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sábado, 12 de março de 2022

Lições monetárias da Primeira Guerra Mundial - Luiz Gonzaga Belluzzo (Carta Capital)

Ontem e hoje
Lições monetárias da Primeira Guerra Mundial

Luiz Gonzaga Belluzzo

 01:15:11 | 11/03/2022 | Economia | Revista Carta Capital 


A maioria dos países saiu do primeiro conflito mundial com as finanças públicas destroçadas pelo financiamento das despesas militares, realizado basicamente por meio do endividamento e da emissão de papel-moeda inconversível. As dívidas de guerra e as reparações exigiram um esforço adicional de obtenção de recursos fiscais que as populações - principalmente as classes abastadas - não estavam dispostas a conceder aos governos.

Esmagada pelas reparações de guerra que lhe foram impostas pelo Tratado de Versalhes, a economia alemã sucumbiu à impossibilidade de gerar as divisas necessárias para servir o que lhe fora imposto. A fuga sistemática do marco para o dólar e a libra, as moedas-reservas do Gold Exchange Standard, disparou a hiperinflação e a necessidade de emissões monetárias do Reichsbank para "cobrir" a fuga desesperada da moeda nacional.

Em sua ressurreição, sob a forma do Gold Exchange Standard, o padrão-ouro foi incapaz de reanimar as convenções e de reproduzir os processos de ajustamento e as formas de coordenação responsáveis pelo desempenho anterior. O último país a declarar oficialmente sua adesão ao padrão-ouro foi a França, em 1928. Antes dela, entre 1923 e 1925, retornaram a Alemanha e seus companheiros de hiperinflação, Áustria, Hungria e Polônia. Esses náufragos da moeda destroçada foram socorridos pelos empréstimos de estabilização, concedidos, sobretudo, pelos bancos norte-americanos.

A volta mais aguardada era a da Inglaterra. Isso ocorreu em 1925, de forma inadequada. O estabelecimento da paridade da libra com o ouro no mesmo nível que prevalecia antes da guerra foi a causa de muitos dos problemas de coordenação que se apresentaram durante os conturbados anos 1920 e 1930.

Sob a forma modificada do Gold Exchange Standard, que permitia - diante da escassez de ouro - a acumulação de reservas em moeda "forte" (basicamente o dólar e a libra), esse arranjo monetário provocou assimetrias no ajustamento dos balanços de pagamentos e desatou, frequentemente, uma especulação causadora de instabilidade nos mercados financeiros. A decisão da Inglaterra, tomada em 1925, de voltar à paridade do período anterior à guerra, era claramente incompatível com o novo nível de preços interno e tampouco reconhecia o declínio de seu poderio econômico e financeiro.

Os Estados Unidos saíram do conflito com créditos acumulados contra os países europeus e fortalecidos economicamente diante de competidores que tiveram suas economias destroçadas. A "sobrevalorização" da libra e a "subvalorização" de outras moedas, principalmente do franco, causaram, ao longo do tempo, o aprofundamento dos desequilíbrios do balanço de pagamentos e pressões continuadas sobre a moeda inglesa. As perspectivas dos mercados quanto à sustentação da paridade eram pessimistas e os ajustamentos entre países superavitários e deficitários não ocorriam.

Os déficits e os superávits tendiam a se tornar crônicos, em boa medida porque os países superavitários tratavam de trocar seus haveres em "moeda forte" por ouro. Os Estados Unidos, a França e a Alemanha acabaram por concentrar uma fração substancial das reservas em ouro, contribuindo para confirmar as expectativas negativas quanto ao futuro da libra.

Os capitais privados, principalmente de origem norte-americana, entre 1925 e 1928, estimulados pelos diferenciais de juros (e ativos baratos) nos países de moeda recém-estabilizada, em particular na Alemanha, formaram bolhas especulativas, ávidos em colher as oportunidades de ganhos de capital. O ciclo de "inflação de ativos" estrangeiros foi concomitante à rápida valorização das ações da Bolsa de Valores norte-americana. Essa onda de especulação altista, como não poderia deixar de ser, foi alimentada pela expansão do crédito nos Estados Unidos, onde as taxas de desconto ainda foram reduzidas, em 1927, para aliviar as pressões exercidas contra a libra.

O desastre que se seguiu foi consequência da mudança de sinal da política monetária dos EUA, em meados de 1928.0 Federal Reserve, preocupado com o aquecimento da economia e com a febre dos mercados financeiros, subiu a taxa de desconto, provocando o "estouro" da bolha especulativa em outubro de 1929. Os "grilhões dourados" do regime monetário tiveram grande responsabilidade na imobilização das políticas econômicas, determinando uma quase completa incapacidade de resposta e de coordenação dos governos da Europa e, ao menos até 1933, dos Estados Unidos.

