Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020
Aspone olavista de assuntos internacionais da PR: enquadramento ideológico?
terça-feira, 25 de junho de 2013
Inflexao de genero: quantas instituições já trocaram diplomas "masculinos" por "femininos"? ( e vice-versa, e outros generos...)
Vejamos o ato, em primeiro lugar:
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
Determina o emprego obrigatório da flexão de gênero para nomear profissão ou grau em diplomas.
|
Aloizio Mercadante
Eleonora Menicucci de Oliveira
Agora raciocinemos, ou inquiramos, ou imaginemos, ou qualquer outra curiosidade doentia, algumas coisas.
O gênero vale para os dois lados, certo? Do contrário seria discriminação de gênero, feminino ou masculino.
Suponho que, a partir do dia 3 de abril de 2012, todas as faculdades começaram a expedir dois tipos de diplomas, contemplando a dita OBRIGATÓRIA flexão de gênero: diploma de jornalista, de um lado, de jornalisto, de outro; de sociólogo, de um lado, de socióloga, de outro; psicólogo e psicóloga; médica e médico; dentista e dentisto; motorista e motoristo; e assim vai, ad infinitum.
As faculdades devem ter tido um bocado de trabalho com os novos diplomas, e sobretudo com os velhos, pois todos os registros precisam ser refeitos. Isso custa dinheiro, claro, e tempo, e saco, e paciência...
Quantas fizeram, quantas deixaram de fazer, qual a regulamentação? Algum aspone presidencial cuidou disso, estabeleceu sanções, saiu controlando por aí, sobretudo contra as privadas, que são sempre recalcitrantes, e precisam ser domesticadas pelos poderes públicos?
Mais importante, porém, o exemplo tem de vir de cima.
A nova mandatária do país, desde janeiro de 2011, deve ter recebido, pouco tempo antes da posse, um diploma do TSE, que a reconhece como presidente do Brasil.
Será que ela pediu novo diploma, a partir do dia 4 de abril de 2012?
Com a palavra o TSE ou a interessada...
Enfim, só curiosidade doentia (e estúpida).
Paulo Roberto de Almeida
Constituinte especifica sobre reforma politica - as palavras e ascoisas...
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
Este blog sobreviveu ao fim do mundo, mas...
Não tenho medo de catástrofes, mesmo as mais terriveis, mas tenho alergia, horror, terror do besteirol, das estupidezes que vejo, ouço, contemplo um pouco em todos os lados para os quais olho.
Seja na TV, no rádio, nos jornais e revistas, na internet, enfim, por todos os veículos aos quais tenho acesso ou que literalmente "caem" sobre mim todos os dias, tudo o que tenho em volta me deixa preocupado, e me sinto cercado por um exército de bárbaros, seja de qual setor for, do governo, na imprensa, das escolas (inclusive superiores), na TV, tantas são as bobagens repetidas, velhas e novas, que brotam como champignons depois da chuva.
Estou cercado, num quilombo de resistência intelectual contra o besteirol costumeiro que circula no país.
Será que vou ter de pedir socorro, me asilar, virar um eremita?
Paulo Roberto de Almeida
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
Bem feito, senhores reitores: insistiram na demagogia, enfrentem o desastre, agora... - Reinaldo Azevedo
O racismo ao inverso iniciado pelos militantes do novo Apartheid, e endossado pelo partido no poder, foi acolhido demagogicamente pelos reitores, e até pela Suprema Corte, aliás de forma inconstitucional.
Enfim, o Brasil é um país em que até juízes da Suprema Corte conseguem ser inconstitucionais, o que é extraordinário.
As universidades públicas jás estavam a caminho da decadência, agora vão direto para o desastre.
Paulo Roberto de Almeida
1 – Os alunos das escolas públicas serão selecionados segundo o seu “Coeficiente de Rendimento” no ensino médio. Para eles, o Enem, por exemplo, não terá a menor importância.
