas e certificados com a flexão de gênero correspondente ao sexo da pessoa diplomada, ao designar a profissão e o grau obtido.
Art. 2o As pessoas já diplomadas poderão requerer das instituições referidas no art. 1o a reemissão gratuita dos diplomas, com a devida correção, segundo regulamento do respectivo sistema de ensino.
Art. 3o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 3 de abril de 2012; 191o da Independência e 124o da República.
DILMA ROUSSEFF
Aloizio Mercadante
Eleonora Menicucci de Oliveira

Agora raciocinemos, ou inquiramos, ou imaginemos, ou qualquer outra curiosidade doentia, algumas coisas.
O gênero vale para os dois lados, certo? Do contrário seria discriminação de gênero, feminino ou masculino.
Suponho que, a partir do dia 3 de abril de 2012, todas as faculdades começaram a expedir dois tipos de diplomas, contemplando a dita OBRIGATÓRIA flexão de gênero: diploma de jornalista, de um lado, de jornalisto, de outro; de sociólogo, de um lado, de socióloga, de outro; psicólogo e psicóloga; médica e médico; dentista e dentisto; motorista e motoristo; e assim vai, ad infinitum.
As faculdades devem ter tido um bocado de trabalho com os novos diplomas, e sobretudo com os velhos, pois todos os registros precisam ser refeitos. Isso custa dinheiro, claro, e tempo, e saco, e paciência...
Quantas fizeram, quantas deixaram de fazer, qual a regulamentação? Algum aspone presidencial cuidou disso, estabeleceu sanções, saiu controlando por aí, sobretudo contra as privadas, que são sempre recalcitrantes, e precisam ser domesticadas pelos poderes públicos?

Mais importante, porém, o exemplo tem de vir de cima.
A nova mandatária do país, desde janeiro de 2011, deve ter recebido, pouco tempo antes da posse, um diploma do TSE, que a reconhece como presidente do Brasil.
Será que ela pediu novo diploma, a partir do dia 4 de abril de 2012?
Com a palavra o TSE ou a interessada...
Enfim, só curiosidade doentia (e estúpida).
Paulo Roberto de Almeida


Constituinte especifica sobre reforma politica - as palavras e ascoisas...

Detesto Michel Foucault, mas vamos relembrar aqui as palavras e as coisas dos gramscianos bolivarianos:

“Quero, nesse momento, propor um debate sobre a convocação de um plebiscito popular que autorize o funcionamento de um processo constituinte específico para fazer a reforma política que o país tanto necessita. O Brasil está maduro para avançar."

Palavras querem dizer algumas coisas, não é mesmo?
A menos que as coisas desejadas pelos companheiros pretendam outras coisas, que não conseguem ser expressas por essas palavras, pelo menos não tão abertamente, não é mesmo?
Paulo Roberto de Almeida

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Este blog sobreviveu ao fim do mundo, mas...

...talvez não consiga sobreviver ao acúmulo de bobagens que se disseminam rápida e perigosamente por todas as partes do Brasil, e em várias outras partes do mundo, também.

Não tenho medo de catástrofes, mesmo as mais terriveis, mas tenho alergia, horror, terror do besteirol, das estupidezes que vejo, ouço, contemplo um pouco em todos os lados para os quais olho.
Seja na TV, no rádio, nos jornais e revistas, na internet, enfim, por todos os veículos aos quais tenho acesso ou que literalmente "caem" sobre mim todos os dias, tudo o que tenho em volta me deixa preocupado, e me sinto cercado por um exército de bárbaros, seja de qual setor for, do governo, na imprensa, das escolas (inclusive superiores), na TV, tantas são as bobagens repetidas, velhas e novas, que brotam como champignons depois da chuva.
Estou cercado, num quilombo de resistência intelectual contra o besteirol costumeiro que circula no país.
Será que vou ter de pedir socorro, me asilar, virar um eremita?
Paulo Roberto de Almeida

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Bem feito, senhores reitores: insistiram na demagogia, enfrentem o desastre, agora... - Reinaldo Azevedo

Não seria capaz de elaborar uma análise tão detalhada em torno da imensa bobagem perpetrada pelo Congresso e que vai ser endossada, aparentemente, pelo Executivo. Mas a opinião abaixo reflete muito do que eu já pensava sobre esse tema.
O racismo ao inverso iniciado pelos militantes do novo Apartheid, e endossado pelo partido no poder, foi acolhido demagogicamente pelos reitores, e até pela Suprema Corte, aliás de forma inconstitucional.
Enfim, o Brasil é um país em que até juízes da Suprema Corte conseguem ser inconstitucionais, o que é extraordinário.
As universidades públicas jás estavam a caminho da decadência, agora vão direto para o desastre.
Paulo Roberto de Almeida 