Antes da eclosão da guerra Rússia-Ucrânia, o Federal Reserve, pressionado pela inflação norte-americana, prometia a elevação da policy rate e a redução dos estímulos monetários. Vai cumprir a promessa? A história não se repete, mas rima, já dizia MarkTwain. 

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Guerra cambial: de volta aos anos 1930? - George Magnus

Yuan’s Slide Is Gold Standard Moment for China
The decision to let the currency weaken beyond 7 to the dollar echoes previous turning points of historic global significance.
George Magnus
Straits Times, Singapura – 9.8.2019

China allowing the yuan to slide below 7 to the dollar is a watershed moment for currency markets that's symbolically equivalent to the U.S. and other countries abandoning the gold standard in the interwar period, or the collapse of the postwar Bretton Woods system of fixed exchange rates four decades ago. The implications for the global economy are equally significant.
The world’s major currencies aren’t tethered in the way they were in those periods, but gold and Bretton Woods both served as anchors for the world’s monetary system, and their demise reflected the economic and political disarray of their times. Today, the yuan is semi-pegged to the U.S. dollar. The arrangement serves as an anchor for China’s financial system, now the world’s largest by assets; for many currency systems in Asia and around the world; and for U.S.-China economic and financial relations.
If that mainstay ruptures, it’s liable to set off chain reactions inside and outside China. That’s why the loosening in currency policy by the People’s Bank of China this week, while it may seem unremarkable for most people, is an important development.
It may be too early to assert that China is “weaponizing” the yuan in the deepening trade war with the U.S., especially because the central bank’s actions still appear measured and moderate. Nevertheless, the assumption that keeping the yuan rate stable against the dollar was part of the complex politics surrounding the trade negotiations no longer holds. President Donald Trump’s decision to impose a 10% punitive tariff on a further $300 billion of Chinese imports – perhaps a waymark to 25% at a later date – looks to have changed the calculus. 
China can no longer engage in tit-for-tat tariffs because it imports so much less than it sells to the U.S. Its only options are to target American companies using its own “ entity list” of firms deemed to damage Chinese interests; make life more difficult for them in China; and ultimately to depreciate the currency. The political decision to sanction the move suggests China has weighed the costs of a weaker currency and decided they are less than those of an impasse in talks and continued economic harm from tariffs.
A cheaper yuan, or renminbi, will help Chinese exporters compete in the U.S. and global markets, offsetting the impact of tariffs to some extent. In the short term, it will help to prop up China’s fragile growth momentum. 
The negative implications are more severe, though. A weaker currency will hurt Chinese consumers, who will pay more for imports, and hinder the intended shift in the economy to a more consumer-oriented structure. It will raise the credit risk and vulnerability of Chinese property and other companies that have been borrowing increasing volumes of dollars in the past few years. It will almost certainly encourage residents to try to evade capital controls and place money offshore. This happened in 2015-16 too, though the strengthened capital controls regime since then is likely to be more effective for the time being.
Beyond China, the yuan’s slide is likely to trigger competitive currency depreciations, especially in countries that are part of its Asian supply chains and those that compete with Chinese products. The dollar will be the de facto beneficiary, often a sign that the world economy is faltering. A weaker renminbi will hurt U.S. producers and exporters at a time when the American economy is softening. It will also reduce the foreign earnings of U.S, firms, and as a result, the equity market.
The political significance may be at least as great. The importance of the renminbi, literally the “people’s money,” to China is no less than that of the dollar to America or sterling to the U.K. China’s economic narrative places much pride in, for example, its $3 trillion stock of foreign-currency reserves, and attaches extraordinary status to the role and function of the renminbi. The decision to put the stability of the currency at risk won’t have been taken lightly. 
As far as economic activity is concerned, the yuan’s move through 7 almost certainly reflects concern over the weaker trajectory of the economy, in which trade plays a relatively small direct role, though a cumulatively more important one. It’s not only the effect of tariffs that filters through China’s economy, but the loss of productive capacity as a rising number of firms move supply chain operations, and jobs, outside the country. A major Chinese investment bank recently suggested the industrial sector has lost about 5 million jobs in the last year, almost half of which are attributable to the trade war. 
The yuan’s move appears to reflect frustration at the lack of progress in trade talks, and specifically the refusal of the U.S. side to remove tariffs as a condition for any Chinese concessions. The depreciation will be managed for the time being, but it’s unlikely to stop. With time, the rapid expansion of financial assets in China, combined with political pressures, will probably lead to a much greater decline.
By then, it won’t be only financial markets that are paying attention. The yuan’s path may help shape the future of geopolitical and economic arrangements around the world. (Bloomberg)

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

As consequencias economicas (e jornalisticas) de Mister Churchill - The British Gazette (1926)