A ESTUPIDEZ ESPECÍFICA - Já aqui se abre a primeira e escandalosa porta para injustiças. Dentro da ruindade geral das escolas públicas, há diferenças brutais de qualidade. O aluno que tiver um bom desempenho numa escola relapsa e pouco exigente levará vantagem ao competir com o que tiver um desempenho médio numa escola séria. Mais: sabemos que inexistem critérios objetivos para avaliar se o currículo oficial foi mesmo ministrado. Aliás, não existe um currículo nacional!!! Não encontrei na lei nenhuma referência sobre estado de origem do estudante e vaga pretendida. Como se trata de ensino federal, entendo que o candidato de um estado pode concorrer a uma vaga na federal de outro. O ensino médio é uma lástima no país inteiro, é fato. Mas sabemos que, mesmo dada a ruindade geral, há disparidades regionais brutais. Não só isso: os negros e pardos de Santa Catarina somam pouco mais de 11%; na Bahia, chegam a 78%. Um negro ou pardo de Santa Catarina que disputasse uma vaga na Universidade Federal da Bahia certamente seria selecionado segundo a cota baiana, mas carregando o “Coeficiente de Rendimento” da escola catarinense.
A ESTUPIDEZ ESPECÍFICA – A lei é omissa sobre a forma como se vai fazer essa verificação. Será com base apenas na declaração do candidato? Cada universidade federal terá de investigar a renda familiar do aluno para saber se ele fala a verdade? Ora… Não há estrutura para isso. Fingir pobreza passará a ser um bom negócio. Será um critério de seleção superior ao conhecimento de matemática e língua portuguesa. Tão logo isso esteja em vigência, é evidente que haverá uma inflação de candidatos com renda per capita inferior ao limite estabelecido, certo? E a lei que convida à fraude.
A ESTUPIDEZ ESPECÍFICA – Um pobre branco da escola pública leva desvantagem ao competir com um preto pobre ou mestiço pobre da escola pública, ainda que os dois tenham, então, o mesmo perfil social. A propósito: no caso do candidato indígena, o seu Coeficiente de Rendimento no que concerne ao domínio da língua terá como referência o português ou o idioma da sua tribo? Nesse caso, quem avalia?
ESTUPIDEZ ESPECÍFICA – É a mesma do item 3
A senhora Dilma Rousseff, que apoia o projeto, está botando os últimos pregos no caixão das universidades e institutos federais de ensino. Por quê? Só porque está abrindo as portas aos alunos da escola pública? NÃO!!! PORQUE METADE DAS VAGAS DESSAS INSTITUIÇÕES NÃO TERÁ MAIS NENHUM COMPROMISSO COM O DESEMPENHO DOS ALUNOS.
A proposta, longe de democratizar o ensino universitário, concorre para democratizar a ignorância e para rebaixar o ensino universitário. Como se está assegurando ao aluno o ingresso na universidade segundo critérios que nada têm a ver com desempenho e competição, o que se tem, na prática, é uma pressão contrária: quanto mais relapso é “bonzinho” for o professor, tanto melhor.
Não é o que se vá produzir o desastre. Ele já está em curso. Será agravado. Entre os estudantes do ensino superior, 38% não dominam habilidades básicas de leitura e escrita, segundo o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), divulgado pelo Instituto Paulo Montenegro (IPM) e pela ONG Ação Educativa. Vejam quadro.
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
Besteirol economico bem disseminado...
Alguns, todavia, concentram mais do que outros, e abusam. Outros são reincidentes.
Os franceses, em geral, são useiros e vezeiros em besteirol econômico, mas Sarkozy era mais comedido.
Agora parece que degringolou, com as eleições presidenciais de abril e maio.
O pior é que o socialista que ganhar, provavelmente, quer reincidir sobre a reincidência, se me permitem a redundância redundante.
Ele não só aprova, como insiste em taxações sobre ricos e banqueiros de diversos tipos.
Vai conseguir afastar várias áreas financeiras para o Reino Unido, justamente.
E vai fazer como Mitterrand: distributivismo socialista no primeiro ano e meio, depois correção de rumos e alinhamento ao rigorismo fiscal alemão. Mas sempre será uma perda de tempo para os franceses, e uma alegria para os ingleses...
De minha parte, eu sempre alertei, desde que FHC veio com essa ideia maluca, que ela era isso, exatamente, maluca, e nefasta. Políticos sempre fazem bobagens, alguns mais do que outros...