Reinaldo Azevedo, 9/08/2012

Pois é… Ah, a alegria “democratista” dos inocentes, dos bem-pensantes, dos tolos. Algumas almas que se queriam e se querem generosas acreditavam que, se flertassem “só um pouquinho” com o cotismo, estariam contribuindo para a justiça social. Jamais se deram conta de que o papel das universidades, por exemplo, não é acabar com a desigualdade — tampouco perpetuá-la. Ou elas se orientam exclusivamente segundo os critérios de competência ou desempenho — vale dizer: mérito —, ou estarão assumindo um papel que não é o seu. Nem cumprirão a sua função primordial nem se desincumbirão com eficiência da nova tarefa que lhes é atribuída. Quando declararam constitucional a aplicação de cota racial — contra, entendo eu, a Carta Magna —, os ministros do Supremo não imaginavam o que estava por vir. Modestamente, eu imaginava isso e antevejo coisas piores. Pois bem, a presidente Dilma Rousseff está prestes a fazer uma grande besteira. E vai fazer. Porque é da natureza da corrente de pensamento a que ela pertence. A que me refiro?
A deputada Nice Lobão (PSD-MA), mulher do ministro Edson Lobão (Minas e Energia), tem dois grandes feitos na carreira: é a campeã de faltas às sessões da Câmara em 2011 e é autora de um projeto, já aprovado também no Senado — só falta agora a sanção de Dilma — que determina que as universidades e os institutos técnicos federais reservem 50% das vagas para alunos oriundos das escolas públicas. Mas não só isso! Nice Lobão resolveu transformar o ingresso na universidade num misto de charada grega com luta de classes e racialismo (sabem como são esses marxistas radicais da família Lobão, né?). A estrovenga aprovada no Senado está aqui.
Como funciona?
1 – Os alunos das escolas públicas serão selecionados segundo o seu “Coeficiente de Rendimento” no ensino médio. Para eles, o Enem, por exemplo, não terá a menor importância.
A ESTUPIDEZ ESPECÍFICA -  Já aqui se abre a primeira e escandalosa porta para injustiças. Dentro da ruindade geral das escolas públicas, há diferenças brutais de qualidade. O aluno que tiver um bom desempenho numa escola relapsa e pouco exigente levará vantagem ao competir com o que tiver um desempenho médio numa escola séria. Mais: sabemos que inexistem critérios objetivos para avaliar se o currículo oficial foi mesmo ministrado. Aliás, não existe um currículo nacional!!! Não encontrei na lei nenhuma referência sobre estado de origem do estudante e vaga pretendida. Como se trata de ensino federal, entendo que o candidato de um estado pode concorrer a uma vaga na federal de outro. O ensino médio é uma lástima no país inteiro, é fato. Mas sabemos que, mesmo dada a ruindade geral, há disparidades regionais brutais. Não só isso: os negros e pardos de Santa Catarina somam pouco mais de 11%; na Bahia, chegam a 78%. Um negro ou pardo de Santa Catarina que disputasse uma vaga na Universidade Federal da Bahia certamente seria selecionado segundo a cota baiana, mas carregando o “Coeficiente de Rendimento” da escola catarinense.
2 – Atenção para a loucura: metade daqueles 50% de vagas reservadas a escolas públicas terá de ser preenchida por alunos oriundos de famílias com renda per capita de até 1,5 salário mínimo.
A ESTUPIDEZ ESPECÍFICA – A lei é omissa sobre a forma como se vai fazer essa verificação. Será com base apenas na declaração do candidato? Cada universidade federal terá de investigar a renda familiar do aluno para saber se ele fala a verdade? Ora… Não há estrutura para isso. Fingir pobreza passará a ser um bom negócio. Será um critério de seleção superior ao conhecimento de matemática e língua portuguesa. Tão logo isso esteja em vigência, é evidente que haverá uma inflação de candidatos com renda per capita inferior ao limite estabelecido, certo? E a lei que convida à fraude.
3 – Deputados e senadores avançaram ainda mais na sandice. Essa metade da metade que tem de pertencer a famílias com renda per capita inferior a 1,5 mínimo tem der ser preenchida por autodeclarados negros, pardos e indígenas, segundo o percentagem apontada pelo IBGE na unidade da federação em que está a universidade.
A ESTUPIDEZ ESPECÍFICA – Um pobre branco da escola pública leva desvantagem ao competir com um preto pobre ou mestiço pobre da escola pública, ainda que os dois tenham, então, o mesmo perfil social. A propósito: no caso do candidato indígena, o seu Coeficiente de Rendimento no que concerne ao domínio da língua terá como referência o português ou o idioma da sua tribo? Nesse caso, quem avalia?
4 – E aqueles outros 25% — a metade da metade oriunda da escola pública, mas que pode pertencer a famílias com renda per capita superior a 1,5 mínimo? Também para eles vale o critério da cor da pele.
ESTUPIDEZ ESPECÍFICA – É a mesma do item 3
A estupidez geral
A senhora Dilma Rousseff, que apoia o projeto, está botando os últimos pregos no caixão das universidades e institutos federais de ensino. Por quê? Só porque está abrindo as portas aos alunos da escola pública? NÃO!!! PORQUE METADE DAS VAGAS DESSAS INSTITUIÇÕES NÃO TERÁ MAIS NENHUM COMPROMISSO COM O DESEMPENHO DOS ALUNOS.
Notem que nem mesmo se exigirá deles uma nota aceitável no Enem — um exame que já é comprovadamente fraco. O único critério associado a desempenho é o tal Coeficiente de Rendimento, auferido em escolas distintas, provas distintas, segundo critérios distintos. Cria-se, obviamente, uma pressão sobre o professor da escola pública — que já padece, como diria o poeta, de diabólicos azares — em favor da facilitação. Ele e seus alunos terão clareza de que uma prova mais severa pode concorrer para criar dificuldades futuras ao aluno.
A escola pública vai melhorar?
A proposta, longe de democratizar o ensino universitário, concorre para democratizar a ignorância e para rebaixar o ensino universitário. Como se está assegurando ao aluno o ingresso na universidade segundo critérios que nada têm a ver com desempenho e competição, o que se tem, na prática, é uma pressão contrária: quanto mais relapso é “bonzinho” for o professor, tanto melhor.
Conheço e convivo com professores universitários, alguns meus contemporâneos da universidade. Atestam que a quantidade de semianalfabetos que chegam ao ensino superior é assustadora. Em vez de concorrer para melhorar a escola pública — sim, eu sei que é um processo demorado, mas não há outra saída —, essa lei vai usar a baixa qualidade como facilitador para o acesso ao ensino superior — vale dizer: quanto pior a escola de ensino médio, melhor!
Eis aí. Reitores das universidades federais incensavam as políticas de cotas. Também eles, mesmo sendo quem são, houveram por bem mandar os critérios acadêmicos para a ponta do pavio e aderir à demagogia. E os cotistas avançaram. A deputada Eunice, da grande família Lobão, pegou carona no debate e resolveu levar a coisa a sério, a seu modo. Pimba! Elio Gaspari, o maior propagandista das cotas no Brasil — para ele, quem se opõe à ideia é a turma do “andar de cima” — deve estar satisfeito.
Agora os cotistas pretendem que o mesmo modelo seja aplicado ao mercado de trabalho público e privado. Chegará a hora em que alguém proporá que o Congresso, as Assembleias, as Câmaras de Vereadores e os tribunais obedeçam a critérios dessa natureza — por que não? Teremos uma democracia que não será feita dos mais votados e dos mais competentes, tudo em nome da… Justiça!
Ao votar a favor da proposta, o senador Pedro Taques (PDT-MT), que costuma ser sério, evocou a experiência americana como exemplo de política bem-sucedida de cotas. Acho que ele deveria estudar melhor o assunto — e não vou me alongar agora sobre esse particular. Noto, no entanto, que cota social e racial, com essa precisão na divisão da cor da pede e com esse número de vagas garantidas aos cotismo, não foi aplicada em lugar nenhum do mundo, nem na África do Sul pós-apartheid.
Agora, os reitores das universidades federais e os professores estão assustados. Sabem o que os espera. Anos de incúria e de desastre no ensino público vão cair inteiros no seu colo. Em muitas universidades, já se discute a criação de cursos especiais para os alunos, algo que os capacite minimamente em matemática e língua portuguesa. Eu estou falando sério.
O desastre já está em curso
Não é o que se vá produzir o desastre. Ele já está em curso. Será agravado. Entre os estudantes do ensino superior, 38% não dominam habilidades básicas de leitura e escrita, segundo o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), divulgado pelo Instituto Paulo Montenegro (IPM) e pela ONG Ação Educativa. Vejam quadro.