Noventa anos atrás, Winston Churchill, um imperialista teimoso, tentando recuperar seu prestígio depois de Galípoli -- a desastrosa tentativa de neutralizar a Turquia na Grande Guerra -- resolveu, como ministro das finanças (Lord of Exchequers), fazer a libra retornar ao padrão ouro.
Tudo bem, diriam os incautos, mas não na mesma paridade de antes da Grande Guerra, como ele pretendia, por um estúpido orgulho imperial.
John Maynard Keynes, cada vez mais irreverente depois de ter publicado seu panfleto condenatório do Tratado de Versalhes -- The Economic Consequences of the Peace, publicado em 1919 --, resolveu se opor a essa loucura do ministro teimoso das finanças (sabemos como eles são), publicando um alerta: The Economic Consequences of Mister Churchill, no qual ele alertava para as consequências recessivas da medida, pois que a libra ficaria muito valorizada em relação às demais moedas, que foram desvalorizadas ou reinseridas no padrão ouro a uma taxa bastante depreciada em relação a 1913.
O que Keynes alertou aconteceu: o retorno ao padrão ouro representou uma catástrofe econômica previsível. A Grã-Bretanha perdeu competitividade, o déficit comercial se instalou, a recessão se manifestou e com ela o desemprego.
A consequência foi uma greve geral de trabalhadores, que durou mais de uma semana.
Sem qualquer jornal circulando, o governo britânico tomou a medida extraordinária de editar e publicar ele mesmo um jornal diário, chamado The British Gazette, que era editado e publicado pelo próprio Winston Churchill.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Nostalgia monetaria: quando o dinheiro valia alguma coisa

Antigamente, muito antigamente, o dinheiro valia alguma coisa, depois passou a não valer nada...
Explico, mas primeiro vejam esta foto que fiz no Museu de Portland, Maine:

Atenção, a nota é falsa, mas verdadeira, ou seja, ela foi pintada por um artista para imitar uma verdadeira nota falsa, ou seja, uma contrafação de uma nota verdadeira de cinco dólares.
Para fazer a sua gozação, o artista aumentou o valor para dez dólares, o que faz dela uma nota falsa verdadeira, não sei se me fiz entender.
Em todo caso, não era disso que eu queria falar.
Leiam bem o que está escrito de cima abaixo; eu traduzo para facilitar:

Certificado de depósito [ou seja, não é uma nota de dinheiro, mas apenas um certificado de depósito]
Isto certifica que
foi depositado junto ao [parece que é sério, ou seja, garantem que está depositado]
Tesoureiro dos Estados Unidos
sediado em Washington, D.C.
pagável em seu escritório ao portador sob demanda [ou seja, quem se apresentar leva o que vale]
DEZ
dólares de prata [isso foi antes que os EUA aderissem ao padrão ouro, em 1895, se não estou enganado]
Série de 1880

Retomo: antes que fosse criado o Federal Reserve, em 1913, cada nota emitida por um banco autorizado deveria ter como correspondência junto ao Tesouro o equivalente em prata (muito comum nos EUA, antes da corrida ao ouro) ou em ouro. Mesmo depois da criação do Federal Reserve (que correspondeu mais ou menos à união monetária que a Europa fez entre 1999 e 2001, com a unificações dos diversos dólares em circulação naquele imenso país, alguns valendo mais do que outros...), o dinheiro emitido era, em princípio, lastreado em ouro. Digo em princípio, pois em matéria de governo, vocês sabem como são as coisas: eles dizem que fazem, mas não fazem, e acabam enganando todo mundo.
O fato é que Franklin Delano Roosevelt, em 1933, acabou com a festa, não apenas deixando de garantir a moeda lastreada em ouro, mas obrigando todos os americanos a ceder o ouro que detivessem ao governo, que passou a deter o monopólio das reservas metálicas.
Ainda assim, teoricamente, os EUA deveriam ter tanto ouro quantos dólares em circulação, o que que prometeram fazer em 1944, em Bretton Woods, onde estive neste domingo 1 de Junho de 2014 (setenta anos depois, quase, depois da famosa conferência que criou o padrão ouro-dólar, depois da derrocada completa do padrão ouro).
Bem, a festa acabou novamente em 1971.
Desde então, é cada um por si, e a anarquia monetária para todos.
Os governos emitem o que querem. Eles fingem que garantem o dinheiro emitido (não é verdade sequer que o façam) e nós fingimos que acreditamos.
Na verdade, não existe mais garantia nenhuma, e os governos produzem inflação o tempo todo e mantém esse controle monopolista sobre a emissão de dinheiro, um abuso inacreditável.
Bem, pelo menos vocês ficaram com a imagem de um dólar de antigamente, mesmo sendo um falso verdadeiro.
Paulo Roberto de Almeida

domingo, 26 de agosto de 2012

Padrao Ouro e Economia Austriaca: Barry Eichengreen desmonta a defesa

O economista Barry Eichengreen é muito conhecido para ser apresentado. Autor de Globalizing Capital (com edição brasileira) é um dos especialistas mais conhecidos em sistemas monetários.
Neste longo artigo para a revista americana National Interest, ele critica os defensores da volta ao padrão ouro (Ron Paul e os adeptos da economia austríaca em geral), dizendo que não há garantias de que uma política monetária baseada no ouro, em moedas concorrentes, na ausência de bancos centrais seria mais eficiente, ou causaria menos crises e recessões do que a situação atual, de intervencionismo monetário.
Vale a pena a ler seu artigo, que começa aqui e se prolonga em sete outras partes...
Paulo Roberto de Almeida