Paulo Roberto de Almeida
Cameron se moque de la "taxe Sarkozy" sur les transactions financières
Une décision "incroyable". Pour le premier ministre britannique, David Cameron, la volonté du président français, Nicolas Sarkozy, d'instaurer unilatéralement une taxe sur les transactions financières, sans attendre ses partenaires européens, est pour le moins irréaliste.
domingo, 5 de fevereiro de 2012
Faz sentido equilibrio bilateral de comercio? equilibrio setorial?
Os países entretêm relações de comércio diversificadas, ou pelo menos concentradas em suas vantagens comparativas, segundo um processo explicado duzentos anos por um economista chamado David Ricardo, que nunca foi desmentido desde então, nem teórica, nem empiricamente.
Apesar da justeza de suas posições e raciocínios econômicos simples e claros como a água, muitos tentarem desmenti-lo, sem nunca ter conseguido; o último de que tenho notícia foi o ex-Secretário de Assuntos Estratégicos da PR, e professor em Harvard, Roberto Mangabeira Unger, que produziu um livrinho confuso (como tudo o que ele faz), em que se enrola sem conseguir desmentir Ricardo.
Pois o Brasil pretende desmentir Ricardo, na prática (já que o governo não dispõe de gente competente para desmenti-lo teoricamente).
O governo quer perfeito equilíbrio na balança comercial do Brasil e do México, como se isso fosse desejável, factível, racional. Os países têm o comércio que podem ter, e desequilíbrios com um país -- ou seja, déficits -- são compensados por superávits ou equilíbrios com outros, num processo dinâmico que beneficia a todos. Esperar que se tenha perfeito equilíbrio bilateral em escala universal é não apenas um contrassenso econômico, como uma bobagem das maiores.
Pior ainda é pretender ter equilíbrio setorial, como se os países devessem ser perfeitamente simétricos em seus intercâmbios, o que além de bobagem é uma besteira das mais grossas.
Curioso é que o Brasil não invocou nenhum desses argumentos quando o comércio automotivo com o México beneficiava o Brasil. Então isso quer dizer que o governo mexicano está no direito de pedir compensações pelos déficits passados?
Quanta bobagem esse pessoa é capaz de cometer?
Paulo Roberto de Almeida
(notícias do dia 5/02/2012)
México – Reforma
Pactan
Dilma y Felipe negociar
México
– El Financiero
Mexico
revisará acuerdo de autos con Brasil
Reino Unido – Agência Reuters
Mexico sending delegation
to Brazil to save auto trade deal
Itália – Agência Ansa
Empresarios mexicanos defienden acuerdo con Brasil
Tragedia educacional brasileira: a farsa do computador a 100 dolares
O presidente ignorante, mas sempre adepto do stalinismo industrial, entusiasmou-se pela ideia, assim tão simples -- vejam vocês, não precisa mais nada, basta distribuir um computador a 100 dólares para cada criança e tudo estará resolvido -- e mandou fazer imediatamente. Os boçais que assessoram o presidente, na tal de inclusão digital -- outra bobagem monumental, que serve para dar cargos e dinheiro a companheiros analfabetos e a capitalistas espertos -- começaram imediatamente a se movimentar para fazer o tal de computador a 100 dólares.
[Nota sobre a matéria: Vejam o que ela diz: "Parte dos 150 mil laptops comprados pelo governo por R$ 82, 5 milhões está subaproveitada." Ou seja, cada computador custou mais de 300 dólares, ou bem mais de 500 reais...]
domingo, 5 de fevereiro de 2012
Dilma trava programa de laptops de Lula
Relatório encomendado pela SAE avalia que situação do projeto Um Computador por Aluno ‘é caótica’
===========
Comentário final PRA: O governo gasta mais de 82 milhões para comprar de maneira totalmente caótica 150 mil laptops, que permanecem subaproveitados, e depois gasta mais 2 milhões apenas para avaliar a burrice que fez? Eu já sabia desde o início que não iria dar certo.
Quanto a essa balela de inclusão digital, isso é besteirol de companheiro para justificar emprego público para não fazer nada e ainda custar mais alguns milhões para a sociedade.
Inclusão digital é ter computador barato para todo mundo -- o que poderia ocorrer se não houve uma tributação de 40% ou mais na cadeia setorial, e se não houvesse carteis na oferta de conexão, para que tudo custasse barato. Sendo barato o povo compra, e ele mesmo se inclui digitamente, sozinho, sem precisar de um bando de companheiros idiotas para lhe dizer como precisa se incluir digitalmente.
A estupidez dos companheiros, e a desonestidade econômica, são proverbiais.
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
Forum Surreal Mundial: Alemanha e Franca ajudam no besteirol
Alemanha e França anunciam que vão implementar um imposto sobre as transações financeiras, ou seja, um tributo recolhido por esses governos sobre diferentes tipos de transações efetuadas nos mercados financeiros.
Segundo Sarkozy -- que tem preocupações eleitoreiras evidentes -- "Se não dermos o exemplo, não acontecerá nada, aqueles que contribuíram para esta situação devem contribuir para invertê-la."
Não é certo que a Alemanha o faça, pois sua chanceler e parlamento são um pouco mais sensatos do que os franceses "voláteis", mas talvez o façam, não por estarem convencidos da justeza da medida, mas apenas por simples necessidade de um "extra", um dinheiro a mais no festival de gastanças que se preparam para fazer.
Mas, "pera lá", como diria alguém.
Antes de descambar para o besteirol costumeiro que costumamos encontrar nesses jamborees anuais do FSM, vamos fazer perguntas perfeitamente razoáveis:
1) Quem contribuiu para "esta situação"?
Foram os banqueiros, que agora vão ser tosquiados apenas nominalmente pelos governos? Ou foram os governos, que tomaram dinheiro do sistema financeiro além da conta? Os banqueiros obrigaram os governos a se endividar além da conta? Foram eles que produziram déficits orçamentários, contra a vontade dos governos? Foram eles que induziram os governos a aumentar tremendamente o endividamento interno, público?
2) "...aqueles que contribuíram para esta situação devem contribuir para invertê-la."???
Como assim? Vocês acham mesmo que os banqueiros vão mesmo tirar dinheiro do bolso -- ou seja, reduzir seus resultados operacionais, e diminuir os lucros e dividendos pagos aos acionistas -- para ajudar os governos? Ou vão simplesmente repassar aos "consumidores"-- tomadores de crédito -- toda e qualquer tributação adicional que os governos criarem? E os governos, vão pagar impostos sobre suas próprias operações de financiamento nos mercados comerciais, ou vão se isentar eles mesmos e passar a conta apenas para consumidores passivos e inermes?
3) Alguém são de espírito acredita realmente que um novo imposto sobre transações financeiras -- provavelmente de menos de 1% dos valores incorridos -- é capaz de diminuir a volatilidade financeira?
4) Alguém acredita que dinheiro arrecado por governos sirva a propósitos elevados de desenvolvimento econômico e social, de ajuda ao países pobres, a cooperação e assistência técnica? Alguém acredita nisso? Ou será que esse dinheiro não vai continuar servindo aos gastos correntes dos próprios governos?
5) Os antiglobalizadores -- e governos populistas -- acreditam mesmo que esse impostinho vagabundo vai contribuir para "colocar areia nas engrenagens da especulação financeira"? Eles são ingênuos a esse ponto, ou estão querendo enganar a si próprios?
6) Alguém acredita, por fim, que do piquenique anual do Forum Surreal Mundia vai resultar alguma medida, uma só, suscetível de resolver qualquer problema, um só, do mundo, por meios factíveis, positivos, racionais?
7) Alguém acredita que a imprensa vai discutir problemas reais durante o FSM, em lugar de fazer como sempre faz, refletindo apenas o besteirol predominante nesses encontros?
Sinto muito, mas eu tenho alergia a governo demagógicos, irresponsável, mas tenho mais alergia ainda à burrice predominante em certas esferas. Para ser completo eu diria que eu tenho horror à má-fé, e à desonestidade intelectual (acho que o adjetivo não se aplica), de certos gurus que se apresentam como salvadores do mundo...
Paulo Roberto de Almeida
==========
Addendum:
Le Canard enchaîné dans son édition de mercredi rappelle à ceux qui ont une mauvaise mémoire que la taxe Tobin a déjà été adoptée par le parlement. C’était en 2001. Toutefois, pour être applicable, les autres pays de l’Union doivent adopter le même genre de loi.
La taxe Tobin déjà votée au parlement, mais en 2001
LE MARDI 10 JANVIER 2012 À 21:31