Em 2001/2002, 2% dos alunos universitários tinham apenas rudimentos de escrita e leitura. Em 2010, essa porcentagem havia saltado para 4%. Vale dizer: 254.800 estudantes de terceiro grau no país são quase analfabetos. Espantoso? Em 2001/2002, 24% não eram plenamente alfabetizados. Um número já escandaloso. Em 2010, pularam para 38%. Isso quer dizer que 2.420.600 estudantes do terceiro grau não conseguem ler direito um texto e se expressar com clareza. É o que se espera de um aluno ao concluir o… ensino fundamental!
O quadro já era ruim, como se nota, e foi agravado pela dupla Lula/Haddad. Agora, a lei da dona Lobão, aprovada na Câmara, acolhida por ampla maioria no Senado e a ser sancionada por Dilma vai se encarregar de liquidar com o que resta.
Minhas homenagens ao senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), que lutou brava e quase solitariamente contra essa estupidez no Senado. Foi inútil. Em nome da proteção aos pobres e aos vulneráveis, a maioria dos senadores mandou os pobres e os vulneráveis para a ponta do pavio. O que esses valentes fizeram foi condenar os ensinos fundamental e médio públicos à eterna ruindade. E essa ruindade, que já havia se alastrado para o ensino universitário, lá se instará de vez!
Espero um texto de Elio Gaspari demonstrando por que isso é bom para os brasileiros e por que os críticos da proposta da dona Lobão são “demofóbicos”. Eu sempre presto muita atenção aos argumentos dos “demofílicos”.
PS – Ah, sim: Câmara, Senado e Dilma vão pisotear a autonomia universitária. Bem feito, senhores reitores! É nisso que dá ter o nariz marrom, viver de joelhos para o Executivo, subordinar a inteligência a um ente de razão. Vocês pediram chicote e vão ter chicote! Serão os coveiros das universidades federais.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Besteirol economico bem disseminado...

Ninguém detém, no mundo político, o monopólio do besteirol econômico, isso é evidente.
Alguns, todavia, concentram mais do que outros, e abusam. Outros são reincidentes.
Os franceses, em geral, são useiros e vezeiros em besteirol econômico, mas Sarkozy era mais comedido.
Agora parece que degringolou, com as eleições presidenciais de abril e maio.
O pior é que o socialista que ganhar, provavelmente, quer reincidir sobre a reincidência, se me permitem a redundância redundante.
Ele não só aprova, como insiste em taxações sobre ricos e banqueiros de diversos tipos.
Vai conseguir afastar várias áreas financeiras para o Reino Unido, justamente.
E vai fazer como Mitterrand: distributivismo socialista no primeiro ano e meio, depois correção de rumos e alinhamento ao rigorismo fiscal alemão. Mas sempre será uma perda de tempo para os franceses, e uma alegria para os ingleses...
De minha parte, eu sempre alertei, desde que FHC veio com essa ideia maluca, que ela era isso, exatamente, maluca, e nefasta. Políticos sempre fazem bobagens, alguns mais do que outros...
Paulo Roberto de Almeida 

Cameron se moque de la "taxe Sarkozy" sur les transactions financières

LEMONDE.FR avec AFP | 31.01.12

Une décision "incroyable". Pour le premier ministre britannique, David Cameron, la volonté du président français, Nicolas Sarkozy, d'instaurer unilatéralement une taxe sur les transactions financières, sans attendre ses partenaires européens, est pour le moins irréaliste.

"Au moment où nous nous battons pour l'emploi et la croissance, faire quelque chose qui coûterait un si grand nombre d'emplois me paraît extraordinaire", a-t-il dit lors d'un point de presse en marge d'un sommet des 27 pays de l'Union européenne à Bruxelles. "Et, dans un sain esprit de compétition avec la France, si la France instaure une taxe sur les transactions financières, notre porte sera ouverte et nous pourrons accueillir au Royaume-Uni beaucoup plus de banques et d'entreprises françaises, et notre économie se développera", a ironisé M. Cameron.
Tout en notant qu'ils étaient en désaccord sur certains sujets, il a qualifié le président français d'"homme remarquable" et rappelé leur collaboration concernant la Libye. "Je souhaite le meilleur à mon ami Nicolas", a-t-il ajouté. Les relations entre les deux hommes ont néanmoins semblé tendues ces derniers mois.
Le sommet de l'UE fin octobre avait déjà été l'objet d'une franche explication entre les deux hommes, le président français s'agaçant en pleine réunion que le second donne des leçons à la zone euro sur la conduite à tenir. Et lors du sommet de décembre, une vidéo a montré le président français paraissant "snober" le premier ministre britannique qui lui tendait la main.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Faz sentido equilibrio bilateral de comercio? equilibrio setorial?

Não, não faz nenhum sentido, nunca fez e nunca fará.
Os países entretêm relações de comércio diversificadas, ou pelo menos concentradas em suas vantagens comparativas, segundo um processo explicado duzentos anos por um economista chamado David Ricardo, que nunca foi desmentido desde então, nem teórica, nem empiricamente.
Apesar da justeza de suas posições e raciocínios econômicos simples e claros como a água, muitos tentarem desmenti-lo, sem nunca ter conseguido; o último de que tenho notícia foi o ex-Secretário de Assuntos Estratégicos da PR, e professor em Harvard, Roberto Mangabeira Unger, que produziu um livrinho confuso (como tudo o que ele faz), em que se enrola sem conseguir desmentir Ricardo.
Pois o Brasil pretende desmentir Ricardo, na prática (já que o governo não dispõe de gente competente para desmenti-lo teoricamente).
O governo quer perfeito equilíbrio na balança comercial do Brasil e do México, como se isso fosse desejável, factível, racional. Os países têm o comércio que podem ter, e desequilíbrios com um país -- ou seja, déficits -- são compensados por superávits ou equilíbrios com outros, num processo dinâmico que beneficia a todos. Esperar que se tenha perfeito equilíbrio bilateral em escala universal é não apenas um contrassenso econômico, como uma bobagem das maiores.
Pior ainda é pretender ter equilíbrio setorial, como se os países devessem ser perfeitamente simétricos em seus intercâmbios, o que além de bobagem é uma besteira das mais grossas.
Curioso é que o Brasil não invocou nenhum desses argumentos quando o comércio automotivo com o México beneficiava o Brasil. Então isso quer dizer que o governo mexicano está no direito de pedir compensações pelos déficits passados?
Quanta bobagem esse pessoa é capaz de cometer?
Paulo Roberto de Almeida
(notícias do dia 5/02/2012)

México – Reforma

Pactan Dilma y Felipe negociar

Por Alberto Armendáriz

Tras una semana de rumores y frenéticas negociaciones, la Presidenta brasileña Dilma Rousseff, de Brasil, y su par mexicano, Felipe Calderón, pactaron durante un telefonema revisar los términos del convenio para evitar una ruptura.

Según reveló ayer por la tarde el Palacio del Planalto, los mandatarios de las dos economías más grandes de América Latina coincidieron en iniciar un proceso de análisis conjunto para equilibrar el comercio de vehículos automotores entre Brasil y México. Actualmente el intercambio en este sector se rige por el Acuerdo de Complementación Económica número 55, firmado en 2002 entre México y los cuatro países del Mercosur (Argentina, Brasil, Paraguay y Uruguay).

"En la conversación se acordó que vamos a abrir un proceso de negociación de los términos del acuerdo con México ya la próxima semana", señaló el Ministro de Desarrollo, Industria y Comercio Exterior brasileño, Fernando Pimentel, quien participó del diálogo entre los Presidentes, acompañado también del canciller Antonio Patriota.

"El acuerdo, de hecho, es desequilibrado para Brasil. El presidente Calderón entendió las razones que la presidenta le expuso", contó Pimentel, quien agregó que una misión mexicana llegará a Brasilia la próxima semana para a negociar.

La gran preocupación de los brasileños es el creciente déficit que tienen en la balanza comercial con México, que pasó de 550 millones de dólares en 2010 a mil 700 millones, el año pasado, aunque hasta 2008 Brasil gozaba de superávit en la relación.

Ante esta realidad fue que el Gobierno brasileño comenzó a evaluar la posibilidad de salir del acuerdo con México.

Según el Ministro Pimentel, Brasil buscará ahora que haya una mayor participación de contenido regional en la producción de autos y/o extender el beneficio para camiones y vehículos utilitarios y descartó molestia por parte de la contraparte mexicana.

"Hubo una reafirmación del compromiso en una relación muy cercana, política y económica, entre los dos países", subrayó el ministro de Relaciones Exteriores brasileño.

México – El Financiero

Mexico revisará acuerdo de autos con Brasil


México enviará la semana próxima una misión a Brasil para revisar los términos de un acuerdo de comercio bilateral libre de impuestos en automóviles y repuestos, dijeron el sábado fuentes diplomáticas mexicanas y de la industria local.

El Gobierno de Brasil manifestó el viernes su intención de revisar el pacto, luego de que en los últimos años el intercambio fuera deficitario para el gigante sudamericano.

Una fuente diplomática dijo que la mandataria brasileña Dilma Rousseff habló el viernes con el presidente Felipe Calderón para manifestarle su intención de ampliar el rango del acuerdo para que Brasil pueda exportar a México camiones, autobuses y vehículos comerciales livianos.

"El acuerdo como está no puede seguir, hay que renegociarlo para que Brasil pueda introducir autos pesados", habría dicho Rousseff, según la fuente diplomática.

El funcionario dijo que la misión, que estará integrada por funcionarios y representantes de la industria automotriz local, estaría encabezada por la canciller mexicana Patricia Espinosa.

El presidente de la Asociación Mexicana de la Industria Automotriz (AMIA), Felipe Solís, tiene planeado viajar el martes a Brasil, en donde el inicio de las reuniones está programado para el jueves.

México es la tercera fuente de origen de los vehículos importados por Brasil, que ha señalado que podría recurrir a una cláusula de salida del acuerdo en caso de que fracasen las negociaciones.

 

 

Reino Unido – Agência Reuters

Mexico sending delegation to Brazil to save auto trade deal


Mexico is sending a delegation to Brazil next week in an effort to save a free trade deal on automobiles as Latin America's biggest economy steps up protection of its manufacturing sector.

Mexican diplomats and auto industry representatives will travel next week to Brazil for talks starting on Thursday, a source at Mexico's foreign ministry told Reuters on Saturday.

Brazil wants Mexico to take more of its buses and trucks, which would mean new terms have to be added to their agreement. Mexico's President Felipe Calderon and Brazil's President Dilma Rousseff agreed in a telephone call to start talks, the source said.

Rousseff told Calderon "the agreement as it stands cannot continue," the source at Mexico's foreign ministry said.

Mexico is the third-largest source of imported cars in Brazil, outpacing Brazilian auto exports to Mexico. In September Brazil announced a tax increase on some imported cars.

Brazilian manufacturers have wilted under the weight of a strong currency, rising labor costs and high taxes, causing the industrial sector to post nearly flat growth in 2011.

Meanwhile, Mexico's relatively weaker peso has made its exports more attractive abroad, helping units of American, Japanese and European automakers such as General Motors, Nissan and Volkswagen export a record 2.1 million vehicles last year.

Brazil intervened on Friday in the foreign exchange market to bat down its currency for the first time this year, while Colombia also revived its dollar buying program to shield its exporters from the impact of a stronger local peso.

Itália – Agência Ansa

Empresarios mexicanos defienden acuerdo con Brasil


Empresarios brasileños manifestaron su respaldo al acuerdo comercial con México, luego de que el gobierno de la presidenta Dilma Rousseff, insinuó revisarlo debido al déficit en la balanza.

"Creemos que este acuerdo es muy importante para nuestro país y confirmamos la necesidad de mantenerlo" declaró Cledorvino Belini, presidente de la Asociación Nacional de Fabricantes de Vehículos (Anfavea).

"No hablamos de ruptura (con México), lo que hay es un proceso, dentro del gobierno, de evaluación del acuerdo" agregó el empresario de la montadora Fiat, tras reunirse ayer con funcionarios del Ministerio de Hacienda, publicó hoy Folha de Sao Paulo.

En 2011 la balanza comercial automotriz fue deficitaria para Brasil en 1.550 millones de dólares, un aumento del 196% ante 2010.

Rousseff y su par mexicano, Felipe Calderón, acordaron ayer entablar una negociaciones para modificar el acuerdo automotriz vigente desde 2002.

Tragedia educacional brasileira: a farsa do computador a 100 dolares

Em 2005 ou 2006, quando eu trabalhava no Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, o guru da internet e promotor do programa "One Laptop Per Child", Nicholas Negroponte, visitou o presidente Lula e vendeu-lhe a ideia -- atrativa, mas equivocada -- do programa "um computador por criança", como a receita maravilha capaz de resolver de vez todos os problemas da educação brasileira.
O presidente ignorante, mas sempre adepto do stalinismo industrial, entusiasmou-se pela ideia, assim tão simples -- vejam vocês, não precisa mais nada, basta distribuir um computador a 100 dólares para cada criança e tudo estará resolvido -- e mandou fazer imediatamente. Os boçais que assessoram o presidente, na tal de inclusão digital -- outra bobagem monumental, que serve para dar cargos e dinheiro a companheiros analfabetos e a capitalistas espertos -- começaram imediatamente a se movimentar para fazer o tal de computador a 100 dólares.
Asi no más, sem qualquer estudo técnico de factibilidade, sem qualquer avaliação econômica, os companheiros decidiram premiar os capitalistas nacionais e encomendar algumas centenas de milhares de computadores a 100 dólares, para teste (depois seriam milhões, um para cada criança, claro).
Tentei argumentar, desde o início, que isso não iria JAMAIS resolver os problemas da educação brasileira, que isso era uma ilusão, que tecnologia, era apenas um instrumento, uma ferramenta, nunca a solução para problemas sistêmicos e estruturais, que estavam vinculados ao ensino, em si, não a simples métodos de aprendizagem.
De fato, me opus, frontalmente a esse programa, que achava – sempre achei e ainda acho – pernicioso para o ensino no Brasil, suscetível apenas de criar cargos, despesas, benesses para os burocratas no poder, e uma chuva de dinheiro para os capitalistas espertos.
Argumentei que o problema da educação brasileira não estava no hardware, nas ferramentas, e sim no software, no conteúdo, e isso nem mesmo o soft dos programas do tal de computador a 100 dólares, e sim o soft do professor, o simples conhecimento honesto, direto, das matérias, para transmitir aos alunos.
Argumentei ainda – e isso ainda antes de o programa ser deslanchado – que os capitalistas espertos diriam que não poderiam fazer o tal computador a 100 dólares, mas que poderiam fazê-lo a 200 dólares, desde que devidamente agraciados com isenções fiscais, proteção tarifaria, subsídios públicos, financiamento generoso, promessa de compra de tantos milhares, enfim, um programa inteiro para satisfazer capitalistas espertos, e que, no final, o computador iria sair a 300 dólares, mas que aí o Estado já se tinha comprometido a comprar tantos milhares (centenas de milhares) e que tudo isso iria sair muito caro.
[Nota sobre a matéria: Vejam o que ela diz: "Parte dos 150 mil laptops comprados pelo governo por R$ 82, 5 milhões está subaproveitada." Ou seja, cada computador custou mais de 300 dólares, ou bem mais de 500 reais...]
Argumentei ainda, encore et toujours, que esses computadores, se jamais fabricados a 300 dólares ou mais, seriam distribuídos sem critério a crianças – algumas milhares para teste, mas que depois políticos iriam reclamar e a benesse seria estendida a outras tantas dezenas de milhares – e que eles seriam usados para joguinhos e outras atividades lúdicas, mas jamais para educação – já que os professores estavam excluídos do processo – e que depois iriam se deteriorar nas casas e escolas dos alunos, por falta de software, por falta de interesse, por falta de tudo, e que seria um empreendimento inútil, portanto, mas altamente custoso.
Argumentei extensiva e intensamente contra esse tal de programa maluco, até o ponto da exaustão, provocando raiva e desprazer em meus companheiros de trabalho, militares que deviam acreditar nas benesses do capitalismo dirigista brasileiro, nesse stalinismo industrial que sempre caracterizou o Brasil, um stalinismo para os ricos, jamais para os pobres.
Sem argumentos para responder aos meus argumentos, eles responderam que o presidente tinha ordenado, e que tínhamos de cumprir. Argumentei em retorno que o presidente estava ABSOLUTA E RELATIVAMENTE ERRADO, e que tínhamos de fazê-lo ver que esse programa era uma ilusão absoluta, que jamais iria resolver os problemas da educação brasileira, necessitada de soluções mais simples e mais custosas – formação de professores, basicamente – e não de uma ferramenta que seria mal utilizada e perdida no caos total que era (e é) a educação brasileira, dominada pelas “saúvas freireanas” que são os funcionários do MEC, todos esses pedagogos e pedagogos absolutamente deformados pelas idiotices desse vendedor de ilusões que foi Paulo Freire.
Não preciso dizer que meus argumentos jamais foram aceitos, e que os companheiros prosseguiram com seu inútil, dispendioso, equivocado programa para premiar capitalistas espertos e companheiros mal intencionados (atrás apenas dos programas que o presidente mandava fazer, sem qualquer respaldo em estudos técnicos).
Um dia, um sistema de controle da racionalidade dos programas governamentais – que poderia ser o TCU – deveria fazer uma contabilidade de todas as bobagens cometidas ao longo do reino dos companheiros, de todo o custo imenso para a sociedade de programas equivocados, de todas essas bobagens cometidas contra o interesse público e o desenvolvimento nacional, alguns até sem aferição qualitativa ou qualitativa adequada.
Como aferir, por exemplo, o custo, absoluto e relativo, ou seja, o custo-oportunidade qualitativo, de programas idiotas como estudos afro-brasileiros e portunhol (sim, portunhol) obrigatórios no básico, de estudos de sociologia e filosofia obrigatórios no médio (um programa para marxistas desempregados), de todas as inutilidades “sociais” criadas por militantes ignaros e oportunistas espertos? A cifra deve montar a milhões, senão a bilhões de reais – quando computamos os programas para os capitalistas espertos – e os resultados são pífios magros, senão inexistentes.
Quero crer que este é mais um dos programas inúteis, custosos, totalmente equivocados. Quem paga o prejuízo?
Os companheiros idiotas que o conceberam, o presidente ignaro que mandou fazer, os capitalistas espertos que se oferecem para cumprir continuam por aí, sugando o dinheiro de todos nós e se apresentando como amigos da “inclusão social”. Idiotas completos é o que são.
Paulo Roberto de Almeida


Trocando nada por coisa nenhuma
domingo, 5 de fevereiro de 2012

Dilma Rousseff atrapalhou o programa "Um Computador por Aluno" apresentado pelo ex-presidente. A reportagem está no Estadão de ontem.
O projeto Um Computador por Aluno, apresentado com o costumeiro entusiasmo, (Vejam como sou dadivoso! deve ter pensado ele) - acabou virando sucata. Não só o projeto, mas muitos computadores que estão empilhados, quebrados e avariados.
Exemplos (péssimos exemplos):
Escola Basílio da Gama (Tiradentes-MG) - a internet não funciona, faltam armários e carteiras - avaliação encomendada pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE).
Santa Cecília do Pavão(PR) - Falta infraestrutura, não há capacitação adequada, e os professores "sentem a inovação como ameaça", palavras que estão no texto do relatório. Ameaça?!?  

Ao ser questionado sobre o desperdício, Aloizio Mercadante, que acabou de se transformar em ministro, entra em campo dizendo "Vamos mergulhar na reflexão". Anunciou a distribuição de tablets até o final de 2012. Pronto, está resolvido o problema.

Dilma trava programa de laptops de Lula

Relatório encomendado pela SAE avalia que situação do projeto Um Computador por Aluno ‘é caótica’

04 de fevereiro de 2012 | 20h 54
Marta Salomon, de O Estado de S. Paulo
Lançado com entusiasmo pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o projeto Um Computador por Aluno (UCA) praticamente foi abandonado na transição para o governo Dilma Rousseff. Parte dos 150 mil laptops comprados pelo governo por R$ 82, 5 milhões está subaproveitada. Há também registro de alto índice de laptops quebrados e avariados.
Dos 600 mil computadores oferecidos em 2010 a governadores e prefeitos, que supostamente dariam continuidade ao programa, pouco mais da metade foi comprada. O prazo da oferta venceu no final do ano passado e não houve nova licitação.
Na Escola Basílio da Gama, em Tiradentes (MG), os laptops do projeto continuavam encaixotados porque a internet não funciona e faltam armários e carteiras, relata avaliação encomendada pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE).
Em Santa Cecília do Pavão, no Paraná, outro dos cinco municípios alvo do projeto, a situação é "caótica", segundo o relatório ao qual o Estado teve acesso. Por falta de infraestrutura e sem capacitação adequada, os professores "sentem a inovação como ameaça", diz o texto do relatório, debatido reservadamente no governo.
"Vamos mergulhar na reflexão", reagiu o ministro da Educação, Aloizio Mercadante ao ser questionado sobre o destino do UCA. Na quinta-feira, o ministro anunciou da distribuição de tablets aos quase 600 mil professores do ensino médio, até o final de 2012.
"Começar pelo professor é mais seguro", repetiu o ministro Mercadante, marcando discretamente a mudança de rumo do programa de inclusão digital nas escolas.
Conclusão
Até aqui, o programa vem se comportando de forma errática, sugere o relatório encomendado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos num contrato de R$ 1,7 milhão com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O trabalho investigou com profundidade o impacto da segunda fase do projeto de distribuição de laptops a 10.500 alunos de todas as escolas municipais e estaduais de cinco municípios pequenos em Estados diferentes.
"O desenho do projeto subestimou as dificuldades de apropriação da tecnologia pelos professores do ensino fundamental e médio em comunidades relativamente carentes, o que levou a um subaproveitamento do UCA em sala de aula", resume o relatório final da SAE de mais de 200 páginas.
Depois de um ano de implementação do projeto, os pesquisadores concluíram que cerca de 20% dos professores não usam o laptop distribuído pelo governo; 22% declararam não ter passado por nenhum tipo de capacitação.
"Muitos se sentiram humilhados e desmotivados", diz o relatório final do trabalho coordenado por Lena Lavinas, convidada por Mercadante para um debate, junto com outros técnicos, para avaliar o destino do projeto UCA. "Vamos espancar o projeto até a nona casa decimal", adiantou o ministro, repetindo a senha usada na administração Dilma Rousseff para preparar ações do governo.
Dificuldades
Problemas na capacitação dos professores foram mais agudos no município de São João da Ponta, no Pará. Lá, segundo o relatório, professores e diretores teriam manifestado decepção e desencanto.
"Os alunos, com a posse e o domínio sobre os equipamentos, usando-os a seu bel prazer, parecem revestidos de um poder que, somado à pouca capacitação dos professores e à falta de estrutura das escolas, confunde o processo ensino-aprendizagem, assombra e inibe a ação e a autoridade dos professores e diretores", analisa o relatório.
A avaliação não menospreza os aspectos positivos da distribuição de laptops. Parte dos alunos descobriu a informática por meio do UCA e a maioria aprova a inovação. "É impossível não se comover com o deslumbramento dos jovens e de alguns adultos, que se sentem definitivamente parte de um mundo novo, o mundo da era digital", relatam os pesquisadores sobre o uso dos laptops do UCA na praça central de São João da Ponta.
"Não há dúvida de que houve um processo de aprendizado sobre a inclusão digital, porém com custos elevados e efeitos aquém do esperado", resume.
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Comentário final PRA: O governo gasta mais de 82 milhões para comprar de maneira totalmente caótica 150 mil laptops, que permanecem subaproveitados, e depois gasta mais 2 milhões apenas para avaliar a burrice que fez? Eu já sabia desde o início que não iria dar certo.
Quanto a essa balela de inclusão digital, isso é besteirol de companheiro para justificar emprego público para não fazer nada e ainda custar mais alguns milhões para a sociedade.
Inclusão digital é ter computador barato para todo mundo -- o que poderia ocorrer se não houve uma tributação de 40% ou mais na cadeia setorial, e se não houvesse carteis na oferta de conexão, para que tudo custasse barato. Sendo barato o povo compra, e ele mesmo se inclui digitamente, sozinho, sem precisar de um bando de companheiros idiotas para lhe dizer como precisa se incluir digitalmente.
A estupidez dos companheiros, e a desonestidade econômica, são proverbiais.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Forum Surreal Mundial: Alemanha e Franca ajudam no besteirol

A poucos dias de se iniciar mais um piquenique anual dos antiglobalizadores, governos populistas e demagógicos parecem querer ajudar no festival de besteiras que deve assolar a capital gaúcha na segunda quinzena de janeiro de 2011.
Alemanha e França anunciam que vão implementar um imposto sobre as transações financeiras, ou seja, um tributo recolhido por esses governos sobre diferentes tipos de transações efetuadas nos mercados financeiros.
Segundo Sarkozy -- que tem preocupações eleitoreiras evidentes -- "Se não dermos o exemplo, não acontecerá nada, aqueles que contribuíram para esta situação devem contribuir para invertê-la."
Não é certo que a Alemanha o faça, pois sua chanceler e parlamento são um pouco mais sensatos do que os franceses "voláteis", mas talvez o façam, não por estarem convencidos da justeza da medida, mas apenas por simples necessidade de um "extra", um dinheiro a mais no festival de gastanças que se preparam para fazer.


Mas, "pera lá", como diria alguém.
Antes de descambar para o besteirol costumeiro que costumamos encontrar nesses jamborees anuais do FSM, vamos fazer perguntas perfeitamente razoáveis:


1) Quem contribuiu para "esta situação"?
Foram os banqueiros, que agora vão ser tosquiados apenas nominalmente pelos governos? Ou foram os governos, que tomaram dinheiro do sistema financeiro além da conta? Os banqueiros obrigaram os governos a se endividar além da conta? Foram eles que produziram déficits orçamentários, contra a vontade dos governos? Foram eles que induziram os governos a aumentar tremendamente o endividamento interno, público?


2) "...aqueles que contribuíram para esta situação devem contribuir para invertê-la."???
Como assim? Vocês acham mesmo que os banqueiros vão mesmo tirar dinheiro do bolso -- ou seja, reduzir seus resultados operacionais, e diminuir os lucros e dividendos pagos aos acionistas -- para ajudar os governos? Ou vão simplesmente repassar aos "consumidores"-- tomadores de crédito -- toda e qualquer tributação adicional que os governos criarem? E os governos, vão pagar impostos sobre suas próprias operações de financiamento nos mercados comerciais, ou vão se isentar eles mesmos e passar a conta apenas para consumidores passivos e inermes?


3) Alguém são de espírito acredita realmente que um novo imposto sobre transações financeiras -- provavelmente de menos de 1% dos valores incorridos -- é capaz de diminuir a volatilidade financeira?


4) Alguém acredita que dinheiro arrecado por governos sirva a propósitos elevados de desenvolvimento econômico e social, de ajuda ao países pobres, a cooperação e assistência técnica? Alguém acredita nisso? Ou será que esse dinheiro não vai continuar servindo aos gastos correntes dos próprios governos?


5) Os antiglobalizadores -- e governos populistas -- acreditam mesmo que esse impostinho vagabundo vai contribuir para "colocar areia nas engrenagens da especulação financeira"? Eles são ingênuos a esse ponto, ou estão querendo enganar a si próprios?


6) Alguém acredita, por fim, que do piquenique anual do Forum Surreal Mundia vai resultar alguma medida, uma só, suscetível de resolver qualquer problema, um só, do mundo, por meios factíveis, positivos, racionais?


7) Alguém acredita que a imprensa vai discutir problemas reais durante o FSM, em lugar de fazer como sempre faz, refletindo apenas o besteirol predominante nesses encontros?


Sinto muito, mas eu tenho alergia a governo demagógicos, irresponsável, mas tenho mais alergia ainda à burrice predominante em certas esferas. Para ser completo eu diria que eu tenho horror à má-fé, e à desonestidade intelectual (acho que o adjetivo não se aplica), de certos gurus que se apresentam como salvadores do mundo...
Paulo Roberto de Almeida
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Addendum:
Le Canard enchaîné dans son édition de mercredi rappelle à ceux qui ont une mauvaise mémoire que la taxe Tobin a déjà été adoptée par le parlement. C’était en 2001. Toutefois, pour être applicable, les autres pays de l’Union doivent adopter le même genre de loi.

La taxe Tobin déjà votée au parlement, mais en 2001


LE MARDI 10 JANVIER 2012 À 21:31

L

e Canard enchaîné dans son édition de mercredi rappelle à ceux qui ont une mauvaise mémoire que la taxe Tobin a déjà été adoptée par le parlement. C’était en 2001. Toutefois, pour être applicable, les autres pays de l’Union doivent adopter le même genre de loi.

On pensait que les éléphants avaient une bonne mémoire. Erreur, ceux du PS semblent être frappés d’amnésie. Et pourtant, le 13 décembre 2001, sous le gouvernement Jospin, le parlement a adopté une loi qui concerne les transactions sur devises. Elle avait été adoptée par 35 voix contre 16. Le texte avait même fait la navette entre le Sénat et l’Assemblée nationale. A l’époque c’est le député PS Henri Emmanuelli qui présidait la commission des Finances.
Que disait la loi. Elle prévoyait tout simplement de taxer les transactions de monnaies. Le texte est directement inspiré des théories du célèbre économiste américain, James Tobin. La loi a été votée et la mesure figure dans le code général des impôts.  Seul bémol, pour être applicable il est dit dans un amendement, que les Etats membres de la Communauté Européenne doivent eux aussi faire adopter un texte similaire.