A Critique of Pure Gold

National Interest 
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    issue
    GOLD IS back, what with libertarians the country over looking to force the government out of the business of monetary-policy making. How? Well, by bringing back the gold standard of course.
    There’s no better place to see just how real this oddball proposal is than in Iowa, with its caucuses just a few months away. In June, prospective voters were entertained not just by the candidates but also by the spectacle of an eighteen-day, multicity bus tour cosponsored by the Iowa Tea Party and American Principles in Action, or APIA. (The bus was actually a giant RV with a banner on the side featuring images of the U.S. Constitution, the American flag and the web addresswww.teapartybustour.com.) APIA is the nonprofit 501(c)(4) arm of the American Principles Project, the parent group of Gold Standard 2012. Gold Standard 2012 “works to reach out to lawmakers to advance legislation that will put the U.S. back on the gold standard” (quoting its blog). The goal of the bus tour, according to Jeff Bell, policy director of APIA and former Reagan aide, was to interest potential caucus voters in the idea that the United States should return to the gold standard, in the expectation that vote-hungry candidates for the Republican nomination would respond to a public groundswell.
    The candidates, for their part, were cautious. Businessman Herman Cain, having backed the gold standard in earlier speeches, acknowledged a change of heart on the grounds that “one of my economic advisers said that it’s going to be more difficult than practical.” Minnesota congresswoman Michele Bachmann averred only that she would “take a close look at the gold standard issue.” Such caution did not, however, prevent Cain and Bachmann, along with former Minnesota governor Tim Pawlenty, former Pennsylvania senator Rick Santorum, former New Mexico governor Gary Johnson and former House Speaker Newt Gingrich from joining up with APIA’s magical mystery tour.
    Nor did it prevent state legislators from attempting to move ahead on their own. A Montana measure voted down by a narrow margin of fifty-two to forty-eight in March would have required wholesalers to pay state tobacco taxes in gold. A proposal introduced in the Georgia legislature would have called for the state to accept only gold and silver for all payments, including taxes, and to use the metals when making payments on the state’s debt.
    In May, Utah became the first state to actually adopt such a policy. Gold and silver coins minted by the U.S. government were made legal tender under a measure signed into law by Governor Gary Herbert. Given the difficulty of paying for a tank of gas with a $50 American eagle coin worth some $1,500 at current market prices, entrepreneurs then floated the idea of establishing private depositories that would hold the coin and issue debit cards loaded up with its current dollar value. It is unlikely this will appeal to the average motorist contemplating a trip to the gas station since the dollar value of the balance would fluctuate along with the current market price of gold. It would be the equivalent of holding one’s savings in the form of volatile gold-mining stocks.
    Historically, societies attracted to using gold as legal tender have dealt with this problem by empowering their governments to fix its price in domestic-currency terms (in the U.S. case, in dollars). But the idea that government should legislate the price of a particular commodity, be it gold, milk or gasoline, sits uneasily with conservative Republicanism’s commitment to letting market forces work, much less with Tea Party–esque libertarianism. Surely a believer in the free market would argue that if there is an increase in the demand for gold, whatever the reason, then the price should be allowed to rise, giving the gold-mining industry an incentive to produce more, eventually bringing that price back down. Thus, the notion that the U.S. government should peg the price, as in gold standards past, is curious at the least. More curious still is the belief that putting the United States on a gold standard would somehow guarantee balanced budgets, low taxes, small government and a healthy economy. Most curious of all is the contention that under twenty-first-century circumstances going back to the gold standard is even possible.
    FOR THIS libertarian infatuation with the gold standard, one is tempted to credit, or blame, the godfather of the Tea Party movement, Texas’s Ron Paul. (The Tea Party has its own spontaneous origins, to be sure, and Paul is reluctant to claim credit for its existence. But his success in using new media to raise $6 million for his 2007 presidential bid on the anniversary of the Boston Tea Party by appealing to hot-button issues like debt, taxes and government infringement on personal liberties provided the template for the movement’s subsequent growth.) Paul has been campaigning for returning to the gold standard longer than any of his rivals for the Republican nomination—in fact, since he first entered politics in the 1970s.
      Começa aqui e se prolonga: